Pois é! Alguns até podem, outros nem pensar. Como sempre o jornalismo tupiniquim tem seus dois pesos e duas medidas!
Bloomberg,o bilionário. Alguém vai dizer que ele é ditador?
"Eu abordei aqui a reação provinciana do Senador Tasso Jereissati e o editorial furibundo de O Globo contra a entrada da Venezuela, terceiro parceiro comercial brasileiro, no Mercosul. Agora, por um dever de coerência, acho que eles deveriam propor o fim de qualquer relacionamento comercial brasileiro com empresas instaladas em Nova York e reivindicar a suspensão de vistos para os brasileiros que quiserem ir à cidade.
É que os jornais anunciam que o prefeito (e milionário) Michael Bloomberg mudou a lei municipal e conseguiu a aprovação, num referendo, para um terceiro mandato. Ao contrário do que aconteceu na Venezuela, porém, Bloomberg fez como Fernando Henrique fez no Brasil para criar a reeleição: nada de consulta em referendo para saber se o povo concordava.
Isso valeu-lhe um comentário com comparação semelhante do jornalista Clyde Haberman, no The New York Times:
"O homem que voltou a consultar o povo era o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Ainda que seja severamente criticado nos Estados Unidos, descrito como déspota e até mesmo como um bufão, ele fez aquilo que o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, não teve coragem de fazer. E venceu, da mesma forma que muitos cidadãos de Nova York imaginam Bloomberg teria vencido, caso depositasse mais fé no eleitorado. No domingo, os venezuelanos aprovaram em um referendo o direito do presidente e outros ocupantes de cargos eletivos a se eleger quantas vezes quiserem para um mesmo posto.
Perguntaram ao prefeito um dia desses se a experiência venezuelana o havia levado a reconsiderar a forma pela qual alterou a lei de limitação de mandatos na cidade. A questão irritou Bloomberg. Hoje em dia, prepotência em entrevistas coletivas se tornou sua marca registrada. “O que temos nós a ver com Hugo Chávez?”, ele rebateu.
Bloomberg usa sua própria fortuna, estimada em 17,5 bilhões de dólares, para dominar a campanha eleitoral. Calcula-se que tenha gasto, do bolso, cerca US$ 100 a 140 milhões. Seu rival, o democrata Bill Thomson, investiu US$ 6 milhões."
Sei que Jereissati tem uma simpatia natural por Bloomberg: ambos viajam nos seus próprios jatinhos, “porque podem” [Obs: a diferença é que Jereissati ousou abastecer o seu jatinho com dinheiro público, dinheiro das passagens oficiais do Senado...]. Mas espero ver, antes da eleição de terça-feira, um editorial de O Globo e um discurso do senador contra este “ditadorzinho latino americano” de Nova York."
FONTE: publicado hoje (01/11) no blog "De um sem mídia", copiado do "Blog do Brizola Neto" [exceto o pequeno adendo entre colchetes, colocado no último parágrafo por este blog, sobre o abastecimento do jatinho de Jereissati com dinheiro público]
Do blog Democracia&Política
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