Com discussões acaloradas, o debate entre os candidatos foi marcado pelos ataques de Dilma a Serra.
No final do primeiro bloco do debate na Rede Bandeirantes, Dilma Rousseff (PT), cobrou de José Serra (PSDB) esclarecimentos sobre Paulo Vieira de Souza, ex-membro do governo tucano em São Paulo que, segundo a petista, "fugiu com R$ 4 milhões de sua campanha". Na plateia, o questionamento deixou os petistas efusivos. Integrantes do PSDB, preocupados com o cerco da imprensa a partir deste instante, prepararam uma saída à francesa do senador eleito Aloysio Nunes, que mantinha relações estreitas com Vieira de Souza. Minutos depois, o senador eleito deixou o estúdio e não retornou.
Mais conhecido como Paulo Preto, Paulo Vieira de Souza foi diretor de engenharia da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa). Ele era o responsável direto por grande parte das obras viárias do governo de São Paulo. Chamado de "homem-bomba do PSDB", em matéria da revista Veja, publicada em maio deste ano, Paulo Preto foi demitido oito dias depois de ter inaugurado o trecho sul do Rodoanel. Quando Aloysio Nunes deixou o debate, depois do questionamento sobre Paulo Preto, o correligionário Cícero Lucena ocupou o seu lugar na plateia.
No instante da acusação, Serra olhou para assessores, o marqueteiro Luiz Gonzalez e o estrategista Felipe Soutello. Tempo encerrado. Nos bastidores, a denúncia agitou a plateia e as conversas de pé-de-ouvido. "Ele está desnorteado. Isso, no boxe, é nocaute", mordiscou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT). Mais abaixo, o coordenador de comunicação de Dilma, o deputado estadual Rui Falcão, informava: "A imprensa já noticiou: ele era diretor da Dersa e fugiu com quatro milhões". Dinheiro que, segundo a pergunta-acusação de Dilma no debate, teria sido arrecadado para campanha tucana.
"Serra deve ter levado um susto", comemorou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "A Dilma colocou o tema do Paulo Preto na campanha. Foi colocado e não houve qualquer reação. Está na pauta das discussões dos próximos dias", avaliou Edinho Silva, presidente do PT paulista.
Ainda segundo a matéria da revista Veja, "Vieira de Souza e Aloysio se conhecem há mais de 20 anos. Quando, no ano passado, o tucano sonhou em ser o candidato de seu partido ao governo de São Paulo, Vieira de Souza foi apresentado como seu 'interlocutor' junto ao empresariado. A proximidade entre os dois é tão grande que a família dele contribuiu para que o ex-secretário comprasse seu apartamento".
Em agosto, a revista ISTO É publicou uma matéria de capa, segundo a qual líderes do PSDB acusam Paulo Preto "de ter arrecadado dinheiro de empresários em nome do partido e não entregá-lo para o caixa da campanha". A publicação traz também uma declaração de um diretor de uma das empreiteiras responsáveis por obras de remoção de terras no eixo sul do Rodoanel: "não fizemos nenhuma doação irregular, mas o engenheiro Paulo foi apresentado como o 'interlocutor' do Aloysio junto aos empresários".
À saída do debate na TV Bandeirantes, os petistas questionavam a falta de resposta do tucano à acusação feita por Dilma com base na denúncia da revista ISTO É. O deputado Jutahy Magalhães Jr., diz "desconhecer completamente a história" e acrescenta que o comportamento mais ofensivo da ex-ministra flagra "a preocupação com os números". A afirmação é referente às pesquisas eleitorais. Segundo o último Datafolha - publicado no sábado (9) - Dilma tem 54% dos votos válidos, contra 46% de Serra.
O candidato tucano e sua equipe avaliaram que a estratégia da petista era conclamar sua militância. "Ela falou para dentro do partido", avaliou o jornalista Luiz Gonzalez, coordenador de marketing da campanha. Para Serra, a petista se comportou de forma atípica para poder usar as imagens em seu programa de televisão. O marqueteiro da petista, João Santana Filho, sorriu com a declaração.
O deputado eleito Sérgio Guerra (PSDB-PE) provocou: "esta foi a primeira intervenção de Ciro Gomes (PSB) na campanha". O socialista é integrante novo na campanha de Dilma e, segundo aliados, entrou para "bater". Para o governador de São Paulo, Alberto Goldman, a petista fez afirmações "estapafúrdias": "eu nunca vi em 40 anos um suicídio desta forma que ela está fazendo". E completou: "ela está totalmente perdida".
Tucanos e petistas monitoraram, durante o debate, a reação de grupos focais espalhados pelas regiões brasileiras. Nas pesquisas do PT, houve aprovação da linha de ataques assumida por Dilma, o que justificou a manutenção dos ataques a Serra em todos os blocos do debate. Nas qualitativas tucanas, a petista aparecia como "agressiva" e "raivosa".
Ainda em relação às análises particulares, o coordenador jurídico da campanha, José Eduardo Cardozo, opinou: "no confronto frente a frente, a linha vai ser essa".
Os tucanos usam o exemplo deixado por Geraldo Alckmin em 2006 contra Lula, então candidato à reeleição. O primeiro confronto entre os dois, já no segundo turno, foi marcado por ataques mútuos. O tucano, diferente do que fizera no primeiro turno, resolveu subir o tom contra o petista. À época, o PSDB avaliou que esta mudança de comportamento foi o que rendeu uma vitória ainda mais folgada a Lula.
FONTE: Terra
Mais conhecido como Paulo Preto, Paulo Vieira de Souza foi diretor de engenharia da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa). Ele era o responsável direto por grande parte das obras viárias do governo de São Paulo. Chamado de "homem-bomba do PSDB", em matéria da revista Veja, publicada em maio deste ano, Paulo Preto foi demitido oito dias depois de ter inaugurado o trecho sul do Rodoanel. Quando Aloysio Nunes deixou o debate, depois do questionamento sobre Paulo Preto, o correligionário Cícero Lucena ocupou o seu lugar na plateia.
No instante da acusação, Serra olhou para assessores, o marqueteiro Luiz Gonzalez e o estrategista Felipe Soutello. Tempo encerrado. Nos bastidores, a denúncia agitou a plateia e as conversas de pé-de-ouvido. "Ele está desnorteado. Isso, no boxe, é nocaute", mordiscou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT). Mais abaixo, o coordenador de comunicação de Dilma, o deputado estadual Rui Falcão, informava: "A imprensa já noticiou: ele era diretor da Dersa e fugiu com quatro milhões". Dinheiro que, segundo a pergunta-acusação de Dilma no debate, teria sido arrecadado para campanha tucana.
"Serra deve ter levado um susto", comemorou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "A Dilma colocou o tema do Paulo Preto na campanha. Foi colocado e não houve qualquer reação. Está na pauta das discussões dos próximos dias", avaliou Edinho Silva, presidente do PT paulista.
Ainda segundo a matéria da revista Veja, "Vieira de Souza e Aloysio se conhecem há mais de 20 anos. Quando, no ano passado, o tucano sonhou em ser o candidato de seu partido ao governo de São Paulo, Vieira de Souza foi apresentado como seu 'interlocutor' junto ao empresariado. A proximidade entre os dois é tão grande que a família dele contribuiu para que o ex-secretário comprasse seu apartamento".
Em agosto, a revista ISTO É publicou uma matéria de capa, segundo a qual líderes do PSDB acusam Paulo Preto "de ter arrecadado dinheiro de empresários em nome do partido e não entregá-lo para o caixa da campanha". A publicação traz também uma declaração de um diretor de uma das empreiteiras responsáveis por obras de remoção de terras no eixo sul do Rodoanel: "não fizemos nenhuma doação irregular, mas o engenheiro Paulo foi apresentado como o 'interlocutor' do Aloysio junto aos empresários".
À saída do debate na TV Bandeirantes, os petistas questionavam a falta de resposta do tucano à acusação feita por Dilma com base na denúncia da revista ISTO É. O deputado Jutahy Magalhães Jr., diz "desconhecer completamente a história" e acrescenta que o comportamento mais ofensivo da ex-ministra flagra "a preocupação com os números". A afirmação é referente às pesquisas eleitorais. Segundo o último Datafolha - publicado no sábado (9) - Dilma tem 54% dos votos válidos, contra 46% de Serra.
O candidato tucano e sua equipe avaliaram que a estratégia da petista era conclamar sua militância. "Ela falou para dentro do partido", avaliou o jornalista Luiz Gonzalez, coordenador de marketing da campanha. Para Serra, a petista se comportou de forma atípica para poder usar as imagens em seu programa de televisão. O marqueteiro da petista, João Santana Filho, sorriu com a declaração.
O deputado eleito Sérgio Guerra (PSDB-PE) provocou: "esta foi a primeira intervenção de Ciro Gomes (PSB) na campanha". O socialista é integrante novo na campanha de Dilma e, segundo aliados, entrou para "bater". Para o governador de São Paulo, Alberto Goldman, a petista fez afirmações "estapafúrdias": "eu nunca vi em 40 anos um suicídio desta forma que ela está fazendo". E completou: "ela está totalmente perdida".
Tucanos e petistas monitoraram, durante o debate, a reação de grupos focais espalhados pelas regiões brasileiras. Nas pesquisas do PT, houve aprovação da linha de ataques assumida por Dilma, o que justificou a manutenção dos ataques a Serra em todos os blocos do debate. Nas qualitativas tucanas, a petista aparecia como "agressiva" e "raivosa".
Ainda em relação às análises particulares, o coordenador jurídico da campanha, José Eduardo Cardozo, opinou: "no confronto frente a frente, a linha vai ser essa".
Os tucanos usam o exemplo deixado por Geraldo Alckmin em 2006 contra Lula, então candidato à reeleição. O primeiro confronto entre os dois, já no segundo turno, foi marcado por ataques mútuos. O tucano, diferente do que fizera no primeiro turno, resolveu subir o tom contra o petista. À época, o PSDB avaliou que esta mudança de comportamento foi o que rendeu uma vitória ainda mais folgada a Lula.
FONTE: Terra
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