Por Altamiro Borges
A própria Folha  registrou que logo “no primeiro dia oficial de campanha, o candidato do  PSDB à Presidência da República, José Serra, prometeu em Curitiba mais  que duplicar os investimentos no Bolsa Família. Os recursos atenderiam,  segundo o tucano, outras 15 milhões de famílias que deveriam ser  assistidas pelo programa... O Bolsa Família atende hoje cerca de 12,6  milhões de famílias e, com a promessa de Serra, chegaria a 27,6”. Essa  mentira foi amplamente difundida no primeiro turno e volta a ser  repetida agora no segundo turno. 
Ela é mais uma promessa  eleitoreira e demagógica do candidato demotucano. Serra sempre foi um  crítico mordaz dos programas sociais do governo Lula. Numa entrevista ao  jornal Estadão, em março de 2009, ele condenou o Bolsa Família,  afirmando que “a forma de promover a justiça social não pode ser apenas o  assistencialismo”. Nos bastidores, os demotucanos sempre  desqualificaram este programa como “bolsa esmola” e criticaram a chamada  “gastança pública”.
Tucanos cortam gastos sociais
A  abrupta mudança de posição é puro oportunismo. Devido ao sucesso do  programa, que atende às carências emergenciais da população, estimula a  educação e garante recordes de popularidade ao presidente Lula – e a  natural transferência de votos para Dilma Rousseff –, Serra se traveste  de cordeiro para enganar os ingênuos. Sem discurso e sem coragem para  defender abertamente o seu programa neoliberal do “estado mínimo”, ele  insiste na tática do embuste. Serra mente!
Mas a mentira tem  perna curta. A mesma Folha, que agora evita criticar o Bolsa Família,  revelou em maio passado que os principais programas de transferência de  renda do governo de São Paulo encolheram ao longo da administração  Serra. Em 2009, no seu último ano como governador, ele investiu apenas  0,15% do orçamento em projetos deste gênero. Já o governo Lula investiu  0,78% do orçamento federal somente no Bolsa Família – 5,2 vezes mais do  que Serra.
Aliados desmentem o grão-tucano
No  ano passado, Serra inclusive cortou um terço dos recursos dos programas  Ação Jovem, Renda Cidadã e Jovem Cidadão (corte de R$ 80 milhões). E  não foi por falta de verba. Na propaganda, os gastos subiram para R$  243,7 milhões; enquanto nos programas sociais foram aplicados R$ 217,5  milhões. O Renda Cidadã atende a 117 mil famílias e o Ação Jovem, 90 mil  pessoas. Já o Bolsa Família beneficia 12,6 milhões de famílias – cerca  de 1 milhão somente em São Paulo. 
Serra agora tenta disfarçar  sua rejeição elitista ao “bolsa esmola”. Mas não dá para esconder sua  prática política de corte dos investimentos sociais. Nem dá para  esconder suas opiniões passadas ou as posições escancaradas de seus  aliados. O DEM chegou a entrar na Justiça para acabar com o Bolsa  Família. E o vice do tucano, o “ficha suja” Índio da Costa, já fez  discursos na Câmara Federal contra os programas sociais do governo Lula –  um deles, hilário, em julho de 2009.
“É proibido esmolar no município”
Ainda  quando era vereador na cidade do Rio de Janeiro, o “ficha suja” chegou a  apresentar um projeto de lei maluco, que escancarava sua postura  elitista. “Fica proibido esmolar no município, para qualquer fim ou  objeto”. Ou seja: Índio da Costa pretendia transformar em crime a doação  de esmolas, prevendo multas e até prisão dos “criminosos”. Com certeza,  esse excêntrico projeto do vice de José Serra será exibido nos  programas de rádio e TV para desespero do tucano.  
Já o  neoliberal convertido Roberto Freire, presidente do PPS, não consegue  conter a sua ojeriza aos programas sociais. Destoando da tática  oportunista de José Serra, ele fez questão de afirmar recentemente no  seu twitter que é contra o Bolsa Família. Para ele, este programa é  “eleitoreiro e assistencialista” e deveria ser extinto. Sua sinceridade  deve irritar José Serra, o lobo em pele de cordeiro que tenta ludibriar  os eleitores com suas mentiras.
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