Penso, logo existo! Esse é meu espaço para opinar sobre assuntos e temas variados. Não me deixo levar por idéias contrárias que não tenham base de sustentação. As aparências e algumas "informações" enganam. Não pertenço a pequenos grupos, mas a uma "Grande Nação" e isso é maior que tudo. "Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma" - Joseph Pulitzer
Anúncio Superior
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Economia: Medo do desemprego é o menor desde 1996, diz CNI
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
20 anos de PSDB em SP: Tarifa de luz ficará 7,8% mais cara em 28 cidades de SP
Economia: Assessor de Serra quer mudar modelo de exploração do pré-sal
Juliana Ennes | VALOR ECONÔMICO
David Zylberstajn, assessor técnico para a área de energia da campanha do candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, disse ontem que aconselha o candidato a desistir da proposta do atual governo de modificar o modelo de concessão de campos de petróleo para o modelo de partilha, no caso dos blocos do pré-sal.
Ele lembrou, no entanto, que o custo político da decisão é somente o candidato quem pode avaliar e é isso que deve nortear a decisão final de se adotar ou não o modelo de partilha no pré-sal.
“A minha opinião é pelo lado técnico, mas dentro do contexto político eu não sei. Eu aconselharia a deixar o que está funcionando bem do jeito que está. Se houvesse justificativa para mudar, tudo bem”, disse Zylberstajn.
O presidente da DZ Negócios com Energia e ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP) acredita que o modelo proposto não traz benefícios para o governo em termos de arrecadação. Além do fato de o governo receber sua parte em petróleo, e não mais em dinheiro.
“Não há nenhuma conta que diga que esse sistema é mais vantajoso financeiramente para o governo. Eu, particularmente, acho que qualquer que seja o governo, ter uma estatal comprando e vendendo petróleo é uma janela para a corrupção. É um modelo completamente estapafúrdio”, disse.
O assessor de Serra acredita que o regime de concessões seja melhor não somente em termos de arrecadação, mas tem também a vantagem de antecipar o recebimento dos recursos. “Você tem o bônus de assinatura. No sistema de partilha, você só vai receber lá na frente. Depois de ter descontado o que gastou com o campo, vai receber sua parte em óleo, que vai ter que ser vendido. Isso só vai gerar alguma coisa lá na frente. Enquanto, hoje, se licitar um campo, o governo coloca dinheiro no Tesouro hoje mesmo”, disse.
Ele lembrou que a obrigatoriedade de que a Petrobras opere ao menos 30% de todos os blocos do pré-sal traz um grande risco. De um lado, para a própria companhia, que fica obrigada inclusive a ter como sócias empresas que ganharem a briga, independentemente do desejo de se fazer uma sociedade. E é também ruim para o país, que fica preso à capacidade da estatal de investir.
Zylberstajn disse que o Rio de Janeiro precisa tomar cuidado para não virar um importador de equipamentos industriais de São Paulo, devido à escassez de mão de obra, a problemas de infraestrutura, aos meios instituicionais e a eventuais incentivos fiscais.
FONTE: Viomundo
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Petrobrás: Editor da Economist diz que Brasil deve evitar inchaço
Reid é um dos especialistas ouvidos pela BBC Brasil como parte da série ''O Que Falta ao Brasil?'', que discute os desafios do Brasil para se tornar um país desenvolvido. Para o jornalista, o próximo governo brasileiro deve administrar o desenvolvimento do petróleo do pré-sal de maneira eficiente e de uma forma que não acabe transformando a Petrobras "em uma companhia inchada e superampliada". Ele diz ainda que o governo deve "evitar que a receita do petróleo corrompa as instituições públicas".
O segundo ponto, segundo Reid, é a qualidade da educação. "O País precisa continuar e aprofundar a qualidade da educação pública". A atração de investimentos privados é a terceira questão considerada por ele importante para que o Brasil consiga se tornar um país desenvolvido. "O governo deve ser muito mais agressivo ao estabelecer regras para atrair investimentos privados de longo prazo, principalmente em infraestrutura", afirma Reid.
"O governo Lula passou oito anos nos quais fez pouco para estabelecer um marco regulatório para atrair investimentos privados", avalia. Para o editor da Economist, o programa Bolsa Família fez "um trabalho fantástico" para reduzir a pobreza e a desigualdade no País, mas isso ainda é insuficiente.
FONTE: Site Terra/BBC Brasil
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Economia: Mantega quer retomar reforma tributária este ano com acordo contra guerra fiscal
FONTE: AGENCIA BRASIL
sábado, 25 de setembro de 2010
IstoÉ: A onda vermelha toma conta do país

SEM PARAR
Eleitores de todas as classes sociais
mostram desejo de continuidade
Sólido apoio no Congresso pode facilitar a aprovação
das reformas estruturais de que o País necessita

Participação de Lula na campanha
de Dilma incomodou a oposição

MINORIA
No Largo de São Francisco (SP), menos de 100
pessoas lançam o manifesto
Um manifesto oportunista tentou passar a mensagem de que
há uma ameaça à democracia. Esqueceu que a legitimidade vem pelo voto

TUDO COBERTO
Obra de artista argentino
com os candidatos é retirada da Bienal de SP
Os dois grandes painéis com as fotos de Dilma e Serra tiveram repercussão pública imediata, mas, por recomendação do Ministério Público Federal, depois de consulta efetuada pela própria Fundação Bienal, foram cobertos três dias antes da inauguração da mostra.
FONTE: Blog Viomundo do Jornalista Luiz Carlos Azenha
Economista Preparado, Serra demonstra que sabe fazer conta
Seria Cômico se não fosse Trágico!
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Carta Maior: FALTAM NOVE DIAS LULA DEVOLVE A PETROBRAS AOS BRASILEIROS
Petrobras levanta R$ 120,36 bi em sua oferta de ações
Terra Economia
A Petrobras arrecadou R$ 120,36 bilhões em sua mega oferta de ações, a maior já realizada no mundo, garantindo recursos para a exploração do pré-sal e assumindo um lugar central no mercado financeiro global.
A petroleira brasileira atraiu forte interesse de investidores de diversos lugares, incluindo fundos soberanos de países na Ásia e no Oriente Médio, segundo uma fonte. A demanda total na operação chegou a US$ 140 bilhões, o dobro dos US$ 70 bilhões apurados na capitalização, de acordo com
o câmbio atual.
É de longe a maior operação do tipo já realizada, ultrapassando a emissão da empresa de telecomunicações japonesa NTT, que movimentou US$ 36,8 bilhões em 1987 e até agora era considerada a maior oferta de ações do mundo.
O sucesso da capitalização da Petrobras , negócio que se arrastou por meses e que pesou sobre o valor das ações da empresa no mercado neste ano, inaugura um período considerado positivo por analistas para a companhia a partir de agora, já que ela poderá focar sua atenção no desenvolvimento
das enormes jazidas na bacia de Santos.
"A expectativa é que, bem ou mal, o fim do processo de capitalização deixe a empresa livre para andar com os fundamentos dela. Esse é o grande alívio", afirmou o analista de uma corretora de grande porte em São Paulo, que pediu para não ser identificado.
A empresa precificou as novas ações ordinárias em R$ 29,65 cada, enquanto as preferenciais saíram a R$ 26,30, segundo informações disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no final da noite de quinta-feira. Mais cedo, uma fonte a familiarizada com a operação havia confirmado os valores.
Os preços ficaram ligeiramente abaixo dos registrados pelas ações da empresa já negociadas na Bovespa. Nesta quinta-feira, as ordinárias encerraram a R$ 30,25 e as preferenciais a
R$ 26,80 na bolsa paulista.
Foram vendidos um total de 4,27 bilhões de novas ações, das quais 2,4 bilhões ordinárias, que dão direito a voto, e 1,87 bilhão de preferenciais. Os números indicam que o lote adional foi parcialmente exercido.
O prospecto da operação considera ainda um lote suplementar de até 188 milhões de ações, opção que poderá ser exercida pelo Morgan Stanley em um período de 30 dias a depender da demanda. Investidores estrangeiros durante a quinta-feira já consideravam a oferta um êxito e atribuíam o grande interesse global no volume de petróleo que a empresa tem em mãos.
"É pelo tamanho total das reservas", afirmou Edward Maran, gestor de ativos na Thornburg Investment Management, em Santa Fe, New Mexico, quando questionado do porquê da atenção do
mercado ao negócio.
"Essas reservas de petróleo (da Petrobras) são consideravelmente melhores do que empresas nos Estados Unidos podem oferecer", afirmou Marc Fogassa, gestor associado na Hedgefort Capital Management, em Pasadena, Califórnia, e também acionista da empresa. "As pessoas sabem que é um bom ativo a um preço com desconto."
Perto da Exxon
Com os grandes campos no pré-sal, analistas consideram que o total de reservas provadas da Petrobras poderá em breve alcançar ou mesmo ultrapassar as da norte-americana Exxon Mobil, a maior petroleira listada em bolsa, com 23 bilhões de barris em reservas provadas.
"A empresa tem perspectivas positivas porque tem o que nenhuma outra empresa tem no mundo: novas reservas", disse um analista de um dos bancos participantes da oferta.
A Petrobras prepara um grande evento na Bovespa na sexta-feira para marcar a capitalização. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem propagado a grandiosidade do negócio nos últimos dias, comparecerá.
"Diante da minha vida política toda, dizendo que eu era socialista, agora vou fazer a maior capitalização que o mundo capitalista já conheceu", afirmou Lula nesta semana. "Não será
menos do que US$ 70 bilhões", disse o presidente nesta quinta-feira em Maringá, no Paraná, revelando inadivertidamente o valor total da operação. Mas existem críticas sobre o excessivo peso do governo na emissão de ações da Petrobras.
A União, que dispunha de R$ 74,8 bilhões para participar da oferta, resultado da cessão de 5 bilhões de barris de petróleo para a Petrobras, deverá elevar sua participação no capital da companhia, hoje em torno de um terço do total.
Detalhes sobre como ficou a alocação das novas ações ainda não foram revelados, impedindo que se saiba no momento qual será a fatia do governo na empresa quando encerrada a capitalização.
"Tem tanto dinheiro público que é a capitalização menos capitalista da história", afirmou Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura. O grande volume de novas ações emitido pela petroleira estatal vai começar a ser negociado na próxima segunda-feira, na Bovespa.
O Bradesco BBI, banco de investimento do Bradesco , é o coordenador-líder da capitalização da
Petrobras. Bank of America Merrill Lynch , Citigroup , Santander , Morgan Stanley e Itaú BBA, banco de atacado do Itaú Unibanco , são os coordenadores da oferta global.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Stephen Kanitz: A Nova Derrota dos Intelectuais (4 anos depois)
Transcrevo minha coluna da Veja em Setembro de 2006 sobre as eleições presidencias daquele ano, onde previ a derrota do PSDB como sendo a derrota dos intelectuais do PSDB, a ala do Serra.
FONTE: Blog do Kanitz
Entrevista - FIESP: “Empresários não estão preparados para o sucesso”
Por Arnaldo Comin, Nivaldo Souza e Luís Rego*
Experimentando a cadeira de presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) desde junho, Benjamin Steinbruch diz que a visibilidade internacional positiva ainda não é compreendida no Brasil.
Após cinco meses dividindo seu expediente entre o 20º andar do número 3.400 da Avenida Faria Lima, novo veio financeiro de São Paulo, e o 14º andar do 1.313 da Av. Paulista, o berço administrativo do capitalismo industrial na cidade, Benjamin Steinbruch voltará a dedicar-se integralmente ao comando da CSN, após a experiência de presidir a entidade empresarial mais emblemática do país, a Fiesp.
Isto porque no dia 4 de outubro, após as votações do dia 3, em seu lugar volta o titular Paulo Skaf — candidato pelo PSB ao governo estadual, cujo último Datafolha creditava irrisórios 3% das inteções de votos.
Em contato direto com diversos segmentos industriais desde 1º de junho, Steinbruch reflete em seu discurso boa dose da satisfação do empresariado com a gestão do PT na Presidência da República.
E dá sinais de que o continuísmo com uma eventual vitória de Dilma Roussef, não é mais uma preocupação para a Fiesp. Verdadeira potência política até as privatizações em meados dos anos 90 — período que teve o próprio Steinbruch como grande protagonista, ao comprar a CSN em 1993 — a entidade se rendeu ao desenvolvimentismo patrocionado pelo BNDES na era Lula.
A posição é bem diferente dos tempos em que o ex-sindicalista tirava o sono dos empresários como uma “ameaça vermelha” para à livre iniciativa, amedrontará com um golpe de esquerda.
Curiosamente, hoje, Skaf, ao que tudo indica, iniciará uma fase “venezuelana” à frente da Fiesp, podendo eleger-se entre seus pares para um terceiro mandado, indo a 12 anos no comando da entidade.
Críticas legítimas, como o câmbio valorizado e os juros altos, persistem mas, aparentemente, o clima entre o empresariado paulista e o governo há tempos não andava tão bem. Confira a entrevista ao Brasil Econômico e ao Diário Económico.
Empresário do seu porte não senta na presidência da Fiesp há muito tempo. O senhor pensa em continuar?
Nesse pouco tempo que estou aqui me surpreendi com o potencial e a grandeza da entidade. É um orgulho ser presidente da Fiesp.
A inteligência do mundo passa por aqui quando vem ao Brasil. É uma pena que não vou ficar muito tempo. É difícil conciliar o dia a dia de um grande negócio com a entidade. Minha prioridade é o Grupo CSN, que está crescendo e se internacionalizando.
Integrantes da velha-guarda da Fiesp dizem que ela está deixando fazer política para virar um centro de estudos econômicos. A Fiesp ainda é forte politicamente?
É maior e melhor do que a gente pensa, porque agrega não só a indústria de São Paulo mas a do Brasil. A percepção da economia real acontece aqui.
As pessoas que compõem a casa estão no termômetro da economia. Isso nos credencia a fazer a interlocução com o governo.
Antes, as empresas não iam tão bem e quando a Fiesp ia ao governo diziam que era choro do empresariado. Hoje, as empresas estão indo muito bem e o interesse da Fiesp é de que cada vez mais o governo vá bem.
Não precisamos de publicidade ou promoção do que estamos fazendo. Temos de trabalhar forte e perto para dizer as nossas preocupações ao governo. A Fiesp pode ser discreta, objetiva e pragmática, buscando resultados. Temos de fazer a coisa sem marola.
Em 2011, Skaf completa o segundo mandato e, com mudança estatutária recente, pode se reeleger indo a 12 anos. Esse continuísmo é bom?
O fato de ficar três mandatos, dentro da mudança que ele fez, só agrega e melhora. Estamos diferentes, voltados para a sociedade e os problemas do cotidiano dos brasileiros. A presença que a entidade oferece hoje é surpreendente.
Eu diria que a Fiesp é mais forte do que qualquer presidente. A minha geração falava que o Brasil era o país do futuro e, hoje, ele é o país do presente. O que temos de dizer agora é que o Brasil é a potência do futuro.
Continuar o desenvolvimentismo da era Lula também é positivo?
Sempre existem as coisas boas que têm de ser continuadas e as coisas não tão boas que têm de ser alteradas. Tanto faz quem ganhe, desde que respeite essa premissa. O novo governo tem de ser nessa linha.
O crescimento do mercado interno, trazendo da miséria as pessoas para o consumo, o fortalecimento das instituições e das empresas é um trabalho que tem de ser continuado, porque tem sido bem feito.
Acredito que independente do governo, se não houver nenhuma grande bobagem, o Brasil continua em busca desses objetivos.
O dólar é uma preocupação?
Bastante, por ser o início da distorção que existe hoje na economia. Em termos de preço há diferença grande entre importação e exportação.
O fato de que o Brasil está bem faz com que cada vez mais entre dinheiro no país e pressione a moeda. Importação daquilo que a gente não faz ou do que falta é saudável e necessária.
Mas está havendo um certo descontrole, em função dos estoques do mundo estarem fluindo para o Brasil, desequilibrando a oferta interna.
Os juros altos são outro fator que faz com que haja uma procura maior pelo país. Essa combinação é perigosa e está levando o dólar para um patamar irreal.
O Brasil está bem, assim como o mercado interno da China. Agora, o dólar aqui é flutuante e temos de tratá-lo de maneira diferente, ser direcionado pelo governo para não deixar a coisa solta do jeito que está.
O Luciano Coutinho, presidente do BNDES, é um bom nome para o Ministério da Fazenda?
Ele é uma pessoa de bem, inteligente, bem formada, determinada, que está fazendo um excelente trabalho no BNDES. O Coutinho tem uma visão desenvolvimentista e certamente pode contribuir muito para o novo governo, em qualquer função.
Para o senhor, o que está em jogo nessa eleição?
Os dois candidatos (Dilma e Serra) têm condições de continuar as coisas boas.
Independente de quem ganhe, existe a possibilidade de continuar os acertos dos últimos anos. Pela primeira vez, o Brasil está numa posição de destaque, é uma referência mundial.
Pela primeira vez é um alvo. O novo governo tem de estar preparado para essa realidade. Precisamos nos adaptar. O governo e os empresários não estavam preparados para esse sucesso do país, que agora temos a obrigatoriedade de ampliar.
O senhor defende um BNDES maior no momento em que as empresas estão com ótima imagem lá fora, conseguindo captações excelentes como a que a CSN fez na sexta-feira (US$ 1 bilhão). A dependência do BNDES não leva a um certo comodismo?
Um país como o Brasil, que está numa situação invejável, mas onde há tudo por fazer, precisa de muito, muito dinheiro.
É necessária uma atenção especial do governo para isso, porque o Brasil não cresceu por muitos anos. Se você pensar em investimento de capital intensivo, é necessário longo prazo.
A única empresa que fazia isso era o BNDES, os bancos privados não tinham essa prática e falar com eles sobre financiamento de 10 anos era impossível.
As empresas que têm condição de captar lá fora já fazem isso há muito tempo, e os juros estão baixando em função da saúde financeira do país e das empresas.
As pequenas e médias, que não têm acesso ao mercado internacional, ficam presas ao sistema de financiamento privado. Para essas, não há alternativa senão o BNDES.
O Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF) começaram a fazer empréstimos de cinco, seis, sete anos. Acredito que os bancos privados vão seguir esse modelo. Isso alivia um pouco o BNDES.
Não falta uma dose maior de Febraban (a federação dos bancos) nessa mistura? Mais financiamento privado em infraestrutura?
No auge da crise, o grande momento do governo Lula foi pedir ao BB e à CEF continuarem dando crédito para as pessoas comprarem.
O presidente Lula teve essa percepção e o Brasil conseguiu passar pela crise. A partir daí, os bancos privados seguiram os estatais.
Hoje, estamos vivendo uma espiral ascendente com emprego, aumento de renda, financiamento, consumo e mais emprego. É o que está fazendo o Brasil viver esse momento de exceção. Se os juros fossem um pouco mais baixos, direcionados à realidade mundial, teríamos um crescimento maior ainda.
FONTE: Repoduzido na CartaCapital - Matéria do Brasil Economico
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Economia: Crise e miséria no capitalismo norte-americano
Os Estados Unidos amargam os efeitos da mais longa recessão de sua história desde a Segunda Guerra, segundo o Departamento Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês). Iniciada em dezembro de 2007 e oficialmente encerrada em junho de 2009, o declínio da economia durou 18 meses e deixa feridas profundas na terra do Tio Sam. A recuperação é frágil e incerta, o que renova os temores de um duplo mergulho na depressão.
Por Umberto Martins
É visível o acirramento das contradições sociais e da concentração da renda. Cresce a miséria no seio da classe trabalhadora. Estatísticas oficiais, divulgadas recentemente pelo governo, revelam que a quantidade de pobres na maior economia capitalista do mundo cresceu pelo terceiro ano seguido, passando de 39,8 milhões em 2008 para 43,6 milhões em 2009. O número é o maior em 51 anos e traduz uma taxa de pobreza de 14,3% no ano passado (ante 13,2% em 2008).Quem paga o pato
Os indicadores mostram que os impactos sociais mais dramáticos da crise recaem sobre as famílias mais pobres, que pertencem à classe trabalhadora. A realidade social desta gente contrasta com a das camadas mais ricas da população, que continua enriquecendo apesar da recessão ou mesmo graças a ela.
Os salários nos Estados Unidos são mais altos que nos países latino-americanos. É isto que atrai a mão-de-obra imigrante proveniente do Brasil, México e outros países latino-americanos, iludidos com o American way of life (modo de vida americano).
Mas a renda do trabalho está estagnada nos Estados Unidos desde os anos 1970 e o emprego industrial, o que melhor remunera, percorre uma longa trajetória de declínio. Parece que os frutos da expansão capitalista verificada desde então foram apropriados exclusivamente pelos mais ricos, com destaque para a oligarquia financeira.
O excesso de consumo evidenciado na superprodução de imóveis, que acionou o gatilho da recessão, não decorreu do aumento da renda, mas da fartura de crédito fomentada pelos derivativos e pela ganância insaciável dos banqueiros. Com excesso de liquidez, emprestaram até para quem não tinha renda, patrimônio ou emprego.
Assim inflaram a bolha imobiliária. Quando chegou a hora da verdade, no curso de 2006, a bolha estourou, os preços dos imóveis despencaram, sobrevindo a inadimplência em massa, a recessão (no final de 2007) e os despejos, que vitimam milhões de trabalhadores e trabalhadoras.
Desemprego em massa
A situação da classe trabalhadora piorou (e muito) com a crise. Mais de 8 milhões foram afastados de seus postos de trabalho e passaram a engrossar o exército de desempregados, que segundo alguns economistas já conta com um efetivo superior a 30 milhões, incluindo os subempregados.
Observa-se também um aumento do grau de exploração dos que continuam empregados,
submetidos a um ritmo mais intenso de trabalho, maior flexibilização e precarização dos contratos.
As empresas evitam contratar por tempo indeterminado e implementam planos de reestruturação poupadores de mão-de-obra.
Os governos Bush e Obama, em associação com o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), despejaram trilhões de dólares na economia a pretexto de conter a recessão e criar condições para a recuperação e o crescimento da economia.
Recuperação dos lucros
O governo e alguns analistas chegaram a alardear o fim da crise e início da recuperação diante da notícia de que, resgatados pelo dinheiro público, os bancos e muitas empresas saíram do vermelho e começaram a exibir gordos lucros, reanimando as bolsas de valores.
Mas a recuperação dos lucros não significou o fim da recessão para a grande maioria do povo, constituída de assalariados e desprovida de patrimônio. O desemprego continuou avançando, indiferente aos trilhões de dólares injetados pelo Estado no sistema financeiro e à retórica do governo Obama.
A verdade é que o Estado não agiu para proteger os trabalhadores. A forte intervenção do governo na economia, que alguns analistas interpretaram precipitadamente como um adeus ao neoliberalismo, serviu a outro interesse: salvar os banqueiros, responsáveis pela crise, e grandes empresas como a GM e a Ford.
Ganhando para demitir
Provisoriamente estatizada, a montadora GM recebeu bilhões de dólares para levar à frente um projeto de reestruturação que prevê a demissão de dezenas de milhares de operários nos Estados Unidos.
Outra “grande de Detroit” (outrora), depois de amargar anos de prejuízos a Ford espera anunciar um lucro de 5 bilhões de dólares neste ano depois de reduzir sua força de trabalho em quase 50% na América do Norte ao longo dos últimos cinco anos.
São fartos os exemplos de grandes empresas que estão ampliando os lucros com as demissões, intensificando a exploração da força de trabalho e forçando o aumento da produtividade do trabalho, conforme relata Fred Gosdstein num esclarecedor artigo sobre o tema.
As empresas também lucram com a chamada deslocalização, fechando fábricas no país e transferindo a produção para outros países onde a mão-de-obra é mais barata. O resultado disto é mais desemprego e desindustrialização, que no caso dos EUA não reflete apenas uma tendência objetiva do desenvolvimento da economia. É antes um sinal do parasitismo.
Vê-se, assim, que o desemprego é um flagelo para as famílias da classe trabalhadora, mas é também, ao mesmo tempo, uma fonte de lucros para os grandes grupos capitalistas, cujos interesses são escandalosamente dominantes no seio do Estado burguês. Não é de estranhar que o empenho para solucionar o problema deixe a desejar.
O emprego e a recuperação
Embora não impeça que alguns velhacos continuem lucrando e até ampliando seus rendimentos líquidos na crise, o desemprego é um péssimo negócio para a economia como um todo. A renda do trabalho é o principal fundamento do consumo em escala social.
Quando o trabalhador perde o emprego, e a renda decorrente, é constrangido a reduzir drasticamente ou mesmo interromper o consumir e também o pagamento de dívidas. Esta circunstância acirra a contradição entre produção e consumo que caracteriza o capitalismo, onde, ao contrário do que imagina o senso comum, o objetivo da produção não é o consumo, mas o lucro, sendo esta a razão última das crises de superprodução.
A queda do consumo induz os capitalistas a reduzir o volume de produção para adequá-lo à demanda deprimida, o que constitui um óbvio óbice à recuperação e ao crescimento da economia. Em virtude do parasitismo econômico, a poupança responde por 70% do PIB dos EUA.
Ao reduzir o consumo, o desemprego deixa de ser efeito para se transformar em causa da crise. Não é sem razão que muitos economistas apontem a escassez de emprego como o grande obstáculo à recuperação.
Distribuição da renda
A concentração da riqueza agrava o problema. Em contrapartida à estagnação da renda do trabalho, no topo da pirâmide social a faixa de 1% mais rico da população, que possuía 9% da renda nacional nos anos 1970, passou a se apropriar de 23,5% da renda total em 2007, ou seja, triplicou sua participação. A distribuição da renda nos EUA retrocedeu ao perfil verificado no início da Grande Depressão, em 1929.
Os super ricos têm muito dinheiro, mas uma capacidade de consumo limitada. Gastam um percentual menor de sua renda em comparação ao que consome o cidadão normal. Ou seja, os 23,5% da renda nacional apropriados por 1% de ricaços não são totalmente carreados para o consumo. Isto certamente contribuiu para a dramática queda do consumo nos EUA, que ultimamente vinha sendo sustentado pelo crescente endividamento.
O baixo consumo é a principal restrição à plena recuperação da economia. Isto transparece nos dados do mercado imobiliário, que registrou uma queda de 27,2% na venda de imóveis em julho deste ano, o que reflete a inadimplência dos desempregados. Os bancos que financiaram os trabalhadores na compra das casas reagem desencadeando um processo de despejo em massa. A construção civil responde por 15% do PIB americano.
A aparente contradição entre o recuo do consumo e o avanço dos lucros “é uma das razões por que em Wall Street há muito mais alegria que nas casas dos trabalhadores, onde o pessimismo é profundo e o desemprego dá poucos sinais de que vai diminuir”, comenta o jornal Times.
Sintomas do fascismo
Imigrantes e negros são os segmentos da classe trabalhadora mais afetados pela crise. O desemprego entre os negros chegou a 15,5% em maio, contra taxas nacionais de 9,7%. A situação já é quase tão desesperada quanto no ponto mais baixo da Grande Depressão dos anos 1930: mais de um, de cada seis negros, está desocupado; entre adolescentes negros, a maioria dos quais está fora da escola e busca emprego de tempo integral, a taxa de desemprego alcança 38%.
O Censo dos EUA revela que a proporção de brancos que viviam na pobreza era de 8,6% em 2008, mas a taxa quase triplica entre os cidadãos afro-americanos e latinos, com 24,7 e 23,2%, respectivamente. Em 2008, 30,7% dos latinos, 19,1% dos afro-americanos e 14,5% dos brancos careciam de qualquer seguro médico.
A exemplo do que ocorre na Europa, a extrema-direita norte-americana, que avança no seio do Partido Republicano, procura transformar os imigrantes em bodes expiatórios da crise. A recessão exacerba o cinismo da oligarquia financeira e estimula a intolerância e o racismo, criando um caldo de cultura próprio do fascismo.
Fragmentar a classe trabalhadora com a clivagem entre imigrantes, negros e brancos “nativos” e impedir o desenvolvimento de uma consciência e uma identidade de classe entre as diferentes categorias e segmentos é uma operação elementar do grande capital para manter o domínio e o modelo econômico predatório e reacionário.
Frustração
A recessão teve um papel decisivo na eleição de Obama. Os trabalhadores enxergaram no líder negro a esperança de medidas concretas e eficazes contra o desemprego e o retrocesso social. Votaram em massa no candidato democrata. Mas o atual presidente, que não poupou recursos para salvar os banqueiros, frustrou as expectativas do povo, está com a popularidade em baixa e tende a colher um resultado melancólico nas eleições parlamentares de novembro.
O que ainda está em curso nos Estados Unidos é uma crise típica do capitalismo, que ocorre nos marcos do desenvolvimento desigual das nações reforçando o declínio histórico da hegemonia americana e os desequilíbrios insustentáveis da ordem imperialista.
Infelizmente, não há sinais de solução à vista. Sufocada por um sindicalismo corrompido e a divisão racial e étnica em seu próprio meio (entre negros, brancos e imigrantes), a classe trabalhadora não está em condições de apresentar uma alternativa progressista ao capitalismo neoliberal dos EUA. O processo eleitoral é monopolizado por dois partidos que têm o rabo preso com as classes dominantes e parece infenso a mudanças. O pleito de novembro não vai alterar esta realidade, a menos que seja para pior.
FONTE: Portal Vermelho
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
PIG sem rumo!
Quando você nota uma gritaria geral, um desespero latente, seja nos telejornais, nas revistas, jornalões e rádios é porque a maionese desandou.
Hoje pela manhã sintonizei a Band News Fm e o âncora ao entrevistar o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, quase teve um enfarte. Era nítida a intenção e a necessidade de ouvir dele que o mundo vai acabar, a começar pelo Brasil.
Mas o economista contrariou enormemente o pensamento e a intenção do âncora Ricardo Boechat. Entre outras coisas Luiz Carlos afirmou categóricamente que o Brasil e os demais compontentes dos BRICs vão muito bem, obrigado.
E continuarão assim.
A India deve crescer 8%, China entre 9 e 10% e o Brasil no mínimo 6%.
E tudo isso acontece no exato momento em que os países ricos estão em declínio apresentando déficits e recessão.
Em um dado momento o âncora tentou forçar a barra querendo encontrar uma resposta para esse momento tão maravilhoso dos países emergentes, entre eles o Brasil, no intuíto de achar algo que pudesse melar o meio campo para assim desestabilizar o Governo. Seria o cenário perfeito para a oposição.
Fez a seguinte pergunta ao economista:
-- Luiz Carlos Mendonça de Barros, eu olho tudo isso com muito ceticismo e lhe pergunto se não existe a possibilidade de jogarem água nesse chopp?
Ouviu calado e, imagino que bem transtornado, a seguinte explicação:
-- Olha Boechat, eu estou muito confiante de que a década do sonho e do crescimento, a qual passamos irá se prolongar por muito tempo ainda.
Diferentemente dos países ricos da Europa e os EUA, o Brasil está com atividade economica elevada e aquecida o que faz com que mais pessoas adentrem ao mercado de consumo a cada ano.
Segundo estudos feitos pelo meu pessoal, tomando como exemplo a industria automobilística, nos último 7 anos um veículo zero com preço em torno de R$ 25.000,00 teve uma redução considerável de seu valor diante do poder de compra do brasileiro. Ou seja, como o poder de compra sofreu elevação, um carro desses teve seu valor reduzido 6 vezes, tornando-se mais acessível ao consumidor de menor renda.
E isso não aconteceu apenas com automóveis, mas também com geladeiras, fogões, TV´s, eletroeletrônicos em geral.
Então, do meu ponto de vista é um momento realmente muito positivo da economia no Brasil.
Em seguida apenas as despedidas contrariadas do âncora!
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
PRESIDENTE DA UNIÃO EUROPEIA: "BRASIL AGORA JOGA NA 1ª DIVISÃO DA POLÍTICA MUNDIAL"
"O Brasil está jogando na 1ª divisão da política mundial. É, já, um interlocutor imprescindível nos diálogos que definem o futuro
Brasil e União Europeia (UE) celebram hoje (15/02), em Madri, a reunião do diálogo político acordado na associação estratégica europeia-brasileira, que, pela primeira vez, tem o formato de nível ministerial. Nesse encontro, ambas as partes repassarão os principais assuntos da agenda regional e global.
O diálogo com o governo do Brasil interessa especialmente à UE. Os anos de bom governo têm dado ao Brasil estabilidade política e progresso econômico e social, e, com isso, a possibilidade de valorizar o seu imenso potencial.
A gestão do presidente Lula da Silva é hoje amplamente reconhecida tanto no âmbito interno quanto na esfera internacional.
O Brasil está jogando na primeira divisão da política mundial. É, já, um interlocutor imprescindível nos assuntos e diálogos que estão definindo a construção e o futuro do mundo: aquecimento global, meio ambiente, eficiência energética, governo econômico mundial, reforma das instituições financeiras internacionais, segurança e combate da delinquência internacional ou reforma das Nações Unidas.
A União Europeia é igualmente ativa nesses temas e, por isso, uma relação estreita com Brasil resulta conveniente para ambos.
Conscientes dessa realidade, a UE e o Brasil deram um passo adiante com a assinatura em 2007, durante a presidência portuguesa da UE, do Acordo de Associação Estratégica que se completou com o Plano de Ação Conjunta, no Rio de Janeiro, em 2008.
Os diálogos criados no amparo desses documentos estão tecendo uma espessa rede de intercâmbios, que nos levam na direção de relações verdadeiramente estratégicas com muitas coincidências e com diferenças superáveis, como acontece em todas as relações próximas intensas.
A nos unir, uma história compartilhada e o fato de que muitos brasileiros têm raízes europeias, com intensos laços familiares e afetivos, o que faz com que a Europa siga sendo uma referência cultural, educativa e social.
Paralelamente, Brasil assombra os europeus com sua fartura e criatividade. A UE é o primeiro parceiro comercial, o maior investidor no Brasil, o primeiro parceiro para os projetos de cooperação técnica e o lugar preferido pelos estudantes e cientistas brasileiros para ampliar os seus estudos.
A presidência espanhola se propõe a reforçar a dimensão latino-americana e caribenha da política externa da UE em uma etapa em que, após a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, esta adquirirá maior peso e eficácia.
Nesse empenho, o crescimento e a consolidação do Brasil no cenário regional são um dado central. Uma aproximação birregional tem que considerar as dimensões e o papel que o Brasil está jogando como gerador de prosperidade econômica, estabilizador político regional e catalisador de uma institucionalização genuinamente latino-americana, via iniciativas como a União das Nações Sul-Americanas e a sua rede de conselhos, ou a incipiente Organização dos Estados da América Latina e do Caribe.
Com Brasil e outros países que fazem parte do Mercosul, estamos trabalhando decididamente para retomar, o mais breve possível, as negociações para que, num futuro próximo, possa ser assinado um acordo de associação entre a UE e o Mercosul, criando um espaço de interação de mais de 800 milhões de pessoas.
Um acordo com essas características é não só um acordo econômico mas também uma autêntica associação baseada em valores comuns, com componentes-chave de cooperação educativa, científica, cultural, política etc. Esse tipo de acordo tem a vocação de desenvolver integralmente todas as partes por meio de um benefício mútuo, e essa é uma oportunidade que não queremos nem podemos deixar de aproveitar.
Em um marco mais amplo, temos em maio, como projeto próximo, a Cúpula União Europeia-América Latina e Caribe, em Madri. O Brasil fará sentir sua voz e sua presença nessa reunião, e isso será a chave para o futuro da associação birregional Europa-América Latina e Caribe.
A relação Brasil-UE tem um grande valor em si mesma, porém, além disso, uma de suas grandes potencialidades é a capacidade de catalisar a aproximação entre as duas regiões e propiciar, com isso, uma maior e melhor integração dentro dos conjuntos regionais na América Latina.
Brasil tem, evidentemente, um enfoque essencial da sua ação externa na própria região ibero-americana. A UE tem também uma importante dimensão ibero-americana há muito tempo na sua política externa. A coincidência de um vetor tão relevante na projeção externa brasileira e europeia é um elemento bastante enriquecedor para as nossas duas regiões que, sem dúvida, potenciará mais, se é cabível, a presença de Brasil na UE e a da UE no Brasil."
FONTE: escrito por MIGUEL ÁNGEL MORATINOS, ministro de Assuntos Exteriores e Cooperação da Espanha e atual presidente da União Europeia. Publicado hoje (15/02) na Folha de São Paulo.
Lido no Democracia e Política
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
NYT: "O BRASIL CHEGOU. MAS ONDE?"
"Não há marca mais quente no mercado mundial que o Brasil. Riqueza em matérias-primas, reservas de petróleo, algumas empresas de classe mundial e um presidente com uma séria reivindicação a ser o político mais hábil do mundo despertam paixão global.
Não mais considerado uma terra flagelada de samba e futebol, o Brasil é a potência do século 21 que todos querem cortejar. Vejam a concessão da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016.
Confesso que estou esfregando os olhos. Desde que morei no Brasil, na década de 1980, fui otimista sobre as perspectivas brasileiras. Argumentei que o país deveria ser considerado uns EUA tropicais, e não apenas mais um país latino-americano.
Seu tamanho, sua capacidade de absorver imigrantes e sua cultura empreendedora o distinguem de seus vizinhos. Mas seus problemas -principalmente a pobreza e a violência- pareciam impedir uma reformulação radical da marca.
Esses problemas persistem. O recente tiroteio que deixou 40 mortos no Rio de Janeiro e derrubou um helicóptero da polícia foi dramático o suficiente para chamar a atenção à violência entre facções, que acaba com milhares de vidas todos os anos.
A pobreza e a grande riqueza estão lado a lado, com uma proximidade particular em muitas cidades brasileiras: o dinheiro da droga compra as armas que são as ferramentas (e símbolos de status) do negócio e corrompe a polícia mal paga.
Mas o capital internacional, intercambiável e móvel, ignora esse aspecto do Brasil.
Ele se concentra em outra realidade: a política estável sob Luiz Inácio Lula da Silva, uma economia que cresce 5% ao ano, um mercado de ações florescente, uma potência emergente do petróleo, um país rico em energia hidráulica e solar e pioneiro nos biocombustíveis.
O real avançou cerca de 35% em relação ao dólar neste ano. A enxurrada de dinheiro do exterior para fundos brasileiros é tal que o governo recentemente aprovou imposto de 2% sobre esse fluxo. O imposto e as mortes do tráfico coincidiram em uma clara ilustração da condição brasileira.
O Brasil chegou, é o lugar aonde todos querem ir -e as crianças das favelas ainda morrem todos os dias em brigas por um par de tênis. Em certo sentido, o risco social foi descontado. Os administradores de fundos mundiais decidiram que o progresso do Brasil, sua "história de sucesso", não será desfeita pelas crianças das favelas com armas antiaéreas.
Dado que a passividade social parece ser uma condição contemporânea -a crise mundial não produziu grande rebelião social-, eles têm motivos para estar confiantes. A tecnologia amortece a raiva: ela isola e distrai.
Mas eu me preocupo. A crise global teve a ver com riscos subavaliados. Teve a ver com o contágio da dívida negociada em escala global. Teve a ver com cobiça enlouquecida entre aqueles com os meios para enlouquecer.
Foi sobre a compensação destinada a recompensar o retorno em curto prazo. Foi sobre dois mundos desconexos: o do árbitro de Wall Street e o do trabalhador de Detroit.
Um ano depois do início da crise, os mercados se recuperaram, e o capital flui novamente ao Brasil. Mas as divisões sociais são tão grandes como sempre.
Principalmente, nenhuma nova ideia sobre a economia global e suas inequidades ganhou força.
Até certo ponto, acho que o sucesso da Copa e da Olimpíada no Brasil dependerá do surgimento de um pensamento econômico factível e inovador -ou o mundo, em suas paixões, seguirá adiante cegamente."
FONTE: artigo de Roger Cohen, de Londres, publicado no The New York Times, e reproduzido hoje (02/11) na Folha de São Paulo.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Brasil - Nem tudo está perdido (Que pena, oposição golpista)
Brasil está apto a ser 1º grau de investimento pós-crise, diz Moody's
O Brasil reúne as condições necessárias para se tornar, nos próximos dias, o primeiro país, entre os 100 países analisados pela agência de classificação de risco Moody's, a ser avaliado como "'grau de investimento"' desde o início da crise econômica. É essa a opinião do analista-chefe para o Brasil da agência, Mauro Leos. A classificação é dada a países cujas economias são consideradas seguras para investidores. A categoria determina se um país oferece ou não risco de pagar seus títulos. Quanto mais elevada a classificação, maior a propensão em atrair títulos.
Em entrevista à BBC Brasil, Leos afirmou que, se a conclusão do comitê de avaliação da agência for a de que o Brasil merece entrar nessa categoria isso se dará porque "o País está apto a arcar com choques externos, está se movendo na direção certa e os riscos crediários que enfrenta são mais baixos do que antes".
Outras duas agências de risco, a Standard & Poor's e a Fitch Ratings, já haviam elevado a classificação do Brasil para grau de investimento, no ano passado.
Mas a Moody's, ao contrário das duas outras, decidiu não elevar a categoria do país no ano passado, a fim de aguardar para ver o quanto o país seria afetado pelos efeitos da crise econômica mundial.
"'O Brasil se saiu melhor do que o esperado. E um dos fatores decisivos para rever a classificação do país foi a avaliação do mercado. No Brasil, após um período crítico entre setembro e novembro, quando houve queda da atividade econômica, o sentimento do mercado melhorou consideravelmente", afirma Leos.
Emergentes
Segundo ele, a despeito do "declínio abrupto do quarto trimestre de 2008, o Brasil se diferenciou de outras economias emergentes em 2009, porque já está crescendo a uma taxa de 4%, no terceiro trimestre, em termos anuais, um índice que não temos visto em outros países".
Fatores como sistema bancário sólido, balanço de pagamentos positivo e retorno do fluxo de capitais foram determinantes para provocar a revisão da Moody's.
O analista afirma que o Brasil, assim como outras nações afetadas pela crise, sofreu um aumento de seu déficit fiscal e, consequentemente, da dívida pública.
"Mas no caso do Brasil, isso não é grande o suficiente para causar preocupação. A posição oficial do governo é a de retomar balanços primários consistentes com o compromisso de reduzir a dívida pública."
De acordo com Leos, se vier a ser de fato considerado grau de investimento pela última agência que faltava, isso possibilitará ao Brasil contrair empréstimos mais elevados a taxas de juros mais baixas.
A avaliação também abrirá caminho para fundos de investimentos e os fundos de pensões americanos que têm como critério só investir em países que são avaliados como grau de investimento por diferentes agências de classificação.
Fonte: BBC Brasil - Bruno Garcez - Invertia no Portal Terrasexta-feira, 22 de maio de 2009
Uma Análise Econômica (Quase Direcionada)??
Desta feita na radio Bandnews FM o âncora chamou o comentarista econômico e queria a todo custo tirar-lhe uma resposta negativa sobre o andamento da economia brasileira.
Escolheu o dólar como vilão, mais precisamente a queda acentuada dos últimos dias e travou um diálogo mais ou menos assim:
Âncora: Meu caro Luiz Carlos Mendonça de Barros, eu não entendo muito de economia mas a entrada de quase 2 bilhões de dólares nos últimos dias na economia do país tá me cheirando a especulação financeira. E isso prejudicaria o país no longo prazo, porque com tamanha crise no mundo estão vindo investir no Brasil?
Luiz Carlos M. Barros: Na verdade o que está se passando é que tem uns três anos que o REAL transformou-se numa moeda forte, pertencente a uma economia sólida e o Brasil tornou-se atrativo para investimentos mundiais. (segurei meu sorriso)
Âncora: Sim, eu até concordo, mas fico me perguntando se esse dinheiro realmente será destinado para investimentos na produção, infra estrutura ou se apenas está chegando por sermos um país com as mais altas taxas de juros do mundo, entende? E se essa possível especulação não atrapalhe a nossa balança comercial.
Luiz Carlos M.B: Compreendo, mas a realidade é que devido a solidez do mercado brasileiro nesse momento (aqui não me contive e rachei de rir)os investidores estrangeiros estão mais que apostando e incentivando o mercado.
Âncora: Mas esses 2 bilhões de dólares já fizeram com que despencasse a cotação o que talvez prejudique os exportadores.
Luiz Carlos: Na verdade o dólar está chegando num patamar mais realista de seu valor de face. No mundo todo ele vem se desvalorizando há tempos. A questão é que o REAL está forte e muitos investidores pelo mundo ao invés de comprarem dólares estão passando a comprar o REAL. Isso é uma tendência devido a "solidez da nossa economia", independente da crise financeira mundial.
Nós sómos um dos poucos países do mundo que estamos numa posição favorável neste momento e recebendo muitos investimentos.
Âncora: Ahn... (imagino a cara de tonto nessa hora)
Luiz Carlos (continuando): E na verdade, o dólar deverá sofrer mais baixas ainda frente ao REAL aqui no Brasil porque essa semana o Governo Lula em sua visita a China fechou acordo comercial que irá gerar a entrada de 10 a 12 bilhões de dólares para investimentos na Petrobras e outras obras de infra estrutura, entende??
Fora isso estima-se ainda uma entrada de mais uns 4 bilhões de dólares para o grupo do Eike Batista que irá investir pesado na construção de uma nova siderúrgica no país. Isso para ficarmos apenas nesses dois exemplos.
Âncora (já completamente zonzo): Ok meu caro Luiz Carlos, até a semana que vem nesse mesmo horário.
Luiz Carlos: Ok, tenha um bom dia e até semana que vem!!!
Assim, naturalmente ví esse âncora perder o rebolado e enfiar a viola no saco!
Só fica uma pegunta:
Ei mídia terrorista e oposição lesa pátria, cadê a pior crise "tsunami" que engoliria o Brasil e consequentemente o Governo Lula?Será que novamente o "ex-operário" tinha razão e o tsunami não passou de marolinha??
A conferir...
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Economia demonstra recuperação
Assim poderão crucificar o atual Governo e se apresentarem como únicos capazes de salvar a amada pátria mãe gentil.
Conforme reportagem da Revista ISTOÉ, em reunião com o Governo na segunda-feira dia 09.02 em Brasília, os maiores empresários do país demonstraram confiança na retomada da atividade econômica.
Abaixo a reprodução da matéria completa:
Economia & Negócios
- Sinais de retomada
Governo ouve relato positivo dos maiores empresários do País e indicadores de janeiro afastam perigo de recessão da economia
Octávio Costa

As boas novas, por sinal, já chegaram ao Palácio do Planalto. No final da tarde da segunda-feira 9, o presidente Lula recebeu 22 empresários, reunidos pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, hoje presidente do Instituto Nacional de Altos Estudos. Estavam presentes nomes de peso, como Jorge Gerdau, Luiz Fernando Furlan, Sérgio Andrade e Emílio Odebrecht. Pelo governo, participaram, além de Lula, os ministros Guido Mantega, da Fazenda, Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Dilma Rousseff, da Casa Civil, e Sergio Rezende, da Ciência e Tecnologia. A reunião aconteceu das 18 horas às 21 horas, e os empresários fizeram relatos setoriais, em sua maioria positivos. Reis Velloso leu um documento que elaborou a partir das consultas que fez aos 50 principais empresários do País. Apresentou uma estratégia de defesa contra os efeitos da crise internacional e também uma estratégia de ataque, na qual apontou os procedimentos que vão permitir ao País sair bem da crise. O receituário incluiu investimentos públicos, redução dos gastos correntes, mais recursos para a exploração do pré-sal e a flexibilização das leis trabalhistas. O presidente gostou do que ouviu e informou que vai incorporar as sugestões do documento. Pediu aos ilustres convidados, porém, que mantivessem absoluta reserva sobre o teor da reunião.
Velloso manteve o voto de silêncio. E somente revelou à ISTOÉ que fizera contato com a Presidência sobre os estudos do Fórum Nacional, até que foi surpreendido com a audiência marcada com urgência na tarde da sexta-feira 6. Pôs todo seu pessoal de plantão no sábado para convocar os empresários, escolhidos a dedo. Mas a pressa do Planalto tem razão de ser. Afinal, diante da reviravolta nas expectativas empresariais, faz-se necessário acompanhar a economia com sintonia fina, e nada melhor, nesse sentido, do que o testemunho de quem está com a mão na massa. Não param de surgir dados positivos. Segundo o Sinalizador da Produção Industrial (SPI), elaborado pela Fundação Getulio Vargas, a indústria paulista teve crescimento de 5,7% em janeiro comparado a dezembro, depois de três meses seguidos de queda. O SPI antecipa em um mês os dados do IBGE. O resultado deveu-se à reposição de estoques e ao estímulo do governo ao setor automotivo, de acordo com o economista Paulo Pichetti, coordenador da pesquisa da FGV.
A retomada da indústria é coerente com a fornada de informações sobre novos investimentos de grandes empresas. Os exemplos vêm dos mais variados setores. A OGX, de Eike Batista, comunicou que vai antecipar para junho a exploração na Bacia de Santos, no bloco BM-S-29, pois pretende iniciar a produção no fim de 2011. Com um caixa de R$ 7,5 bilhões, a OGX destacou US$ 2 bilhões para a exploração e mais US$ 1 bilhão para a produção. Em outra frente, confiante no poder de consumo da classe C, a Coca-Cola Brasil anunciou na quinta-feira 12 que investirá R$ 1,75 bilhão neste ano, 16,6% a mais do que em 2008. Em 2008, as vendas subiram 7% e o faturamento chegou a R$ 15 bilhões, alta de 25% sobre 2007. O presidente da Coca- Cola, Xiemar Zarazúa, acredita que o mercado brasileiro vai subir para a segunda posição no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Terceira maior empresa de telefonia móvel do País, a TIM Brasil também divulgou a compra da Intelig, um negócio de R$ 1,5 bilhão. A empresa já está investindo R$ 2,3 bilhões na construção de redes de fibra óptica. Também está mudando o humor dos consumidores. O Índice de Confiança do Consumidor, elaborado pela Fecomercio-SP, mostrou alta de 6,8% em fevereiro, em relação a janeiro. Na opinião do economista Altamiro Carvalho, responsável pela pesquisa, "os reflexos da crise devem estar menores do que se imaginava no bolso do consumidor". Uma coisa é certa: seja nos investimentos, seja no consumo, ganham corpo os sinais de retomada da economia. E os empresários que resistem aos ventos a favor podem perder excelente oportunidade. Quem alerta é o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao criticar o ajuste exagerado de estoques: "Atitudes excessivamente agressivas, do ponto de vista de sermos defensivos, podem exacerbar problemas desnecessariamente." Em palavras mais simples, para vencer a crise, a melhor defesa é o ataque.