Quando pego o telefone para falar com meu cliente e escuto em tom negativo que os negócios estão parados, que por isso ele não irá comprar meu produto, imediatamente lhe pergunto:
-- Você é assinante da Revista Veja, Folha de São Paulo ou Estadão? Você ouve as rádios CBN ou Bandnews? Você assiste os noticiários da Rede Globo, principalmente o Jornal Nacional?
Bingo! Então o cliente me pergunta como é que eu advinhei, como se eu precisasse de bola de cristal.
Esses terroristas tem influenciado negativamente a cabeça do meu cliente que por consequência acredita no fim do mundo ainda em 2009. Ele está paralisado.
Resultado: Estes filhos de uma "pura" estão fazendo muito mal aos meus negócios e a minha vida!
-- Você é assinante da Revista Veja, Folha de São Paulo ou Estadão? Você ouve as rádios CBN ou Bandnews? Você assiste os noticiários da Rede Globo, principalmente o Jornal Nacional?
Bingo! Então o cliente me pergunta como é que eu advinhei, como se eu precisasse de bola de cristal.
Esses terroristas tem influenciado negativamente a cabeça do meu cliente que por consequência acredita no fim do mundo ainda em 2009. Ele está paralisado.
Resultado: Estes filhos de uma "pura" estão fazendo muito mal aos meus negócios e a minha vida!
Ombudsman do Jornal Folha de São Paulo:
"O MEU PIB CAIU MAIS DO QUE O SEU"
A principal notícia da semana foi a queda do PIB brasileiro no quarto trimestre de 2008, que colocou de vez o país entre as vítimas da crise econômica global.
Na quarta, a Folha tratou dela com prioridade em dois aspectos: comparação do resultado do desempenho da economia brasileira no último trimestre do ano passado com o de outros 36 países e ênfase no fato de o governo federal vir declarando que a crise teria efeitos menores aqui.
Foi um erro. A comparação com outros países pode ser importante para analistas e estudiosos, mas não é fundamental para o leitor.
Para o cidadão comum, não interessa muito se a crise aqui é maior ou menor do que na Cochinchina. O que mais lhe importa é saber se ele vai manter o emprego e a renda, se o ambiente econômico do setor em que trabalha está saudável ou não, quais são as perspectivas para o futuro.
Mesmo se fizesse sentido priorizar a questão sobre onde o PIB caiu mais ou menos, a Folha errou, como o próprio texto principal do caderno Dinheiro deixa claro.
Na capa do jornal e nos locais de destaque, insistiu-se na tese de que, por seu PIB ter tomado um dos maiores tombos entre as 37 nações listadas, o Brasil está entre os principais atingidos pela crise.
Não é bem assim. Foi porque o país cresceu mais que os outros no ano inteiro que o contraste entre o quarto e o terceiro trimestres de 2008 foi tão intenso.
Como diz o quinto parágrafo do texto da página B1: "E o fato de o Brasil ter sofrido uma retração maior do que nos outros países no último trimestre do ano não significa que a crise aqui seja maior".
Além disso, chamada de primeira página e linha fina da manchete interna dão ao noticiário, que tem obrigação de ser isento, tom injustificável de editorial, com afirmações como "o país está entre os mais atingidos (...) ao contrário do que o governo vinha dizendo" ou o desempenho do PIB "fez ruir o discurso oficial de que país seria pouco afetado".
Se o jornal quer destacar que o governo errou em suas análises, publique objetivamente declarações antigas dos governantes e dados atuais.
E deixe o leitor decidir se eles fazem ruir o discurso, se o discurso era um castelo de areia, se foi a conjuntura que mudou ou se é obrigação de todo dirigente infundir otimismo na sociedade. Ou qualquer outra coisa que queira concluir. O leitor é inteligente. Não precisa dessas "mãozinhas" retóricas.
A coisa vinha mal desde sábado, quando a manchete do caderno cometeu, no meu entender e de economistas consultados, erro factual ao afirmar: "Indústria tem pior resultado desde Collor".
O que houve foi a variação anual mais negativa da atividade industrial em 19 anos, não o pior "resultado", que significa o quanto foi produzido ou vendido, que evidentemente foi muito maior em 2008 do que em 1989.
O leitor não quer saber dessas picuinhas e suas implicações políticas. Quer é saber o que pode acontecer com a sua vida material. É nisso que o noticiário econômico deve se concentrar.”
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