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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Quem diria: Serra causa arrepios em investidores! Onde estará a Regina Duarte?

Fox Business: Os mercados, quem diria, “precificam” Serra

Texto da Reuters, reproduzido na Fox Business, sugerido pelo Emerson Luis:
By Raymond Colitt
BRASILIA (Reuters) – José Serra começou sua campanha para presidente do Brasil como claro favorito dos mercados financeiros, mas sua recente mão pesada na política econômica está levantando dúvidas de muitos investidores.

Vários investidores e experts políticos disseram à Reuters que estão mais preocupados com Serra do que com sua principal rival, a candidata do partido governista Dilma Rousseff. Serra, um político veterano de 68 anos do partido de oposição PSDB, tem preocupado muitos com a conversa de controlar o Banco Central, cortar as taxas de juros e aumentar o papel do estado na economia.

A aparente mudança no sentimento dos investidores coloca a avaliação da campanha presidencial no Brasil de cabeça para baixo, e poderia mexer com os mercados do câmbio e da dívida se Serra continuar forte nas pesquisas quando a eleição de outubro se aproximar, disseram os investidores.
“O sistema financeiro secretaramente prefere Rousseff”, disse Tony Volpon, chefe de mercados emergentes das Américas da empresa Nomura Securities em Nova York.

Pela maior parte dos critérios, Serra deveria ser o favorito dos investidores. Ele tem um doutorado em economia da Universidade de Cornell, uma longa lista de experiência executiva e é de um partido que defendeu a privatização e as reformas durante o governo do predecessor de Lula, presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Rousseff, uma servidora pública de carreira, por contraste, foi um dia uma guerrilheira urbana e nunca se elegeu antes.

No entanto, Rousseff tem feito de tudo para conquistar apoio de investidores, distanciando-se de algumas propostas mais esquerdistas de seu partido. Ela também promete continuar as políticas amigáveis com o mercado do presidente Luiz Inacio Lula da Silva que ajudaram a impulsionar a economia brasileira em anos recentes.

“Nenhum dos candidatos é o dos sonhos de Wall Street mas Serra é um risco maior. Ele traz mais incerteza e chance de mudanças”, diz Alexandre Barros, um analista político que segue Serra desde que os dois foram ativistas estudantis em São Paulo em 1962.

Xico Graziano, um assessor senior de Serra, tentou acabar com as preocupações dos investidores dizendo à Reuters: “Os investidores conhecem as qualidades de Serra e como ele vê a economia. Não é surpresa para ninguém”.

Arrepios no mercado?
Até agora, poucos investidores tem demonstrado preocupação com a eleição de 3 de outubro, contentes que nenhum dos principais candidatos é um populista que ameaça a estabilidade econômica.
Mas a sensação de calma corre risco no momento em que a eleição se aproxima e os candidatos articulam mais claramente suas plataformas.
Serra esta semana disse que as taxas de juros precisam ser cortadas e que o real está “mega sobrevalorizado”.

“Sobre Serra há preocupação sobre taxa de juros e a moeda, embora eu não acredite que ele seja mais duro que Dilma em disciplina fiscal”, diz Reginaldo Alexandre, chefe da Associação dos Analistas do Mercado de Capitais em São Paulo.

Rousseff tem continuamente subido nas pesquisas de opinião tirando proveito do boom da economia e do apoio do popularíssimo Lula, embora ela ainda não tenha estabelecido uma clara liderança.
“O mercado ainda não precificou o risco Serra porque acha que Rousseff vai vencer”, disse Rafael Cortez, um analista político da Tendencias, uma das maiores empresas de consultoria do país.
Se Rousseff não estabelecer uma clara vantagem sobre Serra até agosto, Volpon disse “você poderá ver algumas variações violentas no mercado, especialmente no câmbio”.

Papel do estado
Serra tem dados sinais contraditórios a respeito do papel do estado na economia. Ele criticou a criação de uma nova estatal de petróleo, o uso de fundos públicos para a construção do trem-bala e prometeu restabelecer o poder dos regulamentadores da indústria.
Mas ele também aplaudiu as medidas de estímulo da economia de Lula e propôs um desenvolvimento econômico liderado pelo estado.

“Eu defendo um projeto de desenvolvimento nacional para o Brasil com ativismo governamental”, Serra disse.
Enquanto Serra quer cortar gordura governamental, ele também promete dobrar o principal programa de bem estar de Lula, o Bolsa Família, que muitos de seus apoiadores vem criticando há anos.
Alguns analistas dizem que as políticas de Serra refletem estratégia de campanha. Ele quer ser visto como alguém que propõe mudanças mas não abandonando aquelas que construiram a popularidade de Lula.

“Dilma diz o que o mercado quer ouvir. A mensagem de Serra é mais política porque ele precisa ganhar votos”, diz Dany Rappaport, sócio da consultoria financeira InvestPort.
Mas Serra tem uma história de intervenção governamental e é ligado a uma escola de pensamento que advoga planejamento econômico, um estado forte, controle dos capitais e substituição das importações.

Como ministro do Planejamento, ele entrou em confronto com a ala pró-mercado do governado Cardoso e foi transferido rapidamente para o Ministério da Saúde. Lá ele forçou a gigante farmacêutica Roche a cortar os preços sob a ameaça de quebra de patentes.
“Suas propostas refletem crenças — não é marketing. Mas de qualquer forma elas geram incerteza”, disse Barros.

FONTE: VIOMUNDO

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