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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Luta Contra a Corrupção

Este tema é complexo e vai desde um simples cidadão que busca dar um jeitinho ao comprar o guarda de trânsito quando pego numa irregularidade e estende-se por setores que ultrapassam as esferas políticas e empresariais onde vultuosas somas financeiras são utilizadas em benefício dos acordos de cavalheiros.

Um caso específico com relatório da Polícia Federal atribuído ao Delegado Protógenes quando da investigação da Operação Satiagraha - envolvendo o banqueiro Daniel Dantas - lança luz ás entranhas da guerra político-econômica em que grandes grupos empresariais, mídia, jornalistas, políticos, lobbystas e outros tantos cidadãos utilizam-se de muito dinheiro, influência e jogo pesado para atingir seus objetivos escusos que vão sem dúvidas contra os interesses da sociedade, que no final das contas é quem paga o pato.

Abaixo a conclusão do relatório de 84 páginas da Polícia Federal dá uma idéia clara do poder de persuasão dos veículos de comunicação de massa nessa intrincada rede de influências políticas.



Conclusão:

Conforme já mencionado, o objetivo deste trabalho foi realizar uma análise a respeito da influência exercida pelo grupo liderado por Daniel Dantas sobre determinados setores da mídia nacional e estrangeira. Em razão do fato de que esse é um setor estratégico, formador de opinião, as organizações lícitas ou ilícitas quando bem estruturadas, não dispensam a utilização dos meios de imprensa para se fortalecer, muitas vezes enfraquecendo seus oponentes,inclusive agentes do Estado.

Procurou-se mostrar, ao longo desta análise, que o Banco Opportunity tem acesso a jornalistas, seja por meio da empresa “Abre de Página”, seja em razão de contatos diretos estabelecidos pelo grupo.

As análises das interceptações telefônicas mostraram claramente a forma como profissionais de mídia são cooptados, orientados e remunerados para levar ao conhecimento do público as versões que interessam ao grupo de Dantas sobre os mais variados assuntos. Neste processo, Naji Nahas parece ser o intermediário entre jornalistas de Dantas.

O estudo de caso que abordou o ataque na mídia sofrido pelo ex-Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, embora talvez não guarde relação direta com o grupo de Dantas, buscou dar uma dimensão, na prática, do poder que a imprensa exerce em favor de interesses quaisquer.
Independentemente de o senador ser ou não culpado dos crimes que lhe eram atribuídos, é inegável que ele sofreu uma intensa “guerra psicológica de informações” com o objetivo de fazêlo deixar a Presidência daquela Casa Legislativa. Tanto é assim, que os ataques cessaram após sua renúncia, como se os crimes supostamente cometidos por ele perdessem a importância de forma repentina, deixando de serem merecedores de reportagens de capa, como vinha ocorrendo até então.

A forma rudimentar como isso foi feito revela que o grupo a manipular a Revista Veja objetivava, tão somente, retirar o senador de sua função. Nem a cassação de seu mandato era relevante, o que se queria era apenas o controle político do cargo de Presidente do Senado.

Na parte referente às análises das notícias, buscou-se mostrar como o tema complexo que envolvia a Brasil Telecom, Telecom Italia, Oi, Telemar e todas as disputas envolvendo o sistema de telecomunicações do País, foi abordado em diferentes veículos de comunicação impressa.

Em cada reportagem, a intenção desta análise era conhecer o viés empregado para manipular os leitores, ora de forma explícita, ora sutil, com o fim de formar uma consciência coletiva.

Ressalta-se que o público alvo das matérias era composto por pessoas esclarecidas, que buscam informação em meios considerados idôneos.
Outro ponto de destaque é a presença do Ministro Roberto Mangabeira Unger no Governo Federal.
Obviamente, seria irresponsável afirmar que esta autoridade está a serviço de Dantas na Administração Pública, mas os vínculos estreitos entre ambos, principalmente considerando o passado do banqueiro e as sucessivas acusações de crimes que ele enfrenta, são particularmente desconfortáveis.

Finalmente, convém dizer que a proposta inicial da análise – identificar a manipulação da mídia por grupos econômicos – foi alcançada.
Pelas limitações do trabalho e em face da magnitude do tema, muitos elementos, naturalmente, não constam em seu conteúdo, mesmo porque nunca houve a pretensão de abarcar toda a problemática envolvida nesta questão.
A proposta era a de oferecer uma modesta contribuição para o esclarecimento deste tema, tão pouco debatido em nossa sociedade, principalmente em razão do caráter “sagrado” da liberdade de imprensa.

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