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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Brutais Diferenças, dona Miriam!


Reproduzo uma impecável análise que lí no Blog de Um Sem Mídia, de Carlos Dória sobre as brutais diferenças de postura entre a mídia da República Americana e da República Brasileira. Essa postura explica muito bem o sentimento de cachorro vira latas que habita corações e mentes de boa parte dos pseudo-intelectuais que povoam as redações dos principais veículos de comunicação deste nosso país.

BRUTAIS DIFERENÇAS, DONA MÍRIAM!

Com o título “Sutis diferenças”, Miriam Leitão escreve sobre a entrevista coletiva de Barack Obama, ao final de cem dias de governo, em sua coluna de hoje (1/5/09), no jornal O Globo.

Ao longo do texto, ela compara o estilo Obama com o estilo Lula, apenas sugerindo o nome deste, e afirmando, com fundamentação rasteira, a superioridade do primeiro sobre o segundo.

Vamos à análise dos fatos. É verdade que há sutis diferenças entre os dois, sabidas por todos(as).

O mesmo não se pode dizer das brutais diferenças entre a relação da imprensa americana com o Obama e da imprensa brasileira com o Lula.

Obama recebe um tratamento decente e democrático da imprensa de seu país. Porque esta entende que ele foi eleito por maioria de votos para exercer o seu mandato e, portanto, tem que ser respeitado. A imprensa de lá respeita, portanto, os eleitores do Obama e mesmo os do McCain que, após a vitória do primeiro, assumiram-no como o seu presidente.

Lula eleito, também, por maioria dos votos, recebe, desde o primeiro dia de governo, em 2003, um tiroteio sem fim da imprensa que Míriam Leitão representa tão bem; uma imprensa que manipula a informação, fazendo afirmações e emitindo juízos sem fundamentação, em grande parte dos casos.

Uma imprensa que não respeita os eleitores do Lula e os do Serra (em 2002) e do Alckmin (em 2006), que juntos àqueles assumiram, também, que Lula é o seu presidente. Vide os índices de aprovação do seu governo, bem superiores à votação obtida nos dois momentos.

Embora Obama seja negro, num país profundamente racista, a imprensa o respeita e o trata com dignidade.

Lula, por ter origem operária, num país que cultua tão fortemente os diplomas (sejam ou não comprados), é rejeitado e bombardeado desde o início do seu primeiro governo. Para piorar - crime hediondo! - é socialista.

A imprensa norte-americana veicula, diariamente, com destaque, as ações positivas do governo Obama (a metade do copo com água) e veicula, também, os problemas. O que é o papel de uma imprensa decente.

A imprensa brasileira, desde o início do governo Lula, mas principalmente após o primeiro ano de governo, só mostra a metade vazia do copo d’água, apenas divulgando as medidas positivas quando não tem jeito. Isto porque, devido ao boicote e manipulação das informações, o Lula acabou se especializando em criar “fatos jornalísticos”.

Por isso ele tem que fazer, em seus discursos e entrevistas, o que a Míriam chama de “auto louvação”. Como ele se comunica bem com o povo, tem que aproveitar para divulgar as realizações do seu mandato em todas as brechas que aparecerem porque, se depender da imprensa, isso não acontecerá.

Agora mesmo, de outubro de 2008 para cá, a cobertura da imprensa tem sido vergonhosa – uma brutal diferença da de lá. Inicialmente, tentou de todas as formas responsabilizar Lula pela crise mundial. Como ficou clara a “forçação de barra“ nessa direção, mudou a tática.

A partir de novembro, todos os dias foram dadas notícias ruins, potencialmente ou artificialmente, ligadas à crise mundial, com bastante destaque. Quando apareceram bons indicadores, a notícia foi dada comparando-se estes com os de antes da crise.

A idéia-força é “melhorou alguma coisa, mas está muito longe do que foi há um ano atrás".

A postura pessimista-oposicionista da imprensa – de quem Míriam Leitão é uma das principais representantes – passou a predominar, inclusive, contra os seus próprios interesses na relação com os leitores, transformando-se em mero instrumento – pago a peso de ouro – da elite econômica brasileira, no afã de retomar o poder político, com a eleição do Serra, em 2010. Fato é que todos os veículos da grande imprensa tiveram perda de audiência ou de leitores.

Assim, essa estratégia de comparar números atuais com os de antes da crise tem como objetivo manter a sociedade pessimista e, com isso (acreditam eles), puxar para baixo os níveis de avaliação positiva de Lula e de seu governo.

O azar da imprensa é que isso somente poderá ser feito até setembro porque, a partir daí, os números de 2009 serão, necessariamente, maiores do que os de um ano antes. A esperança da imprensa é que, até lá, surja uma nova oportunidade para continuar sua tentativa de “sangria” do governo Lula e viabilização do projeto Serra Presidente.

Por tudo isso, fica claro que a imprensa brasileira é o principal partido de oposição ao governo Lula, desde a primeira hora. PSDB, DEM e PPS são meros coadjuvantes, cujos líderes e parlamentares apenas cumprem os papéis definidos pela cúpula da elite econômica brasileira.

Já nos EUA, o partido de oposição ao governo Obama é o Partido Republicano.

Como se vê, temos aí brutais diferenças, não é dona Míriam?
FONTE:Blog Por uma Mídia Honesta.

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