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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Emir Sader fala e Sempre DIZ!

"A mídia mercantil (melhor do que privada) tem um critério: o que for bom para o Lula, deve ser propagado como ruim para o Brasil. A reunião de mandatários sulamericanos em Bariloche – que o povo brasileiro não pôde ver, salvo pela Telesul, e teve que aceitar as versões da mídia – foi julgada não na perspectiva de um acordo de paz para a região, mas na ótica de se o Lula saiu fortalecido ou não.

O golpe militar e a ditadura em Honduras (chamados de “governo de fato”, expressão similar à de “ditabranda”) são julgados na ótica não de se ação brasileira favorece o que a comunidade internacional unanimemente pede – o retorno do presidente eleito, Mel Zelaya -, mas de saber se o governo brasileiro e Lula se fortalecem ou não. Danem-se a democracia e o povo hondurenho.

A mesma atitude têm essa mídia comercial e venal diante da possibilidade de o Brasil sediar as Olimpíadas. Primeiro, tentaram ridicularizar a proposta brasileira, a audácia destes terceiromundistas de concorrer com Tóquio, com Madri, com Chicago de Obama e Michelle. Depois, passaram a centrar as matérias nas supostas irregularidades que se cometeriam com os recursos, quando viram – mesmo sem destacar nos seus noticiários – que o Rio tinha passado de azarão a um dos favoritos, graças à excelente apresentação da proposta e ao apoio total do governo. Agora se preparam para, caso o Rio de Janeiro não seja escolhido, anunciar que se gastou muito dinheiro, se viajou muito, para nada. Torcem por Chicago ou outra sede qualquer, que não o Rio, porque acreditam que seria uma vitória de Lula, não do Brasil.

São pequenos, mesquinhos, só veem pela frente as eleições do ano que vem, quando tentarão ter de novo um governo com que voltarão a ter as relações promíscuas que sempre tiveram com os governos, especialmente com os 8 anos de FHC. Não existe o Brasil, só os interesses menores, de que fazem parte as 4 famílias – Frias, Marinho, Civitas, Mesquita – que pretendem falar em nome do povo brasileiro.

O povo brasileiro vive melhor com as políticas sociais do governo Lula? Danem-se as condições de vida do povo. Interessa a popularidade que isso dá ao governo Lula e as dificuldades que representa para uma eventual vitória da oposição. A imagem do Brasil no exterior nunca foi melhor? A mídia ranzinza e agourenta não reflete isso, porque representa também a extraordinária imagem de Lula pelo mundo afora, em contraposição à de FHC, e isto é bom para o Brasil, mas ruim para a oposição.

O que querem para o Brasil? Um Estado fraco, frágil diante das investidas do capital especulativo internacional, que provocou três crises no governo FHC? Um país sem defesa ou dependente do armamento norteamericano, como ocorreu sempre? Menos gastos sociais e menos impostos para ter menos políticas sociais e menos direitos do povo atendidos? Um povo sem autoestima, envergonhado de viver em um país que eles pintam como um país fracassado, com complexo de inferioridade diante das “potências”, que provocaram a maior crise econômica mundial em 80 anos, que é superada pelos países emergentes, enquanto eles seguem na recessão?

São expressões das elites brancas, ricas, de setores da classe média alta egoísta, que odeia o povo e o Brasil e odeia Lula por isso. Adoram quem se opõem a Lula – Heloísa Helena, Marina, Micheletti -, não importa o que digam e representem. Sua obsessão é derrotar Lula nas eleições de 2010. O resto, que se dane: o povo brasileiro, o país, a situação de vida da população pobre, da imagem do país no mundo, da economia e do desenvolvimento econômico do Brasil.

O que é bom para o Lula é ruim para eles e tentam fazer passar que é ruim para o Brasil. É ruim para eles, as minorias, os 5% de rejeição do governo, mas é muito bom para os 82% de apoio ao Lula."

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Vagabundagem até na Paixão Nacional - O Futebol

Sem comentários! Apenas reproduzir já basta. Que vergonha... Até no futebol???

Confira a íntegra da carta escrita por Zezé Perrella:

Vergonha e Indignação:

"A partida entre Cruzeiro e Palmeiras entrou para a relação dos grandes absurdos do futebol brasileiro em 2009. Não há como aceitar que os escabrosos erros cometidos pela arbitragem de Evandro Rogério Roman sejam considerados normais e aceitáveis em um só jogo. Causa ainda mais perplexidade o fato de ser apenas uma equipe penalizada: coincidência ou má intenção?

Ao se falar desse árbitro, só resta imaginar que se trata de uma pessoa leviana.

E são os acontecimentos que nos levam a pensar assim. Por mais absurdo que isso possa fazer parte da história do futebol brasileiro, mesmo após o escândalo envolvendo o árbitro Edilson Pereira de Carvalho.

No Campeonato Brasileiro de 2009, na partida entre São Paulo e Cruzeiro, dia 31 de maio, no Morumbi, Evandro Rogério Roman teve sua primeira atuação caótica e reprovável em nossos jogos. No primeiro tempo, validou um gol escandaloso do atacante Washington, depois que o jogador do time paulista puxou pela camisa o volante Henrique. Nesse mesmo jogo, Roman ainda confirmou um gol marcado pelo Dagoberto em posição de impedimento e deixou de punir a perseguição ao atacante Kléber, que sofreu quatorze faltas. O desempenho de Evandro Rogério nessa partida foi reprovado por toda a crônica esportiva.

Diante de erros tão estapafúrdios, o presidente da Comissão de Arbitragem, Sérgio Corrêa, reconheceu a lastimável performance do senhor Roman e anunciou o afastamento do mesmo do Campeonato Brasileiro. Mas, pasmem: Evandro Rogério ficou longe dos campos por apenas uma rodada.

Para surpresa ainda maior, o responsável pelo quadro de árbitros da CBF designou a volta de Evandro Rogério Roman ao apito em partidas do Cruzeiro no jogo frente ao Grêmio, no Estádio Olímpico, no dia 2 de agosto. E, para a nossa incredulidade, esse senhor voltou a ser lesivo contra o clube mineiro ao expulsar dois de nossos atletas em lances considerados normais no futebol, segundo a imprensa nacional.

Mesmo assim, a Comissão de Arbitragem e seu presidente parecem gostar de brincar com a cara de pessoas, clubes e torcidas. Para a partida contra o Palmeiras, quando o Cruzeiro pode ter jogado suas últimas esperanças de conseguir uma vaga na Copa Libertadores de 2010, pela terceira vez no Campeonato Brasileiro foi designado esse mesmo árbitro. De novo quero perguntar: apenas coincidência?

Poderia ser, caso Rogério Roman tivesse sido correto em suas marcações e se mostrado imparcial. Mas não foi o que vimos. Desta feita, pelo menos três pênaltis claros deixaram de ser marcados a favor do Cruzeiro. Novamente perdemos um jogo importantíssimo com esse cidadão no apito. De forma capciosa, o senhor Roman já nos tirou nove pontos nessa disputa. Mas, muito mais grave do que seus desacertos é a suspeita que fica no ar em relação à idoneidade dessas pessoas que têm poderes no futebol.

O cheiro de armação e manipulação parece estar novamente presente na cabeça de todos que acompanharam a partida. Suspeita que se torna ainda mais fundada depois que, na semana passada, a imprensa denunciou que o senhor Sérgio Corrêa tem despachado todas as sextas-feiras da sede da Federação Paulista de Futebol. Se for verdadeira essa acusação, tal postura nos parece gerar constrangimentos e ser antiética.

Também é inaceitável ouvir o senhor Sérgio Corrêa dizer que está fazendo uma grande reciclagem na arbitragem do futebol brasileiro e que os resultados vão surgir em 2014. Ora, quer dizer que até lá, o principal campeonato nacional, mostrado para diversos países do mundo, vai servir de laboratório?

O presidente da Comissão de Arbitragem, que inegavelmente persegue o Cruzeiro Esporte Clube, se mostra uma pessoa despreparada, sem competência, omissa e de pulso fraco. Ao anunciar hoje uma nova punição ao Evandro Rogério Roman, esperamos que esse senhor não fraqueje como em outras oportunidades e retorne com o apitador para o futebol.

Em pelo menos duas outras ocasiões, o mesmo juiz já foi punido pela Comissão. Em 2003, por ter tido uma arbitragem calamitosa em jogo entre Corinthians e Goiás pelo Campeonato Brasileiro, e em 2008, por "erros generalizados em lances básicos" na partida entre Londrina e Engenheiro Beltrão, segundo o próprio Sérgio Corrêa.

Aliás, será que também não chegou a hora de a Comissão passar por uma reciclagem e ser presidida por uma pessoa que realmente entenda de arbitragem, que tenha coragem para tomar decisões, que seja isenta, coerente, que saiba punir, cobrar e dar exemplo?

O senhor Sérgio Corrêa está longe de ter esse perfil.

Atenciosamente,

Zezé Perrella

Presidente do Cruzeiro Esporte Clube"

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A Primavera Chegou - Brasil = Baixo Risco para Investidores

O que seria de mim (um simples trabalhador brasileiro), se acreditasse nas previsões catastróficas de uma tal de Miriam Leitão, pseudo "mega masterplus comentarista econômica", no ápice da maior e pior crise financeira já vivida pela humanidade?

Talvez eu tivesse dado um tiro na cabeça...

Mas não sou tão tolo e sei que só o tempo é o verdadeiro senhor da razão.
Confiei no "marolinha" como foi apelidado o atual Presidente da República do Brasil.
Algo dentro de mim dizia que eu não tomaria outra rasteira como em 1.998. Na época financiei um veículo com base no dólar que esteve congelado até aquele maldito verme do FHC ganhar as eleições e me deixar de quatro perante a financeira por derrubar o Real drásticamente perante o dólar.

Me imagino nesse momento em um estádio de futebol lotado em final de campeonato e no centro do gramado apenas essa senhora (representando todos os terroristas da laia dela que fazem parte do PIG) ouvindo um sonoro coro dos torcedores, daqueles que os pobres juízes de futebol ouvem quando cometem alguma besteira:

-- "Ei, Miriam Leitão: Vai tomar...piiiiiiiiiiii...."

Brasil é 1º a obter grau de investimento da Moody's após crise

A agência de classificação de risco Moody's elevou o rating da dívida do governo do Brasil para grau de investimento. Com isso, o Brasil passa a ser o primeiro país a ter sua classificação elevada pela agência desde a crise financeira global.

A categoria determina se um país oferece ou não risco de pagar seus títulos. Quanto mais elevada a classificação, maior a propensão em atrair títulos.

Com a já aguardada decisão, a Moody's passa a ser a terceira agência a conceder a classificação ao Brasil. A Fitch Ratings e a Standard & Poor's já haviam elevado o Brasil grau de investimento no ano passado.

A nota da dívida do Brasil para moeda local e estrangeira foi elevada da categoria Ba1 para Baa3 - considerado o patamar inicial para créditos com grau de investimento.

De acordo com Mauro Leos, titular da agência para a América Latina, "a elevação reflete o reconhecimento pela Moody's de que a capacidade de absorção de choques, incluindo a capacidade de resposta das autoridades, aponta para uma melhora significativa do perfil de crédito soberano do Brasil".

"Vencedor"
Em um comunicado divulgado pela Moody's, Leos disse ainda que há "evidências de robusta flexibilidade econômica e financeira, tipicamente associados a créditos com grau de investimento, podem ser vistas no curto período de contração do PIB (Produto Interno Bruto), no enfraquecimento mínimo das posições de reservas internacionais do País, na moderada deterioração dos indicadores de dívida do governo e na ausência de estresse financeiro no sistema bancário".

Essas características, disse Leos, sugerem que o país é um "vencedor", se comparado com outras nações classificadas pela Moody's.

Em recente entrevista à BBC Brasil, Leos afirmou que o País estava ''se movendo na direção certa'' e que ''os riscos crediários que enfrenta são mais baixos do que antes''.

O analista acrescentou que fatores como sistema bancário sólido, balanço de pagamentos positivo e retorno do fluxo de capitais foram determinantes para provocar a revisão da Moody's.

Leos destacou que, assim como outras nações afetadas pela crise, o Brasil sofreu um aumento de seu déficit fiscal e, consequentemente, da dívida pública.

''Mas no caso do Brasil, isso não é grande o suficiente para causar preocupação. A posição oficial do governo é a de retomar balanços primários consistentes com o compromisso de reduzir a dívida pública'', acrescentou.

Bruno Garcez - BBC Brasil no site Invertia

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"O PPS É PARTIDO DE ALUGUEL DOS NEOLIBERAIS TUCANOS"

Já cantava Renato Russo: Nas favelas, no senado, sujeira prá todo lado! Que país é esse???
Seria o país da Alice? Ou seria o país dos espertos e malandros?
A sorte do povo brasileiro é que graças ao bom Deus, canalhas não vivem 100 anos. Isso o país não aguentaria!

Pasmem com a informação abaixo retirada do Blog Democracia & Política:

"Sem condições eleitorais para obter mandato em Pernambuco, Roberto Freire vem a S.Paulo"

O presidente do PPS, Roberto Freire, aquele que recebe jetons do governador José Serra(PSDB) S.Paulo, sem nunca ter trabalhado na cidade, transferiu o título eleitoral para São Paulo, onde pretende concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Sua candidatura enfrenta forte reação na bancada tucana, incomodada com o apoio que o político pernambucano vem recebendo do Palácio dos Bandeirantes. Freire diz que vem a convite do governador José Serra (PSDB), e que eles são amigos desde os tempos de exílio no Chile.Ainda segundo amigos de Freire, com a mudança de Roberto Freire para S.Paulo, o plano é ajudar o governador José Serra conquistar votos no nordeste, onde o Presidente Lula tem 98% de aprovação. Vai conseguir?

Recordando

Roberto Freire, presidente do PPS, ex-deputado federal pelo Estado de Pernambuco, está na boquinha dos conselhos da Empresa Municipal de Urbanização e da SPTurismo da prefeitura de São Paulo. Nomeado pelo prefeito Kassab (PPS) depois que seu partido apoiou o prefeito paulista, Freire o paladino da moral e dos bons costumes, recebe de R$ 12 mil mensais, de jetons pagos pela prefeitura e sem que o deputado não trabalhe ou apareça nas reuniões.

o presidente do PPS, é conselheiro da empresa de saneamento Sabesp do Estado de São Paulo, sem possuir "nenhuma relação histórica com a empresa ou com o próprio Estado. Roberto Freire mora no Recife, não trabalha na capital paulista. Freire não tem a menor idéia de coisa alguma, começa o dia lá no Recife com o roteiro traçado em São Paulo pelos tucanos

PPS

O PPS é sublegenda (partido de aluguel) dos neoliberais tucanos a serviço do governador de São Paulo, José Serra, candidato a corrida presidencial de 2010. O PPS (Partido Popular Socialista) saiu do antigo PCB, terminou nas mãos de Roberto Freire e virou popular socialista. Votou a favor de todas as privatizações no governo FHC. Apoiou sem restrições o governo tucano neoliberal. É um braço do tucanato.

Pra você ver como o homem é bom... Não é votado nem no Estado dele

O presidente nacional do PPS Roberto Freire (PE) vai ser candidato na capital paulista em 2010 Sem condições eleitorais para obter mandato em Pernambuco onde está sendo rejeitado pelo povo, Freire, que já foi senador da República e deputado federal, quer o cargo na capital paulistana para ter espaço na política nacional. O Estado de Pernambuco é governado por Eduardo Campos do PSB e a prefeitura de Recife pelo prefeito João da Costa PT. Se a moda pega!"

Lido no blog Democracia & Política.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Chora Míriam Leitão e Demais Terroristas

O "Marolinha" como passou a ser chamado o nosso Presidente da República, após sua declaração de que para nós a CRISE não seria um "Tsunami", imagino que esteja feliz.
Feliz por que como já declarou não lê os JORNAIS BRASILEIROS, não assiste o jornal nacional da rede globo, não lê a falha de são paulo e seus calunialistas, não abre o estadinho de são paulo e muitos outros, não houve a cbn, a rádio que toca mentiras e por aí afora. E ele que não tem conhecimento sobre nada da mídia terrorista, acreditou no Brasil que ele GOVERNA e declarou: Estamos preparados para superar a crise. Prato cheio para os terroristas que passaram a desdenhar de suas palavras. Viram alí um oportunidade de afundar o Brasil e eleger o Zé do Pedágio que (des)governa São Paulo.
Ataquei aqui por muito tempo o que do meu ponto de vista trata-se de um poder paralelo em nosso país, a famigerada "MÍDIA TERRORISTA". Não vou perder meu tempo me alongando sobre ela e nem falar de sua pior representante, uma tal de leitão. Uma vendida a interesses maiores que o jornalismo ou economia. Na mesma linha dela tem uma infinidade de outros tantos. Aqueles que são do partido "Quanto Pior Melhor". Os famosos lesa-pátria.
Os sem-vergonha, prá ser muito claro e sincero.
Para o desespero geral dessa galera, a notícia sobre o Brasil é maravilhosa, para o bem de seu povo. E para deleite do Presidente.
Sorte de quem acreditou no "Marolinha". Aquele incompetente, semi analfabeto e corrupto conforme a visão dos terroristas de plantão na nossa mídia.

Brasil tem uma das maiores recuperações pós-recessão
(É MOLE???) hahahahahaha Chuuuuuuuuuupa que é de uva, DemoTucanos e cabos eleitorais espalhados nas redações dos maiores meios de comunicação do país.

O crescimento da economia brasileira, de 1,9% no 2º trimestre, representa um dos melhores resultado entre os países que estavam em recessão, segundo dados da agência de classificação de risco Moody's e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A maior recuperação do trimestre foi registrada pela Turquia (+ 2,7%), onde a economia encolheu durante quatro trimestres consecutivos. No Brasil, no entanto, foram dois.

Entre os países desenvolvidos, o que mais cresceu no 2º trimestre, em comparação ao 1º trimestre do ano, foi o Japão, com alta de 0,9%. O país vinha apresentando um PIB (Produto Interno Bruto) negativo desde o 2º trimestre de 2008, antes mesmo do agravamento da crise, em setembro do ano passado.

"O Brasil não apenas ficou pouco tempo em recessão, como também apresentou um dos maiores crescimentos no trimestre", diz Alfredo Coutinho, diretor para América Latina da Moody's.

Enquanto no Brasil o crescimento foi puxado pelo consumo interno, no caso japonês o resultado foi impulsionado pela demanda externa, principalmente da China, e por maiores gastos do governo.

Europa
Alemanha e França também já tiraram o pé da recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de queda no PIB. As duas economias cresceram 0,3% cada.

Apesar do crescimento desses dois países, a União Europeia como um todo ainda se encontra em recessão. A economia do bloco encolheu 0,2% no 2º trimestre.

Uma das razões está no consumo das famílias. Com o aprofundamento da crise, os europeus deixaram de comprar. Investimentos e exportações também continuam negativos.

A Grã-Bretanha, um dos países mais afetados pela crise financeira internacional, registrou uma queda de 0,7% do PIB no 2º trimestre.

Américas, Índia e China
Pelo levantamento da Moody's, o Brasil é o primeiro país da América Latina a sair de uma recessão neste ano.

Chile e México, dois dos principais países da região, ainda estão com dados negativos. O PIB chileno caiu 0,5% no 2º trimestre, enquanto o México registrou resultado ainda pior: queda de 1,1%.

Os Estados Unidos, foco da crise atual, continuam em recessão. A economia americana vem encolhendo desde o 3º trimestre do ano passado.

No 2º trimestre deste ano, o PIB dos Estados Unidos caiu 0,3% em comparação aos primeiros três meses de 2009.

Enquanto isso, China e Índia seguem em crescimento. O ritmo da expansão diminuiu, mas os dois países estão entre os poucos do mundo que não entraram em recessão.

No 2º trimestre deste ano, a economia chinesa cresceu 7,9% em comparação ao 2º trimestre de 2008, enquanto a Índia cresceu 6,1%.

Segundo Alfredo Coutinho, no entanto, os dados desses dois países, assim como os da Rússia, não consideram a sazonalidade e, portanto, não são comparáveis com a maioria dos países.

BBC Brasil

Com a palavra: Emir Sader

O Efeito Tequila dos Tucanos

"Se os tucanos estivessem governando o Brasil – seja com a vitória de Serra em 2002 ou de Alckmin em 2006 – os efeitos da crise que o país está superando, seriam tão devastadores como foram os da crise de janeiro de 1999. O Brasil teria elevado a taxa de juros a alturas estratosféricas – em 1999 foi para quase 50% -, os gastos públicos sofreriram novo corte drástico, se assinaria novo acordo com o FMI, com a obrigação dessas medidas, mais privatizações de empresas estatais, etc., etc., como o governo FHC tinha acostumado ao país.

Para não ir mais longe: teríamos o mesmo destino do México. Como os tucanos são adeptos dos Tratados de Livre Comércio – tinham comprometido o Brasil com a Área de Livre Comércio para as Américas, Alca, que o governo Lula enterrou – estaríamos sofrendo as mais duras e diretas consequências da recessão norteamericana. O México, ao assinar o TLC da América do Norte – o Nafta – teve seu comércio com os EUA elevado para mais de 90% do total. Podemos imaginar o tamanho da recessão mexicana. Calcula-se que a economia terá um retrocesso de 7% neste ano, sem perspectivas de recuperação. Não por acaso o governos do México bateu uma vez às portas do FMI, com as consequências que se conhece, pela assinatura de mais uma Carta de Compromisso.

Combinam-se no México vários elementos explosivos de crise: para começar, um presidente neoiberal, Calderón, que procura dar continuidade ao programa de governo Fox, com a agravante de que triunfou por uma margen exígua de votos, com muitos indícios de fraude. Em segundo lugar, a profunda crise econômica, resultado das políticas neoliberais, agravada pela abertura econômica do Tratado de Livre Comércio assinado pelo México, com as consequências da recessão norteamericana. Em segundo lugar, a explosiva expansão do narcotráfico, com a aceleração da violência e da crueldade da ação das gangues e do exército e das polícias, fruto da situação limítrofe com os EUA, o maior mercado consumidor de drogas do mundo. Em terceiro lugar, a situação difícil dos trabalhadores mexicanos nos EUA, que sofrem mais diretamente os efeitos da crise: diminui a ida de mexicanos, porque os postos de trabalho diminuíram sensivelmente, ao mesmo tempo que diminui enormemente o envio de dólares para as familias mexicanas.

O livre comércio trouxe para o México, inicialmente, a promessa de desenvolvimento econômico, que ficou no entanto restrito à fronteira norte, onde o trabalho de mulheres e crianças nao sindicalizadas atraía capitais pela superploração da mão de obra. Mas mesmo essa “vantagem comparativa” desapareceu, conforme a China, mesmo situada incomparavelmente mais distante, atraiu as empresas, pela maior qualidade da mão de obra, seu preço menor e, especialmente, a capacidade de consumo do mercado chinês.

Hoje o México vive situação que viveria o Brasil, uma brutal ressaca do tequila com que os tucanos teriam embebado o país."

FONTE: artigo do filósofo e cientista político Emir Sader publicado em 10/09/2009 no site "Carta Maior" e lido no Blog Democracia e Política.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Protesto sim e não sou bandido


A moda agora em São Paulo, para as pessoas que por acaso venham protestar contra a vergonha que se tornou não só a Cidade, mas todo o Estado de maneira geral, é ser chamado de BANDIDO, VÂNDALO ou PETISTA. Não sou nem coisa e nem outra. Mas como cidadão dessa que é uma das maiores cidades do planeta, gostaria sinceramente de saber, porque devo me calar diante da calamidade pública em que se transformou a São Paulo da garoa.

Por simples falta de competência sim. Falta de vergonha na cara de determinados crápulas que se vestem de homens públicos e passam a dominar as massas através de seus veículos de comunicação de massa, encobrindo a podridão, a sacanagem, a safadeza, a desonra no trato da vida de milhões e milhões de cidadãos que trabalham, pagam seus impostos e contribuem amplamente para o desenvolvimento desta metrópole.

Fazem 15 anos que homens asquerosos transvestidos de cordeiros tomaram conta do Palácio dos Bandeirantes e dalí insandecidos contribuem diariamente para tornar o que já era um inferno num caos maior. Falsas e eternas promessas de palanques. Quando estão fora, são a salvação. Quando estão dentro, são a ilusão!

Amo São Paulo e é triste admitir que sentimos saudades do Maluf.
E olha que esse nunca viu um voto meu nem por brincadeira.
Mas isso quer dizer que o pior sempre está por vir em se tratando de políticos.
Não é verdade Mr. Serra Burns?
Não é isso mesmo Gil Kassab?
Que vergonha não, senhores DEMOTucanos?

Falar da Dona Marta é mais fácil, mas agora que estão com a rapadura na mão percebem que ela é doce, mas não tão mole como parecia.

Vergonha na cara é o que lhes falta como detentores do poder em administrar o Estado e a Cidade.
São Paulo e sua população realmente não merecem passar pelas calamidades atuais por simples incompetência dos poderes públicos instituídos.

Aqui fica o protesto de um "nem bandido, nem vândalo".

Eleições e Mídia, Tudo a Ver

Carta Capital:

"Eu estava na ante-sala de uma médica, em Salvador. Sábado, dia 29 de agosto. E apenas por essa contingência, dei-me de cara com uma chamada de primeira página – uma manchetinha – da revista Época, já antiga, de março deste ano de 2009: A moda de pegar rico – as prisões da dona da Daslu e dos diretores da Camargo Corrêa.

Alguém já imaginou uma manchete diferente, e verdadeira como por exemplo, A moda de prender pobres? Ou A moda de prender negros? Não, mas aí não. A revolta é porque se prende rico. Rico, mesmo que cometendo crimes, não deveria ser preso.

Lembro isso apenas para acentuar aquilo que poderíamos denominar de espírito de classe da maioria da imprensa brasileira. Ela não se acomoda – isso é preciso registrar. Não se acomoda na sua militância a favor de privilégios para os mais ricos. E não cansa de defender o seu projeto de Brasil sempre a favor dos privilegiados e a favor da volta das políticas neoliberais. Tenho dito com certa insistência que a imprensa brasileira tem partido, tem lado, tem programa para o País.

E, como todos sabem, não é o partido do povo brasileiro. Ela não toma partido a favor de quaisquer projetos que beneficiem as maiorias, as multidões. Seus olhos estão permanentemente voltados para os privilegiados. Não trai o seu espírito de classe.

Isso vem a propósito do esforço sobre-humano que a parcela dominante de nossa mídia vem fazendo recentemente para criar escândalos políticos. E essa pretensão, esse esforço não vem ao acaso. Não decorre de fatos jornalísticos que o justifiquem.

Descobriram Sarney agora. Deu trabalho, uma trabalheira danada. A mídia brasileira não o conhecia após umas cinco décadas de presença dele na vida política do país. Só passou a conhecê-lo quando se fazia necessário conturbar a vida do presidente da República. O ódio da parcela dominante de nossa mídia por Lula é impressionante. Já que não era possível atacá-lo de frente, já que a popularidade e credibilidade dele são uma couraça, faça-se uma manobra de flanco de modo a atingi-lo. Assim, quem sabe, terminemos com a aliança do PMDB com o PT.

Não, não se queira inocência na mídia brasileira. Ninguém pode aceitar que a mídia brasileira descobriu Sarney agora. Já o conhecia de sobra, de cor e salteado. Não houve furo jornalístico, grandes descobertas, nada disso. Tratava-se de cumprir uma tarefa política. Não se diga, porque impossível de provar, ter havido alguma articulação entre a oposição e parte da mídia para essa empreitada. Talvez a mídia tenha simplesmente cumprido o seu tradicional papel golpista.

Houvesse a pretensão de melhorar o Senado, de coibir a confusão entre o público e o privado que ali ocorre, então as coisas não deviam se dirigir apenas ao político maranhense, mas à maior parte da instituição. Só de raspão chegou-se a outros senadores. Nisso, e me limito a apenas isso, o senador Sarney tem razão: foi atacado agora porque é aliado de Lula. Com isso, não se apagam os eventuais erros ou problemas de Sarney. Explica-se, no entanto, a natureza da empreitada da mídia.

A mídia podia se debruçar com mais cuidado sobre a biografia dos acusadores. Se fizesse isso, se houvesse interesse nisso, seguramente encontraria coisas do arco da velha. Mas, nada disso. Não há fatos para a mídia. Há escolhas, há propósitos claros, tomadas de posição. Que ninguém se iluda quanto a isso.

Do Sarney a Lina Vieira. Impressionante como a mídia não se respeita. E como pretende pautar uma oposição sem rumo. É inacreditável que possamos nós estarmos envolvidos num autêntico disse-me-disse quase novelesco, o país voltado para saber se houve ou não houve uma ida ao Palácio do Planalto. Não estamos diante de qualquer escândalo. Afinal, até a senhora Lina Vieira disse que, no seu hipotético encontro com Dilma, não houve qualquer pressão para arquivar qualquer processo da família Sarney – e esta seria a manchete correta do dia seguinte à ida dela ao Senado. Mas não foi, naturalmente.

Querem, e apenas isso, tachar a ministra Dilma de mentirosa. Este é objetivo. Sabem que não a pegam em qualquer deslize. Sabem da integridade da ministra. É preciso colocar algum defeito nela. Não importa que tenham falsificado currículos policiais dela, vergonhosamente. Tudo isso é aceitável pela mídia. Os fins, para ela, justificam os meios.

Será que a mídia vai atrás da notícia de que Alexandre Firmino de Melo Filho é marido de Lina? Será? Eu nem acredito. E será, ainda, que ele foi mesmo ministro interino de Integração Nacional de Fernando Henrique Cardoso, entre agosto de 1999 e julho de 2000? Era ele que cochichava aos ouvidos dela quando do depoimento no Senado? Se tudo isso for verdade, não fica tudo muito claro sobre o porquê de toda a movimentação política de dona Lina? Sei não, debaixo desse angu tem carne...

Mas, há, ainda, a CPI da Petrobras que, como se imaginava, está quase morrendo de inanição. Os tucanos não se conformam, E nem a mídia. Como é que a empresa tornou-se uma das gigantes do petróleo no mundo, especialmente agora sob o governo Lula e sob a direção de um baiano, o economista José Sérgio Gabrielli de Azevedo? Nós, os tucanos, pensam eles, fizemos das tripas coração para privatizá-la e torná-la mais eficiente, e os petistas mostram eficiência e ainda por cima descobrem o pré-sal. É demais para os tucanos e para a mídia, que contracenou alegremente com a farra das privatizações do tucanato.

Acompanho o ditado popular “jabuti não sobe em árvore”. A CPI da Petrobras não surge apenas como elemento voltado para conturbar o processo das eleições. Inegavelmente isso conta. Mas o principal são os interesses profundos em torno do pré-sal. Foi isso ser anunciado com mais clareza e especialmente anunciada a pretensão do governo de construir um novo marco regulatório para gerir essa gigantesca reserva de petróleo, e veio então a idéia da CPI, entusiasticamente abraçada pela nossa mídia. Não importa que não houvesse qualquer fato determinado. Importava era colocá-la em marcha.

Curioso observar que a crise gestada pela mídia com a tríade Sarney-Lina-Petrobras, surge precisamente no mesmo período daquela que explodiu em 2005. Eleições e mídia, tudo a ver. Por tudo isso é que digo que a mídia constitui-se num partido. Nos últimos anos, ela tem se comportado como a pauteira da oposição, que decididamente anda perdida. A mídia sempre alerta a oposição, dá palavras-de-ordem, tenta corrigir rumos.

De raspão, passo por Marina Silva. Ela sempre foi duramente atacada pela mídia enquanto estava no governo Lula. Sempre considerada um entrave ao desenvolvimento, ao progresso quando defendia e conseguia levar adiante suas políticas de desenvolvimento sustentável. De repente, os colunistas mais conservadores, as revistas mais reacionárias, passam a endeusá-la pelo simples fato de que ela saiu do PT. É a mídia e sua intervenção política. Marina, no entanto, para deixar claro, não tem nada com isso. Creio em suas intenções de intervenção política séria, fora do PT. Neste, teve uma excelente escola, que ela não nega.

Por tudo isso, considero essencial a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação. Por tudo isso, tenho defendido com insistência a necessidade de uma nova Lei de Imprensa. Por tudo isso, em defesa da sociedade, tenho defendido que volte a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Por tudo isso, tenho dito que a democratização profunda da sociedade brasileira depende da democratização da mídia, de sua regulamentação, de seu controle social. Ela não pode continuar como um cavalo desembestado, sem qualquer compromisso com os fatos, sem qualquer compromisso com os interesses das maiorias no Brasil."

FONTE: Carta Capital - Emiliano José


terça-feira, 8 de setembro de 2009

Será que a Rede Globo Informa?

Mentes pensantes e principalmente destoantes da grande maioria pertencente ao jornalismo tupiniquim vão aos poucos trazendo luz ao nosso conhecimento.
É um caminho. Jornalistas sérios e acima de tudo isentos, independentes aos poucos vão dando seus pitecos, suas opiniões sobre a realidade da comunicação de massas.
Sobre o poder exercido pelos detentores (para não dizer ditadores) dos principais meios de comunicação do nosso país. É um caminho sem volta e as máscaras vão caindo. A pele de cordeiro vai cedendo lugar ao lobo. Há muito a ser feito ainda, sem dúvidas. Mas não tem mais volta. Bom para o Brasil e melhor ainda para o seu povo.

Abaixo reproduzo artigo do Jornalista Diogo Moysés de São Paulo, no Terra Magazine.

Cada um conta o que quer contar

Muitos leitores devem ter notado que a TV Globo passou as duas últimas semanas celebrando o aniversário de 40 anos do Jornal Nacional. Desde a sua criação, o telejornal global é, de longe, a principal fonte de informação de milhões de brasileiros.

Bonner e Fátima Bernardes fizeram questão de nos lembrar das tantas glórias conquistadas pelo JN e pelo jornalismo da emissora. Matérias intermináveis - intermináveis mesmo, de quase 15 minutos - exaltaram os feitos do telejornal. Os mais antigos repórteres (os que certamente melhor cumprem ordens do patrão) foram chamados à bancada e, ao vivo, recordaram as coberturas dos fatos que marcaram a história recente do país.

Telespectadores desavisados, desconhecedores de episódios importantes da vida nacional, talvez até tenham ficado com lágrimas nos olhos.

É fato incontestável que o Jornal Nacional consolidou-se desde a década de 1970 (estreou em 1969) como símbolo do poder das Organizações Globo. Com uma estrutura quatro, cinco ou seis vezes maior do que os telejornais de suas concorrentes, ainda hoje bota medo na maioria dos políticos, que temem ser alvos de abordagens, digamos, pouco simpáticas. Quando as menções são positivas, aí é só festa. Dá até pra pensar em vôos mais altos. Símbolo maior desse poder é o fato de seu lobista-chefe ser chamado de "senador" nos corredores do Congresso Nacional. Sem nunca ter sido candidato nem eleito para cargo algum, desfruta de poderes que nenhum parlamentar possui.

O JN tem todo o direito de comemorar o que bem entender. Aliás, a Globo é perita em se auto-promover. Já fez isso em diversas ocasiões e continua a fazer com competência, posando de defensora da cultura nacional e da liberdade de expressão, além da já manjada face "solidária" que os Crianças Esperanças da vida buscam construir.

O perigo iminente disso tudo é que, em um país pouco conhecedor da biografia de seus meios de comunicação, corre-se o risco de reescrever a história. O temor não se faz em vão: como historiadores cansam de afirmar, a memória coletiva muitas vezes é fruto do legado dos mais fortes.

Mas voltemos ao nosso tema. Como era previsível, o JN tratou de lembrar das tantas ocasiões nas quais noticiou fatos da vida política, econômica, cultural e esportiva do país.

Esqueceu-se, no entanto - e ao acaso isso não pode ser creditado -, de recordar os momentos em que o telejornal global foi ele mesmo sujeito da história.

Ficou de fora da retrospectiva, por exemplo, que o surgimento e fortalecimento da TV Globo deu-se a partir de um acordo ilegal com o grupo estrangeiro Time-Life, que foi inclusive objeto de CPI no Congresso Nacional.

Esqueceram de dizer que a emissora foi criada e se fortaleceu com o apoio decisivo dos sucessivos governos militares. E que seu jornalismo, em especial o JN, ignorou solenemente as torturas, os desaparecimentos e as mortes dos que lutavam contra a ditadura, como se não tivessem acontecido.

O resgate histórico deixou de lado a tentativa de ignorar o movimento pelas eleições diretas nos primeiros anos da década de 1980, assim como a participação da emissora na tentativa mal sucedida de fraude nas eleições para o governo do Rio de Janeiro, com o objetivo de evitar a posse de Leonel Brizola.

A memória seletiva igualmente deu conta de apagar a participação decisiva do JN na eleição de Fernando Collor em 1989, quando a emissora editou de forma canalha o último debate entre Collor e Lula, além de utilizar contra o candidato petista as acusações lunáticas de sua ex-mulher e o seqüestro do empresário Abílio Diniz.

Nos anos seguintes, de forma nem um pouco sutil, foi linha de frente na consolidação da idéia - hoje comprovadamente furada - de que o neoliberalismo e a privatização de empresas estatais eram o único caminho a seguir, impulsionando a eleição e reeleição de FHC à Presidência.

Há ainda uma série infindável de episódios mais recentes que poderiam ser acrescentados à lista, como a cobertura favorável ao tucano Alckmin nas últimas eleições presidenciais. Ao contrário de outras tentativas, a tática não deu certo, graças à multiplicação das fontes de informação e, quem sabe, ao aumento da consciência política das classes menos favorecidas.

Fato é que, ao longo de toda a sua história, a Globo consolidou-se como os olhos e ouvidos da atrasada elite brasileira, cerrando fileiras contra movimentos sociais e quaisquer políticas distributivas. Em Brasília, seu "senador" é sempre recebido com afagos. Tapetes vermelhos se estendem aos seus pés. E assim, políticas que visam democratizar as comunicações do país são enterradas antes mesmo de nascerem.

É normal, compreensível até, que o JN tente recontar a sua própria história. O que não pode acontecer é que a história não contada por ele seja esquecida por nós.

Diogo Moyses é jornalista e radialista especializado em regulação e políticas de comunicação, pesquisador do Idec - Instituto Brasileira de Defesa do Consumidor e autor de A convergência tecnológica das telecomunicações e o direito do consumidor.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Plin Plin X Record

Vi no site Terra Magazine e reproduzo uma avaliação inteligente e isenta sobre a guerrinha barata da nossa mídia tupiniquim. Acima de tudo a questão central passa realmente pela discussão necessária na sociedade brasileira sobre o futuro da democracia nas comunicações.

Mais do mesmo
Diogo Moyses
De São Paulo

A imprensa deu grande destaque à disputa travada entre Globo e Record nas últimas semanas.

A emissora da família Marinho se aproveitou do inquérito no qual Edir Macedo é réu e tratou de disparar contra a Record. Do ponto de vista jornalístico, a abertura de um processo contra o fundador da Iurd não significa muita coisa. Só a vontade de surrar a concorrente justifica a cobertura desproporcional levada a cabo pela Globo.

A Record contra-atacou e tratou de lembrar o histórico global de pouco afeto à democracia, sua relação com os sucessivos regimes militares e as tentativas de interferência direta em processos eleitorais. Um histórico pouco louvável, diga-se, e que certamente precisa ser recordado e registrado para evitarmos coisas parecidas no futuro.

Nas duas semanas seguintes, muitos apontaram - inclusive aqui em Terra Magazine - tratar-se de uma disputa puramente comercial, movida por interesses privados, e não pela determinação de informar à sociedade fatos relevantes.

Fomos lembrados, também corretamente, que a peleja é ilegal, porque ambas as emissoras utilizaram suas concessões (públicas) para defender interesses privados, e não para produzir um jornalismo movido pelo interesse público.

Nessa confusão toda, muita gente boa comemora o fato da Record estar incomodando a liderança absoluta da Globo, em termos de audiência e faturamento. Faz algum sentido, afinal, o monopólio do principal meio de comunicação do país (já que o acesso à Internet ainda engatinha no Brasil) é o que de pior pode acontecer numa nação que se pretende democrática, ou que pelo menos almeja desenvolver sua democracia.

Parece importante, contudo, olhar a ascensão da Record também sob uma outra perspectiva: na tentativa de ascender e incomodar a líder, faz-se tudo exatamente como ela. E pior.

As novelas da Record (também da Band e do SBT, claro) são cópias mal-feitas das novelas globais. O jornalismo é uma reprodução piorada. O Fantástico foi clonado. Os programas de auditório são imitações evidentes, assim como o principal programa de esporte do final de semana. Até o Gugu foi contratado para concorrer com o Faustão.

O maior símbolo da tentativa de reproduzir o que faz a Globo foi o tal A Fazenda, reprodução grosseira do já insuportável Big Brother.

Inclusive os nomes dos programas, em geral, remetem aos seus espelhos globais, de forma que o telespectador imediatamente entenda tratar-se de uma versão do que está na outra emissora: Domingo Espetacular, Esporte Fantástico, Tela Máxima, Louca Família...

Talvez a única diferença relevante da Record seja seu programa matinal, realmente sem espelho fiel na emissora do Jardim Botânico.

As outras emissoras reproduzem a mesma lógica. Se a programação da Record já é uma cópia piorada, o que dizer das outras?

A digressão evidentemente não pretende defender o monopólio da Globo. Longe de mim. Duas ou três emissoras fortes é obviamente melhor do que uma. Monopólio e liberdade de expressão não combinam. Nós brasileiros, infelizmente, sabemos bem disso.

Trata-se, acima de tudo, de chamar a atenção para o fato de que emissoras comerciais tendem a reproduzir os modelos consagrados, já que o seu objetivo é o mesmo da emissora líder: conseguir a maior audiência possível para maximizar o lucro. A família Marinho, João Carlos Saad, Silvio Santos, Edir Macedo e Amílcare Dallevo querem todos a mesma coisa.

Por isso, a ascensão de emissoras que operam na mesma lógica não necessariamente ajuda a democratizar as comunicações brasileiras. É sempre, ou quase sempre, mais do mesmo.

Vejamos o caso dos jornais impressos: a competição entre Folha de S. Paulo, Estadão e O Globo é capaz de dar voz aos diferentes setores da sociedade? Os três jornais partilham de pontos de vista semelhantes, se alinham com os setores conservadores da sociedade e são contrários aos movimentos populares e sociais. Há aí diversidade e pluralidade?

O mesmo se aplica à televisão.

Para uma verdadeira democratização da televisão, o melhor caminho é cumprir a Constituição Federal, até hoje solenemente ignorada, e construir no Brasil um vigoroso Sistema Público de Comunicação, com emissoras independentes tanto das forças de mercado quanto dos governos de plantão.

Ainda engatinhamos nessa direção, mas alguns passos foram dados recentemente com a criação da TV Brasil.

A democracia brasileira agradecerá se a iniciativa se consolidar e passar realmente a ser uma alternativa às emissoras comerciais.