(...) Não tenho condições de opinar tecnicamente sobre a formação dos preços da energia e creio que só quem estiver debruçado meses sobre o problema é que pode fazê-lo com segurança. Sei, porém, como as empreiteiras brasileiras – sem desmerecimento de sua capacidade técnica – estão acostumadas com sobrepreços e lucros altos. As privatizações que foram feitas no Brasil, com investimento baixo e lucro alto deixaram estes grupos com a boca torta pelo uso do cachimbo.
Por isso, acho que foi muito bom o “trancaço” que levaram ontem de Lula, quando este declarou que se o capital privado não quiser fazer a usina, o Estado a fará.
”Tivemos a coragem de transformar a Eletrobras numa holding, que possa ser tão forte como a Petrobras, que possa captar dinheiro no exterior. E se alguma empresa privada não quiser participar de uma obra, nós faremos a obra. Deus queira que elas queiram participar de todas. Porque, para nós, o ideal é essa parceria público-privada, mas se elas não quiserem fazer, se o preço estiver acima da conta, nós faremos por conta própria.”
Aí está porque temos que ter um estado forte e capaz tecnicamente. Se não o tivermos, seremos sempre reféns destes grandes grupos. Há lugar para todos num Brasil que se desenvolve, mas não lugares cativos, como as empreiteiras acostumaram-se a ter."
FONTE: Blog"Tijolaço" do Brizola Neto.
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