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quinta-feira, 16 de julho de 2009

As Dificuldades do Presidente

Mauro Santayana no Jornal do Brasil:

Plutarco ensina, em pequeno tratado, como tirar vantagem do inimigo – mas não chega a aconselhar que se faça do inimigo um companheiro. É mais fácil castigar o amigo que se torna inimigo, do que perdoar a ignomínia e a infâmia dos inimigos velhos. Castruccio Castracani, o grande condottiere toscano do século 13, foi admoestado por ter mandado matar um velho amigo. Conforme conta Maquiavel, retrucou, afirmando que não mandara executar um velho amigo, e, sim, o inimigo novo.

É provável que o presidente Lula, senhor da mais surpreendente biografia de nossa história política, se sinta ungido do direito de, vitorioso, tudo perdoar a seus inimigos, velhos e novos. Ao empolgar a classe operária de São Paulo, afastando-a da dúvida entre o peleguismo clássico e a liderança dos comunistas, já fizera a sua revolução pessoal. Tudo o que veio em seguida – mesmo as derrotas sofridas – se acrescentou a seu patrimônio existencial. Há, portanto, uma explicação para a sua conduta, tanto com relação ao professor Mangabeira Unger, que pediu seu impeachment, quanto com respeito ao senador Collor de Mello que, em 1989, cometeu a indignidade de levar à televisão, no momento que antecedia as eleições, uma pobre e ressentida mulher. A Mangabeira, ele retribuiu o opróbrio com uma pasta ministerial. Collor foi abraçado pelo presidente anteontem em Alagoas. Embora Lula tenha sido econômico no elogio ao comportamento de Collor no Congresso, houve certo mal-estar entre os admiradores do presidente. Esses gestos podem ser vistos como virtude política, mas não são assim entendidos pelas pessoas comuns, sobretudo os trabalhadores mais humildes, que têm sobre o assunto posição muito firme, para não dizer intransigente. Até hoje, muitos dos que assistiram à cena patética pela televisão, com o depoimento comprado daquela senhora, sentem-se pessoalmente atingidos pelo golpe traiçoeiro.

A nossa cultura política positiva aprova os pactos entre adversários nos momentos críticos, como ocorreu na tentativa de se formar, com Juscelino, Lacerda, Jango e Brizola, frente única contra a ditadura. Os pactuantes eram grandes líderes políticos, cada um deles com suas razões e ideias, e o objetivo comum de combater o governo militar. Nos meses finais do governo Figueiredo, outro pacto se armou em torno de Tancredo, sob o mesmo interesse de reconstrução da ordem constitucional. Nas articulações de 1983 e 1984, a necessidade comum buscou o líder natural, que era o governador de Minas. Hoje, a situação é outra. Lula se encontra no poder e no auge de sua popularidade.

Ocorre que a mediocridade da oposição obriga o presidente a descer de seu nível, a fim de assegurar a governabilidade do país na véspera de dificuldades que podemos pressentir. Ainda que o Congresso se encontre desmoralizado, o presidente necessita de maioria parlamentar a fim de executar os seus projetos de governo. A situação é ainda mais grave, diante da deliberada intenção de desestabilizar o país, mediante a CPI da Petrobras.

De acordo com observadores bem informados, conviria a Lula deixar, no momento, sua preocupação com o processo eleitoral, e concentrar seus esforços na administração da crise ética. Ele já manifestou sua vontade de que se reúna assembleia nacional constituinte, destinada a realizar a ampla reforma política que a nação reclama, a fim de dar legitimidade ao Estado. Quando se fala em reforma política, espera-se que ela elimine a nefasta influência do poder econômico, que financia as campanhas eleitorais, subsidia os partidos nos intervalos dos pleitos, em troca de grandes negócios com o Estado. O sistema financeiro é o grande beneficiário da situação atual.

O perigo aumenta

A decisão dos Estados Unidos, da Alemanha e da França, de vacinar maciçamente seus cidadãos, demonstra que a gripe suína começa a tomar dimensões de catástrofe. Não obstante os comunicados do Ministério da Saúde, que buscam tranquilizar a população, a situação exige medidas mais drásticas e imediatas, entre elas as da compra de vacinas e medicamentos.

Há quem aconselhe criar já pequeno e ágil grupo de trabalho, interdisciplinar, com especialistas em saúde e organização estratégica, a fim de, sob a chefia do ministro da Saúde, coordenar os esforços para reduzir os efeitos da pandemia entre nós. As Forças Armadas podem dar sua contribuição.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Justiça Pindorâmica - As duas FACES da lei

Lí no Blog Acerto de Contas e não poderia deixar de reproduzir e repercutir aqui nesse humilde espaço, mais uma belezura diretamente do país das maravilhas:

Esse país é realmente um espetáculo. Romário deixou de pagar pensão alimentícia para sua ex-mulher, Monica Santoro, e só vai sair da cadeia na hora que pagar.

Enquanto isso, Daniel Dantas continua sua cruzada para desmoralizar a Satiagraha, auxiliado por mãos invisíveis no judiciário brasileiro. Não chegou a deitar a cabeça no travesseiro da cadeia onde merecia estar.

O advogado de Romário disse que a pensão foi paga à ex-mulher, e que bastaria o recibo para comprovar. O delegado quer um alvará de soltura.

Ao que parece teria uma divergência nos valores. Como Romário não tem mais renda milionária, é razoável que os valores sejam revistos. Mas isso não vale para a Justiça brasileira.

O procedimento da Justiça de Pindorama é esse. No caso de Dantas, primeiro se discute (por anos), e quem sabe prende. No caso de Romário e outros que brigam pelo valor da pensão, primeiro se prende, e depois (muito depois) se discute.Lembro do caso de um pagodeiro, que ficou famoso com uma banda, e teve um filho com uma ex-capa de Playboy. Como ganhava muito, a Justiça estipulou em R$ 24 mil mensais a pensão. A banda acabou, e ele tentou carreira solo, sem sucesso. Não conseguiu pagar a pensão e foi preso.

A Justiça aceitou rever a pensão, mas ele ficou por quase 6 meses preso até que fosse revisto o valor, e acertasse o que era possível.

Romário dormiu no chão da delegacia. Para ele e outros milhares de brasileiros, a determinação do Supremo "Gilmar Mendes", de que a pessoa só vai presa depois de julgado em última instância não vale.

Ninguém está falando que Romário está certo. Mas é bom comparar os dois procedimentos da justiça.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Lí no Blog de Um Sem Mídia o artigo abaixo falando sobre a velha mídia e seus interesses excusos.

Terrorista de Israel e o Silêncio da Mídia
Altamiro Borges

Nos meses de abril e maio passado, a mídia hegemônica fez um baita escândalo contra a visita ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que estava agendada há meses para assinar vários acordos comerciais de interesse dos dois países. A TV Globo chegou a dar destaque a um reduzido protesto da comunidade israelense no Rio Janeiro. Alegando compromissos eleitorais, o governo iraniano cancelou a viagem na última hora, o que foi comemorado como “uma vitória dos direitos humanos” pela mídia colonizada, ventríloqua dos interesses imperiais dos EUA. [...]

Logo na seqüência, em junho, a mesma “grande imprensa” fez o maior escarcéu com o resultado das eleições no Irã, que garantiram 64% dos votos para Ahmadinejad. Ela amplificou a mentira de que a eleição fora fraudada. Nem o alerta de um diretor da “informada” CIA, confirmando a legitimidade do pleito, serviu para acalmar os ânimos colonizados dos barões da mídia. Eles não disfarçaram o temor com a rebeldia crescente do Irã, que coloca em risco os “valores ocidentais” e desafia o decadente imperialismo. Nos mesmos dias, o assassinato de dezenas de indígenas no Peru, um país vizinho, foi ofuscado pelas manchetes contra a “fraude” no Irã. Haja engodo!

Rechaçar a visita do ministro-terrorista

Agora, esta mesma mídia manipuladora silencia sobre a visita ao Brasil, em julho, de um dos maiores carniceiros da Israel, o ministro de Relações Exteriores Avigdor Lieberman. Neste caso, não há dúvidas ou suspeitas: Lieberman é um racista assumido, que prega descaradamente ações terroristas. O jornal Água Verde, publicado no Paraná, preparou um dossiê sobre esse asqueroso personagem que, evidentemente, não será reproduzido pela chamada “grande imprensa”. Vale à pena conhecer sua história, até para organizar, desde já, protestos contra a sua indesejada visita.

“Virá ao Brasil no final deste mês de julho o racista e terrorista israelense Avigdor Lieberman, ministro das Relações Exteriores de Israel, com a única tarefa de pressionar o governo brasileiro a romper relações com o Irã, país com o qual o Brasil tem ótimas relações comerciais. Em todo o país estão sendo organizadas manifestações de repúdio à vinda de Lieberman, um judeu sionista (racista) nascido na Moldávia.

Lieberman participou da quadrilha liderada por Ariel Sharon e responde a processos na Justiça por envolvimento com o crime organizado (Máfia Russa), incluindo tráfico de drogas. Ele é fundador do partido de extrema direita Yisrael Beitenu (“Israel é nossa casa”), que apoiou o atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em troca de cargos no governo. Entre as declarações racistas e criminosas do terrorista Lieberman destacamos as seguintes:

“Transformar o Irã num aterro”

- Em 1998, ele defendeu a inundação do Egito através do bombardeio da Represa de Assuã;

- Em 2001, como ministro da Infraestrutura Nacional de Israel, propôs que a Cisjordânia fosse dividida em quatro cantões sem governo palestino central e sem a possibilidade dos palestinos transitarem na região;

- Em 2002 o jornal israelense Yedioth Ahronoth publicou a seguinte declaração de Lieberman: “As 8 da manhã nós vamos bombardear todos os seus centros comerciais, à meia-noite as estações de gás, e às duas horas vamos bombardear seus bancos”.

- Em 2003 o diário israelense Haaretz informou que Lieberman defendeu que os milhares de prisioneiros palestinos detidos em Israel fossem afogados no Mar Morto, oferecendo, cinicamente, ônibus para o transporte;

- Em maio de 2004, ele propôs um plano de transferência de territórios palestinos, anexando os territórios palestinos e expulsando a população nativa;

- Em maio de 2004, afirmou que 90% dos 1,2 milhão de cidadãos palestinos de Israel “tinham de encontrar uma nova entidade árabe para viver”, fora das fronteiras de Israel. “Aqui não é o lugar deles. Eles podem pegar suas trouxas e dar no pé!”

- Em maio de 2006, ele defendeu o assassinato dos membros árabes do Knesset (Parlamento israelense) que haviam se encontrado com os membros do Hamas integrantes da Autoridade Palestina para discutir acordos de paz na região;

- Em dezembro de 2008, defendeu o uso de armas químicas e nucleares contra a Faixa de Gaza, afirmando que seria “perda de tempo usar armas convencionais. Devemos jogar uma bomba atômica em Gaza para reduzir o tempo de conflito, assim como os EUA atacaram em Hiroshima na Segunda Guerra”, afirmou em entrevista em jornal israelense Haaretz;

- Em junho de 2009, discursou no Knesset israelense ameaçando “transformar o Irã num aterro”, através do bombardeio do país com armas nucleares.