Sou seguidor do blog "O Brasil Que dá Certo" há algum tempo e lá encontro notícias apuradas que é refletida por um economista de verdade. Stephen Kanitz é o seu nome e o conteúdo é deveras profundo e significante.
Aqui ele nos chama a atenção para o terrorismo de imprensa sobre a nossa realidade econômica:
Clóvis Rossi, decano do jornalismo brasileiro, escreve na Folha de S. Paulo: "O que fazemos é separar o joio do trigo, jogar fora o trigo e publicar o joio. Piadinha engraçada e, às vezes, verdadeira".
"Menos no caso das previsões sobre economia. Neste caso, nem nos damos ao trabalho de separar o joio do trigo. Publicamos ambos".
O erro de Clóvis Rossi é achar que um jornalista sem formação em administração e economia saberia separar as previsões corretas das previsões incorretas. Isso é, definitivamente, algo impossível. Não é essa a função do jornalista profissional.
Nos assuntos de economia, o que um jornalista profissional precisa saber é separar os bons economistas dos péssimos economistas; os economistas que fizeram previsões corretas no passado daqueles que fizeram previsões incorretas e até desastradas.
Esse mecanismo de avaliação sequer existe no jornalismo brasileiro. Se tivesse, há muito tempo teríamos matérias do tipo "os melhores economistas e previsores deste país". Profissionais da área que acertaram no mínimo 90% de suas previsões.
Fazemos o contrário. Os economistas escolhidos para entrevistas e escrever colunas são normalmente ex-ministros que foram demitidos por erros monumentais e fracassos nos seus planos. Que critério é esse?
Pior ainda: nos primeiros 4 anos, a tônica das colunas são artigos do tipo "eu não errei, os fatos mostram que eu estava certo". E tem gente que acredita...
Em economia, não é a noticia que precisa ser selecionada; é o entrevistado. Quanto antes implantarmos um sistema de depuração, melhor para o jornalismo brasileiro.
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