QUEM É E O QUE FEZ ‘EJ’, O TUCANO QUE A MÍDIA E SERRA TANTO DEFENDEM
Eduardo Jorge, em depoimento no Senado, agosto de 2000
“Está em plena ação a tentativa tosca, mas muito empedernida, da imprensa e do tucanato, para criar um novo factóide político ao estilo "caso Francenildo". Sob o pretexto de transformar o político tucano Eduardo Jorge em mais uma vítima dos "falsos dossiês de petistas aloprados", a mídia anti-Lula está dando cada vez mais espaço para o episódio do suposto vazamento dos dados fiscais do dirigente tucano.
Um dos mais ativos defensores de Eduardo Jorge, vulgo EJ, atualmente tem sido o próprio presidenciável tucano José Serra, em cuja campanha Eduardo Jorge tem papel de destaque.
Mas esta mesma mídia e lideranças tucanas que se escandalizam com o suposto vazamento de informações financeiras de Eduardo Jorge não esclarecem em momento algum quem é e o que fez este sujeito para merecer o papel de protagonista desta novela midiática onde o suspeito é transformado em vítima.
Antes de mais nada, é preciso esclarecer duas coisas. Primeiro: por que os tucanos, tão queridos da família Frias, não perguntam à Folha de S. Paulo, que divulgou a "denúncia" inicialmente, quem foi que repassou as informações ao jornal? Assim, não seria preciso realizar sindicâncias nem processos judiciais, gastando tempo e dinheiro dos órgãos públicos. Basta a Folha revelar quem é sua fonte. Ou será que as informações chegaram ao jornal por e-mail anônimo, como se fosse um spam, da mesma forma que a ficha falsa de Dilma Rousseff publicada pela Folha? Ao proteger sua fonte sob a desculpa esfarrapada do direito ao "sigilo da fonte", a Folha deixa muitas margens para que se suspeite de uma armação urdida pelo próprio jornal para prejudicar a campanha presidencial da candidata petista.
Segundo: se Eduardo Jorge fosse candidato nestas eleições de 2010, seus bens teriam que ser declarados e tornados públicos por força da legislação eleitoral. Estariam, neste momento, expostos para quem quisesse ver no site do TSE. Portanto, não é razoável que um dirigente partidário, que já foi homem de confiança de FHC e ministro no governo tucano, tenha tanto receio de que sua declaração de Imposto de Renda torne-se pública. Ou melhor, há razões sim para ter medo. E muitas delas são explicadas em dezenas de matérias que foram publicadas na imprensa ao longo dos últimos dez anos e que ajudam a revelar quem é o que fez Eduardo Jorge.
Caldas costuma levar às barras dos tribunais todos os veículos de comunicação e procuradores de justiça que ousam revelar a participação dele em negociatas suspeitas. Até os veículos que agora o protegem por conta do imaginário "dossiê" já foram processados pelo tucano e tiveram que se calar. Mas com o advento da internet, já não é mais possível esconder seu passado.
Nesta matéria do jornal “Hora do Povo” (ler a seguir), pode-se contemplar algumas das manchas que enodam a biografia do emplumado Eduardo Jorge Caldas Pereira:
“EDUARDO JORGE, TRAFICANTE E GERENTE Nº 1 DOS ‘NEGÓCIOS DO CHEFE’ FHC
Por ser exatamente homem de confiança de Fernando Henrique que Eduardo Jorge Caldas Pereira não só controlava e manipulava os bilionários fundos de pensão, como também traficava favores dentro do governo, atividade que se reverteu em negócios e sociedades milionárias, que só foram reveladas após investigações do Ministério Público.
Ele era o traficante número um do bando de Fernando Henrique. O caso Lalau, a esse respeito, um modelo exemplar (exemplar de corrupção): Eduardo Jorge quem fez a intermediação entre Nicolau, Fernando Henrique, Estevão, Martus Tavares e outros espécimens. Nicolau pedia o dinheiro; Fernando Henrique dizia ao Congresso que era urgente aumentar a verba; Tavares, contra todo o seu comportamento de cortador do Orçamento, redigia as justificativas para regar a horta do prédio do TRT; o dinheiro era depositado na conta da Incal e depois Nicolau, Estevão e as Cayman recebiam o seu. Mas tudo passava sempre por Eduardo Jorge, que atendia Nicolau e Estevão, falava com Tavares e levava os pedidos para Fernando Henrique assinar.
Em troca desses serviços, ele, mero funcionário aposentando, enfiou-se em negócios variados. Sócio do grupo Meta, que pretendia abarcar o Instituto de Resseguros do Brasil, negócio que também envolve muitos bilhões; da L. C. Faria Consultores Associados, empresa que os procuradores da República suspeitam ter recebido parte dos R$ 169 milhões desviados do TRT; da EJP Consultores e de várias outras.
A sociedade de Eduardo Jorge com Cláudio Haidamus, antigo lobista que se casou com sua sobrinha, tem sido profícua. Foi através de Haidamus que o secretário particular de FHC tornou-se sócio do Meta, grupo que controla outras duas empresas, a Metacor e a Metaplan, e atua na área de seguros –principalmente seguros de contratos e instituições públicas. Colocou os irmãos, os advogados Marcos e Rui Caldas Pereira, na negociata da Embraer e na venda da Paranapanema, negócios que tiveram a participação da Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, que ele manipulava. Os mesmos irmãos de Eduardo Jorge foram advogados da Incal, a empresa que supostamente construía a infindável e superfaturada obra de Nicolau no TRT-SP.
Através da influência junto ao seu chefe, o caixa de FHC liberou recursos do Banco do Brasil para a falida Encol. Para a mesma empresa, ele conseguiu que a diretoria do BB aprovasse a rolagem da dívida de R$ 60,9 milhões. "O que faço é dar consultoria estratégica para compatibilizar políticas empresariais com as políticas do governo" - assim Eduardo Jorge definiu seu tráfico de influência, quando questionado sobre as suas sociedades obscuras.
Apesar de ter sido funcionário público toda a sua vida, juntou uma fornida fortuna: acaba de comprar um apartamento avaliado em US$ 1,2 milhões, num luxuoso e paradisíaco condomínio.”
E para não dizerem que são denúncias da "esquerda", há também esta outra matéria , da direitista revista Veja, de julho de 2000 (ver link no “Vermelho”), que ajuda a desvendar os "rastros do ex-assessor de FHC".”
FONTE: publicado no portal “Vermelho”.Lido no Democracia e Política
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