Interessante post do jornalista Paulo Herique Amorim, porém mais interessante ainda a resposta recebida do juíz do caso. Leia abaixo:
Dilma, você já ouviu falar no Flavio Bierrembach ?
O Flavio é um homem honrado.
Ele era candidato a deputado com o Serra e acusou o Serra de ladrão.
O Serra foi para cima dele.
Por azar, a ação caiu na mão do Juiz Walter Maierovitch.
Maierovitch chamou o Bierrembach às falas: que historia é essa de chamar alguém de ladrão, sem provas ?
O Bierrembach pediu “exceção da verdade” – ou seja, quero provar o que digo.
Maierovitch imediatamente deu ao Bierrembach o direito de provar o que dizia.
Dilma, sabe o que o Serra fez ?
Engavetou a ação.
Chama o Bierrembach para contar essa história.
Chama o Maierovitch – e só ligar para a Mara, secretária do Mino, na Carta Capital, que a Mara acha o Maierovitch rapidinho.
A propósito, o Conversa Afiada recebeu o seguinte e-mail do Maierovitch:
Caro Paulo Henrique.
–1. Seguem os meus telefones, sem precisar procurar a Mara, mencionada no seu texto.
–2.  Antes de mais nada. Não tenho filiação política partidária e nem  religião. Não busco cargos e não tenho vocação para me tornar  parlamentar. 
Sou independente e não faço média. Para deixar  claro: votei para o Galeno Amorim (PT), Luiza Erundina (PSB), Aloísio  Nunes Ferreira (PSDB), Marta (PT), Fábio Feldman(PV) e Dilma (PT). 
Como  dediquei a minha vida ao estudo da criminalidade organizada  transnacional, com especial atenção ao comportamento dos seus membros e  como se movem quando apanhados pela Justiça, o Serra nunca perdi de  vista. Isto pelo comportamento em face do processo criminal em que tudo  fez para não ser apurada a exceção da verdade proposta pelo Flávio  Bierrembach: até o advogado Marcio T.Bastos foi contratado para  substituir o filho do Covas (advogado do Serra).
Mais ainda, à época dois  plantonistas desigados pelo Serra revezavam-se no Cartório Eleitoral.  Cumpriam a tarefa de evitar a saída, por erro cartorial, de ofícios que  indagavam das movimentações financeiras de Serra, estas necessárias para  comprovar o arguído por Berrembach. Também para apurar, pois  ventilado,  eventual compra de uma mansão no aristocrático bairro da  City Lapa, dada como domícilio e residência de Serra : os ofícios, em  razão da liminar, tinham sido apensados ao autos processuais. E Serra,  recém eleito deputado federal, defendia, nos autos, a privacidade e não  transparência. Em resumo, e daí os plantonistas,, não desejava que, com  as expedições dos ofícios suspensos por liminar, viessem respostas.  Destaco essa passagem por ter lido entrevista de Serra a sustentar  “nunca ter sido envolvido em processos escandalosos referente a  corrupção”.
A propósito, na Máfia, quer na  siciliana, quer na Cosa Nostra sículo-norte-americana, esconder o  patrimônio e se passar por “furbo” (espertalhão) é a regra adotada pelos  capi dei capi (chefões). Só que tem um particular, de natureza ética,  como ressaltado no episódio a envolver Bernardo Provenzano. O referido  Provenzano, já chefe dos chefes da Máfia e foragido por mais de 40 anos  sem deixar o comando da  organização e tirar os pés da Sicilia, avisou o  procurador nacional antimáfia, quando preso e posto à sua frente: –  “Vamos deixar claro. O senhor faz o esbirro e eu o mafioso. Cada um na  sua, sem disfarces”. Depois do aviso e contente por não esconder o que  era, mergulhou no mais absoluto silêncio.
Em termos de transparência, prefiro Provenzano a Serra.
Atenciosamente.
Wálter Fanganiello Maierovitch    
 
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