Do Blog Terra Magazine, matéria de Aloisio Milani.
O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia à Justiça contra os executivos da construtora Camargo Corrêa por evasão e lavagem de dinheiro. Os crimes são investigados pela Operação Castelo de Areia, que flagrou um esquema de desvios de recursos com supostas doações ilegais para partidos políticos.
A procuradora da República, Karen Kahn, enviou a denúncia à 6ª Vara Criminal de São Paulo na sexta-feira, 29, mas a informação só foi divulgada hoje. Uma das provas encontradas na operação indicam movimentação irregular de cerca de US$ 30 milhões no ano passado.
Em nota divulgada hoje, o MPF reconhece que provas documentais confirmaram o conteúdo das interceptações telefônicas que deram origem à operação.
Três executivos da construtora - Pietro Francesco Giavina Bianchi, Dárcio Brunato e Fernando Dias Gomes - e quatro doleiros - Kurt Paul Pickel, José Diney Matos, Jadair Fernandes de Almeida e Maristela Sum Doherty - foram denunciados pelos crimes como fraude em operação financeira, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A investigação, como anunciado pela procuradora Karen Kahn em março, se limita inicialmente às fraudes da empresa e não a irregularidades eleitorais.
"Pelo confronto entre as interceptações telefônicas e o material apreendido in loco, ficou patente que o doleiro Kurt Paul Pickel coordenava as operações que eram executadas, na prática, por Almeida e pelo parceiro Diney Matos e os doleiros Paco e Raul, os dois últimos, baseados no Uruguai, sob as ordens de Bianchi, Brunato e Dias Gomes (todos executivos da construtora)", diz a nota do MPF.
Pickel tinha a função de indicar contas no exterior para as remessas e compensações dos valores. Segundo o MPF, a "contabilidade paralela" dessas operações foi encontrada pela Polícia Federal nas diligências que cumpriram mandatos de busca e apreensão na sede do Grupo Camargo Corrêa, em São Paulo, e na empresa do doleiro. Um dos documentos referentes a 2008 demonstra o somatório de US$ 30 milhões em remessas.
Com a denúncia, o MPF fundamenta que o interesse dos executivos da construtora em realizar as remessas ao exterior de forma ilegal pode ser a "intenção de ocultar recentes e constantes superfaturamentos em obras públicas". Seis delas são citadas:
- Construção da Refinaria Abreu e Lima, em Recife;
- Construção do Metrô de Salvador;
- Ampliação do aeroporto de Vitória;
- Implantação de trens urbanos em Fortaleza;
- Implantação do terminal de passageiros-Timbi;
- Modernização do trecho Rodoviária-Recife-Cabo.
Agora, a denúncia está nas mãos do juiz federal Fausto De Sanctis, que deve aceitar ou não a denúncia. Com isso, os investigados passam à condição de réus.
Olá,
ResponderExcluirMeu nome é Ricardo e trabalho na equipe de Relacionamento Web da Camargo Corrêa. Vi esse texto sobre a empresa e gostaria de falar com você para mostrar o posicionamento do Grupo. Por favor, você poderia me passar um e-mail de contato?
camargonaweb@mail.com
Abs!