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sábado, 31 de julho de 2010

E agora José? Como o "Datafolha" e a "FSP" poderão lhe ajudar?

Demorou, mas finalmente alguns institutos de pesquisa que até então eram considerados isentos, se alinharam a realidade e a verdade na divulgação de suas pesquisas de intenções de votos.

O instituto Vox Populi até agora estava levando uma surra do Ibope e Datafolha que deixavam o Serra na frente, com objetivos que sabemos muito bem quais são. Para quem não tem acompanhado de perto essa manipulação que se arrasta há algum tempo (Dilma está na frente muito antes da Copa do Mundo), sugiro que pesquisem a blogosfera para encontrar vasto material que explica o jogo sujo por trás dos resultados maquiados.

Sugiro que leiam o blog Cidadania.com do Eduardo Guimarães, que através do Instituto Movimento Sem Mídia entrou no Ministério Público com representação para investigar a veracidade dos resultados apurados por todos os institutos de pesquisa, devido disparidade verificada em seus resultados.

Não deu outra. O Ibope (Globope como diz Paulo Henrique Amorim) recuou e deixou o Datafolha sózinho sustentando um pseudo empate tecnico entre Dilma e Serra. Dessa vez o Ibope resolveu não se sujar mais com a canalhice de divulgar pesquisas maquiadas (mentirosas).

Porém o mais lindo é ver que o jornalão FSP (aquele que afirma não ter havido ditadura no Brasil) e que é dono do Datafolha colocar na sua manchete de sábado a bombástica notícia de que os EUA estão liberando as células troncos (sic), enquanto o mais importante para o Brasil é saber que (ufa) estaremos livres dessa turma Demo-Tucana no comando do país pelos próximos 4 anos. Já basta tê-los por 16 anos em São Paulo.

A notícia abaixo extraída do site da Folha demonstra exatamente o mal humor com que essa notícia desagradou os maiores apoiadores da candidatura Serra.




 

Dilma abre cinco pontos sobre Serra, segundo pesquisa Ibope 

DE SÃO PAULO

A candidata Dilma Rousseff (PT) abriu cinco pontos sobre José Serra (PSDB) na disputa pela Presidência da República, segundo o Ibope.
A pesquisa, realizada do dia 26 ao 29 de julho, apontou a petista com 39% das intenções de voto, enquanto o tucano tem 34%.

Marina Silva (PV) está em terceiro lugar com 7%. Os demais candidatos não pontuaram. Brancos e nulos somam 7%, e indecisos são 12%.

Foram ouvidos 2.506 eleitores em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A pesquisa, encomendada pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S. Paulo", está registrada no TSE sob o número 20.809/2010.

No levantamento anterior do Ibope, Dilma tinha 36% das intenções de voto, Serra aparecia com 36%, e Marina, com 8%.

Se o segundo turno das eleições fosse hoje, Dilma seria eleita com 46%, contra 40% de Serra, segundo a pesquisa. Votariam nulo ou em branco 6% dos eleitores, e 8% se dizem indecisos.

A mais recente pesquisa Datafolha, realizada do dia 20 ao 22 de julho, apontava empate técnico entre Dilma (36%) e Serra (37%). Marina aparecia em terceiro, com 10% de intenção de voto.

Segundo o Datafolha, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e Eymael (PSDC) tinham 1% cada um, e os demais candidatos não pontuaram. Brancos e nulos eram 4%, e 10% estavam indecisos.
O Datafolha ouviu 10.905 eleitores em 379 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Miro: Serra está sendo cristianizado?

Por Altamiro Borges

Em 1950, Christiano Machado, candidato do PSD ao governo de Minas Gerais, simplesmente foi rifado pelo seu partido em plena campanha eleitoral e sofreu uma fragorosa derrota. Daí surgiu o termo “cristianizado”. Agora, no pleito de 2010, parece que o tucano José Serra corre o mesmo risco. Há fortes indícios de que ele está sendo traído por vários candidatos que temem perder votos se aparecerem como oposiçao ao presidente Lula, que goza de recordes de popularidade.

Os casos de traição explícita seriam trágicos, se não fossem cômicos. O tucano Tasso Jerreisatti, que teme por sua reeleição no Ceará, simplesmente não colocou a foto do presidenciável no seu comitê. Já Yeda Crusius, que está mais suja do que pau de galinheiro, preferiu não citar o nome de José Serra no lançamento da sua campanha à reeleição ao governo do Rio Grande do Sul. “Foi um lapso”, justificou. Outro traíra é o senador Agripino Maia, do Rio Grande do Norte, que não se cansa de elogiar Lula, que tanto combateu, e nem cita o ex-governador paulista nos palanques.

Levantamento do Correio Braziliense

O Correio Braziliense fez nesta semana um levantamento detalhado sobre os casos de trairagem. A reportagem confirma que em doze estados pesquisados, o nome e a foto de José Serra não têm qualquer destaque nos santinhos, faixas e baners dos candidatos aos governos estaduais do PSDB e DEM. Em Alagoas, segundo o jornal, o tucano Teotônio Vilela, que tenta à reeleição, esforça-se para mostrar intimidade com o presidente Lula e sua candidata, Dilma Rousseff. No Espírito Santo, todas as imagens de campanha do tucano Luiz Paulo reforçam apenas sua candidatura. O jingle, inclusive, abusa do nome Luiz. “Esse é o homem. Esse sabe fazer. Luiz, Luiz, Luiz”.

José Serra está sendo cristianizado até em palanques mais fortes da oposição de direita, como no Paraná. A campanha de Beto Richa (PSDB-PR) estampou no sítio na internet apenas material do candidato ao governo. Segundo a sua assessoria, o material casado “está sendo providenciado.” Em São Paulo, Serra aparece ao lado de Geraldo Alckmin apenas na imagem do comitê central de campanha, no Edifício Joelma. Na internet, a sua candidatura ocupa um cantinho da página. O sítio privilegia apenas as imagens de Alckmin e do seu vice.

Guinada para a extrema-direita

Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, a situação ainda é mais dramática. A vingança de Aécio Neves, humilhado pelo grão-tucano paulista, é maligna. O quartel-general do seu candidato ao governo estadual, Antônio Anastasia, não tem nenhuma foto ou folheto de José Serra. O nome do presidenciável só aparece, bem minúsculo, num santinho de Itamar Franco, candidato ao Senado. O mesmo ocorre na Bahia e Ceará, dois importantes colégios do Nordeste, onde Lula tem elevado prestígio, e no Acre e Pará. Todos os “amiguinhos” rifaram o tucano.

Talvez essa trairagem explique o péssimo humor de José Serra nas últimas semanas. O notívago está com as olheiras mais fundas. A sua cristianização pode representar o fim das suas ambições. Derrotado na disputa sucessória, ele ficará sem mandato. Ele terá dificuldade até para ser vigia noturno do Palácio dos Bandeirantes, caso Geraldo Alckmin, que já foi traído por Serra no pleito para a prefeitura da capital paulista, vença a disputa para o governo do estado. “Cristianizado”, o tucano tende a ficar cada vez mais feroz, reforçando a sua guinada à extrema-direita.

Blog do MIRO

Viomundo: Novo Padrão de Manipulação Jornalística de O Globo

por Jorge Furtado em 29 de julho de 2010, em seu blog
Nestes sete anos e meio de governo Lula eu já tinha visto todo tipo de manipulação da imprensa a favor dos tucanos e contra o governo petista, mas o jornal O Globo de hoje desce mais um degrau rumo ao fundo do poço da credibilidade jornalística: numa matéria sobre declarações de Aloizio Mercadante o jornal simplesmente usou a resposta a uma pergunta, feita por um jornalista sobre um determinado assunto, como resposta a outra pergunta, de outro jornalista, sobre outro assunto! Parece absurdo demais, mas é a verdade.

Acho que conheço bastante bem o episódio dos “aloprados”, um dos mais vergonhosos momentos da história da imprensa brasileira, uma tentativa de golpe nas vésperas do primeiro turno da eleição presidencial de 2006, orquestrada pelos principais veículos da mídia, alguns integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público e pelos partidos de oposição, e estranhei muito o tal “mea culpa” de Aloizio Mercadante publicado na edição de hoje de O Globo.
Segundo o jornal, Mercadante teria admitido “um grave erro”.

A matéria de O Globo tem uma chamada, que está na capa da edição on-line:
MEA CULPA

A manchete:

Mercadante assume ‘grave erro’ na campanha de 2006

Uma frase em destaque:

“Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor”.

Os dois parágrafos iniciais da matéria, na íntegra:
Candidato ao governo de São Paulo por uma coligação de 11 partidos, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) admitiu nesta quarta-feira que cometeu um “grave erro” na campanha eleitoral de 2006 ao ter seu nome envolvido no escândalo conhecido como dos “aloprados do PT”. Um de seus assessores foi acusado de comprar por R$ 1,7 milhão um suposto dossiê contra o então candidato José Serra (PSDB) ao governo paulista. Mercadante disse que a denúncia foi arquivada e que nunca foi réu em processos que envolvem a administração pública.

- Nunca fui réu em nenhum processo em relação a administração pública. Nenhuma denúncia. Sou bastante rigoroso e bastante exigente. No entanto, aconteceu. Acho que foi um grave erro. Mas consegui (o arquivamento da ação), através do Ministério Público rigoroso, não o engavetador geral do passado. (…) Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor – disse o senador durante sabatina promovida pelo portal UOL e pela “Folha de S.Paulo”.

O texto segue o padrão de mixórdia muito em voga na antiga imprensa, onde não se distingue o que é incapacidade no uso da língua e o que é má-fé. Segundo o texto, Mercadante teria admitido que “cometeu” um “erro grave” “ao ter seu nome envolvido” no tal escândalo. Qual o erro cometido (e supostamente admitido) por Mercadante? O texto não informa.

Segundo o texto, um dos assessores de Mercadante “foi acusado de comprar um suposto dossiê”, o que já é mentira, ninguém foi acusado de comprar nada, até porque não houve compra alguma. Os tais assessores (Valdebran Padilha e Gedimar Passos) foram detidos porque supostamente iriam comprar um suposto dossiê, num caso único na história mundial onde uma prisão por flagrante foi efetuada antes do (suposto) crime acontecer, se é que algum crime aconteceria. Os dois foram imediatamente soltos, é claro, já que todo o procedimento da polícia e do Ministério Público no caso foi grosseiramente eleitoreiro e tecnicamente bizarro.

A única concretude entre tantas suposições era a necessidade de se produzir manchetes a tempo de influenciar as pesquisas eleitorais antes do primeiro turno da eleição, plano que se cumpriu. (O que não estava previsto era a fragilidade do candidato oposicionista, Geraldo Alkmin, que posou para fotos vestindo uma jaqueta ridícula com logotipos de empresas brasileiras, prometeu vender o avião presidencial para construir um hospital e, outro fato inédito na história mundial, acabou tendo menos votos no segundo turno do que no primeiro.)

O texto de O Globo segue citando Mercadante que, supostamente, teria afirmado: “Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor”. Esta frase aparece em destaque nas páginas de O Globo e, ao meu ver, não fazia sentido algum. O erro é nosso? A que erro Mercadante se refere? E por que o verbo no presente? Se ele se referia a um episódio de 2006 não deveria ter dito, se é que disse alguma coisa, “o erro FOI nosso”? A que “grave erro” (conforme a manchete) Mercadante se refere? A respeito de que não foi capaz de convencer o eleitor?

Na tentativa de preencher tantos furos da matéria de O Globo, fui em busca da entrevista no UOL. (Chega a ser engraçada a dificuldade que a antiga imprensa tem de entender o quanto encurtaram as pernas da mentira no mundo dos arquivos digitais).

Assisti a entrevista, na íntegra.
Aos 11:10 o jornalista Irineu Machado diz a Mercadante, que criticava a administração tucana em São Paulo, que o PT não foi capaz de vencer as eleições para o governo paulista. O jornalista pergunta:

IRINEU MACHADO pergunta:
O senhor acha que o erro foi do partido ou do eleitor que não soube escolher?
MERCADANTE responde:
Não, evidentemente que a deficiência é nossa, nós que não fomos capazes de convencer a sociedade de votar na mudança.

Quarenta e dois minutos depois (aos 53:00), o jornalista Fernando Canzian puxa o assunto dos “aloprados”:

FERNANDO CANZIAN pergunta:
Em 2007 o senhor foi indiciado pela polícia federal por acusação de participação na compra de um dossiê de 1,7 milhões de reais contra tucanos aqui em São Paulo. Acabou tento impacto negativo na sua eleição, o senhor perdeu a eleição em São Paulo. O STF depois arquivou mais o caso foi rumoroso, o caso dos aloprados do PT, o senhor esteve diretamente envolvido.
MERCADANTE responde:
Eu já respondi isso outras vezes pra você, você usou uma frase que você não sustenta, “esteve envolvido”, eu não tive nenhum envolvimento. O que a Polícia Federal fez: “Eu não consigo explicar, quem tem que explicar é o Mercadante”, o que é uma coisa juridicamente inacreditável. Tanto que o Procurador Geral da República, o Ministério Público falou: “Não existe um único indício de participação do Mercadante”. Não foi só o Procurador da República, o mesmo que enquadrou dezenas de deputados, senadores, cassou 4, 5 governadores, pôs na cadeia um governador, esse mesmo procurador disse: “Não existe nenhum indício de participação do Mercadante nas 1.100 páginas que tem o inquérito”. E mais: o Supremo, por unanimidade, arquivou e anulou qualquer menção ao meu nome. Então isso para mim está mais do resolvido e explicado. Agora, na vida é assim: pros amigos você não precisa explicar e para os inimigos não adianta.

MÔNICA BERGAMO pergunta:
Mas eles eram da equipe da sua campanha. O eleitor não pode olhar e falar: Será que o senador é cuidadoso na escolha da sua equipe?”
MERCADANTE responde:
Depois de 20 anos de vida pública você nunca me viu envolvido num ato de corrupção. Nunca fui réu num processo de administração pública, uma denúncia. Portanto, eu sou bastante rigoroso e bastante exigente. No entanto aconteceu, acho que foi um grave erro e eu consegui, através do Ministério Público, rigoroso, que não é o engavetador geral da república que tinha no passado, foi o mesmo que denunciou e cassou vários parlamentares, prefeitos e governadores. Esse episódio mostrou para mim o quanto é importante a justiça.

Vídeo da entrevista completa aqui

Em nenhum momento Mercadante se refere ao episódio dos “aloprados”  dizendo que “evidente que o erro é nosso”.
Em nenhum momento Mercadante afirmou não ter conseguido convencer o eleitor a respeito de algo sobre o episódio dos aloprados.

O “grave erro” a que Mercadante se refere foi de integrantes da sua equipe.
Ao usar a resposta a uma pergunta, feita por um jornalista sobre um determinado assunto, como resposta a outra pergunta, de outro jornalista, sobre outro assunto, o jornal O Globo estabelece um novo padrão de manipulação jornalística. E ainda faltam dois meses para a eleição.
Quando Dilma ultrapassar Serra em todas as pesquisas, no início da propaganda eleitoral, o que mais eles vão inventar?

FONTE: VIOMUNDO

Quem diria: Serra causa arrepios em investidores! Onde estará a Regina Duarte?

Fox Business: Os mercados, quem diria, “precificam” Serra

Texto da Reuters, reproduzido na Fox Business, sugerido pelo Emerson Luis:
By Raymond Colitt
BRASILIA (Reuters) – José Serra começou sua campanha para presidente do Brasil como claro favorito dos mercados financeiros, mas sua recente mão pesada na política econômica está levantando dúvidas de muitos investidores.

Vários investidores e experts políticos disseram à Reuters que estão mais preocupados com Serra do que com sua principal rival, a candidata do partido governista Dilma Rousseff. Serra, um político veterano de 68 anos do partido de oposição PSDB, tem preocupado muitos com a conversa de controlar o Banco Central, cortar as taxas de juros e aumentar o papel do estado na economia.

A aparente mudança no sentimento dos investidores coloca a avaliação da campanha presidencial no Brasil de cabeça para baixo, e poderia mexer com os mercados do câmbio e da dívida se Serra continuar forte nas pesquisas quando a eleição de outubro se aproximar, disseram os investidores.
“O sistema financeiro secretaramente prefere Rousseff”, disse Tony Volpon, chefe de mercados emergentes das Américas da empresa Nomura Securities em Nova York.

Pela maior parte dos critérios, Serra deveria ser o favorito dos investidores. Ele tem um doutorado em economia da Universidade de Cornell, uma longa lista de experiência executiva e é de um partido que defendeu a privatização e as reformas durante o governo do predecessor de Lula, presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Rousseff, uma servidora pública de carreira, por contraste, foi um dia uma guerrilheira urbana e nunca se elegeu antes.

No entanto, Rousseff tem feito de tudo para conquistar apoio de investidores, distanciando-se de algumas propostas mais esquerdistas de seu partido. Ela também promete continuar as políticas amigáveis com o mercado do presidente Luiz Inacio Lula da Silva que ajudaram a impulsionar a economia brasileira em anos recentes.

“Nenhum dos candidatos é o dos sonhos de Wall Street mas Serra é um risco maior. Ele traz mais incerteza e chance de mudanças”, diz Alexandre Barros, um analista político que segue Serra desde que os dois foram ativistas estudantis em São Paulo em 1962.

Xico Graziano, um assessor senior de Serra, tentou acabar com as preocupações dos investidores dizendo à Reuters: “Os investidores conhecem as qualidades de Serra e como ele vê a economia. Não é surpresa para ninguém”.

Arrepios no mercado?
Até agora, poucos investidores tem demonstrado preocupação com a eleição de 3 de outubro, contentes que nenhum dos principais candidatos é um populista que ameaça a estabilidade econômica.
Mas a sensação de calma corre risco no momento em que a eleição se aproxima e os candidatos articulam mais claramente suas plataformas.
Serra esta semana disse que as taxas de juros precisam ser cortadas e que o real está “mega sobrevalorizado”.

“Sobre Serra há preocupação sobre taxa de juros e a moeda, embora eu não acredite que ele seja mais duro que Dilma em disciplina fiscal”, diz Reginaldo Alexandre, chefe da Associação dos Analistas do Mercado de Capitais em São Paulo.

Rousseff tem continuamente subido nas pesquisas de opinião tirando proveito do boom da economia e do apoio do popularíssimo Lula, embora ela ainda não tenha estabelecido uma clara liderança.
“O mercado ainda não precificou o risco Serra porque acha que Rousseff vai vencer”, disse Rafael Cortez, um analista político da Tendencias, uma das maiores empresas de consultoria do país.
Se Rousseff não estabelecer uma clara vantagem sobre Serra até agosto, Volpon disse “você poderá ver algumas variações violentas no mercado, especialmente no câmbio”.

Papel do estado
Serra tem dados sinais contraditórios a respeito do papel do estado na economia. Ele criticou a criação de uma nova estatal de petróleo, o uso de fundos públicos para a construção do trem-bala e prometeu restabelecer o poder dos regulamentadores da indústria.
Mas ele também aplaudiu as medidas de estímulo da economia de Lula e propôs um desenvolvimento econômico liderado pelo estado.

“Eu defendo um projeto de desenvolvimento nacional para o Brasil com ativismo governamental”, Serra disse.
Enquanto Serra quer cortar gordura governamental, ele também promete dobrar o principal programa de bem estar de Lula, o Bolsa Família, que muitos de seus apoiadores vem criticando há anos.
Alguns analistas dizem que as políticas de Serra refletem estratégia de campanha. Ele quer ser visto como alguém que propõe mudanças mas não abandonando aquelas que construiram a popularidade de Lula.

“Dilma diz o que o mercado quer ouvir. A mensagem de Serra é mais política porque ele precisa ganhar votos”, diz Dany Rappaport, sócio da consultoria financeira InvestPort.
Mas Serra tem uma história de intervenção governamental e é ligado a uma escola de pensamento que advoga planejamento econômico, um estado forte, controle dos capitais e substituição das importações.

Como ministro do Planejamento, ele entrou em confronto com a ala pró-mercado do governado Cardoso e foi transferido rapidamente para o Ministério da Saúde. Lá ele forçou a gigante farmacêutica Roche a cortar os preços sob a ameaça de quebra de patentes.
“Suas propostas refletem crenças — não é marketing. Mas de qualquer forma elas geram incerteza”, disse Barros.

FONTE: VIOMUNDO

terça-feira, 27 de julho de 2010

Dilma afirma que Serra fala pela boca do vice Indio

A candidata Dilma afirma aquilo que até os postes já sabiam. Serra usa o seu vice na chapa a presidencia da república para atacar o PT, a própria Dilma e o Governo do cara, Lula da Silva. É mesmo o papel do perdedor.

Mas Dilma, você ainda não viu nada sobre o nível que irá chegar essa campanha.
Normalmente ditadores e simpatizantes partem prá ignorância quando o sonho vai pro ralo.
O argumento do fraco é a força e a desqualificação do adversário.

Simples assim!

Abaixo reportagem lida no Terra:

Dilma diz que Serra fala pela boca do vice Indio

A candidata à presidência da República, Dilma Rousseff (PT), acusou seu adversário, José Serra,do PSDB, de usar o vice para fazer ataques a ela e ao PT. Segundo a presidenciável, em entrevista nesta terça-feira (27) à rádio Difusora de Mossoró, as declarações de Indio da Costa (DEM), acusando o PT de ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e ao narcotráfico, são do próprio Serra.

"Acho muito ruim essa característica que está assumindo a campanha do meu adversário José Serra. Eu não considero que um candidato à presidência da República deva colocar alguém pra fazer as acusações. Então vou responder ao ex-governador José Serra, candidato a presidência da República: eu acho lamentável que a eleição tenha descido, da parte do meu adversário, a esse nível", declarou.
Segundo a candidata, as acusações tem a ver com o temor de Serra sobre uma possível vitória de Dilma. "Atribuo a uma certa preocupação e nervosismo decorrente do fato de que ele não tem tido bom desempenho. A partir daí eu não acho que tenha justificativa acusações desse teor. E acho que o povo brasileiro não merece esse nível de discussão", afirmou.

Para Dilma a postura do candidatado tucano é uma das piores que já presenciou em campanhas. "É um dos momentos mais desqualificados em toda história das campanhas eleitorais depois da democratização do País. São acusações completamente infundadas, inconsequentes e irresponsáveis", declarou.

Dilma criticou ainda a postura de senadores do DEM, no Rio Grande do Norte, que elogiaram o governo Lula, mas são contra "todas as iniciativas do governo federal". Para ela, é "surpreendente a dupla conduta" e um "desrespeito com a população do Estado e com o povo brasileiro".

Multas
A presidenciável afirmou que não deve contestar as multas recebidas pela Justiça Eleitoral e ressaltou que não é a única que está sendo punida. "Não nos cabe protestar e discutir a respeito, cabe cumprir apenas. Mas não somos apenas nós que estamos sendo punidos, meu adversário também", afirmou.

Blog do Miro: Mídia oculta caos na saúde em São Paulo

Reproduzo artigo de Gilson Caroni Filho e João Paulo Cechinel Souza, publicado no sítio Carta Maior:
Nos últimos dias, temos visto uma infindável torrente de notícias trazendo o presidenciável José Serra como o baluarte derradeiro na defesa por uma saúde pública decente. Cabe-nos, entretanto, salientar alguns pontos propositalmente obscurecidos pela grande mídia sobre o tema em questão.

Desde 1998, com a eleição de Covas e a edição/promulgação de um projeto de lei pelo então presidente FHC, as Organizações Sociais (OSs) passaram a gerir uma série de instituições hospitalares Brasil afora, mas encontraram no Estado de São Paulo seu porto pacífico.

A partir de então, os hospitais e serviços de saúde, que vinham sendo administrados diretamente pelas autarquias municipais e estaduais tiveram seu gerenciamento progressivamente terceirizado, privatizado – sempre pelas mesmas (e poucas) empresas (OSs), e sempre sem licitação.

O esquema, de contratos milionários, envolve aquilo que FHC e Serra fizeram enquanto foram gestores federais: sucateamento e pauperização crescentes das estruturas públicas, principalmente as hospitalares e educacionais, e desvalorização de seus funcionários, para que o argumento privatizador pudesse encontrar respaldo junto à população em geral, com o devido apoio das corporações midiáticas.. E assim foi. E assim continua sendo São Paulo.

Serra deixou à míngua o renomado Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho (IAVC), forçando os profissionais a pedirem demissão pela falta de condições dignas de trabalho no local, relegando a segundo plano o tratamento dos pacientes que lá procuram auxílio. Preferiu deixar de lado um centro de excelência para inaugurar o resplandecente e novo Instituto do Câncer de São Paulo Octávio Frias de Oliveira (ICESP), só para homenagear seu padrinho midiático, aquele cuja família lhe oferece a logística de um jornal diário e a metodologia favorável do Datafolha.

Infelizmente, até hoje o ICESP não funciona plenamente, os profissionais de saúde têm dificuldades imensas para encaminhar para lá os doentes que dele precisam e os pacientes do IAVC continuam com sérios problemas para conseguirem ter sua saúde recuperada.

Por conta dessa mesma terceirização da saúde pública paulista e paulistana, o vírus da dengue encontrou em São Paulo um grande apoio governamental. Minimizando a atuação das Unidades Básicas de Saúde (UBS) na prevenção de diversos problemas de saúde, subestimando o fator pluviométrico e seu poder disseminador de doenças, a Prefeitura Municipal de São Paulo demitiu centenas de agentes de combate às zoonoses, essenciais para o controle da doença.

A responsabilidade pelo aumento de quase 4.000% no número de casos de dengue na cidade é debitada na conta da população que não está à altura da arquitetura inovadora do tucanato. Sem contar os assombrosos índices de contaminação nas cidades de São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, todas administradas por políticos com ideias semelhantes às dos prefeitos paulistanos Serra-Kassab – e por eles apoiados.

Não bastasse tamanho descalabro, delegou às OSs a administração de diversas UBS, prejudicando, sobremaneira, a inserção das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) no Estado, onde podemos encontrar um enorme vácuo no mapa brasileiro no que diz respeito à sua efetiva implementação. A saber, as equipes de ESF são inseridas tendo em vista, basicamente, o contingente populacional a ser atendido. Com base nisso, São Paulo deveria ser o Estado com maior número de equipes – justamente o contrário ao que se constata na realidade.

No que diz respeito às estratégias de atendimento primário à saúde, Serra fragmentou todo o atendimento prestado pelas UBS, esperando, assim, reinventar a roda – e, com ela, quem o legitimasse publicamente. Essa foi a lógica que o levou a criar o “Dose Certa”, o “Mãe Paulistana” e as unidades de Atendimento Médico Ambulatorial (AMAs), que, reunidos, constituem, justamente, o que se chama no resto do Brasil de ESF.

Mas a farsa de José Serra não tem começo tão recente. Antes de redescobrir a pólvora no atendimento primário, já estava chamando para si os louros do programa dos Genéricos, verdadeiramente criado pelo médico e então Ministro da Saúde Jamil Haddad (PSB/RJ) em 1993, que, atendendo a orientações da Organização Mundial de Saúde, editou e promulgou o Decreto-Lei 793. Este sim, revogado integralmente por FHC e Serra em 1999, foi posteriormente reeditado por eles mesmos (lei 9.787/99 e decreto 3.181/99), acrescentando, vejam que pequeno detalhe, inúmeras concessões às grandes indústrias farmacêuticas.

Presidente de honra do PSB, Jamil Haddad faleceu em 2009, divulgando a todos quantos quiseram ouvi-lo que sua ideia fora usurpada por Serra e seu respectivo partido. Faltou, obviamente, o prestimoso apoio da mídia corporativa para divulgar suas denúncias.

Da mesma forma, Serra se “esquece” de mencionar outros atores importantes e nada coadjuvantes quando se refere ao Programa Nacional de Combate à AIDS. Relata sempre que foi o mais importante, senão o único, agente responsável pela implantação do Programa, tentando obscurecer os trabalhos fundamentais desenvolvidos desde meados da década de 80 pelos médicos Pedro Chequer, Euclides Castilho, Luís Loures e Celso Ferreira Ramos Filho, além da coordenação realizada dentro do Ministério da Saúde, no início da década seguinte, pelo ex-ministro Adib Jatene e pela bióloga Dra. Lair Guerra de Macedo Rodrigues.

Tanto esforço não valeu muito no município de São Paulo, que parece não ter feito a lição de casa no que diz respeito à redução da mortalidade associada à AIDS nos últimos anos – entre o final da gestão Serra e o começo da gestão Kassab (2008-2009). Segundo dados da própria Secretaria Municipal de Saúde, houve um aumento do número de óbitos pela doença no município, contrariamente ao que aconteceu no resto do país.

Muito embora essa mistura de hipocrisia e obscurantismo seja maquiada pela grande imprensa ao divulgar os feitos tucanos na área da saúde, contra ela existem fatos concretos e objetivos. E sobre isso Serra não pode fazer nada. Sobra-lhe a opção de negar sua existência ou pedir à Folha de São Paulo que reescreva a história da forma que lhe parece mais conveniente. Talvez não seja interessante para sua candidatura que se descubra o real sentido do que promete. Quando fala em acabar com as filas para a saúde estamos diante de uma proposta de modernização gerencial ou uma ameaça de extermínio? É uma dúvida relevante.

Presidente do Supremo perde ação na Justiça. O que isso significa ?

O Juiz Luiz Renato Pacheco Chaves de Oliveira, da 4ª. Vara da Justiça Federal de São Paulo, a pedido da procuradora federal Adriana Scordamaglia, arquivou ação criminal que o ex-presidente do Supremo, Gilmar Mendes, moveu contra este ordinário blogueiro e quatro jornalistas da IstoÉ.

Consultei o notável jornalista Mauro Santayana e ele me assegurou  que nunca dantes na História deste país um Presidente do Supremo perdeu na Justiça criminal uma causa que tivesse movido contra jornalistas.

Ainda mais que o escritório que o defendeu, o de Sergio Bermudes, tem como “consultor geral” um ex-ministro e Presidente do Supremo, Sepúlveda Pertence.

Por que foi possível isso acontecer ?

Porque nunca dantes na História deste país houve um Presidente do Supremo como Gilmar Mendes.

Autoritário, prepotente, desmedido, consumido pela hubris.

Um Presidente Supremo que tentou governar o Executivo e o Legislativo e transformar o Conselho Nacional de Justiça numa corte privada para se vingar do corajoso Juiz Fausto De Sanctis.

Um Presidente do Supremo que chamou o Presidente da República “às falas”.

Que tentou dar, no PiG (*), um Golpe de Estado da Direita.

Que vai se inscrever na História da Justiça do Brasil como o Presidente do Supremo que, em 48 horas, deu dois HCs a um passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas.

Uma “acrobacia”, disse, com elegância, a Procuradora Scordamaglia.

Um Presidente do Supremo que tentou subjugar a Justiça e submetê-la a seus caprichos: intimidar jornalistas e calar a boca deles.

Um Presidente que se revestiu do uso Imperial do Poder.

O que significa essa derrota ?

Primeiro, ele e seus ilustres advogados foram obrigados a assistir, com humildade e atenção, a notável aula de Direito Constitucional da Procuradora Adriana Scordamaglia.

Segundo, ele e seus notáveis advogados tiveram que se submeter à decisão soberana de um Juiz Substituto de Primeira Instância, Dr Luiz Renato Pacheco Chaves de Oliveira, que não se intimidou com um Supremo Presidente do Supremo, com um ex-presidente do Supremo, e um notável jurisconsulto da praça do Rio, advogado de primeira hora de Daniel Dantas.

A intimidação política e a arrogância do Poder se curvaram à Justiça.

Essa decisão tem dois desdobramentos notáveis.

Encoraja outros magistrados a enfrentar Dantas, seus poderosos advogados – e seus aliados.

Dantas não mete mais medo à Justiça.

Além disso, essa notável decisão reforça – clique aqui para ir à aba “Não me calarão” – uma linha de decisões judiciais que marcarão, sem dúvida, a jurisprudência sobre a liberdade de expressão na internet.

E o pai fundador dessa doutrina – de que a Dra Scordamaglia é impecável seguidora – é o Ministro Carlos Ayres Britto, autor da máxima “a liberdade da internet é maior do que a liberdade de imprensa”.

Não bastam as leis emanadas do Legislativo.

A Primeira Emenda à Constituição americana – me ensinava o inesquecível Evandro Lins e Silva –, aquela que impede qualquer lei que ameace a liberdade de expressão, teve que ser ratificada, inúmeras vezes, na Justiça, especialmente na Corte Suprema.

A liberdade de expressão se assegura no Judiciário.

Ou como disse um amigo navegante deste ordinário blog, o Madeira:
Só existe jornalismo independente se houver um Poder Judiciário independente.

Paulo Henrique Amorim (e Madeira)
FONTE: Conversa Afiada

O nome da vez: Eduardo Jorge. Quem é ele?

QUEM É E O QUE FEZ ‘EJ’, O TUCANO QUE A MÍDIA E SERRA TANTO DEFENDEM


Eduardo Jorge, em depoimento no Senado, agosto de 2000

“Está em plena ação a tentativa tosca, mas muito empedernida, da imprensa e do tucanato, para criar um novo factóide político ao estilo "caso Francenildo". Sob o pretexto de transformar o político tucano Eduardo Jorge em mais uma vítima dos "falsos dossiês de petistas aloprados", a mídia anti-Lula está dando cada vez mais espaço para o episódio do suposto vazamento dos dados fiscais do dirigente tucano.

Um dos mais ativos defensores de Eduardo Jorge, vulgo EJ, atualmente tem sido o próprio presidenciável tucano José Serra, em cuja campanha Eduardo Jorge tem papel de destaque.

Mas esta mesma mídia e lideranças tucanas que se escandalizam com o suposto vazamento de informações financeiras de Eduardo Jorge não esclarecem em momento algum quem é e o que fez este sujeito para merecer o papel de protagonista desta novela midiática onde o suspeito é transformado em vítima.

Antes de mais nada, é preciso esclarecer duas coisas. Primeiro: por que os tucanos, tão queridos da família Frias, não perguntam à Folha de S. Paulo, que divulgou a "denúncia" inicialmente, quem foi que repassou as informações ao jornal? Assim, não seria preciso realizar sindicâncias nem processos judiciais, gastando tempo e dinheiro dos órgãos públicos. Basta a Folha revelar quem é sua fonte. Ou será que as informações chegaram ao jornal por e-mail anônimo, como se fosse um spam, da mesma forma que a ficha falsa de Dilma Rousseff publicada pela Folha? Ao proteger sua fonte sob a desculpa esfarrapada do direito ao "sigilo da fonte", a Folha deixa muitas margens para que se suspeite de uma armação urdida pelo próprio jornal para prejudicar a campanha presidencial da candidata petista.

Segundo: se Eduardo Jorge fosse candidato nestas eleições de 2010, seus bens teriam que ser declarados e tornados públicos por força da legislação eleitoral. Estariam, neste momento, expostos para quem quisesse ver no site do TSE. Portanto, não é razoável que um dirigente partidário, que já foi homem de confiança de FHC e ministro no governo tucano, tenha tanto receio de que sua declaração de Imposto de Renda torne-se pública. Ou melhor, há razões sim para ter medo. E muitas delas são explicadas em dezenas de matérias que foram publicadas na imprensa ao longo dos últimos dez anos e que ajudam a revelar quem é o que fez Eduardo Jorge.

Caldas costuma levar às barras dos tribunais todos os veículos de comunicação e procuradores de justiça que ousam revelar a participação dele em negociatas suspeitas. Até os veículos que agora o protegem por conta do imaginário "dossiê" já foram processados pelo tucano e tiveram que se calar. Mas com o advento da internet, já não é mais possível esconder seu passado.

Nesta matéria do jornal “Hora do Povo” (ler a seguir), pode-se contemplar algumas das manchas que enodam a biografia do emplumado Eduardo Jorge Caldas Pereira:

EDUARDO JORGE, TRAFICANTE E GERENTE Nº 1 DOS ‘NEGÓCIOS DO CHEFE’ FHC
Por ser exatamente homem de confiança de Fernando Henrique que Eduardo Jorge Caldas Pereira não só controlava e manipulava os bilionários fundos de pensão, como também traficava favores dentro do governo, atividade que se reverteu em negócios e sociedades milionárias, que só foram reveladas após investigações do Ministério Público.

Ele era o traficante número um do bando de Fernando Henrique. O caso Lalau, a esse respeito, um modelo exemplar (exemplar de corrupção): Eduardo Jorge quem fez a intermediação entre Nicolau, Fernando Henrique, Estevão, Martus Tavares e outros espécimens. Nicolau pedia o dinheiro; Fernando Henrique dizia ao Congresso que era urgente aumentar a verba; Tavares, contra todo o seu comportamento de cortador do Orçamento, redigia as justificativas para regar a horta do prédio do TRT; o dinheiro era depositado na conta da Incal e depois Nicolau, Estevão e as Cayman recebiam o seu. Mas tudo passava sempre por Eduardo Jorge, que atendia Nicolau e Estevão, falava com Tavares e levava os pedidos para Fernando Henrique assinar.

Em troca desses serviços, ele, mero funcionário aposentando, enfiou-se em negócios variados. Sócio do grupo Meta, que pretendia abarcar o Instituto de Resseguros do Brasil, negócio que também envolve muitos bilhões; da L. C. Faria Consultores Associados, empresa que os procuradores da República suspeitam ter recebido parte dos R$ 169 milhões desviados do TRT; da EJP Consultores e de várias outras.

A sociedade de Eduardo Jorge com Cláudio Haidamus, antigo lobista que se casou com sua sobrinha, tem sido profícua. Foi através de Haidamus que o secretário particular de FHC tornou-se sócio do Meta, grupo que controla outras duas empresas, a Metacor e a Metaplan, e atua na área de seguros –principalmente seguros de contratos e instituições públicas. Colocou os irmãos, os advogados Marcos e Rui Caldas Pereira, na negociata da Embraer e na venda da Paranapanema, negócios que tiveram a participação da Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, que ele manipulava. Os mesmos irmãos de Eduardo Jorge foram advogados da Incal, a empresa que supostamente construía a infindável e superfaturada obra de Nicolau no TRT-SP.

Através da influência junto ao seu chefe, o caixa de FHC liberou recursos do Banco do Brasil para a falida Encol. Para a mesma empresa, ele conseguiu que a diretoria do BB aprovasse a rolagem da dívida de R$ 60,9 milhões. "O que faço é dar consultoria estratégica para compatibilizar políticas empresariais com as políticas do governo" - assim Eduardo Jorge definiu seu tráfico de influência, quando questionado sobre as suas sociedades obscuras.

Apesar de ter sido funcionário público toda a sua vida, juntou uma fornida fortuna: acaba de comprar um apartamento avaliado em US$ 1,2 milhões, num luxuoso e paradisíaco condomínio.


E para não dizerem que são denúncias da "esquerda", há também esta outra matéria , da direitista revista Veja, de julho de 2000 (ver link no “Vermelho”), que ajuda a desvendar os "rastros do ex-assessor de FHC".”

FONTE: publicado no portal “Vermelho”.Lido no Democracia e Política

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Conversa Afiada: Se o método do Datafalha ajudasse a Dilma já teria mudado

O Datafalha desempenhou papel central na desqualificação do Aécio e, agora, na luta pela sobrevivência do Serra.

Como diz aquele amigo navegante, o Serra sobrevive com aparelhos mediáticos.

Os indícios de que o Datafalha seja um instrumento partidário, político e, não, um instituto de pesquisa são vários – e mereciam uma atenção especial da Dra Cureau.

Primeiro, entre a noite de sexta-feira, quando Jornal da Band divulgou o Vox Populi e a manhã de sábado, quando começou a circular a Folha (*), sumiram 18 milhões de votos.

Dez por cento da população brasileira.

Segundo, como demonstrou o Tijolaço, tecnicamente o Datafalha é um desastre.

E, mesmo assim, observou o Eduardo Guimarães, a Folha (*), provavelmente pressionada por uma possível investigação policial, já começou a encolher o Serra.

Daqui a pouco, quando a coisa ficar feia, surgirão os “pesquiseiros” – os analistas de pesquisa do PiG (**) para passar a mão na cabeça da Folha (*).

E vão dizer que a Folha (*) usava um método errado de sondar a opinião pública.

O desastre teria sido uma “questão de método”.

Uma questão técnica, portanto.

Cientifica, sem qualquer inclinação partidária ou ideológica, diria o Adolf Eichman.

Se for assim, pergunta-se:
E se o método (errado) sistematicamente beneficiasse a Dilma e o Lula ?

Se o método (errado) tivesse demonstrado que o Aécio deveria ser o candidato dos tucanos ?

Pergunta-se: o método já não teria sido corrigido ?

O Serra deixaria o Datafolha errar por tanto tempo contra ele ?

A Folha (*) erraria por tanto tempo contra seus próprios interesses econômicos e ideológicos ?

O “método” da Folha é assim: ouve mais São Paulo, ouve mais os ricos, ouve mais os de educação superior.

O “método” da Folha é assim: Vox Populi menos o povo é igual ao Datafalha.

Paulo Henrique Amorim

domingo, 25 de julho de 2010

ELEIÇÕES - Medo invade a campanha.

Revista Isto É.

PSDB recorre a velhos fantasmas e tenta assustar o eleitor ao vincular o PT a grupos terroristas e ao crime organizado.

Alan Rodrigues e Sérgio Pardellas

PARCERIA

Serra e Indio da Costa planejaram ataques

O comando da campanha de José Serra (PSDB) colocou o medo no centro da disputa presidencial. Tudo começou com a surpreendente entrevista do vice de Serra, Indio da Costa (DEM), dizendo a um site do partido que o PT é ligado às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico. Num primeiro momento, lideranças partidárias passaram a ideia de que Indio era apenas uma voz isolada – além de descontrolada e inconsequente. Aos poucos, porém, foi ficando claro que ele cumpria um script previamente combinado. Muito bem orientado pelos caciques do PSDB e DEM, o vice de Serra servia de ponta de lança para uma estratégia de campanha: o uso da velha e surrada tática do medo. Ele procurava criar fantasmas na cabeça do eleitor para tirar votos da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.

A tática do medo, por definição, desqualifica o debate político. Quem a utiliza está disposto a trabalhar não com a razão, mas com sentimentos mais primários e difusos. Recorre a argumentos distantes de qualquer racionalidade para tentar encantar um público mais desinformado ou que já coleciona arraigados preconceitos. É um jogo perigoso: “Campanhas negativas podem até aumentar a rejeição ao candidato que as patrocina”, diz o cientista político José Paulo Martins Jr., da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Mas os tucanos resolveram arriscar.

ACUSAÇÕES

Tasso Jereissati diz que Lula é “chavista”

Apesar das reações provocadas pelas declarações de Indio da Costa (o TSE já concedeu até direito de resposta ao PT), expoentes do PSDB e o próprio Serra não desautorizaram o deputado do DEM. Ao contrário, passaram a engrossar o vale-tudo eleitoral. Animado, Indio voltou à carga, insinuando uma relação entre o PT e uma facção criminosa do Rio. “Já há vários indícios de ligação do Comando Vermelho com as Farc. E qual a opinião da Dilma sobre isso? Veja só: o PT e as Farc, as Farc e o narcotráfico, o narcotráfico, o Rio de Janeiro e o Comando Vermelho, com indícios muito claros de relacionamento. Ela (Dilma) tem que dizer o que acha”, afirma. Na quinta feira 22, foi o próprio Serra quem assumiu a estridente toada: “Há evidências mais do que suficientes do que são as Farc. São sequestradores, cortam as cabeças de gente, são terroristas. E foram abrigados aqui no Brasil. A Dilma até nomeou a mulher de um deles.” Desta vez, o tom do discurso escandalizou os adversários. “Fui surpreendido com a decisão de Serra de entrar nesse debate. Pelo jeito, ele resolveu dar uma guinada para a direita ao perceber que não deu certo o estilo ‘Serrinha paz e amor’. Serra, agora, resolveu ser troglodita”, disse o líder do governo na Câmara e um dos coordenadores da campanha de Dilma, Cândido Vaccarezza (PT-SP). “Não adianta o kit baixaria do Serra: o povo quer saber é de propostas e de trajetória”, afirmou o deputado petista Ricardo Berzoini.

ALVO

Tucanos querem irritar Dilmae cobram resposta

A tentativa do PSDB de criar uma atmosfera de satanização do PT e de sua candidata ao Planalto, Dilma Rousseff, é inteiramente planejada, ao contrário do que poderia parecer. Segundo apurou ISTOÉ, pesquisas qualitativas em poder da coordenação da campanha tucana identificaram que setores do eleitorado brasileiro ainda teriam restrições à “turma ligada ao Lula”. Na enquete realizada pela coligação PSDB-DEM abrangendo as regiões Sul, Sudeste e Nordeste (70% do eleitorado nacional), chegou-se à conclusão de que a imagem de Lula é a mais próxima do chamado “político ideal”. Diante desse quadro, a pesquisa, focando o eleitor das classes B e C, de 25 a 50 anos, tentou filtrar o que, para a população, haveria de bom e ruim no governo petista. Lula foi considerado “quase acima do bem e do mal”, conforme informou à ISTOÉ um dirigente tucano que teve acesso aos números. Porém, em seis pesquisas, quando consultados sobre temas espinhosos como radicalismo e corrupção, os eleitores invariavelmente apontavam a culpa para setores “em torno” de Lula. A turma é que não seria boa.

A constatação animou os tucanos a investir contra o PT. Nas próximas semanas, entre os novos temas a serem abordados estão a relação dos petistas com Hugo Chávez e a defesa que fazem do terrorista Cesare Battisti. Mas, no embalo, sobrará até para o próprio Lula, como demonstrou, na quarta-feira 21, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE): “Lula é chavista”, disse o líder tucano. “Ele pretende fazer aqui neste país uma ditadura populista, em que vai se cerceando os espaços de todo mundo e ficando só o seu espaço de poder.” Para Jereissati, a questão não tem a ver com a alta popularidade de Lula. “Chávez também é muito popular. Outros ditadores também foram muito populares. O problema é que neste governo a política é de eliminação de todo e qualquer adversário”, disse.

Um retrospecto histórico mostra, no entanto, que a tática do medo, colocada em curso pela campanha tucana, funcionou na volta do País à democracia, mas não tem dado certo num Brasil mais maduro. Levado a cabo nessas eleições, o vale-tudo eleitoral pode, mais uma vez, significar o suicídio da campanha tucana. Em 2002, por exemplo, o próprio Serra, então candidato de Fernando Henrique Cardoso ao Palácio do Planalto, lançou mão do medo como artifício: “Existe o PT real e o PT da tevê”, disse ele no horário eleitoral. “É muito importante debater as invasões ilegais e as ligações com as Farc. Isso não aparece na tevê, mas é um lado do PT”, acrescentou o tucano, que estava em baixa nas pesquisas. Por causa dos ataques, o PSDB perdeu um minuto e meio de seu tempo na tevê. E o resultado, todos sabem: Lula venceu a eleição e já está há quase oito anos no poder, registrando índices recorde de popularidade.

A retórica do medo não costuma ter a capacidade de reverter votos, segundo o consultor político e professor da USP Gaudêncio Torquato. “O terrorismo linguístico que começa a subir a montanha não chega perto das massas. Apenas reforça posições de camadas já sedimentadas”, disse ele à ISTOÉ. “Não é novidade utilizar-se da tática eleitoral do medo. O que aconteceu é que Indio cumpriu um papel que lhe deram: o de tocar o apito.” Para Torquato, Indio executou a missão atribuída a ele pela cúpula de campanha do PSDB. “Assim, preservaria Serra da acidez”, acredita. Ainda de acordo com o consultor político, esse tensionamento “já era bastante previsível” e teria outras duas finalidades: a de apresentar o candidato a vice na chapa tucana ao País e tentar enervar a candidata do PT, Dilma Rousseff. “Ao mesmo tempo que eles dão uma estocada, a campanha o apresenta, já que ninguém o conhece. Também criam a polaridade que a campanha do PSDB precisa e tentam tirar Dilma do sério”, afirma Torquato.

PASSADO

Virgílio, do PSDB, também recebeu as Farc

“Discutimos fatos de conhecimento público. Todo mundo sabe da relação do PT com as Farc e todos sabem que as Farc têm relação com o narcotráfico”, insiste o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE). Anos atrás, o PSDB utilizou-se até das denúncias de que a guerrilha colombiana havia repassado US$ 5 milhões para campanhas eleitorais petistas, o que nunca foi comprovado. Mas, fora as fantasias, o que há de real entre o PT e as Farc? Para responder a essa pergunta, é preciso voltar ao ano de 1990. Com a dissolução da União Soviética, a esquerda mundial estava desamparada. Na América Latina, por sugestão de Fidel Castro, Lula acabou propondo a criação do Foro de São Paulo, a fim de aglutinar partidos, sindicatos e organizações de esquerda. As Farc integraram esse movimento, embora na ocasião ainda não se conhecessem vínculos dela com o narcotráfico. Daí para a frente, a guerrilha sempre participou das reuniões do Foro e recebeu o apoio político de seus membros. O PT chegou a cultivar relações com representantes das Farc, principalmente com o ex-padre Olivério Medina.

No entanto, desde que Lula chegou ao governo, em 2003, o PT tratou de se distanciar do movimento. Em 2005, como revelaram e-mails de dirigentes das Farc, a guerrilha foi impedida de participar da reunião que comemorou o aniversário de 15 anos do Foro de São Paulo e que contou com a presença de Lula. Em 2008, ocasião da libertação da ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt, Lula condenou publicamente a guerrilha. “A grande chance que as Farc têm de um dia governar a Colômbia é acreditar na democracia, na militância política. É fazer o jogo democrático como fizemos aqui. Não se ganha eleição sequestrando pessoas”, disse.

Levando-se em conta a lógica controversa que vem sendo usada na campanha de Serra, o próprio líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), seria também ligado à guerrilha colombiana. Em 1999, Virgílio não apenas recebeu o então representante das Farc no Brasil, Hernán Ramirez, em seu gabinete, como foi considerado pelo grupo um dos principais interlocutores da guerrilha no País. À época, Virgílio era secretário-geral do PSDB e líder do governo FHC no Congresso. No mesmo ano, Ramirez visitou também o então governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT). Um dos objetivos dos encontros era abrir um escritório das Farc em Brasília. Mas a ideia não prosperou. Ela só voltou a prosperar agora no discurso atropelado do PSDB.
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira e Fabiana Guedes

ELEIÇÕES - Vox Populi 8 x 1 Datafolha.

Do blog do Rovai.

O amigo deve estar se perguntando porque os resultados do Vox Populi e do DataFolha são tão diferentes. O primeiro dá Dilma 41, Serra 33 e Marina 8. O segundo consegue apurar Serra 37, Dilma 36 e Marina 10.

É fácil entender, basta ler a Folha de vez em quando. Ela decidiu fazer de tudo para que Serra vença esta eleição.

Não é a primeira vez que o jornal dá uma diferença que não existe para corrigir lá na frente.

Fez isso quando Serra lançou sua candidatura. Deu um jeito de o tucano aparecer com uma boa frente em relação a Dilma. Agora dá um jeito de ele não aparecer feio na foto a 25 dias do programa eleitoral.

Seria muito ruim para Serra começar o programa de TV com todos os institutos de pesquisas acusando ele em segundo com uma diferença larga em relação a Dilma.

Este blogueiro acha que esta eleição já fez sua primeira vítima. E não é o Álvaro Dias. Ele não tinha muito a perder sendo ou não sendo vice de Serra.

A grande vítima desta eleição deve ser o DataFolha. O instituto que sempre foi considerado confiável por todos os atores políticos, parece ter sido escalado para fazer campanha a favor de uma candidatura.

Quando isso acontece, a credibilidade vai para o ralo. Porque os que contratam pesquisas querem tudo, menos ser mal informados.

Anotem e confiram, o DataFolha em relação à sua participação no mercado vai sair menor do que entrou neste processo eleitoral. E não fiquem em dúvida em relação às pesquisas. Dilma tem no mínimo cinco pontos na frente de Serra. Todas as pesquisas que este blogueiro teve acesso nos últimos 30 dias apontam isso.

Todos os empresários, associações e marqueteiros que contratam pesquisas sabem disso.

Por isso, ao forçar a mão, o DataFolha apenas se desmoraliza mais um pouco.

PS: Anotem aí, como a realidade não vai mudar porque o DataFolha quer, quando iniciar o programa eleitoral ele vai ajustar seus números. E vai apontar o crescimento da candidata do PT à vinculação dela com Lula na TV. Não estou querendo ser Bidu. Faz parte da lógica deles…

Pesquisas Eleitorais? Entenda o Datafolha

Quem se surpreendeu, decepcionou-se ou se animou com a pesquisa Datafolha que vazou no fim da noite de sexta-feira na internet e que foi divulgada oficialmente hoje pela Folha de São Paulo, talvez não esteja olhando direito os números.

É claro que, em comparação com a pesquisa Vox Populi divulgada também na sexta, o Datafolha não é tão bom para Dilma nem tão ruim para Serra. Todavia, se compararmos o que vinha sendo feito pelo instituto de pesquisas da família Frias antes de a procuradoria-geral eleitoral acolher a representação do Movimento dos Sem Mídia pedindo investigação dos quatro grandes institutos (Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi), chegaremos à conclusão de que a suposta manipulação de dados do Datafolha refluiu, e muito.

Em dezembro do ano passado, a vantagem que o Datafolha atribuía a Serra em relação a Dilma era de 14 pontos percentuais. Em fevereiro, a vantagem caiu para 7 p.p. Eis que, em março, quando o Vox Populi e o Sensus já atribuíam empate técnico entre Dilma e Serra, o Datafolha joga a diferença a favor do tucano para 10 p.p. Em abril, o mesmo Datafolha aumenta essa vantagem ainda mais, agora para 12 p.p. (!!!)

No começo de maio, a procuradoria-geral eleitoral aceita a representação do Movimento dos Sem Mídia e emite um despacho à Polícia Federal para que esta instaure inquérito para apurar possível crime eleitoral de falsificação de pesquisas. A investigação abrange os institutos Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi.

Em 35 dias, no Datafolha, some uma vantagem de Serra sobre Dilma de DOZE PONTOS PERCENTUAIS. Em 21 de maio, a pesquisa Datafolha conclui que aquela estrondosa diferença caiu a… ZERO (!).

Naquele momento, a blogosfera entrou em festa. Apesar de a mídia esconder a instauração de inquérito policial contra os institutos de pesquisa, os principais blogs progressistas e até os portais IG e Comunique-se entrevistaram-me e veicularam todos os detalhes da representação do MSM, assinada por mais de dois mil leitores do meu antigo blog, o Cidadania.com.

A manchete mais comum que se viu na blogosfera foi “A sinuca do Datafolha”. Ora, para os Frias e para o PIG em geral, foi a morte. Entendam que o principal poder da mídia é o de se colocar acima dos outros poderes da República – o Quarto Poder, no Brasil, acha que é o Primeiro.

Desta forma, a boa e velha margem de erro, levada ao paroxismo, pode permitir uma tendência muito menos divergente dos resultados que o histórico de todas as pesquisas mostra que têm sido os mais acertados, pois a cada três ou quatro meses fazem os outros resultados convergirem para si, ou seja, Datafolha e Ibope sempre acabam convergindo para os resultados de Sensus e Vox Populi.

De qualquer forma, em meados de maio, coincidentemente no momento do acolhimento pela Justiça Eleitoral da Representação do Movimento dos Sem Mídia, a diferença maluca de doze pontos percentuais a favor de Serra, uma diferença que nenhum outro instituto viu (nem o Ibope), reduziu-se a zero.

Em junho, porém, há uma reação da Folha, aumentando essa diferença em um mísero ponto percentual a favor do tucano, que, agora, a mídia mantém, porque a sua lógica é a seguinte: manipulação de pesquisa já havia ocorrido à época dos dez e, depois, dos doze pontos percentuais de vantagem para Serra. Queda ainda mais abrupta dessa vantagem ou ultrapassagem de Serra por Dilma só complicaria ainda mais a situação do Datafolha diante das investigações. Manter uma divergência, qualquer que seja, é dar coerência ao passado, se é que vocês me entendem…

O fato é que a mera análise dos números mostra que o Datafolha, no transcurso de uma linha de tempo, vai tentando puxar Serra para cima em duas pesquisas consecutivas. Em março, puxou essa diferença, que era de sete pontos em fevereiro, para dez pontos; em abril, de dez pontos em março, para onze pontos; em maio, teve que reduzir a a diferença a zero – não me lembro de outra queda tão abrupta de um candidato a presidente em período tão curto (35 dias).

E a diferença do Datafolha a favor de Serra continua a zero desde a representação do MSM, pois o único ponto percentual a favor do tucano, nas duas pesquisas do instituto em julho, ficou dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.

Quero garantir uma coisa aos leitores em geral e aos filiados ao MSM: a Folha não está ignorando o fato de que é a maior suspeita de estar manipulando pesquisas através de seu instituto-laranja. Há todo um intrincado cálculo na divulgação desses números. Até porque, um passarinho me contou que Serra não levaria sua candidatura à frente se Ibope e Datafolha não o mantivessem em vantagem sobre Dilma, mesmo que dentro da margem de erro.

A investigação da Polícia Federal sobre os institutos de pesquisa já está sendo monitorada pelo Movimento dos Sem Mídia. Em breve, teremos novidades sobre o que, a meu juízo, é direito de a sociedade saber. A Folha e seu instituto-laranja estão seguindo uma linha de atuação que lhes parece menos suicida – e eu talvez até concorde com ela, se for enxergar o assunto pela ótica dos seus interesses.

O fato é que não haverá o que o grupo político-midiático de Serra não faça para vencer a eleição deste ano. Há interesses não só do pico da pirâmide social, mas também interesses alienígenas (estrangeiros) na vitória dele. A vitória de Dilma pode tirar dezenas de bilhões de dólares das classes  A e B e entregá-los às classes C, D e E.

Estamos falando de uma elite que já deu um golpe de Estado por não aceitar distribuição de renda promovida pelo governo da hora e que, assim, manteve o país acorrentado a uma ditadura por mais de vinte anos. E estamos falando do sétimo país mais desigual do mundo, segundo o índice de Gini. O Brasil não chegou a esse ponto com essa casta dominante assustando-se com pouco. Até porque, há chefes militares garantindo apoio.

O que este blogueiro e ativista político faz, portanto, é apostar na legalidade, nas instituições, e, no limite, na indisposição que me dizem haver nas tropas de obedecerem a ordens de comando golpistas, caso a direita tucano-pefelê-midiática e seus mentores decidam não aceitar ficarem de fora do poder por mais quatro anos.

Contudo, essa decisão-limite da direita golpista precisará se amparar no Judiciário, mais ou menos como aconteceu em Honduras. É o novo modus operandi golpista latino-americano. Porém, o Judiciário pós-Lula já não é mais o mesmo. A maioria dos juízes da Suprema Corte foi nomeada por este governo. O procurador-geral da República é um homem de bem.

Em minha opinião, até a doutora Sandra Cureau tem méritos a seu favor e tenho minhas dúvidas de que esteja atuando de forma partidária. Aceitou uma representação de uma ONG desconhecida, apesar de apoiada por mais de dois mil cidadãos, e, depois que o PT resolveu se mexer e acionar a Justiça Eleitoral naquela questão da “propaganda antecipada”, também tem acusado os tucanos.

Em minha opinião, a situação das pesquisas está muito melhor hoje. A ousadia diminuiu muito. E não creio que terão pernas para dar um golpe branco, a la Honduras. Além disso, as próximas pesquisas poderão ser avassaladoras para Serra. O Vox Populi mostrou que a sociedade não está dando bola nem para os ataques reiterados a Dilma nem à manipulações de pesquisas. Quero ver o que fará o Datafolha quando Sensus e Vox Populi estiverem dando 15 pontos de vantagem para Dilma e a eleição estiver chegando…

O que essa gente não entendeu, é o seguinte: eles podem fazer quantas pesquisas quiserem, quantas notícias de jornal quiserem, quantos programas de televisão quiserem. Podem tentar criar climas eleitorais artificiais à vontade. No fim, porém, prevalecerá o princípio máximo da democracia, o de que a cada cidadão só cabe o próprio voto, e o de que na cabine indevassável, naquela hora do cidadão com a sua consciência, quem tem o poder é o povo.

FONTE: EDUARDO GUIMARÃES

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Stalone é um Ogro - O Serra Americano

Não poderia este sujeito ter sido mais ogro e imbecíl do que demonstrou numa entrevista sobre sua falta de respeito com o povo brasileiro. O mesmo povo que engole os enlatados produzidos no país do norte. De outra feita outro ameba de lá declarou que ganhamos as olimpíadas para o Rio de Janeiro com prostitutas e cocaína. Lamentável.
Abaixo matéria do Terra sobre o Rambo!


A polêmica declaração que o astro Sylvester Stallone fez nessa quinta-feira (22) - que o Terra deu em primeira mão na imprensa -, causou revolta geral entre os internautas brasileiros.

No Twitter, o nome do astro foi parar no primeiro lugar do ranking de nomes mais digitados do mundo depois que um grupo de internautas promoveu o "Cala Boca Sylvester Stallone", movimento semelhante ao "Cala Boca Galvão", que intrigou até mesmo jornais internacionais, dada a força da mídia social.

No Brasil, a frase "Cala Boca Sylvester Stallone" já é a mais "tuitada" na mídia social.

Muitos internautas também pedem o boicote ao longa Os Mercenários, que teve cenas rodadas no Rio de Janeiro, e que tem estreia prevista no Brasil para 13 de agosto.

Piadas de mau gosto
Instigado pelo moderador do evento, Harry Knowles, dono do famoso site Ain't It Cool News, Stallone fez piada com o Brasil e, finalmente, demonstrou seu verdadeiro descontentamento com as filmagens no Rio de Janeiro.

"Gravar no Brasil foi bom, pois pudemos matar pessoas, explodir tudo e eles (os brasileiros) dizem obrigado", diz Sylvester Stallone.

Depois de sugerir problemas com a equipe de filmagem (cerca de 65 pessoas), em entrevista na semana passada, e inclusive mencionar o assunto no material oficial de divulgação do filme, o diretor e ator transformou a violência local em piada ao mencionar que foi necessário um grupo de 70 seguranças para garantir o bem estar de sua equipe.

Além disso, comentou o símbolo do B.O.P.E "os policiais de lá usam camisetas com uma caveira, duas armas e uma adaga cravada no centro; já imaginou se os policiais de Los Angeles usassem isso? Já mostra o quão problemático é aquele lugar".

A lavagem de roupa suja terminou com uma menção ao fato de "podermos ter explodido vários prédios, todos ficaram felizes e ainda trouxeram cachorros-quentes para aproveitar o fogo".

FONTE: TERRA

Qual a novidade??? Terra: Candidato José Serra desiste do primeiro debate na internet

O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, desistiu de participar do Debate On-Line 2010, promovido pelos portais iG, MSN, Terra e Yahoo!, e marcado para a próxima segunda-feira (26).

Este é o comunicado da assessoria de comunicação do candidato José Serra sobre a desistência, enviado na noite desta quinta-feira (22) aos quatro portais:

- Prezados organizadores, por impossibilidade de agenda, o candidato José Serra (PSDB) não poderá participar do Debate On-Line, proposto para o dia 26 de julho, pelos portais iG, MSN, Terra e Yahoo!. Cordialmente, assessoria de comunicação.

Em função da desistência de Serra e da ausência da candidata petista, Dilma Rousseff, anunciada anteriormente, o debate não será mais realizado.

Os primeiros contatos sobre a realização do debate, com os coordenadores das campanhas e presidentes de partidos, foram feitos nas duas primeiras semanas do mês de junho, por telefone ou email. A data inicialmente prevista foi a de 31 de agosto.

No dia 30 de junho, em reunião na sede da TV1, contratada para produzir o evento, representantes das campanhas de José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) concordaram com as regras e o formato propostos. Também pediram a antecipação do debate para o dia 26 de julho, de forma a acomodar melhor as demandas das agendas de campanha.

Nos dias 8 e 12 de julho, os representantes do PV e do PSDB assinaram termo de ciência de participação dos candidatos no evento. No dia 5 de julho, foi feita uma apresentação do formato do debate a um representante do PT, partido da candidata Dilma Rousseff. Os contatos se mantiveram ao longo do mês, até a formalização da recusa da candidata em participar do debate, no dia 20 de julho.

Quase 200 mil votos de internautas a respeito dos temas que gostariam de ver discutidos no debate tinham sido enviados a uma enquete feita no portal Terra, até o momento da desistência de Serra. Segurança, Saúde e Educação foram os temas mais votados.

O Terra tinha recebido também mais de 6 mil perguntas de internautas para os candidatos, por meio do portal e das redes sociais. Somadas as questões enviadas a outros portais, foram cerca de dez mil perguntas enviadas.

FONTE: Terra

Mauro Santayana: POLÍTICA - A túnica e a ficha limpa.

É da chamada erudição de almanaque lembrar que o vocábulo candidato procede da túnica alva que os pretendentes aos cargos eletivos romanos usavam em suas campanhas. Essas túnicas eram lavadas todas as manhãs, para que nenhuma mancha eventual viesse a comprometer a sua pureza, a sua candidez. No momento em que percebesse o menor traço de sujeira em sua roupa, o candidato corria para trocá-la. Normalmente alguém do séquito levava uma túnica imaculada para a conveniente substituição.

Como lembrou o professor Robson Leite, em artigo de ontem, neste Jornal do Brasil, a Lei da Ficha Limpa, como ficou conhecida, nasceu no seio da cidadania brasileira, representada sobretudo por duas instituições respeitáveis: a CNBB e a OAB. Elas, baseando-se em uma conquista da Constituição de 1988, pediram aos cidadãos-eleitores que subscrevessem o projeto de iniciativa popular exigindo o atestado de conduta dos candidatos. Como era necessário preservar o direito dos acusados sem provas, chegou-se ao compromisso atual, em que os condenados por um juízo plural não podem ter sua candidatura admitida. Os interessados contestaram a constitucionalidade da lei, e o Supremo Tribunal Federal foi sábio em confirmá-la. A lei não extingue a presunção da inocência: ela apenas reconhece mais uma condição de inelegibilidade, além das já existentes. E já que falamos em Roma, e em erudição de almanaque, não custa relembrar a história de César e sua mulher, Pompeia, acusada injustamente de admitir Clódio a um ritual religioso feminino em sua casa. Se, conforme César justificou seu divórcio, à mulher de César não basta a honestidade, mas é necessária a aparência de conduta ilibada, o mesmo se pede de um candidato: ele deve vestir a túnica limpa.

Havia entre os candidatos romanos a esperteza de desvestir rapidamente a túnica, quando manchada, e tornar a vesti-la pelo avesso, a fim de esconder a sujeira. O candidato Indio da Costa faz lembrar esse expediente. Tendo escapado, graças a uma maioria subserviente, de uma comissão de inquérito na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em que era acusado de desvio de recursos destinados à merenda escolar, aproveitou a chance de vestir a túnica ao avesso, fazendo-se relator do projeto de Ficha Limpa. Agora, indicado para vice-presidente na chapa de José Serra – que caiu na esparrela de aceitá-lo – procura legitimar-se pelo simples fato de, com a costumeira assessoria técnica da Câmara dos Deputados, ter assinado o relatório aprovado.

É mesmo possível que o ex-genro do banqueiro Cacciola seja um rapaz absolutamente honesto. Mas é necessário dar conotação lateral à máxima de César: se à sua mulher era necessária, além da honestidade, a aparência, a um candidato a presidente da República (sempre uma eventualidade a um vice, embora indesejável) não bastam a honestidade e a credibilidade pública dessa conduta, mesmo que sejam aferíveis. São necessárias outras virtudes, como as da coragem moral, da inteligência de Estado, da capacidade de liderança, da experiência das coisas do mundo. Pelo que se conhece desse jovem protegido de Cesar Maia, ele é jejuno desses atributos.

Há ainda tempo para que o deputado Indio da Costa e seu partido caiam na realidade, e renunciem à candidatura insólita e inconveniente. Há, na coligação que apoia o ex-governador, nomes que inspiram mais confiança do eleitorado. Faltam apenas a consciência da ragione di stato e a necessária vontade política para que se substitua o postulante – se a aliança quer realmente ganhar a eleição.

FONTE: BLOG DE UM SEM MÍDIA

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Aécio Neves fala sobre Lula da Silva e mostra porque a oposição merecia estar melhor representada

Ontem a noite me emocionei quando ao assistir uma entrevista do Lula no Jornal da Record ele veio ás lágrimas ao falar de seu Governo e o que ele representa para o país.
Meu filho me olhou e me perguntou porque eu me emocionava tanto com o Lula.
Lhe expliquei que na vida existem situações ou pessoas que nos tocam verdadeiramente a alma a ponto de fazer-nos emocionar-nos, aparentemente sem sentido. Mas a história desse líder é algo tão significante, tão iluminadora que hoje ainda não sabemos explicar o seu significado. Me lembrei do comício dele candidato a presidente em Osasco/SP que assisti em 1989 embaixo de chuva. O cara tem uma energia que não é comum aos réles mortais.

Abaixo posto vídeo e comentários de Paulo Henrique Amorim do "Conversa Afiada" e retirado originalmente do Blog "Tijolaço" do Brizola Neto:


Aécio elogia Lula e não fala de Serra

Parece que Aécio não faz muita questão de falar e mostrar o apoio ao Serra

O ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que tentou se colocar como uma alternativa do PSDB à Presidência, mas foi atropelado por José Serra com golpes abaixo da linha da cintura, deu uma entrevista à Veja e rasgou elogios a Lula para desepero do tucanato e da revista.

Ao ser indagado se sua popularidade podia compará-lo ao presidente, Aécio disse que Lula é um “fenômeno”, que simboliza a aspiração de ascensão social no Brasil e no mundo e que terá que ser estudado no futuro por cientistas políticos.

Sobre Serra, nenhuma palavra e nem lhe foi perguntado. Talvez porque a Veja saiba, mais do que ninguém, o que custou a imposição da candidatura Serra e os estragos que causou nas hostes tucanas. Aécio estará ao lado de Serra quando este for a Minas, como aconteceu ontem, mas fora disso não moverá uma palha a favor do candidato tucano.

Hoje, a Folha percebeu e publicou uma matéria relatando que Aécio só menciona Serra quando não tem outro jeito, isto é, quando Serra está em Minas. Sábado, num encontro ao qual chamou de grande largada para a campanha, Aécio bradou: “Viva Minas, viva Anastasia, viva Itamar Franco [candidato ao Senado]“, disse Aécio na ocasião, sem mencionar Serra. Anastasia e Itamar também discursaram e não falaram do presidenciável.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Linguagem popular de Lula escandaliza a elite

Adoro ler o Eduardo Guimarães. Ele é simples, objetivo, claro e direto. Bota o dedo na ferida e não está nem aí para os pensadores contrários. Na verdade ele não esquenta a sua cabeça em agradar ninguém além de sua consciência e a sensação de dever cumprido. Grande homem; e inteligentíssimo cidadão de visão abrangente cujo coração é maior que tudo.

Passeando pelo seu Blog da Cidadania, entre tantas pérolas escolhi o artigo que reproduzo abaixo:


Novamente, Lula choca a elite com seu linguajar popularesco, com sua identidade brasileira, com a espontaneidade com que se pronuncia. Sobre a proibição de país aplicarem qualquer tipo de castigo físico aos filhos, Lula sintetizou o que pensa de uma criança apanhar de seus responsáveis legais: “Dói pra cacete”.

Escândalo! Infâmia! Incompatível com o cargo! Como um presidente pode usar “cacete” como superlativo? Ainda se fosse como substantivo, referindo-se a um bastão, poderia ser aceito, no limite da boa vontade com o vernáculo. Mas no sentido superlativo, não. “Pra cacete” lembra outra expressão mais popular ainda e tragicamente chula, pois diz respeito ao órgão sexual masculino.

Vocês, homens e mulheres comuns, de carne e osso, falam assim. Mas não na condição de presidentes da República, dirão os almofadinhas empertigados da imprensa, que se acham verdadeiros lordes, cada um deles se acreditando mais erudito, mais visionário, mais capacitado do que qualquer outro ser humano. Verdadeiros presentes para a humanidade.

É o cacete! Lula é povo, meus caros. É um de nós, que dizemos palavras como “cacete” e “merda” sem acharmos que, com isso, estaremos chocando alguém. Porque no Brasil brasileiro, as pessoas falam assim. Inclusive esses almofadinhas, depois da segunda dose. Daí esqueceram a pose – eles precisam de álcool para virarem seres humanos.

Ah, então presidente não pode dar uma declaração pública usando a palavra “cacete”? Danem-se! Quem decide se a forma de o presidente se manifestar foi adequada ou não é o povo, são os eleitores, e eles acham que presidentes podem falar “cacete”, sim senhor, contanto que lhes melhorem a vida e que estejam próximos ao povo, como Lula.

Essa gente odeia o povo. Não gosta da cor, não gosta do cheiro, não gosta dos traços físicos, não gosta das vozes, não gosta de nada que seja popular, porque o “must”, para esses babacas, é a cultura européia, são as músicas americanas, são aqueles convescotes insossos em que se entra com fome e se sai com fome. E entediado até a raiz dos cabelos.

Eles não entenderam nada. Eles não sabem o que o povo quer. Eles pensam que sabem, mas nem imaginam. O povo quer fazer aquele churrasco cheio de colesterol e tomar a sua cachacinha depois de uma semana de trabalho duro. Quer trocar a geladeira da patroa e quer ver seus filhos entrarem na universidade.

O povo está realizando sonhos, e está realizando porque tem um de seu meio governando o país. Alguém que o povo entende o que fala e que se um dia encontrar irá lhe dar um abraço sem torcer o nariz. Que se deixará tocar e que tocará. Que não se enjoa com colônias baratas e que não sente dor de cabeça ao ouvir vozes um tom que seja acima do sussurrante.

Eles não entendem nada disso. Em troca de realizar sonhos, oferecem ao povo leis draconianas contra fumantes, os quais não incomodam em nada quem tem que se espremer de segunda a sexta por duas horas num coletivo ou num trem de subúrbio cheio de axilas com desodorante vencido.

Lula até poderia se portar como se estivesse no Palácio de Buckingham, se quisesse. Mas não quer e não precisa. O povo gosta de se ver na Presidência. Por isso, talvez nunca mais surja outro político como Lula. O que se espera é que, depois dele, para chegar ao poder os políticos é que tenham que se amoldar ao povo. Não só na linguagem, mas também nos interesses.

FONTE: BLOG DA CIDADANIA

Cenário "pós-Lula" é invenção da mídia

Reproduzo artigo de João Sicsú, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea. Intitulado “Re-visões do desenvolvimento”, o excelente texto foi publicado na revista Inteligência:


Os últimos 20 anos marcaram a disputa de dois projetos para o Brasil. Há líderes, aliados e bases sociais que personificam essa disputa. De um lado estão o presidente Lula, o PT, o PC do B, alguns outros partidos políticos, intelectuais e os movimentos sociais. Do outro, estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), o PSDB, o DEM, o PPS, o PV, organismos multilaterais (o Banco Mundial e o FMI), divulgadores midiáticos de opiniões conservadoras e quase toda a mídia dirigida por megacorporações.

O projeto de desenvolvimento liderado pelo presidente Lula se tornou muito mais claro no seu segundo mandato – quando realizações e ações de governo se tornaram mais nítidas. O primeiro mandato estava contaminado por “heranças” do período FHC. Eram “heranças” objetivas, tal como a aguda vulnerabilidade externa, e “heranças” subjetivas, ou seja, ideias conservadoras permaneceram em alguns postos-chave do governo.

O presidente Lula fez mudanças importantes no seu segundo mandato: trocou o comando de alguns ministérios e de instituições públicas. E, também, implementou programas e políticas claramente opostos à concepção do seu antecessor. Um exemplo foi o lançamento, no início de 2007, do Programa de Aceleração do Crescimento (o PAC), muito criticado pelos oposicionistas, mas que foi a marca da virada para um projeto de governo com contornos mais desenvolvimentistas.

Os projetos em disputa

O projeto desenvolvimentista estabelece como pilar central o crescimento. Mas, diferentemente de uma visão “crescimentista” que busca o crescimento econômico sem critérios, objetivos ou limites, o projeto liderado pelo presidente Lula busca, acima de tudo, o crescimento social do indivíduo, portanto, é um projeto desenvolvimentista – além de ser ambientalmente sustentável e independente no plano internacional. Já o projeto implementado pelo PSDB pode ser caracterizado como um projeto estagnacionista, que aprofundou vulnerabilidades sociais e econômicas.

O projeto desenvolvimentista tem balizadores econômicos e objetivos sociais. Os balizadores são: (1) manutenção da inflação em níveis moderados; (2) administração fiscal que busca o equilíbrio das contas públicas associado a programas de realização de obras de infraestrutura e a políticas anticíclicas; (3) redução da vulnerabilidade externa e algum nível de administração cambial; (4) ampliaçãodo crédito; e (5) aumento do investimento público e privado.

E os objetivos econômico-sociais do projeto desenvolvimentista são: (1) geração de milhões de empregos com carteira assinada; (2) melhoria da distribuição da renda; e (3) recuperação real do salário mínimo.

O projeto implementado pelo PSDB e seus aliados no período 1995-2002 tinha as seguintes bases econômicas: (1) estabilidade econômica, que era sinônimo, exclusivamente, de estabilidade monetária, ou seja, o controle da inflação era o único objetivo macroeconômico; (2) abertura financeira ao exterior e culto às variações da taxa de câmbio como a maior qualidade de um regime cambial; (3) busca do equilíbrio fiscal como valor moral ou como panaceia, o que justificava corte de gastos em áreas absolutamente essenciais; e (4) privatização de empresas públicas sem qualquer olhar estratégico de desenvolvimento.

E os objetivos econômico-sociais eram: (1) desmantelamento do sistema público de seguridade social; (2) criação de programas assistenciais fragmentados e superfocalizados; e (3) desmoralização e desmobilização do serviço público.

Os resultados da aplicação do modelo desenvolvimentista são muito bons quando comparados com aqueles alcançados pelo projeto aplicado pelo PSDB e seus aliados. Contudo, ainda estão distantes das necessidades e potencialidades da economia e da sociedade brasileiras. Logo, tal modelo precisa ser aperfeiçoado – e muito.

Só há, portanto, dois projetos em disputa e um único cenário de embate político real. Não há o cenário chamado por alguns de pós-Lula. Sumariando, o pós-Lula seria o seguinte: o presidente Lula governou, acertou e errou... Mas o mais importante seria que o governo acabou e o presidente Lula não é candidato. Agora, estaríamos caminhando para uma nova fase em que não há sentido estabelecer comparações e posições em relação ao governo do presidente Lula. Em outras palavras, não caberia avaliar o governo Lula comparando-o com os seus antecessores e, também, nenhum candidato deveria ocupar a situação de oposição ou situação. O termo oposição deveria ser usado pelo PSDB com um único sentido: “oposição a tudo o que está errado” – e não oposição ao governo e ao projeto do presidente Lula.

O pseudocenário pós-Lula

O esforço da grande mídia para criar esse cenário se torna evidente quando apresentam os principais candidatos à Presidência. A candidata Dilma é apresentada como: “a ex-ministra Dilma Rousseff, candidata à Presidência...” ou “a candidata do PT Dilma Rousseff...”. Jamais apresentam a candidata Dilma como a candidata do governo ou do presidente Lula. E Serra e Marina não são apresentados como candidatos da oposição, mas sim como candidatos dos seus respectivos partidos políticos. Curioso é que esses mesmos veículos de comunicação quando tratam, por exemplo, das eleições na Colômbia se referem a candidatos do governo e da oposição.

No cenário pós-Lula, projetos aplicados e testados se tornam abstrações e o suposto preparo dos candidatos para ocupar o cargo de presidente se transforma em critério objetivo. Unicamente em casos muito extremos é que podemos, a priori, afirmar algo sobre o preparo de um candidato para ocupar determinado cargo executivo.

Em geral, somente é possível saber se alguém é bem ou mal preparado após a sua gestão. Afinal, o PSDB e seus aliados sempre afirmaram que o sociólogo poliglota era mais preparado do que o metalúrgico monoglota. Rumos da economia são resultados de decisões políticas balizadas por projetos de desenvolvimento que ocorrem em situações conjunturais concretas. Situações específicas e projetos de desenvolvimento abrem ao presidente um conjunto de possibilidades. Saber escolher a melhor opção é a qualidade daquele que está bem preparado, mas isso somente pode ser avaliado posteriormente. O cenário pós-Lula e a disputa em torno de critérios de preparo representam tentativas de despolitizar o período eleitoral que é o momento que deveria preceder o voto na mudança ou na continuidade.

O voto dado com consciência política é sempre um voto pela mudança ou pela continuidade. Portanto, a tentativa de construir um cenário pós-Lula tem o objetivo de despolitizar o voto, isto é, retirar do voto a sua possibilidade de fazer história. Tentam “vender” a ideia de que a história é feita pela própria história, em um processo espontâneo, e que caberia ao eleitor escolher o melhor “administrador” da “vida que segue”.

No cenário pós-Lula, o eleitor se torna uma vítima do processo, apenas com a capacidade de decidir o “administrador”, sua capacidade verdadeira de ser autor da história é suprimida. A construção de um cenário pós-Lula é a única alternativa do PSDB e de seus aliados, já que comparações de realizações têm números bastante confortáveis a favor do projeto do presidente Lula quando comparados com as (não) realizações do presidente Fernando Henrique Cardoso.

O crescimento e os objetivos macroeconômicos

A taxa de crescimento do PIB a partir de 2006 se tornou mais elevada. O crescimento a partir daquele ano trouxe uma característica de qualidade e durabilidade temporal: a taxa de crescimento do investimento se tornou, pelo menos, o dobro da taxa de crescimento de toda a economia. Para evitar que o crescimento tenha o formato de um “voo de galinha” economias devem buscar, de um lado, reduzir suas vulnerabilidades e, de outro, elevar a sua taxa de investimento: mais investimento, hoje, representa mais investimento e mais crescimento, amanhã.

A taxa de crescimento esperada do investimento (público + privado) em 2010 é de mais de 18%. O investimento público, considerados os gastos feitos pela União e pelas estatais federais, alcançará mais de 3% do PIB neste ano. O presidente FHC teria de governar o Brasil por aproximadamente 14 anos para fazer o crescimento que o presidente Lula fez em oito anos, ou seja, somente teríamos em 2016 o PIB que vamos alcançar ao final de 2010 se o país tivesse sido governado pelo PSDB desde 1995.

O crédito se ampliou drasticamente na economia brasileira nos últimos anos. Em 2003, representava menos que 23% do PIB. Em 2009, alcançou mais de 46% do PIB. O crédito se amplia quando potenciais credores e devedores se sentem seguros para realizar o empréstimo. Os devedores, que são aposentados, pensionistas, trabalhadores e empresas, vão aos bancos pedir um empréstimo quando avaliam que poderão honrar seus compromissos futuros. Aos olhos das empresas, a sensação de segurança sobre o futuro aumenta quando esperam crescimento das suas vendas e, portanto, elevação de suas receitas. Empresas mais otimistas fazem mais empréstimos. E, tanto para empresários quanto para trabalhadores, é o ambiente de crescimento econômico que propicia a formação de cenários otimistas em relação ao futuro.

O ânimo para que trabalhadores, aposentados e pensionistas fossem aos bancos nesses últimos anos pedir empréstimos sofreu duas influências. De um lado, houve a inovação institucional do crédito consignado que deu garantias aos bancos e reduziu a taxa de juros dos empréstimos (que, aliás, é ainda muito alta) e, de outro, a criação de milhões e milhões de empregos com carteira assinada. Com a carteira assinada, o trabalhador, além de se sentir mais seguro, cumpre o requisito formal para ir ao banco pedir um empréstimo. A carteira assinada oferece segurança econômica e sentimento de cidadania.

Cabe, ainda, ser mencionado que os bancos públicos foram instrumentos preciosos para que o crescimento dos anos recentes fosse acompanhado por um aumento vigoroso do crédito. O crescimento, o aumento do investimento e a ampliação do crédito foram alcançados em um ambiente macroeconômico organizado, isto é, inflação controlada, dívida líquida do setor público monitorada de forma responsável e redução da vulnerabilidade externa.

A inflação do período 1995-2003 resultava exatamente da fraqueza externa da economia brasileira. Crises desvalorizavam abruptamente a taxa de câmbio que transmitia uma pressão altista para os preços. Ademais, nesse período os preços administrados subiam a uma velocidade que era o dobro da velocidade dos preços livres. Diferentemente, a inflação dos dias de hoje é causada por pressões pontuais. Há, contudo, um aumento de preços que tem pressionado de forma mais permanente a inflação: é o aumento dos preços de bebidas e alimentos. Políticas específicas e criativas para dissolver essa pressão devem ser implementadas.

Entretanto, cabe ser ressaltado que esse tipo específico de inflação se incorporou à economia brasileira devido ao tipo de crescimento que o modelo adotou. Um crescimento com forte distribuição da renda provoca necessariamente aumento acentuado das compras de bebidas e alimentos. A dívida líquida do setor público, como proporção do PIB, cresceu de uma média, por ano, no primeiro mandato do presidente FHC de 32,3% para 50,7% no seu segundo governo. A média esperada dessa relação no segundo mandato do presidente Lula é de 42,7%.

A dívida externa foi anulada e a dívida interna dolarizada, zerada. As reservas internacionais que auxiliam na redução da vulnerabilidade externa, hoje, estão em patamar superior a US$ 250 bilhões. No seu segundo mandato, o presidente FHC matinha acumulado em média um montante inferior a US$ 36 bilhões.

Os objetivos socioeconômicos

O crescimento alcançado nos últimos anos tem uma evidente característica de maior qualidade social. Nos oito anos correspondentes aos governos de FHC foram criados somente 1.260.000 empregos com carteira assinada. O governo Lula terá criado de 2003 ao final de 2010 mais que 10.500.000 empregos. Portanto, FHC teria de governar o Brasil por 64 anos para atingir a marca do presidente Lula, ou seja, o PSDB teria de governar o Brasil de 1995 a 2058 para que pudesse criar a mesma quantidade de empregos com carteira criados com a implementação do projeto de desenvolvimento do presidente Lula.

O salário mínimo (SM) é um elemento-chave do objetivo de fazer a economia crescer e distribuir renda. Ele estabelece o piso da remuneraçãodo mercado formal de trabalho, influencia as remunerações do mercado informal e decide o benefício mínimo pago pela Previdência Social. Portanto, a política de recuperação do salário mínimo, além da política de ampliação do crédito, tem sido decisiva para democratizar o acesso ao mercado de bens de consumo. O presidente FHC teria de governar o Brasil por mais 12 anos para alcançar o patamar de recuperação atingido pelo presidente Lula para o SM, ou seja, somente em 2015 o trabalhador receberia o salário mínimo que recebe hoje se o Brasil tivesse sido governado pelo PSDB desde 1995. Em paralelo à criação de empregos com carteira assinada e à política de recuperação do salário mínimo, a ampliação da cobertura e do valor dos benefícios pagos pelo Sistema de Seguridade Social deve ser considerada decisiva dentro do projeto desenvolvimentista.

Em média por mês, durante os dois mandatos do presidente FHC, foram pagos 18 milhões de benefícios. De 2003 a 2009 foram pagos, em média, mais que 24 milhões de benefícios por mês. O valor dos benéficos no segundo mandato do presidente Lula é, em média, 36% maior em termos reais do que era no primeiro mandato do presidente FHC. O Sistema de Seguridade Social brasileiro é um importante elemento que promove crescimento com desenvolvimento porque, por um lado, reduz vulnerabilidades e desigualdades sociais e, por outro, injeta recursos na economia que se transformam diretamente em consumo. Aquele que recebe um benefício previdenciário ou social gasta quase tudo o que recebe imediatamente, gerando consumo, empregos, produção e investimentos.

Em 1995, o montante monetário dos benefícios emitidos ao longo do ano foi de aproximadamente R$ 80 bilhões; em 2009, esse montante alcançou mais que R$ 319 bilhões (ambos os valores corrigidos de acordo com o INPC para os dias de hoje). Nos cálculos referidos anteriormente não estão incluídos os pagamentos feitos pelo programa Bolsa Família, que tem orçamento muito inferior ao Sistema de Seguridade Social. Esse programa precisa ser ampliado para se tornar um elemento mais poderoso do projeto de desenvolvimento. Em 2009, alcançou 12,4 milhões de famílias que foram beneficiadas com R$ 12,4 bilhões, o que equivale a dizer que cada família recebeu aproximadamente R$ 83,00 por mês.

A ampliação do Bolsa Família não pode ser oposta à política de fortalecimento do Sistema de Seguridade Social, que engloba a assistência social (aos idosos e aos deficientes pobres) e o sistema de previdência (que emite aposentadorias, pensões etc.). Os miseráveis, os pobres, a classe média e toda a sociedade brasileira precisam de ambos.

Somente para aqueles que pensam que é possível haver desenvolvimento sem crescimento (ou que desenvolvimento é sinônimo apenas de redução de desigualdades de renda) é que um real a mais para o Sistema de Seguridade Social poderia representar um real a menos para o programa Bolsa Família. São os mesmos que opõem os idosos às crianças, o ensino fundamental ao ensino universitário, o setor público ao privado, a regulação econômica às liberdades democráticas e o Estado ao mercado. Na escassez de crescimento que predominou durante os governos do presidente FHC, apresentavam sempre a solução deveras conhecida: “focalizar nos mais necessitados” por meio dos serviços do terceiro setor (ONGs), já que o Estado é considerado ineficiente, e mediante as doações de empresas que demonstram “responsabilidade social”.

Os ideólogos da área social da era FHC estavam errados. A experiência recente de desenvolvimento tem mostrado que o aumento do salário mínimo, o fortalecimento do Sistema de Seguridade Social e a ampliação do Bolsa Família conformam um tripé essencial de redução da miséria, da pobreza e das vulnerabilidades sociais, por um lado, e de impulso ao crescimento econômico baseado no mercado doméstico com redução de desigualdades, por outro.

Resultado que deve ser enfatizado

A proporção que os salários ocupam no PIB – ou a distribuição funcional da renda entre trabalhadores e detentores das rendas do capital – é um elemento importante para a avaliação da qualidade social da dinâmica econômica. Esse elemento avalia a capacidade de compra de serviços e bens por parte de cada segmento social produtivo; avalia, portanto, o grau de democratização do acesso ao mercado de bens e serviços.

Desde 1995 até 2004, houve um contínuo processo de redução da massa salarial em relação ao PIB. Em 1995, era de 35,2%, em 2004, alcançou o seu pior nível histórico, 30,8%. A partir de então, houve um nítido processo de recuperação. Ao final de 2009, retornou para o patamar de 1995.

Perspectivas: desenvolvimento e planejamento

Há dois projetos em disputa: o estagnacionista, que acentuou vulnerabilidades sociais e econômicas, aplicado no período 1995-2002, e o desenvolvimentista redistributivista, em curso. Portanto, o que está em disputa, particularmente neste ano de 2010, são projetos, já testados, que pregam continuidade ou mudança. Somente no cenário artificial, que a grande mídia tenta criar, chamado de pós-Lula, é que o que estaria aberto para a escolha seria apenas o nome do “administrador do condomínio Brasil”. Seria como se o “ônibus Brasil” tivesse trajeto conhecido, mas seria preciso saber apenas quem seria o melhor, mais eficiente, “motorista”. Se for para usar essa figura, o que verdadeiramente está em jogo em 2010 é o trajeto, ou seja, o projeto, que obviamente está concretizado em candidatos, aliados e bases sociais.

Os resultados da aplicação do projeto estagnacionista durante os anos 1995-2002 e do projeto desenvolvimentista aplicado no período 2007- 2010 são bastante nítidos. Os números são amplamente favoráveis à gestão do presidente Lula em relação à gestão do presidente FHC. Contudo, um alerta é necessário: os resultados alcançados estão ainda muito aquém das necessidades e das potencialidades da economia e da sociedade brasileiras. O primeiro passo de rompimento com a herança deixada por FHC foi o atendimento de necessidades sociais e econômicas. Medidas e programas quase que emergenciais foram implantados. Posteriormente, essas ações foram se transformando em políticas públicas que foram, por sua vez, mostrando consistência entre si e, dia a dia, foram se conformando em um projeto de desenvolvimento. Ao longo do governo do presidente Lula, a palavra desenvolvimento tomou conta dos ministérios, do PT e de demais partidos políticos aliados, tomou conta dos movimentos sociais e retornou ao debate acadêmico.

O próximo passo é consolidar cada política pública como parte indissociável do projeto de desenvolvimento. Mas, para tanto, é necessário pensar, refletir, organizar e planejar. Assim como a ideia de desenvolvimento retornou, agora é hora de retornar com a ideia do planejamento. Uma rota de desenvolvimento somente se tornará segura se estiver acompanhada de planejamento.

Políticas públicas devem ter objetivos e metas quantitativas. Devem conter sistemas de avaliação rigorosos para medir realizações e necessidades. É preciso que cada gestor público cultive a cultura da busca de metas – em todas as áreas e esferas: na cultura, na saúde, na educação, na economia etc. Planejar não significa somente olhar para os próximos cinqüenta anos, significa também planejar cada dia, cada mês, cada ano... De forma detalhada, de forma obsessiva. Sem planejamento, uma trajetória desenvolvimentista promissora pode se transformar em “salto de trampolim”.

FONTE: BLOG DO MIRO