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sábado, 30 de outubro de 2010

Eu Prefiro a Verdade dos Maus ante a Hipocrisia dos que se dizem do Bem

Ontem durante o último debate dos presidenciáveis na *globo, uma pergunta foi formulada sobre corrupção. Os dois candidatos responderam sobre esse tema que é infelizmente comum á vida pública. Porém afirmo que a corrupção não se restringe apenas a vida pública. 

Está entranhada no dia a dia da população de uma maneira bem comum, fazendo parte do jeitinho brasileiro e vai desde um "gato" na rede elétrica, passando por "propinas" para facilitar algum documento em órgãos públicos como os "detrans", ou um ponto a mais na tv a cabo. Exemplos não faltam. 

Leva-se a coisa para o âmbito de um mundo onde as cifras nos negócios envolvem milhões e bilhões, soma-se a isso a vaidade humana; o jogo de poder e entende-se o quanto seus personagens estarão seduzidos, simplesmente pela ganância e ambição pessoal doentia.

Voltando ao debate, ví um Serra hipocrita respondendo aquilo que é lindo na pregação, mas que passa kilometros de distância de sua convicção e prática pessoal. Serra diz uma coisa e faz outra. Ele é corrupto e conivente com a corrupção. Tem o desplante de afirmar que o exemplo deve ser dado por quem está no comando. Ah tá, entendido cara pálida. Isso responde o mar de lama que há em SP. O exemplo vem de cima.

Dilma foi bem mais realista. Disse que a corrupção existe sim e que o mais importante é investigar, julgar e punir. Criar cada vez mais instrumentos capazes de reprimir a prática lesiva ao povo e ao país de maneira geral. Afirmou que o Governo atua com rigor absoluto nessa questão independentemente de quem seja atingido. E vimos o quanto pesos pesados viram-se envoltos nas investigações da Polícia Federal nos últimos 8 anos.

A hipocrisia e a desfaçatez são a maior arma de ladrões e assassinos que empesteiam os presídios pelo mundo. Muitos não estão nos presídios. Vestem terno e gravata e comandam máfias disfarçadas de govenos.
 

 
*globo é uma rede de televisão brasileira golpista e corrupta que não é mais sintonizada na minha casa!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ao leitor que reclama que eu sou parcial…

Hildegard Angel

Leitor reclama de minha parcialidade política, segundo ele sempre reservando as críticas do blog para José Serra. Entretanto, leitor, acho mais honesto isso do que se fingir de imparcial e escrever como parcial, manipulando a boa fé dos leitores. E nós sabemos como é fácil fazer isso, quando se é jornalista e não se tem grandes preocupações éticas...

Quem me acompanha sabe que sou voto declarado em Dilma, desde o princípio da campanha, não apenas agora, no segundo turno. Sou voto declarado, donde minha opinião é comprometida com a posição já assumida. E sou falante, gosto de me colocar. Mas respeito quem pensa diferente, e são muitos os meus amigos queridos que pensam diferente de mim na política. Porém, não desqualifico nem ofendo, como fazem alguns. Pra variar, vou me colocar hoje de novo a respeito dessa campanha do candidato tucano...


A gente ouve o horário eleitoral do Serra e tem vontade de vomitar. Ele diz que lutou pela esquerda e, ao mesmo tempo, tenta criminalizar Dilma por ter lutado à esquerda. Diz que criou o que os outros criaram (genéricos, lei pescadores etc.) e copia na maior desfaçatez a invenção alheia. Hoje, no rádio, como grande novidade, fala que seu programa de casas populares vai dar título de propriedade em nome das mulheres. O que o Minha Casa Minha Gente, do governo, faz desde o princípio...

Usa sistematicamente a tática do medo. Aproveita-se do fato de a grande imprensa estar fechada com ele (isto é, não repercute denúncias graves que envolvem seus parentes, gravíssimas – sigilos bancários, Banestado etc.) e procura responsabilizar Dilma por fatos não esclarecidos que nada têm a ver com ela...

É deselegante, mostra seu caráter com uma campanha que todo o tempo desqualifica uma mulher que o tratou com elegância desde o início. E, no momento em que finalmente Dilma, que é humana, reage com severidade, a imprensa-amiga-irmã-camarada de Serra diz que ela foi “agressiva”. Uma vergonha completa...

Serra é o Carlos Lacerda do Terceiro Milênio. O Corvo 2. Com a diferença que Lacerda mostrou competência como governador e Serra tirou nota 3,75 do Diap (baixíssima), como deputado constituinte, e foi um ministro da Saúde medíocre (dengue, sanguessugas etc.). Nós, aqui no Rio de Janeiro, bem vimos o estado calamitoso em que esteve a rede hospitalar pública à sua época. Os médicos e enfermeiros com memória e caráter sabem...

Serra, em vez de programa de governo, apresenta promessas, promessa vazias, muitas inviáveis, joga com a desinformação do eleitor, manipula, confunde ficção e verdade. Ele, por exemplo, denuncia que Dilma deu às empresas privadas e estrangeiros poços de petróleo, omitindo que foi o seu governo que mudou as regras nacionalistas anteriores, abrindo concessões para privadas e estrangeiros. Serra parece acreditar que o eleitor é um despreparado, mas nem todos, Serra, nem todos... 

Hildegard Angel é uma das mais respeitadas jornalistas do Rio de Janeiro. Durante mais de 30 anos foi colunista no jornal O Globo, quer cobrindo a sociedade (com seu nome e também com o pseudônimo Perla Sigaud), quer cobrindo comportamento, artes e TV, tendo assinado por mais de uma década a primeira coluna de TV daquele jornal. Nos últimos anos, manteve uma coluna diária no Jornal do Brasil, onde também criou e editou um caderno semanal à sua imagem e semelhança, o Caderno H. Com passagem pelas publicações das grandes editoras brasileiras - Bloch, Três, Abril, Carta, Rio Gráfica - e colaborações também em veículos internacionais, Hildegard talvez seja a colunista social com maior trânsito no país.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Eduardo Guimarães: Três dias de fúria midiática – caindo a ficha


Faltando 3 dias para o Brasil ir às urnas dizer o que decidiu depois de meses a fio de troca de acusações, de denúncias de corrupção, de boataria difamatória, de julgamentos morais sumários, de imposição de dogmas religiosos a não convertidos, vai surgindo uma sensação de que a fúria midiática pode estar se perguntando se vale mesmo a pena disparar a última bala de prata contra Dilma Rousseff.

Como se viu durante a campanha, as denúncias tardam dias a fio para surtir efeito apreciável nas pesquisas e, assim mesmo, têm efeito limitado, ainda que seja possível potencializá-lo porque é preciso convencer parte mais modesta do eleitorado. Todavia, a parte desse eleitorado que poderia desequilibrar o jogo por estar sujeita a mudar de opinião é também a parte que menos se informa, o que lhe explica a hesitação a esta altura do campeonato.

O quadro em que uma bala de prata – uma denúncia de última hora que não possa ser respondida a tempo pelo acusado – poderia inverter o rumo dos quase vinte milhões de votos de vantagem que as pesquisas dão a Dilma na situação que lhe é mais favorável teria que ser o quadro de uma disputa apertada, o que ao menos as pesquisas  negam que esteja acontecendo.
Além desse fato, um outro, recente, mostra que a maioria absoluta dos brasileiros não está dando crédito não só a Serra, mas à mídia que tanto trabalhou por ele durante a campanha eleitoral deste ano.

Note-se que o tucano perdeu terreno considerável nas pesquisas justamente após o factóide da bolinha de papel atirada na própria careca em comício no Rio de Janeiro e de uma sua encenação que se tornou presumível com as imagens do SBT e da Record, as únicas emissoras que foram capazes de veicular imagens taxativas quanto ao que atingiu o candidato.

E Serra não perdeu credibilidade sozinho, nesse episódio. A Globo também perdeu ao ter veiculado um vídeo duvidoso que referendaria a versão dele sobre os fatos. As milhões de intenções de voto que se definiram em favor de Dilma em tão pouco tempo insinuam que toda essa gente tampouco acreditou na Globo.

Mas quem não acreditou na Globo, o que ficou pensando dela depois do episódio? Não terá formado a convicção de que a emissora carioca está tentando impor uma escolha eleitoral aos brasileiros? Essa pessoa estará disposta a comprar nova acusação midiática a Dilma sem que exista tempo para avaliar melhor o caso?

Quantos seriam capazes de entender, no caso de a fúria midiática disparar mesmo uma bala de prata, que, se votarem em Serra com base na denúncia e ela não se comprovar, ao fim não haverá como voltar atrás, mas que, se Dilma for eleita e a denúncia for comprovada, sempre se poderá tirá-la do cargo?
Esse é o ponto. O disparo da derradeira bala de prata desta eleição pode sair pela culatra, sobretudo se Dilma vencer. A fúria midiática terá dado em Serra um legítimo abraço de afogado. Juntos lutaram e juntos dividiriam a derrota.

Para a mídia seria desastroso. Pouco se diz que um dos fatores que movem a fúria midiática é o de querer exibir poder de eleger ou de derrubar políticos, de criar crises, enfim, de chantagear a classe política para arrancar dela concessões aos seus interesses particulares de empresários da comunicação e membros da elite branca concentradora de renda.

Pode, portanto, estar caindo a ficha da mídia de que não vale a pena apostar tanto em um “cavalo” manco como Serra, quem, apesar de toda a ajuda da fúria midiática e até da Justiça Eleitoral, tem se mostrado pouco competitivo contra uma tecnocrata que jamais disputara uma eleição na vida.
Pode haver uma surpresa? Pode, claro. As pesquisas não foram tão precisas ao fim do primeiro turno.

Só que a vantagem de Dilma, na pior das hipóteses, é hoje de doze pontos percentuais. Ela teve 47% em 3 de outubro e as pesquisas diziam que teria algo perto de 50%; Serra teve 32% e as pesquisas diziam que teria cerca de 30% – três pontos pra lá, dois pra cá. Ora, para Serra vencer agora o erro teria que ser de no mínimo uns 7 pontos percentuais.
A mídia está fazendo esta reflexão? Há indícios de que está.

Pode ser que matérias inéditas contra Serra como a que a Folha de São Paulo divulgou nesta semana envolvendo o metrô paulistano sejam do mesmo tipo da que o mesmo jornal divulgou no fim do ano passado para poder fazer aquela imundice do “menino do MEP” contra Lula – o jornal, depois de 18 anos, divulgou o filho ilegítimo de FHC com uma jornalista da Globo.

Mas a matéria contra Serra na Folha também pode ser produto desta reflexão que propus. A fúria midiática pode estar tentando, em uma semana, desfazer o vínculo estreito que estabeleceu com ele durante a década que se encerra. Não dá para dizer que seria possível romper laços tão estreitos em tão pouco tempo, mas o Day After não seria tão desastroso.

Enfim, como não cabe à sociedade tal reflexão, mas aos mesmos Marinhos, Frias, Civitas e Mesquitas e seus impérios enfurecidos, só nos resta assistir de camarote à decisão que irão tomar sobre como pretendem amanhecer no dia 1º de novembro próximo – se serão considerados vencedores ou perdedores de acordo com o resultado da eleição ou se amanhecerão do mesmo jeito seja qual for esse resultado.

Kotscho: Agora até o Papa dá palpite na eleição

O Papa foi inconveniente, chegou atrasado na história e entrou de gaiato numa falsa polêmica que até a mídia já tinha esquecido. Deveria se preocupar mais com os casos de pedofilia envolvendo religosos que grassaram nos últimos anos em sua igreja, com a perda de fiéis para as seitas evangélicas e o esvaziamento dos seus templos. Não precisamos dos seus conselhos para saber como deveremos votar no domingo.

Balaio do Kotscho.

Agora até o Papa dá palpite na eleiçãoSó faltava ele! Pois ao abrir a capa (alguns preferem chamar de home page) do portal Estadão.com, a 72 horas das eleições presidenciais, tomo um susto ao ler a manchete: “Papa condena aborto e pede a bispos que orientem politicamente fíéis”.

Diz a nota que “em reunião em Roma na manhã desta quinta-feira, 28, o papa Bento XVI conclamou um grupo de bispos brasileiros a orientar politicamente fiéis católicos. Sem citar especificamente as eleições de domingo, o Papa reforçou a posição da Igreja a respeito do aborto e recomendou a defesa de símbolos religiosos em ambientes públicos”.

Além de condenar o aborto, como se alguém pudesse ser a favor do aborto, embora muitos defendam a sua descriminilização, o papa também cobrou o ensino religoso nas escolas públicas e defendeu a luta pela manutenção dos símbolos religosos, citando o monumento do Cristo Redentor no Rio, como se eles estivessem ameaçados.

O Brasil é um Estado laico e mantem relações diplomáticas com o Estado do Vaticano. Com que direito Sua Santidade vem meter o bedelho em questões internas de um país às vésperas das eleições presidenciais? Já não basta o papel impróprio e deprimente exercido por alguns dos seus bispos que, com esta falsa questão do aborto, transformaram seus altares em palanques contra uma candidatura e a favor de outra, distribuindo panfletos políticos em lugar de homilias?

Depois de ser explorado até a exaustão pelos bispos teefepeanos, telepastores dos dízimos e, principalmente, pela mídia, o assunto já tinha até saído de pauta, tão rapidamente quanto entrou, porque as últimas pesquisas mostraram que ele não estava mais rendendo nenhum resultado nas intenções de voto dos eleitores.

Em artigo publicado terça-feira no Observatório da Imprensa, o analista de mídia Cristiano Aguiar Lopes prova com números de uma pesquisa que “houve um esforço coordenado e eficiente dos principais jornais e revistas do país para insuflar a polêmica sobre o tema com vistas a um fim eleitoral mais que óbvio: roubar votos de Dilma entre eleitores conservadores contrários à descriminalização do aborto”.

Os números são impressionantes: a três dias do primeiro turno, no dia 30 de setembro, as principais publicações do país pesquisadas registraram 149 menções sobre o aborto, chegando a 430 no dia 8 de outubro, na primeira semana do segundo turno que foi dominada pelo tema.

“A primeira escalada ocorre pouco antes do primeiro turno e tem como objetivo conquistar os votos de indecisos e de dilmistas não muito convictos. A segunda, bem mais intensa, busca transferir para Serra os votos de um grande contingente de eleitores conservadores _ sobretudo católicos e evangélicos _ contrários à descriminalização do aborto”, conclui Cristiabno Aguiar Liopes.

A pesquisa prova também que não houve “onda verde” nenhuma que tenha provocado o segundo turno. Foi, na verdade, uma “onda religiosa” nas igrejas e nos subterrâneos da internet que beneficiaram a candidata evangélica Marina Silva e levaram a eleição ao segundo turno, usando a ameaça do aborto como instrumento eleitoral.

O Papa foi inconveniente, chegou atrasado na história e entrou de gaiato numa falsa polêmica que até a mídia já tinha esquecido. Deveria se preocupar mais com os casos de pedofilia envolvendo religosos que grassaram nos últimos anos em sua igreja, com a perda de fiéis para as seitas evangélicas e o esvaziamento dos seus templos. Não precisamos dos seus conselhos para saber como deveremos votar no domingo.

Fonte:Blog Balaio do Kotscho.

Alvaro Bianchi: A militante Dilma e os arquivos

na CartaCapital 

Como não poderia deixar de ser, o passado da candidata Dilma Rousseff tem atraído especial atenção da mídia. Sua participação em organizações clandestinas de resistência à ditadura, particularmente a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), poderia ser um incentivo para uma reavaliação da história recente do Brasil. Mas essa oportunidade está sendo, mais uma vez, perdida, com o aval da própria candidata, que se recusa a dar declarações sobre o tema.

O Supremo Tribunal Militar esconde fontes inestimáveis para essa reavaliação, dentre elas os originais dos processos nos quais Dilma Rousseff é acusada. Infelizmente, o acesso a eles é extremamente difícil, limitado ou simplesmente proibido pelas autoridades. Por sorte, cópias desses processos integram a coleção Brasil Nunca Mais, seu conteúdo é público e pode ser consultado por pesquisadores e interessados no Arquivo Edgard Leuenroth – Centro de Pesquisa e Documentação Social, sediado no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas.

A coleção integra o acervo do Arquivo desde 1984, quando foi doada por Dom Paulo Evaristo Arns, um dos artífices do projeto Brasil Nunca Mais. A pesquisa desses documentos pode esclarecer episódios importantes de nossa história recente, mas pouca coisa acrescentará ao que já se sabe sobre a participação de Dilma Rousseff na resistência à ditadura. Os processos relatam que ela foi presa no dia 16 de janeiro de 1970 na rua Augusta, em São Paulo, em plena luz do dia. Os autos não registram que portasse arma ou tivesse oferecido resistência. Investigações realizadas na casa onde morava também não encontraram armas, somente alguns folhetos e um livreto de Stalin intitulado Estratégia e Tática. Apenas má literatura política.

No inquérito policial de 30 de janeiro de 1970, Dilma Vana Rousseff Linhares era chamada de “Joana D’Arc da subversão”, uma “figura feminina de expressão tristemente notável”. Segundo seus acusadores, Dilma “chefiou greves, assessorou assaltos a bancos”, mas não é dito que greves ou que bancos. Ao contrário, a inquisição continuou de modo vago afirmando: “Não há (como) especificar sua ação, pois tudo o que foi feito no setor teve sua atuação direta”.
Para a infelicidade de alguns, entretanto, não há nada nesses processos que vincule diretamente Dilma Rousseff a ações armadas, como sequestros, expropriações ou atentados contra alvos civis e militares, nem mesmo a greves ou manifestações estudantis. Ao contrário. Mesmo seus inquisidores não conseguiram estabelecer esse vínculo, não restando – senão — acusá-la vagamente de “subversão”.

Após sua prisão, Dilma foi levada para a sede da Operação Bandeirantes (Oban), em São Paulo. No dia 26 de fevereiro foi lavrado o Auto de Qualificação e Interrogatório, no qual consta um longo depoimento assinado pela presa. Nesse depoimento, Dilma afirmou ter chefiado o Setor de Operações da VAR-Palmares e, posteriormente, os setores Operário e Estudantil. Citou, também, uma grande quantidade de militantes, fornecendo detalhes sobre a participação destes em reuniões ou ações da organização. Seu nome, com frequência, aparece associado nesse e em outros depoimentos de militantes à administração do dinheiro proveniente do famoso assalto ao cofre que o ex-governador Adhemar de Barros possuía na casa de sua amante Anna Capriglioni.

Mas a veracidade desse relato precisa mesmo assim ser contestada. Em uma apelação judicial, a atual candidata à Presidência desmentiu o depoimento prestado, afirmando que ele teria sido obtido “mediante coação física, moral e psicológica”. Em outro Auto de Qualificação e Interrogatório, a acusada repete que “foi torturada física, psíquica e moralmente; que isto se deu durante vinte e dois dias após o dia 16 de janeiro (quando foi presa)”. Por fim, em novo interrogatório, realizado em 21 de outubro de 1970, Dilma Rousseff afirmou não reconhecer nenhuma das testemunhas de acusação, com a exceção de Maurício Lopes Lima, um dos torturadores.

Apesar da evidente farsa judicial, o nexo entre Dilma Rousseff e as ações armadas da VAR-Palmares não foi estabelecido sequer por seus acusadores. Sua militância política era, entretanto, muito mais intensa do que ela afirmou em seus depoimentos, com o propósito de dificultar a acusação a ela e a seus companheiros. O cruzamento das informações contidas nesses processos com outras fontes dá a entender que Dilma, ao contrário do que afirmou no depoimento de outubro de 1970, havia sido ativa na organização chamada Comando de Libertação Nacional (Colina). Mas também nessa organização, ao que parece, não desempenhou ações armadas.

Ao final do processo no Tribunal Militar, Dilma Rousseff foi condenada a quatro anos de prisão e a dez anos sem direitos políticos. Sobreviveu à ditadura. Diferente foi o caso de muitos de seus companheiros de resistência que sucumbiram na luta, como Eduardo Collen Leite, o Bacuri, executado em dezembro de 1970, no sítio do delegado Sérgio Paranhos Fleury; Iara Iavelberg, morta, segundo depoimentos, após ser torturada no Dops da Bahia, em 1971; e Carlos Lamarca, executado em 1971 no interior da Bahia.

Tortura, assassinato, desaparecimento, sequestro e exílio são palavras aterrorizantes. Para escrever a história deste País é preciso fazer uso delas. Relembrar esses episódios é difícil e angustiante, mas não é possível deixar esse passado definitivamente para trás sem torná-lo uma ameaça presente. Cabe à memória recordar a barbárie para que ela não tenha lugar. Suprimir a memória para não perder votos não é boa coisa. Falsificá-la para ganhá-los também não.

*Alvaro Bianchi é diretor do Arquivo Edgard Leuenroth e professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)


FONTE: Viomundo

Brizola Neto: O golpismo valerá a pena?

São cada vez mais fortes os indícios que que a Folha de S.Paulo prepara  para sexta-feira uma edição destinada a disparar a “última bala” contra a candidatura Dilma Rousseff.

A insistência em obter os autos do processo contra ela, dos tempos de ditadura, no Supremo Tribunal Federal e, depois, no STF, visa, essencialmente, dar cobertura a uma matéria que já está escrita.
Até porque grande parte deste processo está copiada nos arquivos da Universidade de Campinas e são de acesso público. Fazem parte da coleção “Brasil, nunca mais”, do Arquivo Edgard Leuenroth, daquela Universidade.

Neles, segundo o próprio diretor do Arquivo, Alvaro Bianchi, “, não há nada nesses processos que vincule diretamente Dilma Rousseff a ações armadas, como sequestros, expropriações ou atentados contra alvos civis e militares, nem mesmo a greves ou manifestações estudantis. Ao contrário. Mesmo seus inquisidores não conseguiram estabelecer esse vínculo, não restando –senão- acusá-la vagamente de ‘subversão’ ”.

O professor Bianchi é insuspeito, pois é a favor da liberação indiscriminada dos arquivos do STM. Mas também é contra sua manipulação:
- Suprimir a memória para não perder votos não é boa coisa. Falsificá-la para ganhá-los também não, escreveu ele, num artigo publicado na Carta Capital, onde descreve o conteúdo da documentação relativa a Dilma.

O professor pode ter suas razões. Nem mesmo concordo com elas, pois a revelação daquilo que foi dito – ou que se alegou terem dito – em sessões de torturas abomináveis viola de tal forma o direito das pessoas que só elas, individualmente, podem julgar se querem tornar público, como protesto, ou se aquilo fere a si ou a terceiros.
Afinal, se esta mesma imprensa acha abominável a quebra de sigilo fiscal, revelando aquilo que pessoas disseram à Receita Federal, como pode achar normal ter o direito de revelar detalhes do que foi obtido usando de vilências bárbaras? Ou o crime cometido da delegacia fiscal de Mauá é mais grave do que aquele que se cometeu nas câmaras de tortura do regime ditatorial?

A discussão, porém, não se dá nem neste plano das ideias. Não há um pingo de “direito à informação” ou liberdade jornalística neste episódio.

O material – tentando envolvê-la em casos de sangue, não posso afirmar se direta ou indiretamente-  está pronto para ser publicado de forma a não ser respondido. Sexta-feira, calam-se os horários eleitorais. No final de semana das eleições, não há possibilidade razoável de contestação. Impera o silêncio, e falarão sozinhos o Jornal Nacional, a Veja, O Globo…

Não será a ética ou o amor pela verdade que os impelirá, nem também o que lhes impelirá.
A única dúvida que lhes resta é se isso adiantará para derrotar Dilma e eleger Serra.

O país velho e conservador que emerge da campanha

Uma eleição para não ser esquecida | Valor Online

Maria Inês Nassif |

O novo presidente será conhecido já no domingo, tão logo contabilizados os votos das urnas eletrônicas. O novo Brasil político, no entanto, descortinou-se durante a campanha, é velho e conservador e merecerá certamente a atenção de especialistas depois do pleito. Os partidos, em especial os de oposição, conseguiram extrair da sociedade os seus mais primitivos preconceitos, por meio de uma agenda conservadora e religiosa. Qualquer que seja o resultado da eleição - e até esse momento não existem divergências entre as pesquisas dos institutos sobre o favoritismo da candidata Dilma Rousseff (PT) - o eleito terá de lidar com uma agenda de políticas públicas da qual foram eliminadas importantes conquistas para a sociedade como um todo, e na qual o elemento religioso passou a ser um limitador da ação do Estado.

A ação da igreja conservadora e de setores do pentecostalismo contra Dilma, por conta de sua posição sobre o aborto, é o exemplo mais gritante. No Brasil, a cada dois dias morre uma mulher em conseqüência de um aborto clandestino. A legislação brasileira ao menos conseguiu trazer mulheres que correm risco de vida em decorrência de um aborto que já foi malfeito para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) e garante que a rede pública faça com segurança os abortos aceitos legalmente - os de vítimas de estupro ou quando a gravidez coloca em risco a vida da mulher. Como assunto de saúde pública, o aborto não poderia ter ocupado o centro dos debates. Isso é uma questão de Estado. Como convicção moral, a mudança na legislação está na órbita do Congresso - e esses setores elegeram seus representantes. O debate eleitoral sobre o aborto, numa eleição para a Presidência, foi a instrumentalização política de um dogma - pelo menos dos setores religiosos conservadores - e excluiu do debate a maior interessada, a mulher. A eleição conseguiu retroceder décadas esse debate. O movimento feminista não agradece.

Campanha trouxe à tona preconceitos que pareciam abolidos

O país que se redemocratizou há um quarto de século e há 22 anos conseguiu entender-se em torno de uma Constituinte cujo produto final foi avançado politicamente, manteve uma reverência envergonhada aos atores políticos mais importantes do regime anterior - dos militares à Igreja conservadora - e um medo subjetivo de se contrapor de fato ao passado. Sem lidar com os seus fantasmas, tem reincorporado vários deles à vida política. É inadmissível que num país que viveu 21 anos sob o tacão militar, por exemplo, setores da sociedade (e os próprios militares) tenham reagido de forma tão desproporcional ao III Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), ou rejeitem de forma tão violenta o acerto com esse passado. Ao longo dos anos de democracia, determinados setores sociais passaram a reincorporar valores que pareciam ter sido abolidos do manual de como fazer política. Ao longo desses 25 anos que nos separam do último ditador militar, a direita, que se envergonhara no final da ditadura, lentamente desenterrou os velhos fantasmas e refez os preconceitos. Aliás, não apenas a velha direita. Uma nova direita, que se formou com atores que vinham também da resistência democrática, aceitou o caminho do conservadorismo ideológico para reaglutinar uma elite que ficou sem norte, e para a qual a emergência de grandes parcelas da população que estavam na base da estrutura social à classe média assusta - até porque a elite brasileira não tem historicamente experiência com realidades onde a disparidade de renda é menor e onde o aumento da escolaridade transforma pobres em cidadãos, e não em votos a serem manipulados.

Dentre todos os setores que atravessaram da esquerda para a direita nessas últimas duas décadas, o PSDB foi o que perdeu mais. Formado com um ideário social-democrático, mas sem experiência de articulação de política partidária e sem vocação para liderança de massas, chegou ao poder junto com o neoliberalismo tardio brasileiro, assimilou valores conservadores, incorporou-os ao seu tecido orgânico e sobreviveu, enquanto mantinha o governo federal, com a ajuda da política tradicional (e conservadora). Na oposição, não conseguiu voltar ao leito social-democrata. Deixou-se empurrar para a direita pelo PT, quando o presidente Luis Inácio Lula da Silva assumiu o seu primeiro mandato, e se aproximou tanto do PFL que as divergências entre ambos se diluíram ao longo do tempo, ao ponto de canibalizarem votos uns dos outros. Incorporou o discurso neoudenista, transformou-se num partido de vida meramente parlamentar, não reorganizou o partido para formar militância. O PSDB, hoje, é um partido que aparece como tal para apenas disputar eleições.

Isso é péssimo. O primeiro turno já compôs o Legislativo federal. O PT saiu das eleições mais forte. O PMDB, que é o partido que todos falam mal, mas do qual nenhum governo consegue se livrar, continua forte com a sua fórmula de funcionar como uma federação de partidos regionais e tende a incorporar o DEM, ex-PFL, e ficará mais forte ainda. Os demais, inclusive o PSDB, serão partidos médios - com a diferença que o PSB, por exemplo, é um partido médio em crescimento, e o PSDB terá que se reinventar para voltar a crescer, se não voltar a ser governo. O PT se acomodou no espaço da social democracia e o PMDB permanece no centro, se é possível atribuir a esse partido uma posição ideológica que não seja a da fisiologia. O espaço que o PSDB tem para se reinventar fora da direita é mínimo. O DEM e o PSDB deram muito trabalho ao presidente Lula, em oito anos de governo, mas carregaram no jogo neoudenista e se desgastaram demais. Além disso, a hegemonia paulista no PSDB permanece, o que obstrui caminhos de líderes não paulistas que poderiam reduzir o desgaste neste momento, como Aécio Neves (MG).

Não é arriscado apostar na emergência de um novo partido de oposição. O PSDB precisaria de lideranças muito hábeis para se reinventar, e de uma solidariedade e organicidade que nunca cultivou. E precisaria enterrar de vez os preconceitos e preceitos conservadores que têm desenterrado a cada nova eleição. Enfim, empurrar-se de novo para uma posição de centro. O passado do partido, todavia, não recomenda que se trabalhe com essa hipótese.

Maria Inês Nassif é repórter especial de Política. Escreve às quintas-feiras

FONTE: Jornal Valor Economico - Lido no Blog Nassif Online

O mil caras empunhando a máscara de fiel cristão

Do Luis Nassif Online:

Pastor Serra e o culto da verdade


Por jorgegibson
Prezado Nassif, peço para você publicar este vídeo, é ESTARRECEDOR!! Preste atenção na totalidade dele, nas aberrações que o Serra fala a respeito da Dilma.Serra participa da 50ª Convenção Anual das Igrejas Assembleias de Deus do Paraná
abraços

Jorge Gibson

Eduardo Guimarães: 27 de outubro de 1945



Publicado, originalmente, em 27 de outubro de 2010 às 01h27m

Há exatos 65 anos, em 27 de outubro de 1945, no interior de Pernambuco nascia um homem que mudaria a história de um país que chegou destroçado aos primórdios do século XXI. Luiz Inácio da Silva, que mais tarde teria o hipocorístico “Lula” acrescido ao nome, chega à data de hoje nas asas de uma trajetória de vida na qual poucos acreditariam se o nosso presidente não tivesse se tornado o brasileiro mais famoso da história, ao lado de Pelé.

Este blogueiro não hesita em confessar a sua admiração por esse homem. E nem tanto por sua impressionante trajetória, mas por um feito que ele logrou perpetuar na história e que muitos outros poderiam ter logrado, bastando que, como fez o filho mais ilustre de Garunhuns (ou de Caetés), tivessem simplesmente governado para todos.

O feito de sair da tragédia social em que foi gerado para se tornar presidente da República é emocionante, é impressionante, mas nem se compara ao desprendimento de Lula de ter sofrido tudo o que sofreu nas mãos da alucinada elite brasileira quando teria sido tão mais fácil governar para poucos e sair do poder exaltado pela mídia como aconteceu – e continua acontecendo – com Fernando Henrique Cardoso.

Por essa abnegação, nutro por Lula um respeito e um carinho que lamentavelmente jamais pude expressar ao próprio e que certamente jamais poderei, pois há muitos em seu entorno mais merecedores de tal honraria, além de a fila dos candidatos comuns como eu mesmo a tal outorga ser tão extensa que, para concedê-la a todos, nosso presidente teria que viver várias vidas.

Hoje é o aniversário de Lula, do ser humano vivo que mais admiro. Quero tanto presenteá-lo, mas não saberia o que dar a um homem para quem a vida deu tudo depois de privá-lo de tanto em seus primeiros anos. Então decidi escrever um texto que ele jamais lerá, mas que ficará imortalizado na internet para que um dia, num futuro distante, os estudiosos de nossa época saibam o quanto aquele lendário líder político foi amado por seu povo.

Parabéns, presidente Lula. Muitas felicidades e muitos anos de vida a V. Excia. São os votos de Eduardo Guimarães e família.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Corrupção no Metrô de SP - Qual a Novidade? A Mídia Informou!

Cada dia que passa, cai mais uma máscara do #serramilcaras. Irregularidades no Metrô confirma porque ele nessa camapanha fala tanto em construir metro pelo Brasil afora caso fosse eleito (toc toc toc - bate na madeira). A mão grande em obras públicas são uma especialidade do "jestor competente".

Quando Dilma afirma com todas as letras que a diferença entre os dois Governos é que o Federal apura e o Estadual de SP encobre, com uma de suas mil caras o ex-governador paulista acusa a candidata de ser mentirosa. Inclusive esta falta de educação, falta de gentileza para com as mulheres é uma outra característica do candidato que me deixa com uma pulga atrás da orelha. Ele trata muito mal as mulheres. Inclusive nem mesmo a sua mulher teve ele peito de defender em rede nacional.

Abaixo reportagem do Terra:

Dilma cobra investigação de licitação do metrô de São Paulo


Claudia Andrade
Direto de Brasília
A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, cobrou nesta quarta-feira (27) apuração da denúncia de irregularidade no processo licitatório para a expansão da linha 5 lilás do metrô paulista. 

"Para se apurar as responsabilidades seria importante que, pelo menos dessa vez, eles abram sindicância, inquérito e vão apurar. Não é possível achar que as coisas são perfeitas e vender isso pra população. Não são. Um Estado e um governo se medem pela capacidade que têm, não é garantir que não haja nada, mas em havendo, tomar providência, impedir que ocorra, investigar, saber quem é o responsável e não buscar soluções fáceis", disse. 

A candidata disse "lamentar" a suspeita de irregularidade. "Processos licitatórios não podem ser viciados porque, com isso, você está prejudicando a população. Um processo viciado é geralmente muito mais caro pra população. Consideramos essencial que haja um controle maior dos processos licitatórios". 

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o jornal soube seis meses antes da divulgação o resultado da licitação, aberta em 2008, quando o presidenciável tucano José Serra governava São Paulo. O resultado foi divulgado na última quinta-feira (21), mas o jornal diz ter registrado o nome dos ganhadores no final de abril deste ano.

Tucanos em SP por 16 Anos: Competência? Não, Corrupção!!

Ainda não sei bem o que está acontecendo com o PIG, evidentemente aliado e de rabo preso com o candidato adversário e que representa a oposição ao Governo Lula, José Tomografia Serra.

Até os pombos que infestam a Praça da Sé em São Paulo sabem que em 16 anos de Governo Tucano no controle da locomotiva da Nação, não tem como negar que há uma vasta rede de corrupção espalhada e enraizada por todos os campos de atuação da administração pública.

Nem o mais inocente habitante desta metrópole pode acreditar que eles, os tucanos de bico grande, são o supra-sumo da gestão administrativa coroados e banhados nas águas cristalinas da ética e honestidade.

Quem olha São Paulo, cidade e estado, não pode ser medíocre o suficiente para admitir que a roubalheira aqui não corre solta ao ponto de fazer Adhemar de Barros e Paulo Salim Maluf tornarem-se aprendizes de trombadinhas. Está claro como a luz do sol que a máfia corrupta instalada no poder paulista é de uma sede voráz e detentora de capacidade de destruição sem precedentes, tamanha insaciabilidade que eles comportam.

Ande por aí e perceba na sua cara á luz do dia, a vergonha explícita em forma de riqueza e explendor. Até aqui foram muito bem amparados pela mídia golpista em troca de muitos milhões de reais. Mas o tempo passa e o que está encoberto um dia aparece aos olhos do povo. Só não vê quem não quer!

Abaixo post do Conversa Afiada:

Metrô: turma do Serra teve
US$ 10 mi bloqueados na Suiça


    Essa é sua turma "Ficha Limpa", Serra ?

    Extraído do blog Os Amigos do Presidente Lula:

    Irmão do presidente do Metrô, na gestão Serra, teve US$ 10 milhões bloqueados na Suíça

    O escândalo de corrupção na licitação do Metrô de São Paulo, de certa forma, era anunciado, para quem acompanha a escalada de abafamento e impunidade da corrupção tucana em São Paulo.

    Em 2009, o ex-secretário estadual de transportes metropolitanos, Jorge Fagali Neto, teve uma conta na Suíça com pedido de bloqueio pela Justiça de São Paulo, devido ao rastreamento do dinheiro de propinas da Alstom, por contratos com o Metrô.

    Até o Jornal Nacional, da TV Globo foi obrigado a noticiar o sequestro das contas, mas escondeu que o irmão do titular das contas é o atual presidente do Metrô, desde a gestão José Serra no governo paulista.


    Mesmo assim, com esse pedido de sequestro dessa conta milionária na Suíça, o então governador José Serra manteve José Jorge Fagali na presidência do Metrô, o irmão de Jorge Fagali Neto.

    Por que José Serra abafou a corrupção no Metrô, no escândalo da Alstom?

    Por que impediu que CPI’s na Assembléia Legislativa investigasse?

    Por que não fez uma rigorosa auditoria no Metrô?

    Um irmão de alguém com 10 milhões de dólares bloqueados na Suíça, vindos de propinas justamente dos contratos com o Metrô, não deveria ser considerado impedido eticamente, para dirigir a empresa? E sem condições para mandar investigar internamente um escândalo destes contra seu próprio irmão?

    Que rabo preso tem José Serra com estes escândalos, para não apurar e não afastar as pessoas? São perguntas inquietantes que a nação brasileira quer saber.

    FONTE: Conversa Afiada

    Eleições: Quando o Bandido agora é Santo

    Estava hoje ouvindo rádio quando entrou no ar um direito de resposta do Serra á candidata Dilma autorizada pelo TSE. O mentiroso vem a público na maior cara lavada afirmar que é o pai da honestidade e que sua oponente está fazendo uma campanha baseada na mentira e no baixo nível.

    Está tudo invertido nessas eleições. A banana está comendo o macaco. A hipocrisia está vencendo a verdade. 
    Não sei se responder por pelo menos 17 processos na Justiça, pode atestar que alguém seja honesto, mesmo que não haja julgamento de culpa. Mas o simples fato de estar na justiça já é algo relevante.

    São por essas e outras que as pessoas odeiam política e acabam por afastarem-se desse submundo obscuro, mas o duro é que essas pessoas com seus títulos de eleitores e amestrados pela mídia golpista, ainda votam em medíocres desse tipo. 

    O sentimento de ódio e mentiras contra qualquer coisa do Lula, Dilma e PT está tão profundamente enraizado que uma boa parcela da sociedade vai ao pleito de domingo apertar o botão que não seja o 13, independentemente do que venha a ser o seu futuro.

    Abaixo Artigo do Miro

    Dossiê Serra: saúde terceirizada (1)

    Por Altamiro Borges

    Na propaganda eleitoral de rádio e TV, nos debates e nas suas andanças pelo país, o demotucano José Serra mostra São Paulo como se fosse o “paraíso na terra”, um modelo de gestão eficiente e vitorioso. Tudo funciona em perfeita harmonia – educação, saúde, transporte, segurança pública, habitação. Um desavisado seria induzido a pegar um avião da Europa direto para Congonhas ou Cumbica para curtir o “primeiro mundo”. Sorte que lá não passa a falsa propaganda do Serra.

    Para os paulistas que vivem do trabalho – e não do rentismo e das migalhas jogadas à parcela da classe média que come mortadela e arrota caviar – esse cenário paradisíaco não existe. É obra de marqueteiro, que exibe o invólucro bonito e esconde o conteúdo podre. Tanto que já no primeiro turno da eleição, Dilma Rousseff obteve vitória nos bairros da capital e cidades mais carentes do interior. Serra, blindado pela mídia e com forte aparato, só venceu com folga nas áreas ricas.

    O caos nos hospitais

    Nesta série de artigos na reta final da eleição a idéia é mostrar os estragos causados pelas gestões tucanas em São Paulo. O PSDB detém a hegemonia no estado há 16 anos – por razões que serão apontadas no final da série. Com a eleição de Alckmin para governador, o partido completará 20 anos de domínio total do estado – logo ele que fala tanto em alternância no poder para fustigar o presidente Lula. Este pequeno dossiê visa denunciar o que a mídia demotucana oculta e ofusca.

    Os efeitos mais graves do “modelo tucano de governar” se manifestam nas áreas sociais. Apesar de José Serra se jactar tanto dos seus feitos na saúde, o quadro em São Paulo é dramático. É só ir a um hospital público ou centro de saúde para esbarrar em pessoas, crianças e idosos, espalhadas em macas pelos corredores, gemendo pelos cantos, aguardando horas em filas quilométricas. Os médicos e enfermeiros, com seus péssimos salários, angustiam-se sem poder atender a demanda.

    Corte nos investimentos

    As carências na área decorrem da política de “ajuste fiscal” dos tucanos, com os seus constantes cortes de verbas. Pelo firmado no Sistema Único de Saúde (SUS), uma conquista da sociedade – consagrada na Constituição de 1988 e que passou a vigorar somente em 2000 –, os estados devem aportar, no mínimo, 12% das suas receitas líquidas neste setor vital. São Paulo, apesar de ser o estado mais rico da federação, não tem cumprindo com sua responsabilidade nesta área.

    Para driblar os 12% fixados na Constituição, os governos tucanos baixaram decreto ampliando o conceito sobre investimentos na saúde, incluindo gastos na Agricultura, Gestão Pública e até na Justiça. No orçamento de 2010, os investimentos específicos na saúde foram de apenas 9,6% da receita. Com esta manobra contábil, os recursos são desviados para outros fins, como pagamento de aposentadoria ou no programa Viva Leite. Entre 2001 e 2009, o governo deixou de aplicar R$ 4,1 bilhões na saúde da população. Esse montante seria o suficiente para construir 82 hospitais

    Terceirização criminosa

    Para reduzir ainda mais os investimentos na saúde, os tucanos também inventaram as chamadas Organizações Sociais. Sem licitação pública ou mecanismos rígidos de fiscalização, o que abre brechas para inúmeras maracutaias, estas estranhas “organizações sociais” administram hoje 23 hospitais, todos os laboratórios e mais de uma dezena de ambulatórios especializados. Com o tempo, esta terceirização “disfarçada” da saúde pública deve gerar graves problemas sociais.

    Em 2010, elas receberão R$ 1,96 bilhão (51,2% da verba total do setor), enquanto todo o restante gerido diretamente pelo estado receberá R$ 1,97 bilhão (48,8% da verba pública). Quem garante que os recursos serão usados no atendimento à população, que não serão desviados para engordar os lucros dos novos capitalistas do setor ou para financiar as campanhas tucanas? Enquanto isto, a população sofre com o péssimo atendimento e os servidores têm os seus salários arrochados.

    Piora nos indicadores

    Os indicadores revelam o crescimento das doenças medievais no estado. Em 2001, 2002 e 2006 ocorreram epidemias de dengue e a infecção pelo mosquito foi registrada em 75% das cidades – em 249 municípios. A própria Secretaria de Saúde estima a existência de 580 mil portadores crônicos do vírus da hepatite B e 420 mil de hepatite C. Há também deficiências nos programas de vigilância sanitária, vacinação, combate às endemias e no controle e uso do sangue. Já o número de leitos hospitalares teve queda de 11,5% na sua ocupação entre 2003 e 2006.

    Ao mesmo tempo, cresce o número de doenças decorrentes da falta de saneamento, em especial na região metropolitana. As doenças diarréicas passaram de 403 mil, em 2004, para 617 mil, em 2007. A piora geral nas condições de saúde decorre do baixo investimento neste setor. São Paulo até possui uma extensa rede do SUS de serviços ambulatoriais e hospitalares, com mais de 4 mil unidades básicas, 1.277 unidades de atendimento de especialidades e 680 hospitais. Mas toda ela tem sido sucateada nos últimos anos, o que ocasiona a redução dos atendimentos.

    FONTE: Blog do Miro

    Conversa Afiada: Carta de um brasileiro a um blog limpo (ou serviçal)

    Publicado no Tijolaço, de Brizola Neto:

    Uma carta ao Noblat


    Deus me livre de que o tempo me corroa a humildade e me faça querer ser dono da verdade, destes que não ouvem com o coração e não escrevem com alma.

    E que me permita um dia, quando os cabelos – se restarem – ficarem brancos, escrever como o aposentado Carlos Moura, da mineira Além Paraíba, faz hoje numa carta aberta ao jornalista Ricardo Noblat, respondendo a uma agressão insólita e desnecessária que fez, ontem, em seu blog, a Lula, dizendo que lhe falta, desde que decidiu eleger Dilma, “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.

    A carta de Moura foi publicada no Escrevinhador, de Rodrigo Vianna, e eu a reproduzo aqui:


    Noblat


    Quem é você para decidir pelo Brasil (e pela História) quem é grande ou quem deixa de ser? Quem lhe deu a procuração? O Globo? A Veja? O Estadão? A Folha?


    Apresento-me: sou um brasileiro. Não sou do PT, nunca fui. Isso ajuda, porque do contrário você me desclassificaria,  jogando-me na lata de lixo como uma bolinha de papel. Sou de sua geração. Nossa diferença é que minha educação formal foi pífia, a sua acadêmica. Não pude sequer estudar num dos melhores colégios secundários que o Brasil tinha na época (o Colégio de Cataguases, MG, onde eu morava) porque era só para ricos. Nas cidades pequenas, no início dos sessenta, sequer existiam colégios públicos. Frequentar uma universidade, como a Católica de Pernambuco em que você se formou, nem utopia era, era um delírio.


    Informo só para deixar claro que entre nós existe uma pedra no meio do caminho. Minha origem é tipicamente “brasileira”, da gente cabralina que nasceu falando empedrado. A sua não. Isto não nos torna piores ou melhores do que ninguém, só nos faz diferentes. A mesma diferença que tem Luis Inácio em relação ao patriciado de anel, abotoadura & mestrado. Patronato que tomou conta da loja desde a época imperial.


    O que você e uma vasta geração de serviçais jornalísticos passaram oito anos sem sequer tentar entender é que Lula não pertence à ortodoxia política. Foi o mesmo erro que a esquerda cometeu quando ele apareceu como líder sindical. Vamos dizer que esta equipe furiosa, sustentada por quatro famílias que formam o oligopólio da informação no eixo Rio-S.Paulo – uma delas, a do Globo, controlando também a maior  rede de TV do país – não esteja movida pelo rancor. Coisa natural quando um feudo começa a  dividir com o resto da nação as malas repletas de cédulas alopradas que a União lhe entrega em forma de publicidade. Daí a ira natural, pois aqui em Minas se diz que homem só briga por duas coisas: barra de saia ou barra de ouro.


    O que me espanta é que, movidos pela repulsa, tenham deixado de perceber que o brasileiro não é dançarino de valsa, é passista de samba. O patuá que vocês querem enfiar em Lula é o do negrinho do pastoreio, obrigado a abaixar a cabeça quando ameaçado pelo relho. O sotaque que vocês gostam é o nhém-nhém-nhém grã-fino de FHC, o da simulação, da dissimulação, da bata paramentada por láureas universitárias. Não importa se o conteúdo é grosseiro, inoportuno ou hipócrita  (“esqueçam o que eu escrevi”, “ tenho um pé na senzala” “o resultado foi um trabalho de Deus”). O que vale é a forma, o estilo envernizado.


    As pessoas com quem converso não falam assim – falam como Lula. Elas também xingam quando são injustiçadas. Elas gritam quando não são ouvidas, esperneiam quando querem lhe tapar a boca.  A uma imprensa desacostumada ao direito de resposta e viciada em montar manchetes falsas   e armações ilimitadas (seu jornal chegou ao ponto de, há poucos dias, “manchetar”  a “queda” de Dilma nas pesquisas, quando ela saiu do primeiro turno com 47% e já entrou no segundo com 53 ) ficou impossível falar com candura. Ao operário no poder vocês exigem a “liturgia”  do cargo. Ao togado basta o cinismo.


    Se houve erro nas falas de Lula isto não o faz menor, como você disse, imitando o Aécio. Gritos apaixonados durante uma disputa sórdida não diminuem a importância histórica de um governo que fez a maior revolução social de nossa História.  E ainda querem que, no final de mandato, o presidente aguente calado a campanha eleitoral mais baixa, desqualificada e mesquinha desde que Collor levou a ex-mulher de Lula à TV.


    Sordidez que foi iniciada por um vendaval apócrifo de ultrajes contra Dilma na internet, seguida das subterrâneas ações de Índio da Costa junto a igrejas e da covarde declaração de Monica Serra sobre a “matança de criancinhas”, enfiando o manto de Herodes em Dilma. Esse cambapé de uma candidata a primeira dama – que teve o desplante de viajar ao seu país paramentada de beata de procissão, carregando uma réplica da padroeira só para explorar o drama dos mineiros chilenos no horário eleitoral – passou em branco nos editoriais. Ela é “acadêmica”.


    A esta senhora e ao seu marido você deveria também exigir “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.


    Você não vai “decidir” que Lula ficou menor, não. A História não está sendo mais escrita só por essa súcia  de jornais e televisões à qual você pertence. Há centenas de pessoas que, de graça,  sem soldos de marinhos, mesquitas, frias ou civitas, estão mostrando ao país o outro lado,  a face oculta da lua. Se não houvesse a democracia da internet vocês continuariam ladrando sozinhos nas terras brasileiras, segurando nas rédeas o medo e o silêncio dos carneiros.


    Carlos Torres Moura


    Além Paraíba-MG

    Uma coisa estranha aconteceu na noite passada em Natal

    por Miguel Nicolelis*, especial para o Viomundo

    Desde que cheguei ao Brasil, há duas semanas, eu vinha sentindo uma sensação muito estranha. Como se fora acometido por um ataque contínuo da famosa ilusão, conhecida popularmente como déjà vu, eu passei esses últimos 15 dias tendo a impressão de nunca ter saído de casa, lá na pacata Chapel Hill, Carolina do Norte, Estados Unidos.

    Mas como isso poderia ser verdade? Durante esse tempo todo eu claramente estava ou São Paulo ou em Natal. Todo mundo ao meu redor falava português, não inglês. Todo mundo era gentil. A comida tinha gosto, as pessoas sorriam na rua. No aeroporto, por exemplo, não precisava abrir a mala de mão, tirar computador, tirar sapato, tirar o cinto, ou entrar no scan de corpo todo para provar que eu não era um terrorista.  Ainda assim, com todas essas provas evidentes de que eu estava no Brasil e não nos EUA, até no jogo do Palmeiras, no meio da imortal “porcada”, a sensação era a mesma: eu não saí da América do Norte! Mesmo quando faltou luz na Arena de Barueri durante o jogo, porque nem a 25 km da capital paulista a Eletropaulo consegue garantir o suprimento de energia elétrica para um prélio vital do time do coração do ex-governador do estado (aparentemente ninguém vai muito com a cara dele na Eletropaulo. Nada a ver com o Palmeiras), eu consegui me sentir à vontade.

    Custou-me muito a descobrir o que se sucedia.

    Porém, ontem à noite, durante o debate dos candidatos a Presidência da República na Rede Record, uma verdadeira revelação me veio à mente. De repente, numa epifania, como poucas que tive na vida, tudo ficou muito claro. Tudo evidente. Não havia nada de errado com meus sentidos, nem com a minha mente. Havia, sim, todo um contexto que fez com que o meu cérebro de meia idade revivesse anos de experiências traumatizantes na América do Norte.
    Pois ali na minha frente, na TV, não estava o candidato José Serra, do PSDB, o “partido do salário mais defasado do Brasil”, como gostam de frisar os sofridos professores da rede pública de ensino paulistana, mas sim uma encarnação perfeita, mesmo que caricata, de um verdadeiro George Bush tropical. Para os que estão confusos, eu me explico de imediato. Orientado por um marqueteiro que, se não é americano nato, provavelmente fez um bom estágio na “máquina de moer carne de candidatos” em que se transformou a indústria de marketing político americano, o candidato Serra tem utilizado todos os truques da bíblia Republicana. Como estudante aplicado que ainda não se graduou (fato corriqueiro na sua biografia), ele está pronto para realizar uns “exames difíceis” e ser aceito para uma pós-graduação em aniquilação de caracteres em alguma universidade de Nova Iorque.

    Ao ouvir e ver o candidato, ao longo dessas duas semanas e no debate de ontem à noite, eu pude identificar facilmente todos os truques e estratégias patenteados pelo partido Republicano Americano. Pasmem vocês, nos últimos anos, essa mensagem rasa de ódio, preconceito, racismo, coberta por camadas recentes de fé e devoção cristã, tem sido prontamente empacotada e distribuída para o consumo do pobre povo daquela nação, pela mídia oficial que gravita ao seu redor.

    Para quem, como eu, vive há  22 anos nos EUA, não resta mais nenhuma dúvida. Quem quer que tenha definido a estratégia da campanha do candidato Serra decidiu importar para a disputa presidencial brasileira tanto a estratégia vergonhosa e peçonhenta da “vitória a qualquer custo”, como toda a truculência e assalto à verdade que têm caracterizado as últimas eleições nos Estados Unidos.  Apelando invariavelmente para o que há de mais sórdido na natureza humana, nessa abordagem de marketing político nem os fatos, nem os dados ou as estatísticas, muito menos a verdade ou a realidade importam. O objetivo é simplesmente paralisar o candidato adversário e causar consternação geral no eleitorado, através de um bombardeio incessante de denúncias (verdadeiras ou não, não faz diferença), meias calúnias, ou difamações, mesmo que elas sejam as mais absurdas possíveis.
    Assim, de repente, Obama não era mais americano, mas um agente queniano obcecado em transformar a nação americana numa república islâmica. Como lá, aqui Dilma Rousseff agora é chamada de búlgara, em correntes de emails clandestinos. Como os EUA de Bill Clinton, apesar de o país ter experimentado o maior boom econômico em recente memória, foi vendido ao povo americano como estando em petição de miséria pelo então candidato de primeira viagem George Bush.

    Aqui, o Brasil de Lula, que desfruta do melhor momento de toda a sua história, provavelmente desde o período em que os últimos dinossauros deixaram suas pegadas no que é hoje o município de Sousa, na Paraíba, passa a ser vendido como um país em estado de caos perpétuo, algo alarmante mesmo. Ao distorcer a verdade, os fatos, os números e, num último capítulo de manipulação extremada, a própria percepção da realidade, através do pronto e voluntário reforço  do bombardeio midiático, que simplesmente repete o trololó do candidato (para usar o seu vernáculo favorito), sem crítica, sem análise, sem um pingo de honestidade jornalística, busca-se, como nos EUA de George Bush e do partido Republicano, vender o branco como preto, a comédia como farsa.
    Não interessa que 26 milhões de brasileiros tenham saído da miséria. Nem que pela primeira vez na nossa história tenhamos a chance de remover o substantivo masculino “pobre” dos dicionários da língua portuguesa. Não faz a menor diferença que 15 milhões de novos empregos tenham sido criados nos últimos anos. Ou que, pela primeira vez desde que se tem notícia, o Brasil seja respeitado por toda a comunidade internacional. Para o candidato da oposição esse número insignificante de empregos é, na sua realidade marciana, fruto apenas de uma maior fiscalização que empurrou com a barriga do livro de multas 10 milhões de pessoas para o emprego formal desde o governo do imperador FHC.

    Nada, nem a realidade, é  capaz de impressionar os fariseus e arautos que estão sempre prontos a denegrir o sucesso desse país de mulatos, imigrantes e gente que trabalha e batalha incansavelmente para sobreviver ao preconceito, ao racismo, à indiferença e à arrogância daqueles que foram rejeitados pelas urnas e vencidos por um mero torneiro mecânico que virou pop star da política internacional. Nada vai conseguir remover o gosto amargo desse agora já fato histórico,  que atormenta, como a dor de um membro fantasma, o ego daqueles que nunca acreditaram ser o povo brasileiro capaz de construir uma nação digna, justa e democrática com o seu próprio esforço. Como George Bush ao Norte, o seu clone do hemisfério sul não governa para o povo, nem dele busca a sua inspiração. A sua busca pelo poder serve a outros interesses; o maior deles, justiça seja feita, não é escuso, somente irrelevante, visto tratar-se apenas do arquivo morto da sua vaidade, o maior dos defeitos humanos, já dizia dona Lygia, minha santa avó anarquista. Para esse candidato, basta-lhe poder adicionar no currículo uma linha que dirá: Presidente do Brasil (de tanto a tanto). Vaidade é assim, contenta-se com pouco, desde que esse pouco venha embalado num gigantesco espelho.
    Voltando à estratégia americana de ganhar eleições, numa segunda fase, caso o oponente sobreviva ao primeiro assalto, apela-se para outra arma infalível: a evidente falta de valores cristãos do oponente, manifestada pela sua explícita aquiescência para com o aborto; sua libertinagem sexual e falta de valores morais, invariavelmente associada à defesa do fantasma que assombra a tradição, família e propriedade da direita histérica, representado pela tão difamada quanto legítima aprovação da união civil de casais homossexuais. Nesse rolo compressor implacável, pois o que vale é a vitória, custe o que custar, pouco importa ao George Bush tupiniquim que milhares de mulheres humildes e abandonadas morram todos os anos, pelos hospitais e prontos-socorros desse Brasil afora, vítimas de infecções horrendas, causadas por abortos clandestinos.

    George Bush, tanto o original quanto o genérico dos trópicos, provavelmente conhece muitas mulheres do seu meio que, por contingências e vicissitudes da vida, foram forçadas a abortos em clínicas bem equipadas, conduzidas por profissionais altamente especializados, regiamente pagos para tal prática. Nenhum dos dois George Bushes, porém, jamais deu um plantão no pronto-socorro do Hospital das Clínicas de São Paulo e testemunhou, com os próprios olhos e lágrimas, a morte de uma adolescente, vítima de septicemia generalizada, causada por um aborto ilegal, cometido por algum carniceiro que se passou por médico e salvador.
    Alguns amigos de longa data, que também vivem no exterior, andam espantados com o grau de violência, mentiras e fraudes morais dessa campanha eleitoral brasileira. Alguns usam termos como crime lesa pátria para descrever as ações do candidato do Brasil que não deu certo, seus aliados e a grande mídia.

    Poucos se surpreenderam, porém, com o fato de que até o atentado da bolinha de papel foi transformado em evento digno de investigação no maior telejornal do hemisfério sul (ou seria da zona sul do Rio de Janeiro? Não sei bem). No caso em questão, como nos EUA, a dita grande imprensa que circunda a candidatura do George Bush tupiniquim acusa o Presidente da República de não se comportar com apropriado decoro presidencial, ao tirar um bom sarro e trazer à tona, com bom humor, a melhor metáfora futebolística que poderia descrever a farsa. Sejamos honestos, a completa fabricação, desmascarada em verso, prosa e análise de vídeo, quadro a quadro, por um brilhante professor de jornalismo digital gaúcho.

    Curiosamente, a mesma imprensa e seus arautos colunistas não tecem um único comentário sobre a gravidade do fato de ter um pretendente ao cargo máximo da República ter aceitado participar de uma clara e explicita fabricação. Ou será que esse detalhe não merece algumas mal traçadas linhas da imprensa? Caso ainda estivéssemos no meio de uma campanha tipicamente brasileira, o já internacionalmente famoso “atentado da bolinha de papel” seria motivo das mais variadas chacotas e piadas de botequim. Mas como estamos vivendo dentro de um verdadeiro clone das campanhas americanas, querem criminalizar até a bolinha de papel. Se a moda pega, só eu conheço pelo menos uns dez médicos brasileiros, extremamente famosos, antigos colegas de Colégio Bandeirantes e da Faculdade de Medicina da USP, que logo poderiam estar respondendo a processos por crimes hediondos, haja vista terem sido eles famosos terroristas do passado, que se valiam, não de uma, mas de uma verdadeira enxurrada, dessas armas de destruição em massa (de pulgas) para atingir professores menos avisados, que ousavam dar de costas para tais criminosos sem alma .

    Valha-me Nossa Senhora da Aparecida — certamente o nosso George Bush tupiniquim aprovaria esse meu apelo aos céus –, nós, brasileiros, não merecemos ser a próxima vítima do entulho ético do marketing eleitoral americano. Nós merecemos algo muito melhor.  Pode parecer paranoia de neurocientista exilado, mas nos EUA eu testemunhei como os arautos dessa forma de fazer política, representado pelo George Bush original e seus asseclas,  conseguiram vender, com grande sucesso e fanfarra, uma guerra injustificável, que causou a morte de mais de 50 mil americanos e centenas de milhares de civis iraquianos inocentes.

    Tudo começou com uma eleição roubada, decidida pela Corte Suprema. Tudo começou com uma campanha eleitoral baseada em falsas premissas e mentiras deslavadas. A seguir, o açodamento vergonhoso do medo paranóico, instilado numa população em choque, com a devida colaboração de uma mídia condescendente e vendida, foi suficiente para levar a maior potência do mundo a duas guerras imorais que culminaram, ironicamente, no maior terremoto econômico desde a quebra da bolsa de 1929.

    Hoje os mesmos Republicanos que levaram o país a essas guerras irracionais e ao fundo do poço financeiro acusam o Presidente Obama de ser o responsável direto de todos os flagelos que assolam a sociedade americana, como o desemprego maciço, a perda das pensões e aposentadorias, a queda vertiginosa do valor dos imóveis e a completa insegurança sobre o que o futuro pode trazer, que surgiram como conseqüência imediata das duas catastróficas gestões de George Bush filho.
    Enquanto no Brasil criam-se 200 mil empregos pro mês, nos EUA perdem-se 200 mil empregos a cada 30 dias. Confrontado com números como esses, muitos dos meus vizinhos em Chapel Hill adorariam receber um passaporte brasileiro ou mesmo um visto de trabalho temporário e mudar-se para esse nosso paraíso tropical. Eles sabem pelo menos isto: o mundo está mudando rapidamente e, logo, logo, no andar dessa carruagem, o verdadeiro primeiro mundo vai estar aqui, sob a luz do Cruzeiro do Sul!

    Fica, pois, aqui o alerta de um brasileiro que testemunhou os eventos da recente história política americana em loco. Hoje é a farsa do atentado da bolinha de papel. Parece inofensivo. Motivo de pilhéria. Eu, como gato escaldado, que já viu esse filme repulsivo mais de uma vez, não ficaria tão tranqüilo, nem baixaria a guarda. Quem fabrica um atentado, quem se apega ou apela para questões de foro íntimo, como a crença religiosa (ou sua inexistência), como plataforma de campanha hoje, é o mesmo que, se eleito, se sentirá livre para pregar peças maiores, omitir fatos de maior relevância e governar sem a preocupação de dar satisfações aqueles que, iludidos, cometeram o deslize histórico de cair no mais terrível de todos os contos do vigário, aquele que nega a própria realidade que nos cerca.

    Aliás, ocorre-me um último pensamento. A única forma do ex-presidente (Imperador?) Fernando Henrique Cardoso demonstrar que o seu governo não foi o maior desastre político-econômico, testemunhado por todo o continente americano, seria compará-lo, taco a taco, à catastrófica gestão de George Bush filho. Sendo assim, talvez o candidato Serra tenha raciocinado que, como a sua probabilidade de vitória era realmente baixa,  em último caso, ele poderia demonstrar a todo o Brasil quão melhor o governo FHC teria sido do que uma eventual presidência do George Bush genérico do hemisfério sul. Vão-se os anéis, sobram os dedos. Perdido por perdido, vamos salvar pelo menos um amigo. Se tal ato de solidariedade foi tramado dentro dos circuitos neurais do cérebro do candidato da oposição (truco!), só me restaria elogiá-lo por este repente de humildade e espírito cristão.

    Ciente, num raro momento de contrição, de que algumas das minhas teorias possam ter causado um leve incômodo, ou mesmo, talvez, um passageiro mal-estar ao candidato, eu ousaria esticar um pouco do meu crédito junto a esse grande novo porta-voz do cristianismo e fazer um pequeno pedido, de cunho pessoal, formulado por um torcedor palmeirense anônimo, ao candidato da oposição. O pedido, mais do que singelo, seria o seguinte:
    Candidato, será  que dá pro senhor pedir pro governador Goldman ou pro futuro governador Dr. Alckmin para eles não desligarem a luz da Arena Barueri na semana que vem? Como o senhor sabe, o nosso Verdão disputa uma vaguinha na semifinal da Copa Sulamericana e, aqui entre nós, não fica bem outro apagão ser mostrado para todo esse Brazilzão, iluminado pelo Luz para Todos, do Lula. Afinal de contas, se ocorrer outro vexame como esse, o povão vai começar a falar que se o senhor não consegue nem garantir a luz do estádio pro seu time do coração jogar, como é que pode ter a pretensão de prometer que vai ter luz para todo o resto desse país enorme? Depois, o senhor vem aqui e pergunta por que eu vou votar na Dilma? Parece abestalhado, sô!


    * Miguel Nicolelis é um  dos mais importantes neurocientistas do mundo. É professor da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e criador do Instituto Internacional de Neurociência de Natal, (RN). Em 2008, foi indicado ao Prêmio Nobel de Medicina.

    terça-feira, 26 de outubro de 2010

    Sinceramente Esgotado

    Já quase não tenho estomago para ouvir rádio, muito menos televisão e nem mesmo a internet. Nojo, simplesmente nojo me invadiu de ontem pós-debate para hoje. Twitter, portais, blogosfera... tudo está me deixando lamentavelmente esgotado. Essa campanha eleitoral já deu o que tinha que dar. Abaixo post da Jornalista Hildegard Angel em seu blog explica essa energia pesada que paira na atmosfera nacional.

    Torcendo para essa campanha acabar logo e o Brasil voltar à paz


    Esta campanha, na base das ofensas, da deselegância, da desqualificação desrespeitosa da candidata do governo, das manchetes espetaculares, muitas vezes na contra-mão do próprio conteúdo das matérias, está fazendo muito mal ao país. Nem na eleição tão polarizada de Collor, com aquela edição vergonhosa de debate e tudo, foi assim. Se formos procurar paralelo, vamos ter que ir lá atrás, quando o Brasil esteve literalmente dividido entre direita e liberais, devido às campanhas odientas da UDN (leia-se Carlos Lacerda, que chamava todo mundo de "ladrão") contra o PSD e o PTB. Foi...
    Assim é agora. Uma campanha que contrapõe a dita elite aos excluídos, os assim considerados letrados aos pouco preparados,  os nobres aos plebeus, os preconceituosos aos rejeitados. Uma campanha que afasta as pessoas, separa amigos. Nunca vi tantos cortarem relações com amizades antigas como agora. É ao que leva uma campanha com esse teor de ódio. Uma campanha do ressentimento e da baixeza. Aí fico até pensando que, em 2006, quando se uniram num comitê  de tucanos vips e não permitiram que José Serra fosse o candidato a enfrentar Lula, preferindo Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves e Tasso Jereissati estavam sendo premonitórios. Vai levar tempo para serem reparados tantos estragos agora feitos, longo tempo para que o Brasil reencontre seu equilíbrio...

    Vejam, no flagrante abaixo, até onde pode ir a mistificação...
     

    O que é o desespero. Além do bombardeio de mails ofensivos, dos panfletos apócrifos e do uso até de telemarketing para disparar telefonemas com mentiras sobre a candidata Dilma, vejam a novidade de hoje, nessa reta final de campanha: adesivos falsificados Dilma 45 e tweets idem, #Dilma45, querendo induzir o eleitor do PT a errar, trocando o 13 pelo 45, de Serra. A foto foi feita pelo twiteiro @SeoCruz para o site Espalhe a Verdade...

    Hildegard Angel é uma das mais respeitadas jornalistas do Rio de Janeiro. Durante mais de 30 anos foi colunista no jornal O Globo, quer cobrindo a sociedade (com seu nome e também com o pseudônimo Perla Sigaud), quer cobrindo comportamento, artes e TV, tendo assinado por mais de uma década a primeira coluna de TV daquele jornal. Nos últimos anos, manteve uma coluna diária no Jornal do Brasil, onde também criou e editou um caderno semanal à sua imagem e semelhança, o Caderno H. Com passagem pelas publicações das grandes editoras brasileiras - Bloch, Três, Abril, Carta, Rio Gráfica - e colaborações também em veículos internacionais, Hildegard talvez seja a colunista social com maior trânsito no país

    Conversa Afiada: Os cães de guarda do Serra em ação

    Do genial Bessinha


    O Conversa Afiada reproduz texto de Emiliano José:

    Os cães de guarda do Serra em ação


    Emiliano José


    Estamos a seis dias das eleições. Não sei por que, mas logo me veio à mente o título do notável livro de John Reed – Os dez dias que abalaram o mundo. É uma notável reportagem sobre a aurora da Revolução Russa. A lembrança talvez venha porque tenho absoluta convicção de que esses próximos dez dias são fundamentais para o nosso destino, para o destino do povo brasileiro. E mais do que isso, e é disso que quero tratar, serão dias de um estrebuchar midiático nunca antes visto neste País. Nós não temos o direito de nos enganar quanto a isso. Não podemos nos iludir.


    Está posto que a mídia no Brasil é uma das mais partidarizadas do mundo. Não há no Brasil, ao menos se consideramos o seleto núcleo de famílias de onde sai as diretivas para o resto do País, não há aquilo que no jornalismo se denomina cobertura, que implica um olhar sobre o fato o mais verdadeiro possível. O núcleo é constituído pelas famílias que controlam os complexos midiáticos Globo, Folha, Estadão e Abril. Esse é o secretariado do Comitê central do partido político midiático brasileiro. E está posto que a ação deles nesses 10 dias será intensa. E que não haverá qualquer compromisso com os fatos.


    O candidato do partido é Serra – ou será que há ainda quem duvide? E por esse candidato eles – os barões midiáticos – continuarão a fazer mais do mesmo – utilizar os fatos para construir as versões que melhor atenderem aos interesses de Serra.  Lula, antes da divulgação do relatório da Polícia Federal sobre os supostos dossiês sobre os tucanos, disse que o problema eram sempre as versões, e acertou em cheio. Deturparam tudo. Os tucanos se engalfinham e o PT é culpado.


    Os barões midiáticos atuarão nesses dias com uma intensidade maior do que tudo aquilo que nós já vimos, embora o que se viu até agora em nossa história não seja pouco. Estão considerando que esta é a eleição da vida deles. A expectativa de continuarem fora do controle direto do Estado os preocupa e por isso cotidianamente a cobertura e os colunistas se empenham todo o tempo em subsidiar a oposição, em municiar o candidato do partido.


    Que não me alertem sobre o perigo de uma visão conspirativa.


    A mídia brasileira, ao menos aquele núcleo hegemônico, conspira há muito tempo, e sempre a favor das classes dominantes, dos setores mais conservadores da sociedade brasileiros, dos eternos detentores de privilégios. Eles não guardam sequer o recato de cumprir os manuais de redação, aquelas coisas do beabá do jornalismo, que se aprende nos primeiros semestres das escolas de comunicação. No partido político midiático, que o deputado Fernando Ferro chamou de Partido da Imprensa Golpista, o famoso PIG, a pauta tem sempre direção, orientação política, e ao reportariado cabe cumpri-la, sem discussão. Aqui e ali, alguma distração.


    Vou insistir: não temos o direito da ilusão. Não esperemos nenhuma atitude séria, honesta do partido político midiático. Aliás, se voltamos ao passado, e não precisa ser tão remoto, vamos ver sempre esse partido atuando em favor das causas mais conservadoras, sem temer pelas conseqüências. Quem quiser, dê uma lida no capítulo denominado Mar de Lama, do livro de Flávio Tavares denominado O dia em que Getúlio matou Allende e outras novelas do poder. Nesse capítulo, fica evidente como a mídia orientou toda a ação política para derrubar Getúlio, e que terminou com o suicídio do presidente.


    Quem não se lembra da atividade militante de nossa mídia a favor do golpe de 1964, salvo sempre as exceções, e nesse caso só Última Hora? Não importa que daí sobreviesse, como ocorreu, um regime de terror e morte. E durante a ditadura, a mídia teve sempre uma atitude complacente, como denomina o jornalista e professor Bernardo Kucinski em seu livro Jornalistas e Revolucionários – nos tempos da imprensa alternativa. Complacente e muitas vezes conivente com a ditadura.


    Quem quiser conhecer um pouco da atitude do Grupo Folhas durante a ditadura é só ler o extraordinário livro de Beatriz Kushnir – Cães de Guarda – Jornalistas e Censores. Ali fica evidente como o Grupo Folhas foi um entusiasta defensor da ditadura militar. O Estadão, se sabe, foi sempre um jornal vinculado à direita. Teve o mérito, ao menos, agora, de declarar o voto em Serra. E mostrou a sua verdadeira face ao censurar Maria Rita Khel por publicar artigo defendendo o Bolsa Família. Do grupo Civita, há pouco que dizer, por desnecessário. A revista Veja é uma excrescência, um panfleto da extrema-direita. Do grupo Globo, que dizer? Há uma caudalosa bibliografia a respeito, que a desnuda, e que eu não vou perder tempo em citá-la. Era porta-voz da ditadura, esteve sempre ao lado dos privilegiados e se aliou ao longo de sua história, sem qualquer variação, aos mais destacados homens da direita brasileira.


    Por tudo isso, quero reiterar: vamos manter acesa a idéia de que é preciso mostrar o que esse projeto político em curso, com Lula à frente, fez pelo povo brasileiro, as extraordinárias mudanças que estamos fazendo no Brasil. E, por todos os meios que tivermos, no leito da democracia, desmontar o festival de mentiras, de calúnias, de sordidez que vem sendo orquestrado pela campanha de Serra, com a participação decisiva do partido político midiático.


    Mais do que nunca é necessário dar adeus às ilusões de uma mídia com características democráticas no Brasil atual. E é necessário ter clareza de que temos que dar passos firmes na direção da democratização da mídia, por mais que ela estrebuche. A imprensa tem que cumprir com suas obrigações constitucionais. Não pode se constituir em partido político disfarçando-se de imprensa.  A democracia há de chegar à mídia também. Para que o país avance. E para que façamos isso é preciso eleger Dilma presidente.


    Jornalista, escritor, prof. Dr. em Comunicação e Cultura Contemporâneas.

    segunda-feira, 25 de outubro de 2010

    PHA: Serra não vai largar o osso (PSDB). Ele carrega um baú de ódio

    Na foto, a trincheira da vingança


    O Conversa Afiada gostaria que o amigo navegante reconhecesse a precedência deste ordinário blog, notoriamente financiado pelo Ouro de Moscou, ao profetizar o destino de #serrarojas, ou #serrojas, como preferir.

    O Conversa Afiada sempre disse que o acima mencionado tinha menos chance de ser Presidente que o Vesgo do Pânico.

    Sempre disse que, não fosse o PiG (*), ele não tinha cabedal para passar de Resende na Via Dutra.

    O Conversa Afiada sempre disse que ele tem 30% dos votos desde 2002.

    O Conversa Afiada sempre se perguntou (com o filósofo Paulo Arantes): o que pensa esse rapaz ? Nada !

    O Conversa Afiada sempre disse – com Ciro Gomes – que o #serrarojas não tem escrúpulos: se preciso for, passa com um trator por cima da cabeça da mãe.

    E o Conversa Afiada sempre falou “bye-bye Serra 2010”, quando saíam os resultados brilhantes do Governo Lula: emprego, renda, casa própria, credito para todos e ProUni.

    Aquele horror !

    Recentemente, houve uma adaptação para “bye-bye Serra forever”.

    Este ordinário blogueiro, financiado pela Ford Foundation, neste domingo, assistiu ao horário eleitoral do #serrarojas e viu as fotos da carreata de mineiros que ele montou na Av. Atlântica no Rio.

    No primeiro plano, com a praia de Copacabana ao fundo, havia Aécio (que, depois do Amaury, segundo tucanos paulistas, corre o risco de ser conhecido como o “Aético”), Anastasia e Itamar.

    Parecia carreata em Juiz de Fora.

    Ao fundo, exuberantes, Álvaro Dias, do Paraná, e Gabeira, representante da Suécia.

    (Liga o amigo navegante Mauricio Dias para lembrar que Fernando Gabeira não é carioca. Nasceu em Juiz de Fora, Minas).

    No horário eleitoral, não há uma única ideia do Serra para se levar para casa.

    Uma mediocridade ponteaguda, que fere o peito do espectador.

    Mas, ele é assim mesmo.

    Para fora, o #serrarojas não diz nada, não faz mal a ninguém.

    O negócio é por trás, pelas costas.

    Aí, ele é imbatível.

    Clique aqui para acompanhar algumas leituras dominicais, que tratam do Itagiba e do #serrarojas, na arte de preparar dossiês.

    O Serra é um iceberg.

    A ponta visível é inofensiva.

    Acontece que ele vai sair dessa eleição com o baú cheio de ódio.

    Ódio do Lula, da Dilma, do PMDB, dos tucanos que o traíram (e ainda vão trair mais, no domingo), da Carta Capital, do Nassif, do Azenha, dos blogs sujos de maneira geral.

    Dos empreiteiros que, por mais que ele e o Paulo Preto entregassem o ouro, continuaram a financiar o PT.

    Ódio do Datafalha e do Globope que, na reta final, o traíram miseravelmente.

    Ódio da Sheila Ribeiro, a ex-aluna que falou do aborto da Mônica Serra e tirou a calhordice do centro da campanha.

    Ódio do Amaury Ribeiro, que falou da operação de lavagem de dinheiro que envolvia a filha dele e o genro.

    Ódio da advogada do Eduardo Jorge que vazou a matéria errada para a Folha (**) e  botou o Amaury na parada.

    Ódio do Aécio, que preparou o dossiê para se defender dele, logo ele, tão bonzinho.

    Ódio do Fernando Henrique que foi confessar que mandou vender a Vale na bacia das almas.

    Clique aqui para ver esse vídeo imperdível.

    Ódio do SBT que mostrou a bolinha de papel.

    Isso não é mais um baú.

    É um container cheio de ódio.

    Por isso, #Serrarojas não vai largar o osso.

    Ele não vai para casa estudar Economia à distância, na Facamp.

    Não, ele vai ficar com o osso preso nos dentes.

    Vai sentar em cima do PSDB de São Paulo.

    Vai usar o PiG (*).

    E tentar se vingar de um por um.

    Ele é do DEM !

    Não é à toa que o Aécio vai cair fora.

    E o Kassab também.

    O PSDB é a UDN de São Paulo.

    Do #serrarojas, do Farol de Alexandria, do Aloysio R$ 300 mil Nunes, do Paulo Preto e do Gonzalez.

    Olha que este ordinário blogueiro sabe ler a alma do Serra.

    Não falha.


    Paulo Henrique Amorim


    (*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

    (**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.