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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Os bons negócio$ entre o Serra e a editora Abril continuam

Direto do Blog do Chicão - chicaodoispassos.blogspot.com -
Mais uma revelação interessante sobre a gestão tucana instalada há mais de 14 anos no Estado de São Paulo. Aplausos para você, querido eleitor destes cidadãos.

É inacreditável!

É dinheiro, milhões, no bolso dos donos da Editora Abril. Eles estão rindo atoa de felicidade.

O dinheiro dos nossos impostos estão sendo DESPERDIÇADOS com eles.

Quando você abre uma revista do grupo Abril é só elogio ao José Serra: competente, capaz, vitorioso...

O novo negócio entre ele$ é o seguinte:

- Contrato: 15/0149/09/04
- Empresa: Editora Abril S/A.
- Objeto: Aquisição de 25.702 assinaturas da Revista Recreio que
serão destinadas às escolas da Rede de Ensino da COGSP e da
CEI. - Prazo: 608 dias
- Valor: R$ 12.963.060,72 quase R$ 13 MILHÕES
- Data de Assinatura: 09/04/2009.
- Extratos de convênios - Convênio: 54/0443/09/06


Esta revista Recreio é dirigida às crianças. Ela custa CARO, porque junto vem um brinquedinho. Custa R$ 10,00, nas bancas de jornal.

O valor da compra SEM LICITAÇÃO é equivalente ao preço do exemplar na banca, sem descontos. No site você pode assinar com 10% de desconto, e uma segunda assinatura dá direito a 35%.

O governo Serra compra 25.702 assinaturas SEM O DESCONTO dado para qualquer um que fizer a assinatura? É demais. Não é incompetência, é planejamento político.

E mais. O brinquedinho que vem junto vai ser usado como? Vai ficar para quem? É o brinquedinho que torna a revista TÃO CARA.

Vale a pena perguntar:

Qual a relevância curricular para tais compras?

Como será O TRABALHO PEDAGÓGICO com as revistas?

Se é para estimular a leitura, como será feito? Quais livros vão usar? Porque não compram outras revistas de melhor qualidade, como a Ciência Hoje para Crianças?

Perguntei para duas professoras de escolas estaduais de SP sobre estes constantes negócios entre o Serra e a Abril. Elas relataram desperdício de dinheiro e falta de planejamento pedagógico.

A editora Abril ainda tem um ganho indireto de marketing: a revista será apresentada para um público que não costuma compra-la. As crianças, vendo o brinquedinho, que não ficará com ela, pedirão para os pais comprar a revista por causa do brinquedo. Se 5% dos pais fizerem isto, será uma aumento monstruoso de vendas da revista.

Será mais dinheiro no bolso dos donos da editora. Eles ficam felizes, eles agem pensando em dinheiro e poder.

Enquanto isto bons livros NÃO SÃO COMPRADOS.

Bons projetos pedagógicos são desconsiderados.

Boas idéias são destruídas, pois o foco é agir de modo a ajudar os donos da editora Abril.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Filha de FHC pede demissão (tadinha....)

É cada uma que acontece. A cara de pau é tamanha que nada mais é fator de surpresa no país da beleza. É o velho ditado popular: O sujo falando do mal lavado. Queria eu poder ganhar R$ 7,6 mil por mês sem fazer nada, fora as regalias. Vou mandar meu curriculum para algum senador ou deputado federal do brasil, afinal preciso dar um jeito na minha vida urgente. Mas e a ética? Quem??? Onde??? Falou Comigo???

FILHA DE FHC PEDE DEMISSÃO DO GABINETE DE HERÁCLITO

“Em carta endereçada a Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro-secretário do Senado, Luciana Cardoso pediu demissão.

Luciana é filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Recebia contracheque do Senado desde 2003. Coisa de R$ 7,6 mensais.

Deveria despachar no gabinete do senador. Mas não dava as caras. Pilhada pela coluna da repórter Mônica Bergamo, Luciana vocalizou emendas que pioraram o soneto.

"Trabalho mais em casa, na casa do senador. Como faço coisas particulares e aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando”.

Perguntou-se a Luciana se já havia entrado no gabinete de Heráclito. E ela: “Cabe não, meu filho! É um trem mínimo e a bagunça, eterna”.

Na carta a Heráclito, Luciana anotou que decidiu se demitir para “evitar constrangimentos” ao pseudochefe. A certa altura do texto, a filha de FHC escreve:

“Sou testemunha de seus esforços para aprimorar a administração do Senado...”

“...Por isso mesmo, não quero que pairem dúvidas sobre seus propósitos nem sobre minha conduta”.

Em verdade, o afastamento de Luciana livra de “constrangimentos”, além do senador, o pai da demissionária.

Dias antes de Luciana ganhar o noticiário na condição de servidora fantasma, FHC discursara na Associação Comercial de São Paulo.

Discorrera sobre um fenômeno que, na opinião dele, alastra-se sob Lula: a “cupinização” do Estado brasileiro.

Pela lógica, nada poderia deixar FHC mais contrafeito do que ver uma Cardoso na condição de xilófaga, a roer a bolsa da Viúva sem a contrapartida do suor.

Corre no TCU uma representação em que o representante do Ministério Público no Tribunal, Marinus Eduardo Marcico, pede a devolução do dinheiro que o Senado borrifou na conta bancária de Luciana Cardoso.”

terça-feira, 28 de abril de 2009

Mensalão da Abril será investigado

Do Blog do Azenha:

Mensalão de Serra para Grupo Abril vira caso de polícia

O Ministério Público Estadual (MPE) abriu investigações para apurar corrupção no contrato de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola, sem licitação, entre a Secretaria de Educação de São Paulo e a Fundação Victor Civita (do Grupo Abril).

O valor do contrato alcança R$ 3,7 milhões.

Entre as irregularidades e dúvidas, constata-se:

- A Secretaria da Educação desconsiderou a existência de outras publicações da área, beneficiando a editora Abril.

- O governo Serra não consultou os professores e passou para a fundação privada os endereços pessoais dos professores, sem qualquer comunicado ou pedido de autorização. Isso fere a constituição federal, pois dados cadastrais pessoais não podem ser repassados a terceiros sem autorização da pessoa.

- Além disso, se a assinatura é para fins profissionais, porque não informar o endereço de trabalho do professor? O governo de São Paulo pagará horas de jornada extra ao professor pela leitura do material profissional em casa?

- Qual a prioridade deste material, neste valor, no contexto dos investimentos em educação, e diante de outras carências e pauta de reivindicação dos educadores?

O promotor Antonio Celso Campos de Oliveira Faria, designado para ocaso, oficiou a FDE — órgão do governo estadual responsável pela contratação —, solicitando que esclareça os motivos da contratação. A diretora de projeto especiais da FDE foi intimada a prestar depoimento nos próximos dias.

Faria também oficiou a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo) a informar se foi consultada sobre a escolha da Nova Escola — e se ocorreram reclamações por parte dos professores devido ao fornecimento de seus endereços particulares.

O promotor ainda notificou outras editoras que atuam no ramo educacional, consultando se teriam condições de participar do processo licitatório que sequer foi aberto.

Em tempo: quem acionou o MPE foram os deputados do PSOL. Ouviu PT?

Educação - Quase 90% da rede pública têm nota abaixo da média nacional

Reproduzo notícia da Agência Brasil sobre a Educação e abaixo comentário sensato de um leitor.

Das 26 mil escolas que foram avaliadas pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 74% obteve nota abaixo da média nacional, que foi de 50,52 pontos, segundo relatório divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Na rede pública, o índice de estabelecimentos com resultado inferior à média chega a 89%.

Consulte Aqui os resultados por escolas. Mais uma vez, foram as particulares que conquistaram os melhores resultados no exame. Das 20 melhores escolas, 15 são particulares e a maioria se concentra na Região Sudeste. Outras 6 mil escolas ficaram sem conceito porque tiveram número insuficiente de alunos participantes.

Pelo segundo ano consecutivo, o campeão do Enem foi o Colégio São Bento, do Rio de Janeiro. A média total obtida pela escola - incluindo a prova objetiva e a redação com correção de participação - foi de 80,58 pontos, em uma escala que vai de 0 a 100. São 30 pontos a mais do que a média nacional divulgada em novembro pelo Inep. Administrado por padres beneditinos, o colégio só recebe alunos do sexo masculino. A mensalidade para o ensino médio varia de R$ 1.616 a R$ 1.752.

Entre as escolas públicas, o melhor resultado ficou com o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais. A média obtida pelos alunos foi de 76,66 pontos, o terceiro melhor resultado no ranking geral. Com exceção do Colégio Helyos, de Feira de Santana (GO) e do Colégio WR, em Goiânia (GO), que ocupam respectivamente o quinto e o sexto lugar do ranking, todas as escolas que estão entre as dez melhores localizam-se na Região Sudeste.

As 10 escolas com melhor resultado
1- Colégio São Bento (particular) - Rio de Janeiro (RJ). Média total: 80,58.

2- Colégio Bernoulli (particular) - Belo Horizonte (MG). Média total: 77,38.

3- Colégio de Aplicação da Universidade Federal Viçosa (pública) - Viçosa (MG). Média total: 76,66.

4- Colégio Santo Antônio (particular) - Belo Horizonte (MG). Média total: 76,43.

5- Colégio Helyos (particular) - Feira de Santana (BA). Média total: 76,34.

6- Colégio WR (particular) - Goiânia (GO). Média total: 76,26.

7- Colégio Santo Inácio (particular) - Rio de Janeiro (RJ). Média total: 76,09.

8- Colégio Juarez de Siqueira Britto Wanderley (particular) - Goiânia (GO). Média total: 76,02.

9- Colégio Vértice (particular) - São Paulo (SP). Média total: 75,97.

10- Colégio Santo Agostinho (particular) - Rio de Janeiro (RJ). Média total: 75,97.

Comentário:

Das 20 melhores escolas públicas só teve 2 estaduais, todas demais foram federais, das 20 piores todas foram estaduais...

Já não é hora de a população aprender a votar para governador?? O pior é que infelizmente a maioria do ensino médio do Brasil está na mão de escolas estaduais...
- João Rodrigues - São Paulo

Que saudades da "brava" OAB

Mais uma reflexão contundente a respeito da justiça e nossos defensores na visão do Blog Acerto de Contas.


Começo de 1992. UNE, OAB e ABI iniciam grande luta pelo país pelo impeachment do presidente Collor. Foi um momento único na história do Brasil.

EU e Marco Bahé participávamos da frente do movimento estudantil da UFPE, e foi um momento memorável para nossas vidas a participação naquele movimento popular. Ali aprendi que a opinião pública se contamina.

Mas de uns anos para cá, a UNE só vive preocupada com carteira de estudante, a ABI em defender o diploma de jornalistas, e a OAB, bem…a OAB é um caso à parte.

Depois que comecei a escrever este blog, comecei a analisar a atuação da Ordem dos Advogados do Brasil.

Primeiro achei esquisito que a OAB-Nacional gostava de se meter em todos os assuntos possíveis. Seu presidente, Cezar Brito, até na briga Governo x Controlador de vôo se meteu, se propondo a intermediar.

Questionei um amigo meu e este disse: “a OAB é um dos guardiões da Constituição, basta você ler”. Realmente é o que diz o Artigo 103 da Constituição Federal. Não conheço outros casos semelhantes no mundo, mas a princípio parece uma aberração sem tamanho. Desde quando a OAB tem representatividade suficiente para me representar, e propor alterações constitucionais?

Mas voltando ao tema principal, hoje deparo-me com o seguinte texto do site Consultor Jurídico: OAB do Mato Grosso quer que Joaquim Barbosa explique “capangas” de Gilmar Mendes.

Pois desde que comecei a escrever este blog, a OAB de alguns Estados (não inclui Pernambuco) se especializou em defender advogados bandidos presos pela Polícia Federal, em promover escândalos com a confecção de seus exames, ou ainda com esta pérola escrita em negrito, que nada mais é do que o que a OAB realmente vem sendo em vários momentos: um órgão de representação de seus afiliados, estejam eles errados ou não.

Na falta de notícia que realmente interesse, alguns advogados non-sense do Mato Grosso resolveram aparecer. Seguem o exemplo do seu líder e presidente Nacional, Cezar Brito, que quer aparecer a qualquer custo. Tem em comum com Gilmar Mendes e Silvio Costa a necessidade imperativa de ver seu nome estampado nos jornais.

Como Gilmar Mendes é do Mato Grosso, para prestar um serviço ao Supremo Presidente, talvez queiram aplicar um “ProtógenesdeSanctis”* no Ministro Joaquim Barbosa. Isso tudo para defender seu ex-filiado.

Agora me respondam: como é que uma instituição como essa pode ser guardiã da Constituição, se representa apenas uma parcela minoritária da população?

Eu prefiro ficar com a memória da “brava” OAB de 1992.

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*ProtógenesdeSanctis é uma técnica implacável de perseguição jurídica com a idéia de constranger e punir por qualquer coisa, com o objetivo de salvar o verdadeiro culpado
Autor: Pierre Lucena - 28/04/09

domingo, 26 de abril de 2009

O jogo sujo é algo inato ao ser humano. Principalmente aquele que detém algum tipo de poder e principalmente quando este poder signfica alavancagem na pirâmide social. Trocando em miúdos, quando este poder subverte-se em dinheiro, muito, mas muito dinheiro. Como sabemos o dinheiro compra quase tudo.

Post do Blog do Azenha com opinião de Wálter Maierovitch:

O Objetivo é Afastar Barbosa do Tribunal Superior Eleitoral

O ministro Mendes continua a entender que o seu par Barbosa não julga a lide, a controvérsia, existente nos autos processuais.

Na sua visão, o ministro Barbosa julga conforme o interesse de um estamento social, para o qual se inclina e protege.

Bastou essa infeliz colação do ministro Mendes para se iniciar uma grande especulação sobre a futura presidência do ministro Barbosa, à frente do Tribunal Superior Eleitoral, na condução das eleições de 2010.

Para o ministro Barbosa, –com todo o acerto–, o presidente do Supremo Tribunal Federal, não é o juiz dos juízes. Não tem poder para censurar qualquer dos seus pares.

Em síntese, o ministro Barbosa julga conforme a sua consciência e o solene compromisso, –quando da sua investidura no cargo–, de seguir a Constituição e as leis.

Nenhum dos dois ministros, –que protagonizaram o lamentável episódio de grande repercussão e que em “post” chamamos de “Barraco Supremo”–, recua um único passo no sentido de admitir erros e excessos. Sobre isso, deixa claro matéria de hoje do jornal Folha de S.Paulo.

A respeito da repercussão do “Supremo Barraco”, ela continua por todos os cantos do país.

Até no You Tube apareceu o “Créu do Barbosão”. Por meio do deboche, ficou claro a conseqüência do transbordamento da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF).

A provocação, com ato de censura, foi iniciada pelo ministro Gilmar Mendes. Até então, havia divergência, ainda que acirrada.

O ministro Mendes não se convence quanto a não poder tecer considerações públicas (em sessões de julgamento) de natureza censória. E é do seu hábito se exceder, inclusive na presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Mendes não tem poder de censura sobre o convencimento de um seu par. Não lhe é permitido formular juízo sobre outro ministro fora da discussão jurídica em questão, isto para não cair no ataque pessoal. Em outras palavras, Gilmar não pode se posicionar,– como fazia o inquisidor Torquemada–, nos ataques ao pensamento alheio e divergente do seu.

Vários dos pares do ministro Mendes no CNJ o consideram prepotente, “dono da verdade” e incapaz de ouvir e refletir sobre posicionamentos contrários aos que sustenta. Como desabafou um conselheiro do CNJ e os jornais ecoaram, o ministro Gilmar nem presta atenção sobre discussões, divergências.

O ministro Barbosa, –no episódio inédito ao qual chamamos em “post” anterior de “Barraco Supremo”–, foi provocado e usou daquilo que em Direito se chama de retorsão imediata.

Só que o ministro Barbosa cometeu, na retorsão, excesso de linguagem, ainda que tenha dito verdades. Ou seja, o ministro Mendes destrói a imagem da Justiça, pois prejulga, fala fora dos autos e se intromete em questões políticas, que não estão na sua alçada: disse até que chamaria o presidente Lula às falas. Fora a exigência de afastamento do delegado Paulo Lacerda, por um “grampo telefônico” até agora sem prova da materialidade: pura invenção, até o momento.

Nos tribunais, o julgamento é colegiado. Prevalece no julgamento a decisão da maioria, conforme regra básica num Estado democrático de direito.

As divergências jurídicas e factuais, debatidas num julgamento, são balizadas pela controvérsia (lide) presente nos autos.

Divergências e considerações fora do tema em debate nos autos processuais implicam em reprovação pessoal, censura própria de mentes autoritárias e que desrespeitam a Justiça.

PANO RÁPIDO. Pelo andar da carruagem, dias piores virão. Já que “tapas e barracos” não representam forma civilizada de solução de contendas, em breve, –e se o ministro Mendes insistir em censurar e continuar com ataques pessoais–, a solução virá num processo (forma civilizada) por danos morais. Felizmente, o ministro Barbosa não é de “afinar” aos poderosos.

Sobre eleições de 2010, a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mantida a regra de escolha que recai na rotatividade estará afeta ao ministro Barbosa. Só que já começou um guerra surda para mudar a regra e saltar Barbosa. Sintomático, no particular, o apoio do partido Democrata (DEM) a Gilmar Mendes, no episódio do “Barraco Supremo”.

Já se começa a espalhar que Barbosa inclina-se para o lado dos petistas. Ou seja, um ataque infundado à sua isenção. E a meta é inviabilizar a sua escolha à presidência do TSE. Como se percebe, a elite não gosta de independentes como Barbosa, mas de engajados.

Paraisópolis Exige Respeito



Blog do Azenha

por Bárbara Guimarães Mengardo

Há muito tempo os moradores da favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, vêm sofrendo com as ações arbitrárias da polícia e da prefeitura. Por sua localização, em uma das áreas mais nobres da cidade, Paraisópolis vem sendo palco de ações duras por parte da polícia, que usa do discurso de proteção dos moradores para reprimir a população local, e da prefeitura, que está desapropriando diversas famílias na região.

Desde fevereiro deste ano, a polícia tem atuado de forma violenta e invasiva na região.Uma base provisória foi montada pela polícia militar para poder vigiar mais de perto a favela, e não é incomum aos que passam se depararem com viaturas que rondam constantemente o local.

Não é incomum também a arbitrariedade com que os policiais abordam os moradores, e quase todos os habitantes de Paraisópolis narram histórias de invasões e casas abordagens violentas por parte da polícia.

Outro problema grave que atinge a vida dos moradores de Paraisópolis são as desapropriações. A prefeitura de São Paulo tem coordenado diversas ações na favela para expulsar os moradores do local sem dar o devido atendimento a essa famílias.

A situação mais delicada provavelmente é a da Viela Passarinho. Nesse local vivem cerca de 1000 pessoas, que há cerca de 20 dias receberam uma ordem judicial para que deixassem suas casas. A ação foi feita pela suposta proprietária do local, a prefeitura de São Paulo, que se utilizou da desapropriação do terreno ao lado da viela, que estava vazio, e alegou que a desapropriação também valia para os moradores da Passarinho.

As famílias, no entanto moram a mais de 15 anos no local, o que da a elas o direito de usucapião da terra, assegurando a propriedade do terreno e do imóvel. A prefeitura, para retirar os moradores do local, teria que entrar com um processo que mostrasse que a área é de utilidade pública. Alem disso teria que pagar aos moradores o valor de mercado dos imóveis da área, com indenização prévia, e em dinheiro.

Essa parte da favela é essencial para a continuidade das obras que estão sendo realizadas no local, portanto a prefeitura tenta se livrar desses moradores, sem pagar o que lhes é devido, para que as obras continuem. Na maioria dos casos, a prefeitura ofereceu a quantia de 5000 reais para que as famílias deixassem o local, mas em alguns casos foi sugerido a elas que procurassem um albergue. Algumas famílias entraram com recurso na justiça e conseguiram barrar a destruição de suas casas.

Neste contexto, os moradores da região lançaram a campanha Paraisópolis Exige Respeito, que tem como objetivo alertar a todos sobre a situação da favela e mostrar aos próprios moradores a ilegalidade de muitos dos atos cometidos por parte da polícia e da prefeitura.

Para divulgar a campanha, está marcado para o dia 25 deste mês às 17 horas um show com o cantor Ferréz e diversos outros artistas da comunidade no Palco da Rua Nova. E no dia 26 também de abril será realizado um debate com a Associação dos Juízes pela Democracia às 17 horas no CÉU Paraisópolis.

sábado, 25 de abril de 2009

Por que o mercado derrubou dona Leitão

Do blog Beatrice:

Por Ricardo Berzoini

A colunista econômica Mirian Leitão escreveu um artigo, após a mudança de comando no Banco do Brasil, intitulado "Por que a demissão derruba as ações do BB". Conhecida defensora das teses neoliberais que arruinaram o Brasil sob FHC, dona Leitão não se conformava com o exercício, pelo acionista majoritário, do direito de mudar a presidência da empresa. Para dona Leitão, o BB é do "mercado" e os minoritários (que ninguém consultou para saber se seriam contrários à mudança) devem mandar no majoritário.

Curioso é lembrar que, nos casos Encol e Maxblue, não vimos dona Leitão criticar os tucanos (à época legitimamente exercendo o papel de acionista majoritário) pela gestão temerária.


Disse dona Leitão em seu texto: "O Banco do Brasil é empresa de capital aberto. O governo não é o dono, é o maior acionista. Por isso, a demissão assusta e derruba as cotações. O spread bancário é um problema grave, mas o presidente da República não pode administrar um banco de economia mista. É um disparate. Nenhuma intenção de defender o presidente do Banco do Brasil que foi demitido, apenas é preciso entender como a economia funciona: se o BB tem acionistas privados, ele tem que operar com as regras do mercado, buscando lucro e competindo com os outros bancos. Se ele vai ser administrado pelo presidente da República ou pela chefe da Casa Civil, então não pode ter ações no mercado. Ou uma coisa ou outra."

De fato, o governo não é o dono do BB, mas o Estado brasileiro é o acionista amplamente majoritário. Quem compra ações do BB sabe disso, sabe inclusive que é um banco que não quebra. O acionista do BB não corre o risco que atingiu os cotistas do Banco Nacional, do Bamerindus, do Econômico ou do Lehman Brothers. Ele deve sim, óbvio, dar lucro. Mas quem disse que deve dar uma rentabilidade de 30% ao ano? Onde está escrito isso?

Recentemente, o presidente da Petrobrás (não é Petrobrax, como queriam os amigos de dona Leitão), Sérgio Gabrieli, foi incluído entre os finalistas do Premio Platts de Energia, na categoria "CEO do Ano" (executivo-chefe do ano). Gabrieli é filiado ao PT e reconhecido mundialmente como um dos melhores gestores do setor. A Petrobrás é uma das ações mais valorizadas dos últimos seis anos.

Não há contradição em ser uma empresa estatal e ter ações na bolsa. E não há problema quando o acionista majoritário anuncia que tem diretrizes para a empresa que não se restringem à busca de remuneração para os acionistas. Quem compra ações sabe que em qualquer empresa o majoritário manda, no que não contraria as leis e o estatuto da companhia.

Dona Leitão também sabe disso. Mas é preciso criticar o governo Lula. E defender o neoliberalismo.


O problema é que dona Leitão não entende nem mesmo de mercado. Depois de anunciada a mudança no BB, dia 8 de abril, as ações do banco, de fato, caíram 8,15 % no primeiro dia, e 2,8% no segundo. Hoje, no momento em que escrevo esse artigo, as ações estão praticamente no mesmo valor que tinham no dia 7 de abril. Alguns especuladores devem ter vendido ações no dia 8, prevendo já os artigos iluminados dos neoliberais. Talvez tenham recomprado dias depois, embolsado um lucrinho. Talvez vendam na semana que vem e comprem daqui a um mês. Assim é o mercado.


Mas não pensem que dona Leitão fará autocrítica. Ela prosseguirá dizendo que é preciso cortar os gastos, que o Estado é um mal e que só o mercado salvará a humanidade. Nós, do PT, nunca negamos que o mercado deve ser fortalecido. Em 2002, debatemos com o grupo de diretrizes do mercado de capitais, na BOVESPA, as medidas que o governo Lula tomaria para fortalecer as regras e o funcionamento do mercado acionário e de títulos. Nós entendemos de mercado. E sabemos que as flutuações momentâneas só enganam os tolos. E alimentam os discursos dos "espertos".

Mas nós, do PT, sempre dissemos o que agora parece claro, até para alguns liberais. Sem um poder público forte, democrático e transparente, que regule e supervisione o mercado e atue em certas áreas diretamente, a conta vai para o povo, que sofre as consequências da esperteza alheia.


Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) era funcionário do BB. Grande escriba, produziu o FEBEAPA, coletânea de crônicas sobre o Festival de Besteira que Assola o País. Se estivesse vivo, poderia escrever o FEBEACON (Festival de Besteira que Assola os Colunistas Neoliberais).


Ricardo Berzoini é presidente nacional do PT, deputado federal por SP e funcionário do Banco do Brasil desde 12/07/1978.

Internet Frita Mendes

O blog Cidadania.com do Eduardo Guimarães trata do ainda assunto da semana, quem sabe até do ano, da discussão no STF.

A repercussão da desinteligência entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa na internet converteu-se num massacre do presidente do Supremo Tribunal Federal. Em todos os grandes portais da mídia corporativa que fizeram enquetes sobre o assunto, os comentários chegaram aos milhares e foram quase unânimes em apoiar Barbosa.

Reservo, aqui, um espaço especial ao UOL, que veiculou uma enquete perguntando ao internauta qual dos ministros do STF tinha razão e quebrou a cara de uma tal maneira que simplesmente sumiu com ela pouco depois de publicada, quando o contador de comentários já se aproximava do terceiro milhar e praticamente todos esses comentários eram favoráveis a Barbosa.

Na blogosfera não foi diferente. Os blogs afinados com Gilmar Mendes (Esgoto, Noblat) viram seus posts em defesa do presidente do STF ficarem quase às moscas. No do Josias, ele parece ter optado por não deletar os apoiadores de Barbosa - o número de comentários foi alto (770, na hora em que verifiquei), mas quase todos apoiando Barbosa.

Enquanto isso, os blogs independentes – que apoiaram Barbosa em peso –, tais como o do Azenha, do Nassif, do PHA, do Idelber Avelar e, entre outros, modestamente também este blog, produziram centenas de comentários, com destaque impressionante para o blog do Luis Nassif, onde os comentários chegaram a mais de 700 no momento em que eu escrevia este post – o que pôs o Esgoto em pânico, aliás.

Enfim, estou começando a ficar animado com a “brincadeira”. A internet está começando a mostrar quem é quem politicamente hoje no Brasil. E, a partir disso, tem sido possível até mobilizar centenas, milhares de cidadãos – se se levar em conta os que têm acompanhado e apoiado atos públicos convocados pela Rede como o da ditabranda sem terem tido como participar em pessoa.

A mentalidade política nacional está mudando rapidamente e à revelia do bombardeio político avassalador das redes de televisão e rádio e dos grandes jornais e revistas, todos alinhados ao grupo político-partidário que envolve Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Gilmar Mendes e as famílias midiáticas Frias, Marinho, Civita e congêneres.

Confio cada vez mais neste país que irá às urnas em 2010.

O áspero diálogo e a opinião das ruas

O bate boca no STF ou o desabafo de uma nação indignada, demonstra uma ocorrência gravíssima no alto escalão do poder, neste caso a Justiça do país.

Mauro Santayana, no Jornal do Brasil, em 24/04/2009

O diálogo entre o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa, tal como divulgado pelos jornais, não deixa dúvida. Quem tomou a iniciativa da agressão, ao afirmar que o outro não tinha “condições de dar lição a ninguém”, foi o presidente da Corte. O ministro Joaquim Barbosa, tocado em sua dignidade, replicou à altura e, ao fazê-lo, disse o que provavelmente a maioria dos brasileiros gostaria de dizer: o ministro Gilmar Mendes tem contribuído para desacreditar o Poder Judiciário no Brasil.

O presidente do STF, interrompida a reunião, deveria ter deixado seus pares à vontade para examinar o incidente, como fez Joaquim Barbosa, ao ir para casa. Gilmar, ao reunir os colegas em seu próprio gabinete, constrangeu-os com a sua presença. E se não fosse, conforme o noticiário de ontem, a posição da ministra Cármem Lúcia e dos ministros Ricardo Lewandowski e Ayres Britto, Gilmar deles teria obtido manifestação de repúdio a Joaquim Barbosa.

O incidente de quarta-feira reabre a necessária discussão sobre o processo de escolha dos juízes do STF. Selecionado por ato presidencial, o candidato é aprovado ou reprovado pelo Senado – mas não há notícia, no Brasil, de que alguém tenha sido rejeitado. Um juiz do STF dispõe de tal poder que seria necessária outra legitimidade, além da escolha presidencial e da aprovação do Senado, para a sua nomeação.

O Senado norte-americano é mais cuidadoso na aprovação dos candidatos à Suprema Corte, e a imprensa, consciente de sua responsabilidade, os submete ao escrutínio da opinião pública. Um grande jurista conservador, Robert Bork, indicado por Reagan, em 1987, foi rejeitado (58 votos a 42), depois de ampla discussão pública, em que intervieram contra seu nome a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e personalidades destacadas, como o ator Gregory Peck. Defensor declarado dos trustes, Bork foi contestado também pelas outras posições conservadoras. Edward Kennedy o arrasou em discurso no Senado. A América de Bork – disse Kennedy – será aquela em que a polícia arrombará as portas dos cidadãos à meia-noite, os escritores e artistas serão censurados, os negros atendidos em balcões separados e a teoria da evolução proscrita das escolas.

A discussão sobre Bork – que havia sido cúmplice de Nixon no caso Watergate – levou o senador Joe Biden, hoje vice-presidente de Obama e então presidente do Comitê Judiciário daquela casa, a recomendar a rejeição de seu nome. O Biden Report foi aceito pelo Plenário, e Bork não foi aprovado. O caso foi tão emblemático que to bork passou a ser verbo.

Mais tarde, em outubro de 1991, o juiz Clarence Thomas por pouco não foi rejeitado, por sua conduta pessoal. Aos 43 anos, ele foi acusado de assédio sexual – mas os senadores, embora com pequena margem a favor (52 votos a 48), o aprovaram, sob o argumento de que seu comportamento não o impedia de julgar com equidade. Na forte campanha contra sua indicação as associações femininas se destacaram. E o verbo “borquear” foi usado por Florynce Kennedy, com a sua palavra de ordem “we’re going to bork him”.

A indicação do ministro Gilmar Mendes, como se recorda, foi contestada por juristas e alguns jornalistas. O jurista Dalmo Dallari foi incisivo: “Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional”. E lembrou que Gilmar recomendara ao Poder Executivo desrespeitar decisões judiciais.

Os fatos estão demonstrando que Dallari tinha razão. A normalidade constitucional está ameaçada pelos atos autoritários do presidente do STF, que, com arrogância, dita normas aos outros dois poderes da República e não tem sido devidamente contido por eles, que aceitaram firmar um Pacto republicano proposto pelo juiz. Pacto republicano é o da Constituição.

Gilmar foi membro do gabinete de Fernando Collor. Advogado-geral da União no governo de Fernando Henrique Cardoso, criticou o STF e se comprometeu na redação de medidas provisórias discutíveis. Sua aprovação tampouco foi fácil: teve 15 votos contrários, a maior rejeição registrada em indicações semelhantes.

Enquanto não houver critérios mais democráticos para a aprovação de indicados ao STF, o Senado deverá, pelo menos, ouvir a opinião da sociedade em audiências públicas, como faz antes de outras decisões.

Fonte: Blog do Azenha

sábado, 18 de abril de 2009

O Brasil dá Certo sim!

Sou seguidor do blog "O Brasil Que dá Certo" há algum tempo e lá encontro notícias apuradas que é refletida por um economista de verdade. Stephen Kanitz é o seu nome e o conteúdo é deveras profundo e significante.

Aqui ele nos chama a atenção para o terrorismo de imprensa sobre a nossa realidade econômica:

Clóvis Rossi, decano do jornalismo brasileiro, escreve na Folha de S. Paulo: "O que fazemos é separar o joio do trigo, jogar fora o trigo e publicar o joio. Piadinha engraçada e, às vezes, verdadeira".

"Menos no caso das previsões sobre economia. Neste caso, nem nos damos ao trabalho de separar o joio do trigo. Publicamos ambos".

O erro de Clóvis Rossi é achar que um jornalista sem formação em administração e economia saberia separar as previsões corretas das previsões incorretas. Isso é, definitivamente, algo impossível. Não é essa a função do jornalista profissional.

Nos assuntos de economia, o que um jornalista profissional precisa saber é separar os bons economistas dos péssimos economistas; os economistas que fizeram previsões corretas no passado daqueles que fizeram previsões incorretas e até desastradas.

Esse mecanismo de avaliação sequer existe no jornalismo brasileiro. Se tivesse, há muito tempo teríamos matérias do tipo "os melhores economistas e previsores deste país". Profissionais da área que acertaram no mínimo 90% de suas previsões.

Fazemos o contrário. Os economistas escolhidos para entrevistas e escrever colunas são normalmente ex-ministros que foram demitidos por erros monumentais e fracassos nos seus planos. Que critério é esse?

Pior ainda: nos primeiros 4 anos, a tônica das colunas são artigos do tipo "eu não errei, os fatos mostram que eu estava certo". E tem gente que acredita...

Em economia, não é a noticia que precisa ser selecionada; é o entrevistado. Quanto antes implantarmos um sistema de depuração, melhor para o jornalismo brasileiro.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Luta Contra a Corrupção

Este tema é complexo e vai desde um simples cidadão que busca dar um jeitinho ao comprar o guarda de trânsito quando pego numa irregularidade e estende-se por setores que ultrapassam as esferas políticas e empresariais onde vultuosas somas financeiras são utilizadas em benefício dos acordos de cavalheiros.

Um caso específico com relatório da Polícia Federal atribuído ao Delegado Protógenes quando da investigação da Operação Satiagraha - envolvendo o banqueiro Daniel Dantas - lança luz ás entranhas da guerra político-econômica em que grandes grupos empresariais, mídia, jornalistas, políticos, lobbystas e outros tantos cidadãos utilizam-se de muito dinheiro, influência e jogo pesado para atingir seus objetivos escusos que vão sem dúvidas contra os interesses da sociedade, que no final das contas é quem paga o pato.

Abaixo a conclusão do relatório de 84 páginas da Polícia Federal dá uma idéia clara do poder de persuasão dos veículos de comunicação de massa nessa intrincada rede de influências políticas.



Conclusão:

Conforme já mencionado, o objetivo deste trabalho foi realizar uma análise a respeito da influência exercida pelo grupo liderado por Daniel Dantas sobre determinados setores da mídia nacional e estrangeira. Em razão do fato de que esse é um setor estratégico, formador de opinião, as organizações lícitas ou ilícitas quando bem estruturadas, não dispensam a utilização dos meios de imprensa para se fortalecer, muitas vezes enfraquecendo seus oponentes,inclusive agentes do Estado.

Procurou-se mostrar, ao longo desta análise, que o Banco Opportunity tem acesso a jornalistas, seja por meio da empresa “Abre de Página”, seja em razão de contatos diretos estabelecidos pelo grupo.

As análises das interceptações telefônicas mostraram claramente a forma como profissionais de mídia são cooptados, orientados e remunerados para levar ao conhecimento do público as versões que interessam ao grupo de Dantas sobre os mais variados assuntos. Neste processo, Naji Nahas parece ser o intermediário entre jornalistas de Dantas.

O estudo de caso que abordou o ataque na mídia sofrido pelo ex-Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, embora talvez não guarde relação direta com o grupo de Dantas, buscou dar uma dimensão, na prática, do poder que a imprensa exerce em favor de interesses quaisquer.
Independentemente de o senador ser ou não culpado dos crimes que lhe eram atribuídos, é inegável que ele sofreu uma intensa “guerra psicológica de informações” com o objetivo de fazêlo deixar a Presidência daquela Casa Legislativa. Tanto é assim, que os ataques cessaram após sua renúncia, como se os crimes supostamente cometidos por ele perdessem a importância de forma repentina, deixando de serem merecedores de reportagens de capa, como vinha ocorrendo até então.

A forma rudimentar como isso foi feito revela que o grupo a manipular a Revista Veja objetivava, tão somente, retirar o senador de sua função. Nem a cassação de seu mandato era relevante, o que se queria era apenas o controle político do cargo de Presidente do Senado.

Na parte referente às análises das notícias, buscou-se mostrar como o tema complexo que envolvia a Brasil Telecom, Telecom Italia, Oi, Telemar e todas as disputas envolvendo o sistema de telecomunicações do País, foi abordado em diferentes veículos de comunicação impressa.

Em cada reportagem, a intenção desta análise era conhecer o viés empregado para manipular os leitores, ora de forma explícita, ora sutil, com o fim de formar uma consciência coletiva.

Ressalta-se que o público alvo das matérias era composto por pessoas esclarecidas, que buscam informação em meios considerados idôneos.
Outro ponto de destaque é a presença do Ministro Roberto Mangabeira Unger no Governo Federal.
Obviamente, seria irresponsável afirmar que esta autoridade está a serviço de Dantas na Administração Pública, mas os vínculos estreitos entre ambos, principalmente considerando o passado do banqueiro e as sucessivas acusações de crimes que ele enfrenta, são particularmente desconfortáveis.

Finalmente, convém dizer que a proposta inicial da análise – identificar a manipulação da mídia por grupos econômicos – foi alcançada.
Pelas limitações do trabalho e em face da magnitude do tema, muitos elementos, naturalmente, não constam em seu conteúdo, mesmo porque nunca houve a pretensão de abarcar toda a problemática envolvida nesta questão.
A proposta era a de oferecer uma modesta contribuição para o esclarecimento deste tema, tão pouco debatido em nossa sociedade, principalmente em razão do caráter “sagrado” da liberdade de imprensa.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

The Economist Confirma Uma Realidade

Pois é! Enquanto a mídia terrorista brasileira faz-se de morta e prá ser bem sincero, de sacana e vendida aos interesses dos lesa-pátria, a revista The Economist vem confirmar uma realidade sobre a era de governança daquele infeliz senhor que mandou e desmandou no país antes do atual Governo.
É bem verdade que a maioria das pessoas olham para a vida política e seus partidos como se fossem times de futebol onde se torce para "X" e odeia-se "Y", mas no caso específico, sou franco em dizer apenas que:
"Torço pelo melhor do meu País"!
E quer queira, quer não, o Governo atual (mesmo analfabeto como querem nos fazer crer a elite empesteada e sua mídia) está dando uma aula aos que se julgam ser absolutamente os melhores em gestão da coisa pública.
Dentre os que se julgam "the best" alguns são falsos economistas como o atual governador de São Paulo e outros... Ah, nem merece comentário!

The Economist reconhece equívoco em privatizações da era FHC...

Matéria da revista inglesa The Economist publicada na semana passada reconhece o equívoco de um dos principais pilares do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB): a venda indiscriminada de empresas e bancos estatais. No texto, a publicação afirma que até há pouco tempo no Brasil, acreditava-se que um dos fatores prejudiciais à economia brasileira seria a influência estatal no setor financeiro. Segundo a revista, entretanto, esse controle estatal é o que dá hoje ao País uma situação favorável perante os demais países e, diante da crise mundial, confere uma "situação favorável incomum ao Brasil".

A matéria se refere à manutenção da gestão estatal, por parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), instituições financeiras líderes de empréstimos para empresas e que FHC tentou, sem sucesso, privatizar.

"Outros países estão tentando descobrir como alavancar bancos e direcionar o crédito para as necessidades identificadas. Isso é algo que o Brasil faz, inclusive quando não era 'moda'. Nos bancos privados, as exigências de depósitos e garantias para financiamentos os impediram de correr os riscos financeiros que acabaram por derrubar bancos na Europa e nos Estados Unidos. Até agora, o crédito do Brasil foi 'mordiscado', mas não 'triturado', destacou o texto.

A matéria também sustenta que, na comparação com seu passado recente e na comparação com outros países, a economia do Brasil está em boa forma. "O FMI prevê que somente os países em desenvolvimento na Ásia, África e Oriente Médio terão melhores resultados em 2009. Em comparação com o contexto anterior, no qual o Brasil sofria uma parada cardíaca a cada estresse de outras economias, isso é impressionante", diz o texto.

O texto aponta ainda que as razões para a melhoria do crescimento do País estão fortemente atreladas à melhoria do nível da dívida do setor público, que foi um ponto fraco no passado e agora se mantém abaixo dos 40% do PIB, e a outros fatores. "Os empréstimos em moeda estrangeira foram trocados principalmente por títulos em reais. Além disso, o País acumulou US$ 200 milhões em reservas internacionais para defender o real; seu déficit em conta corrente é pequeno e, o mais importante, a crise não está aumentando a inflação. Isso permite que o Banco Central reduza a taxa básica de juros da economia, permitindo um custo mais barato para a dívida pública. É a primeira vez que o Brasil adota uma política monetária anticíclica", afirma o texto.

Ao analisar a matéria, o deputado Fernando Ferro (PT-PE) afirmou que o Brasil tem fôlego para enfrentar a crise mundial por conta da resistência contra a onda de privatização que aconteceu na América Latina. "Conseguimos, no Brasil, sustentar como oposição, e com ajuda da reação da sociedade, esse processo de liquidação do patrimônio público. Agora se descobriu, no auge dacrise, que é preciso a presença do Estado e estão todos tentando estatizar bancos falidos. Ou seja, transferir recursos públicos para a iniciativa privada", afirmou.

Segundo ele, a privatização de empresas de energia e de telecomunicações no governo FHC teve consequências desastrosas. "Hoje nos deparamos com as maiores tarifas de energia elétrica do mundo e temos problemas com altas tarifas da comunicação por celular. Foram justamente as duas áreas privatizadas pelo governo anterior. O governo Lula conseguiu evitar a tragédia maior que teria sido a dilapidação da estrutura pública do Brasil".

Minha observação:
Imaginem se eles tivessem conseguido privatizar também a Petrobrás como tentaram. As reservas de petróleo recentemente descobertas e que nos garantem autonomia energética estariam nas mãos de terceiros. Ainda prefiro o "marolinha"!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

JORNALISTA e pseudo-jornalistas na visão de um Mestre!

O jornalista Leandro Fortes da Carta Capital, considerado um peso pesado da sua área de atuação, nos fala sobre o atual papel de grande parte de jornalistas e a mídia.
É tão vergonhosa a situação envolvendo vários setores de nossa sociedade, que se apenas 30% da população tomasse consciencia dessa realidade, estaríamos na iminência de uma guerra civil.
É lamentável!

Com a palavra, o mestre:

"Sobre jornalistas e sabujos"
Leandro Fortes

Se alguém tinha alguma dúvida sobre o consórcio midiático montado para desqualificar o trabalho do delegado Protógenes Queiroz e livrar a cara do banqueiro Daniel Dantas, basta chafurdar na série de recentes posts de blogueiros da linha auxiliar do esgoto, escalados para não contaminar as páginas com o lixo que realmente interessa aos jornais e revistas envolvidos nessa estratégia. A cobertura feita pelos jornalões do depoimento de Protógenes na CPI dos Grampos, na quarta-feira, dia 8 de abril, é o resumo dessa posição definitiva contra os efeitos da Operação Satiagraha, cujo emblema é a salvação não só de Daniel Dantas, mas da elite econômica e política ligada a ele. Contam, para tal, com a conivência obsequiosa do governo federal.

Basta ler o noticiário sobre a ida de Protógenes à CPI dos Grampos, onde o delegado deu um baile na bancada de Dantas e desmontou a estratégia de desmoralização do deputado Marcelo Itagiba, inocentemente montada a partir da exibição de um powerpoint com supostas contradições do delegado. Vaiado pela platéia e execrado pelos colegas, Itagiba foi obrigado a enfiar a projeção no saco e a ouvir, pela primeira vez, em público, uma verdade que ele só consegue manter em surdina por que tem o apoio cínico de quase toda a mídia: na campanha de 2006, ele foi financiado por Dório Ferman, executivo do Grupo Opportunity, do banqueiro condenado Daniel Dantas. Logo, está eticamente impedido de ser o chefe da cruzada dantesca, ora em andamento no Congresso Nacional. Quem jogou isso na cara dele, diante do mundo, foi o deputado Chico Alencar, do PSOL do Rio, mas quem quiser que tente se aventure a buscar a relevância desse fato nos jornalões ou nos portais corporativos da internet. Será uma garimpagem difícil.

Parte da imprensa e dos blogs de repetição montados nas redações tornaram-se porta-vozes da nova Polícia Federal comandada pelo delegado Luiz Fernando Corrêa, sobre quem paira uma denúncia gravíssima de tortura contra uma empregada doméstica no Rio Grande do Sul. Trata-se de assunto ignorado pela chamada “grande mídia”, cada vez mais um aglomerado de jornais e revistas decadentes onde não há mais espaço para a verdade, nem muito menos para a criatividade e o humor. Movidos por interesses outros, que não o jornalismo, os mandatários dos jornais brasileiros dedicam-se a um rancor reacionário contra Protógenes e a Satiagraha, doença infantil do elitismo nacional que se espalha como catapora pelas redações. E nisso reside um dado importante sobre a luta dos patrões contra o diploma de jornalista. Eliminado esse obstáculo, a formação dos jornalistas ficará a cargo desses cursinhos de redações, de verniz teen, mas velhíssimos na forma e nos conceitos, voltados para criar monstrinhos competitivos despojados de qualquer consciência crítica sobre o que escrevem, apuram e publicam.

Evolução do jornalismo “fiteiro”, como já bem conceituou o jornalista Alberto Dines, ao discorrer sobre a reprodução pseudojornalística de gravações e dossiês entregues sob encomendas às redações, a utilização dos espaços dos blogs para publicação de vazamentos seletivos é o mais recente movimento editorial da mídia brasileira. O inquérito do delegado Amaro Vieira, sobre vazamentos de informações da Satiagraha, adotou um procedimento programado de sangramento controlado, a ponto de se tornar, ele mesmo, o mais completo emblema sobre vazamento funcional da história recente do Brasil. É um triste expediente de desmoralização da PF cujo objetivo primordial é desconstruir, pedra por pedra, a memória da gestão do delegado Paulo Lacerda.

Afastado da PF e, depois, da Abin, Lacerda paga o preço por ter ousado retirar a Polícia Federal do gueto exclusivo da fracassada guerra contra as drogas, fonte permanente de corrupção e violência, e ter dado à corporação, nos limites das melhores doutrinas republicanas, status real de polícia judiciária da União. O processo que resultou no expurgo de Paulo Lacerda foi baseado num grampo telefônico jamais provado, publicado pela revista Veja e replicado, sem qualquer apuração suplementar, por dezenas de outros veículos de comunicação. É um estudo de caso de irresponsabilidade jornalística e inépcia policial. Passados sete meses desde a abertura do inquérito sobre o caso na PF, até agora o único resultado visível do processo foi a transferência de um dos delegados responsáveis pelo inquérito para Roma, talvez por bons serviços prestados.

As novas gerações de jornalistas brasileiros estão sendo desnutridas, dia a dia, de senso crítico e capacidade de contestação. A cobertura do depoimento do delegado Protógenes Queiroz gerou uma série de matérias absolutamente iguais, senão no conteúdo, na intenção. Ao ler os jornais no dia seguinte ao depoimento, tive a súbita sensação de ter participado de outro evento, embora tenha estado, por muitas horas, no mesmíssimo plenário do corredor das comissões da Câmara dos Deputados. Com pequenas variações sobre o mesmo tema, a mídia centrou-se deliberadamente no fato de Protógenes ter se negado a responder perguntas que não tivessem relação com escutas ilegais, objeto da CPI dos Grampos. O delegado negou-se a cair numa ratoeira preparada à luz do dia, enfeitada por um powerpoint de concepção primária, mas acabou, como de costume, condenado por isso. Perdeu-se, na bacia das alminhas pequenas da pautas pré-concebidas, a chance de contar uma boa história, dessas das quais são feitas o bom jornalismo. Restou aos leitores uma narrativa insossa e mal humorada, resultado da crescente burocratização da reportagem brasileira.

O elevado grau de sabujismo de repórteres brasileiros, hoje, na imprensa brasileira, me preocupa como jornalista e como professor de jornalismo. Não se trata, devo esclarecer, de uma crítica pontual a fulano ou a sicrano, mas de um fenômeno a ser considerado, estudado e definido como objeto de avaliação acadêmica e profissional, aí incluídas as participações dos sindicatos, da Fenaj e da ABI. Escudados pela desculpa da sobrevivência pura e simples, os repórteres estão indo às ruas com pouca ou nenhuma preocupação em relação à verdade factual, adestrados que estão por uma turma barra pesada que tem feito da atividade jornalística um exercício de servilismo muito bem remunerado, é claro.

As precoces reações corporativas, apoiadas incondicionalmente pelos suspeitos de sempre, contra a anunciada Conferência Nacional de Comunicação, são só um prenúncio da guerra que se anuncia toda vez que a sociedade reclama pela democratização da mídia e o pleno acesso à informação no Brasil. O primeiro movimento da reação já foi dado e é bem conhecido: a desqualificação dos protagonistas, como o que começou a ser feito em relação ao jornalista Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. O passo seguinte será o de tentar passar para a sociedade a impressão de que os fundamentos da conferência ferem o sagrado direito de liberdade de imprensa e de expressão. E sabem quais são esses fundamentos? O controle social sobre a baixaria da TV, fiscalização severa sobre as concessões de telecomunicações e o fim das propriedades cruzadas no setor, o que irá asfixiar os oligopólios midiáticos que controlam jornais, rádios, portais de internet e emissoras de televisão. Oligopólios econômicos e políticos que estão na origem da degradação política brasileira, da ignorância e da miséria social da maior parte da população.

Resta saber de que lado nós, jornalistas, vamos estar nessa guerra.

domingo, 12 de abril de 2009

Papéis Invertidos - Cadê nossa Moral?

Por mais incrível que possa parecer, interesses escusos movem corações e mentes dos diversos segmentos da vida empresarial, política, social e midiática desta grande nação.
Todos se perguntam há muito tempo, porque esse nosso país sempre citado como sendo do futuro, jamais chega a esse ponto. A resposta para essa pergunta passa necessariamente pelo terreno da ética, ou melhor, pela falta dela nos mais diversos setores da sociedade economicamente ativa.
Ela vai desde o trabalhador que puxa um "gato" na rede elétrica de sua humilde casa na periferia até os mais altos representantes do povo (políticos) que utilizando-se do poder de influência captam recursos públicos para enriquecimento ilícito.
Passa ainda por empresários inescrupulosos, sonegadores de impostos que são acobertados por contadores e advogados que vislumbram dar respaldo aos seus clientes através das brechas existentes nas leis.
E principalmente por instituições de mídia que desviam a atenção da grande massa sobre a realidade da vida e assim injetam nas veias do povo um soro de ilusão e cruel imobilismo.
Todos esses somados atrasam a vida de uma nação inteira e não haverá futuro possível onde haja a predominância da "Lei de Gerson" ou da "Lei do Cada um por Sí e Deus por Todos".
Por menos que queiramos aceitar, estamos todos num mesmo Titanic. Simples assim!

Abaixo entrevista do Delegado Federal, Protógenes Queiroz depois de seu depoimento á CPI dos Grampos Telefônicos:

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Protógenes fala com o Acerto de Contas

Reproduzo entrevista do Delegado Protógenes Queiróz ao Pierre Lucena do blog Acerto de Contas depois de sua audiência na CPI dos Grampos Telefônicos.

“O Corregedor Amaro é um delegado escalado para produzir provas para facilitar o Daniel Dantas.”

Conversei agora há pouco com o Delegado Protógenes Queiroz, especialmente sobre o seu depoimento na CPI, e o que pensa do seu futuro.

Conversamos sobre o cenário que está estabelecido sobre a Satiagraha e também os próximos passos. Ao final, disse a ele que iria publicar, e ele falou que não teria problema, me autorizando.

Muita coisa saiu na imprensa do depoimento de ontem. Colocarei apenas os principais trechos, com o que não saiu na imprensa.

Acerto de Contas - Oi Protógenes, tudo bem? O que achou do depoimento ontem?

Tudo bem Pierre. Acho que foi bom, e deve ter sido, porque hoje não saiu muita coisa a respeito.

Acerto de Contas - Você estava preocupado em avançar o sinal em relação à Satiagraha?

Pois é, muitas perguntas surgiram, e algumas eu optei por não responder, porque poderia colocar em perigo dados sigilosos da Operação Satiagraha.

Inclusive no final eu chamei os deputados, e pedi para participarem e acompanharem o desenrolar da Operação Satiagraha, inclusive nos EUA. Muita coisa precisa vir ainda à tona, e acredito ser importante a participação dos deputados. inclusive disse: “Me convoquem que eu vou junto”.

Acerto de Contas - Inclusive em relação à Dilma e ao filho do Presidente?

Lógico, mas neste caso era melhor falar logo que não há nenhum resquício de investigação sobre eles, para que não ficassem utilizando indevidamente os nomes de quem não era objeto da investigação. Em nenhum momento eles foram investigados.

Acerto de Contas - E como está sua situação na Polícia Federal?

Eu espero que volte a ser boa. Gosto do meu trabalho de investigador, e acredito que a atuação da Polícia Federal é de suma importância para o combate à corrupção. Inclusive eu estou esperando minha liberação para contribuir com uma CPI na Assembléia Legislativa de São Paulo, mas ainda não me liberaram. Não sei se esta é a sua avaliação também.

Acerto de Contas - Você está sofrendo uma investigação da Corregedoria da PF, que está sendo conduzida pelo Delegado Amaro. Qual o papel deste Delegado nessa história toda?

O Corregedor Amaro é um delegado escalado para produzir provas para facilitar o Daniel Dantas. Ele faz parte parte de uma orquestra organizada composta do Presidente da CPI, Marcelo Itagiba e outros da cúpula da Polícia Federal, não identificados ainda. Todos tem como objetivo favorecer o banqueiro-condenado Daniel Dantas.

Acerto de Contas - Você acredita que pode acontecer o que?

Olha Pierre, se dependesse de Daniel Dantas e os que o defendem, eu seria preso, mas não conseguem porque não sou bandido. Como disse ontem, essa é a primeira vez que acontece uma investigação para averiguar uma outra investigação.

Estou sofrendo uma perseguição implacável, mas acredito que no fim tudo isso irá cair, pois o bandido não sou eu. Estão tentando inverter os papéis.

Acerto de Contas - E como está vendo esta reação no Congresso que está surgindo a seu favor?

Fico feliz em saber que vários parlamentares estão agora me apoiando. Já temos uma frente parlamentar que está se posicionando contra a perseguição que estou sofrendo.

O PDT e o PSOL em sua totalidade estão me apoiando, parlamentares do PMDB, como o nobre Senador Pedro Simon e o deputado Paulo Lima. Além de parlamentares do PT, como Eduardo Suplicy e Antonio Carlos Biscaia, e do PSB, como Janete Capiberibe.

Acerto de Contas - Inclusive o PDT anunciou que você pode sair candidato a deputado pelo partido. É verdade?

Soube disso pela imprensa, mas neste momento eu não tenho compromisso partidário algum. Meu desejo é continuar atuando no combate à corrupção, dentro da Polícia Federal. Sou delegado de carreira, e acredito que cumpro muito bem o meu dever.

Muita gente está me incentivando a sair candidato, você mesmo é um deles, mas isso só acontecerá na hipótese de não ter mais chances de combater a corrupção dentro da Polícia Federal. Aí teria que procurar outra forma de atuação pública. Mas por enquanto, acredito na recuperação da minha posição dentro da Polícia Federal.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ele é capaz de tudo

Pode parecer infantil mas a intenção é justamente essa.

Imagine alguém que se julga detentor de conhecimento máximo sobre tudo.
Aos poucos esse alguém propaga seu conhecimento e informações de variados assuntos e a cada dia ganha mais simpatizantes sobre o seu ponto de vista.
Essa pessoa com o tempo começa deter um certo prestígio e serve como se fosse um guru, uma referência, um conselheiro, aquele que além de prestar informações sobre o que se passa ao redor do mundo, já tornou-se meu amigo confiável de todos os dias.

O que ele fala é lei, e isto de certa maneira vai de encontro ás minhas convicções e pensamentos.

Aos poucos esse alguém vai fazendo parte da minha vida, do meu dia a dia, onde me vejo inteiramente ligado ao seu pensamento e me portando exatamente como ele orienta e influi.
Não sei mais viver sem as suas informações que tornaram-se imprescindíveis para as minhas opiniões e tomadas de decisões.
Eu vejo o mundo de acordo com o que ele me fala.
Eu já não penso mais por mim, não avalio, não questiono, não percebo que poderia haver um outro lado sobre as questões levantadas.

Enfim, sou totalmente alheio á minha individualidade, pois se esse alguém confiável me diz que pedra não é exatamente pedra e sim água, definitivamente ele está certo. Eu é que não havia me dado conta disso antes.

Esse alguém exerce um grande poder sobre minha vida.
E fico mais feliz ainda por perceber que as demais pessoas e grupos do meu convívio também estão inteiramente de acordo com tudo que é propagado por este alguém.

Fica claro que este alguém detentor de conhecimento e informações trás consigo muito poder e influência, afinal sabe muito sobre vários assuntos, situações, grupos e indivíduos.

Com esse poder imensurável, ele passa a exercer uma verdadeira pressão sobre situações que lhe sejam convenientes influenciar.
Devido á credibilidade que conquistou ao longo do tempo através da manipulação do meu pensamento, ele passará a omitir algumas informações, manipular outras, desvirtuar o que não lhe seja interessante ou aos seus amigos, até chegar ao ponto de criar fatos que impliquem em manter-me cada vez mais sob seu domínio, beneficiando seus pares ou aliados.

Como o que ele diz é lei, não há porque eu questionar suas informações.
Ele finalmente é alguém acima de qualquer suspeita.

Agora imagine que este alguém detentor de tanto poder é o responsável por levar informações á um grupo de mais de 180 milhões de pessoas.

Me diga: esse alguém tem poder ou não?
Já imaginou o que ele é capaz de fazer para manter esse status?

Agora imagine este alguém multiplicado e tranformado em veículos de comunicação de massas, como exemplo os nomes abaixo citados:

Rede Globo de Televisão
Rede Bandeirantes de Televisão
Rede Gazeta de Televisão
Jornal O Globo
Jornal do Brasil
Jornal Correio Brasiliense
Jornal Folha de São Paulo
Jornal O Estado de São Paulo
Revista Veja
Revista Exame
Revista Época
Revista Istoé
Rádio Bandnews
Rádio CBN
Rádio Joven Pan
Portal UOL
Portal Agência Estado
Portal Terra

O poder deste alguém supera qualquer coisa que minha vã filosofia possa imaginar.
Ele é capaz de tudo e um pouco mais. E é bom que eu não duvide disso!

Essa é uma maneira bem simples de exemplificar como os meios de comunicação doutrinam, infantilizam e escravizam os indivíduos e as sociedades em pról de seus interesses mesquinhos.

domingo, 5 de abril de 2009

O câncer da contrabandista!

A contrabandista da elite paulistana e dona da boutique Daslu, Eliana Tranchesi, que foi condenada recentemente a 94 anos de prisão por vários crimes como formação de quadrilha, contrabando, falsificação de documentos, sonegação fiscal e etc., foi liberada da prisão por diversos argumentos da defesa, entre eles um suposto tratamento contra o câncer.

Fato estranho porque segundo reportagem da revista Istoé Dinheiro do dia 21.08.2008 que tratava sobre o câncer em políticos e empresários cita que a referida contrabandista se dizia curada!

No caso da empresária Eliana Tranchesi, dona da Daslu, as más notícias vieram em série. Alvo de uma estridente ação da Polícia Federal, ela também foi vitimada por um nódulo no pulmão esquerdo e não escapou da quimioterapia. Mesmo com uma enorme dificuldade para subir escadas e o mal-estar dos efeitos colaterais, ela não quis deixar a empresa. Hoje, curada, diz que é preciso desmistificar a idéia de que câncer mata.
"O meu pensamento positivo ajudou no meu tratamento. E não larguei a empresa. Me esforcei para ficar sempre disposta. Hoje estou curada", disse à DINHEIRO Eliana Tranchesi.

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/569/artigo99682-1.htm
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/569/artigo99682-2.htm


sábado, 4 de abril de 2009

Apedeuta? Será?

Muitos passam pela história sem ao menos se dar conta dela.
Estamos sem sombra de dúvidas vivendo um momento histórico sem precedentes para o Brasil que finalmente é reconhecido aos olhos do mundo como um grande país.
Infelizmente aqui dentro isso ainda não é reconhecido, ou não quer ser reconhecido porque o grande responsável por essa inserção, trata-se de um homem vindo de uma região que ao sul e sudeste do país é tida como o que há de mais atrasado e vergonhoso para a nação: o nordeste.

Um homem que não tem um diploma universitário.
Um homem que veio das bases, do chão de fábrica, um simples torneiro mecânico.
Um homem que ao olhar da elite brasileira e seus puxa-sacos imbecís da imprensa é chamado de apedeuta que siginifica: sem instrução, ignorante, sem educação, grosseiro, estúpido etc.

É assim que o presidente Lula é visto pelos donos do poder nacional.
É assim que os meios de comunicação terrorista diariamente referem-se ao mandatário da república.
É assim que boa parte da população, aquela que se julga esperta, que faz parte da classe média, que tem instrução de nível superior enxergam o seu presidente da república.

Cegos alguns, com viseiras de burros nas vistas outros, ou com um supremo ódio correndo nas veias os demais, essas pessoas não querem e muito menos aceitam a realidade como ela é. E a realidade simplesmente é, independente de nossas vontades e desejos.

Parafraseando o "apedeuta", jamais na história desse país, um presidente da republica teve tamanha aprovação por tanto tempo e em diversos níveis da sociedade. Jamais na história desse país, um presidente da república brasileira foi recebido com honras e pompas pelos principais chefes de nações do mundo que entre afagos ouviu do presidente da maior nação do planeta:
- Esse é o cara. Adoro esse cara! Bradou Barack Obama.

Fico imaginando a sensação de determinadas figuras inferiores que querem fazer frente oposicionista na mídia e na política nacional. Quem são Willian Boner, Fatima Bernardes, Miriam Leitão, Bóris Casoy, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Eliane Catanhede, Bárbara Gância, Clóvis Rossi, Josias de Souza, Carlos Sardenberg, Ricardo Noblat, Ricardo Boechat, Kennedy Alencar, Gilberto Dimenstein, entre outros? Quem são Estadão, Folha de São Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, Revista Veja, Época, Istoé entre outras? Quem são José Serra, Kassab, FHC, Sarney, Orestes Quércia, Maias, Gereissatis, Malufs, Collors, Magalhães, entre outros tantos?

Quem são esses aí de cima e uma infinidade de tantos outros do mesmo nível aos olhos do mundo?

Você navegar pela internet e encontrar em periódicos do nível de El País, La Nacion, The Economist, Le Monde, The Wall Street Journal, The New York Times, The Whashington Post, El Clarín, La Repubblica, The Guardian, visões sensatas daquilo que não encontramos aqui no quintal de casa é algo que só vem corroborar a nossa cegueira, o nosso preconceito, o nosso separatismo e a total falta de sensibilidade com o momento que vivemos.

É difícil sim para os opositores de plantão e os invejosos se conterem, mas indubitavelmente estamos neste momento diante de um "Estadista" de peso na história mundial. Jamais na história desse país tivemos alguém nessa condição.
Ele chegou lá no planalto, mas o planalto é pouco ou quase nada para a sua inata aptidão, o que contraria amargamente os que o apelidaram de "apedeuta".
É difícil aceitar, mas sim elite separatista e preconceituosa, o Lula é o cara do mundo!
Parabéns Presidente Lula! Parabéns também ao verdadeiro povo brasileiro!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Fernando Lyra: Gilmar Mendes explicita o apartheid

Novamente venho tocar no tema que é irrelevante: O Presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes está levando chumbo por todos os lados. Sua maneira de defender explicitamente os crimes da elite e descer o cacete nos demais órgãos federais como o Ministério Público e a Polícia Federal já está escancarada. E isso não é bem visto por vários setores da sociedade.
Com a palavra um ex ministro da justiça, Fernando Lyra.

Fonte: Blog Terra Magazine - Bob Fernandes

Fernando Lyra não tem papas na língua.

Desde que era um "autêntico" do MDB. O termo, cunhado num histórico encontro no Recife, início dos anos 70, presentes entre os "autênticos" o próprio Lyra e os então deputados Chico Pinto e Alencar Furtado. MDB, ainda sem o P imposto pela ditadura, dos tempos em que o partido combatia e não servia e servia-se do poder de plantão. E o poder de plantão era o dos generais-ditadores.

No enterro formal da ditadura de 21 anos, Fernando Lyra foi dos mais próximos, senão o mais próximo, dentre os articuladores da candidatura Tancredo Neves à presidência da República. Um pouco dessa história ele conta no livro Daquilo que eu Sei, lançado em março último (Editora Iluminuras).

Ministro da Justiça nomeado por Tancredo seguiu no cargo por 11 meses, já sob a presidência de José Sarney. Experimentado homem de poder, conhecedor dos atalhos e caminhos da Brasília oficial, Fernando Lyra é direto, e duro, nessa conversa com Terra Magazine.

O assunto é a mal disfarçada troca de chumbo entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e setores das primeiras instâncias da Justiça, entre Mendes e o Ministério Público, entre Mendes e porções - cada vez mais acuadas - da Polícia Federal.

Troca de chumbo, sempre, no rastro de alguma operação da Polícia Federal que leve para a prisão algum representante daquilo que Lyra chama de "O Brasil de cima".

O ex-ministro da Justiça diz:
- O presidente do Supremo Federal, Gilmar Mendes, está falando demais. Demais mesmo...Ele comenta todos os casos, principalmente os crimes que envolvem a elite...

Para deixar mais claro o que pensa, Lyra especifica:
- Ele fala o tempo todo sobre o Brasil de cima, mostra suas preocupações com isso, enquanto no Brasil de baixo nunca se sabe quem morreu, assim como não se sabe quem matou. Essa situação de hoje é a explicitação do apartheid. Os crimes que a ele parecem interessar são os da elite, onde surge a elite, o resto é abandonado ao silêncio, como se todos fossem apenas criminosos. Mas alguém aí sabe quem matou, quem morreu? Alguém investigou, verificou, confirmou? E se é pra falar, alguém falou?

Terra Magazine - A polícia do Rio de Janeiro ocupou a Ladeira dos Tabajaras e os mortos foram quatro. Numa outra semana foram cinco de uma vez só, em Salvador tem sido mais de uma dezena por semana, no Recife também, e Brasil afora são centenas de mortos sem rosto e sem nome a cada mês. Supostamente todos seriam bandidos. No entanto, já há uma semana as manchetes são basicamente sobre prisões "arbitrárias", os "excessos" da Polícia Federal, do juiz, do Ministério Público... Outra vez estão em julgamento os juízes, os procuradores, a polícia e não os acusados de cometer crimes. Não há algo estranho no ar?
Fernando Lyra - Primeiro, há uma questão que o País evita que é o consumo assustador de drogas por parte das classes média e alta, e o que se deveria fazer diante disso.

Alguma sugestão?
Não há uma estratégia nacional de segurança e nem mesmo há o debate verdadeiro sobre essa questão que é gravíssima e não apenas no Rio de Janeiro e em São Paulo, aqui em Pernambuco também é, como é na Bahia, no Brasil inteiro. Aliás, é questão grave no mundo inteiro e já há países que a enfrentam.

E vendo isso sob outra perspectiva, que não apenas a do cotidiano?
Há, realmente, algo muito estranho. O judiciário é um poder fechado, não se tem informação clara do que acontece nos seus meandros, e o que se vê é uma grande confusão no debate. Isso está refletido nas manchetes.

O senhor se refere às manifestações de juízes, procuradores, policiais federais, em resposta às manifestações do presidente do STF, Gilmar Mendes?
Exatamente. O presidente do Supremo, Gilmar Mendes, está falando demais. Demais mesmo, muito mais do que seria prudente e desejável. Ele comenta todos os casos, principalmente os crimes que envolvem a elite. E não falo aqui sobre o conteúdo dos seus habeas corpus, das suas decisões como juiz, me refiro à maneira como ele tem se portado...

Que maneira seria essa?
Ele se porta como se fosse a maior autoridade no Brasil, coisa que ele não é. Ele é, circunstancialmente, presidente de um poder. E eu não vejo ele se pronunciar sobre essa mortandade, sobre essa matança toda no Brasil. Ele tem se pronunciado sobre, principalmente, casos que envolvem a elite.

O noticiário indica claramente um choque, atritos, entre instâncias da Justiça, setores da Polícia Federal, do Ministério Público. Essa excitação toda teria a ver com isso?
A impressão que se tem é que tudo isso é uma resposta aos comentários do presidente do Supremo, ao seu falar demais. A opinião pública se confunde, não consegue entender porque ele se pronuncia sempre em relação a juízes, policiais, promotores, enquanto não toca no assunto dos réus. Ele fala o tempo todo sobre o Brasil de cima, mostra suas preocupações com isso, enquanto no Brasil de baixo nunca se sabe quem morreu, assim como não se sabe quem matou. Essa situação de hoje é a explicitação do apartheid. Os crimes que a ele parecem interessar são os da elite, onde surge a elite, o resto é abandonado ao silêncio, como se todos os mortos fossem apenas criminosos. Mas alguém aí sabe quem matou, quem morreu? Alguém investigou, verificou, confirmou? E já que é pra falar, alguém falou?

Nos dê um detalhe desse "clima de excitação" no cotidiano.
Esse clima não está apenas nas manchetes dos telejornais e da mídia do Sul e Sudeste. Aqui no Recife, por exemplo, nas televisões e rádios, entre 11h30 da manhã e 1h30 da tarde, só tem assassinato, morte, estupro, seqüestro...numa feroz disputa pela audiência. Uma posição correta sobre qualquer assunto não é notícia, não atrai o público, o que sobra é a versão divulgada.

Isso não é um tema para o Ministério Público?
Certamente também para o Ministério Público. Temos que deixar de lado, um pouco, o Brasil de cima e prestar atenção no que acontece no Brasil de baixo.

"Esse é o cara!", diz Obama sobre Lula

Coisas estranhas acontecem na nova ordem mundial. Enquanto assistimos internamente uma verdadeira guerrilha da mídia, da oposição e boa parte dos cidadãos contra o Governo Federal, lá fora acontecem coisas inimagináveis com relação á visão que eles tem sobre o Brasil e o chefe de Governo.

Notícia de Hoje:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira em Londres que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o "político mais popular da Terra".

Obama fez o comentário em uma roda de líderes mundiais, pouco antes do início da reunião do G20, em uma sala de conferência do Excel Center, em Londres.

Um vídeo da BBC registra a cena em que os dois se cumprimentam. Obama troca um aperto de mãos com o presidente brasileiro, olha para o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, e diz, apontando para Lula: "Esse é o cara! Eu adoro esse cara!".

Em seguida, enquanto Lula cumprimenta Rudd, Obama diz, novamente apontando para Lula: "Esse é o político mais popular da Terra".

Rudd aproveita a deixa e diz : "O mais popular político de longo mandato". "É porque ele é boa pinta", acrescenta Obama.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A JUSTIÇA ou a falta dela, em foco!

Retomo o tema ou dou continuidade por estar perdido, desnorteado, boquiaberto, totalmente sem noção alguma sobre os valores e juizos morais que devem reger uma sociedade.
É notório que vivemos neste momento da recente redemocratização do país algo assombroso no que tange aos poderes superiores, principalmente aqueles que deveriam zelar pelas garantias da ordem e direito dos cidadãos.

Para não me estender muito irei registrar três fatos recentes relacionados a justiça:

1) Mendes diz que controle do MP sobre a Polícia Federal não tem funcionado

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilmar Mendes, afirmou, na terça-feira, que o controle feito pelo Ministério Público (MP) sobre as atividades da Polícia Federal (PF) "não tem funcionado a contento". Para Mendes, alguns integrantes do MP têm, muitas vezes, parte nos abusos cometidos pela PF.

"Esse tal controle externo do Ministério Público (sobre a PF) é algo lítero-poético-recreativo", disse Mendes, ao ser questionado sobre a atuação da Polícia Federal na Operação Castelo de Areia.

Meu comentário: Não entendo nada de leis e direito, mas pode um ministro ou mesmo o presidente do Superior Tribunal Federal emitir opiniões ou fazer juízo de valor sobre questões que poderão futuramente a vir ser julgadas por ele na Corte Suprema? Estaria essa atitude sendo tomada por tratar-se de crimes cometidos pela elite e que não pode e nem deve ser contrangida quando é pega em ação crimonosa?

2) Família de acusado de ter matado a ex mulher ganha a guarda do filho do casal

O juiz Argenildo Fernandes dos Santos, da Justiça de Teixeira de Freitas (BA), concedeu à família do ex-jogador Janken Ferraz Evangelista, acusado de matar a ex-mulher Ana Flávia Melo e Silva, 18 anos, a guarda provisória do filho do casal de 6 anos.


Meu comentário: Um crime passional planejado e cometido de maneira cruel pelo assassino que ainda recebe como prêmio a guarda do filho que ficará sob os cuidados de sua família.

3) A procuradora da republica Karen Louise Jeanette Kann critica seus pares da justiça em nota oficial:

"Diante de prejulgamentos que surgem no noticiário da imprensa sobre a Operação Castelo de Areia, o Ministério Público Federal, como órgão responsável pelo acompanhamento das investigações e como fiscal da lei, tem o dever de consignar e comunicar à sociedade o que segue:
1) O conjunto probatório constante dos autos, lamentavelmente, não foi levado, na sua integralidade, ao conhecimento do Tribunal Regional Federal da 3ª Região que, por intermédio da digna Relatora do habeas corpus impetrado, e sob tais circunstâncias, decidiu liminarmente pela liberação dos diretores da Camargo Corrêa ora investigados e indiciados. O mesmo se dá com relação ao Supremo Tribunal Federal, que segundo veicula a imprensa, sem ter tido acesso aos autos, estaria, por meio de alguns de seus ministros, veiculando prejulgamentos contrários à forma de deflagração da operação;
2) O MPF, ao formular os pedidos de prisão preventiva e temporária dos investigados, assim como os de busca e apreensão, agiu no exercício de sua estrita responsabilidade legal e social, analisando tanto o conteúdo das provas materiais já constantes dos autos - e que apontam para a efetiva prática de crimes financeiros e de lavagem de dinheiro - como os pressupostos processuais legais que autorizaram as medidas constritivas adotadas pelo Juízo Federal de primeiro grau, inclusive as ordens de prisão cautelar;
3) Em momento nenhum, os pedidos de prisão preventiva e temporária foram utilizados para garantir a conclusão dos interrogatórios dos investigados, nem, tampouco, como antecipação de pena. Tais medidas estiveram estritamente inseridas dentro de um contexto de legalidade, encontrando-se respaldadas, inclusive, por precedentes de Tribunais Superiores - que, em circunstâncias coincidentes, com a participação de pessoas de perfis e condutas semelhantes aos dos investigados, vem, ao contrário do quanto propalado na imprensa, autorizando as prisões preventivas e temporárias nos crimes financeiros e de lavagem de dinheiro;
4) Independentemente da fundamentação que tenha sido utilizada na decisão judicial de primeira instância, que decretou a prisão dos investigados e dos óbices levantados pelos seus advogados, é preciso registrar que a deflagração da Operação Castelo de Areia pela Polícia Federal, com ampla participação e respaldo por parte do Ministério Público Federal, manifestado nos contundentes, mas imprescindíveis pedidos de prisões e buscas cautelares, se constituiu numa ação responsável, pautada pelo direito e pelos critérios processuais e jurisprudenciais que norteiam decisões desse quilate, como se deu em inúmeros casos assemelhados e os quais, não obstante impugnados via recursal, jamais tiveram a sua idoneidade questionada;
5) As buscas e apreensões no âmbito da empresa Camargo Corrêa seguiram os parâmetros legais, inclusive no espaço reservado à prestação de assistência jurídica ao próprio Grupo. Em preceito algum, a Lei 11.767/2008 ressalva os escritórios de advocacia (ou departamentos jurídicos de empresas) como redutos revestidos de inviolabilidade absoluta, justamente para se evitar a blindagem intencional, por parte de pessoas físicas ou jurídicas que possam deles se utilizar para encobrir o possível cometimento de crimes. Os diretores da Camargo Corrêa investigados têm a seu dispor escritório de advocacia instalado no mesmo prédio. Sob tal justificativa, foi convocado representante da OAB ao local para acompanhar a execução das medidas - fato ignorado nas reportagens. Portanto, não pareceu ao MPF como caracterizada, sob nenhum aspecto, muito menos técnico, a ocorrência de qualquer excesso ou mesmo ilegalidade na adoção de tal medida judicial;
6) O envolvimento dos investigados com doações a partidos políticos não fundamentou os pedidos de prisão e de busca, baseados, essencialmente, nas já consistentes provas de crimes financeiros e de lavagem de dinheiro constantes dos autos. Entretanto, a descoberta, nas buscas e apreensões, de eventuais elementos que venham indicar a suposta prática de crimes eleitorais serão, oportunamente e ao final da análise de toda a documentação apreendida, enviadas ao Ministério Público Eleitoral competente;
7) Por esta razão, e em defesa incondicional da legalidade e constitucionalidade que sempre norteou as ações do Ministério Público Federal, manifesto nossa inteira credibilidade na Justiça, em todos os seus níveis - inobstante questionamentos judiciais manifestados no decorrer das investigações - ações estas que estiveram e continuarão pautadas na sua serena, legítima e independente busca pela verdade real e pelo seu integral compartilhamento com as autoridades responsáveis pela condução e eventual revisão da investigação, com vistas à sua à detalhada e suficiente conclusão.
São Paulo, 31 de março de 2009
KAREN LOUISE JEANETTE KAHN
Procuradora da República

Meu comentário: Nem tudo está perdido enquanto pudermos contar com magistrados do nível desta senhora Karen Louise e Fausto de Sanctis.
Ainda há esperanças.