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sábado, 17 de abril de 2010

Conversa Afiada: Jabor não quer pobre em avião. Lugar de pobre é em pau de arara



    Onde é que já se viu pobre em aeroporto ?
    Só se for para pedir esmola!


    O Conversa Afiada aceita sugestão de amigo navegante que viaja muito de avião e reproduz discurso em que a Câmara dos Deputados presta singela homenagem a Arnaldo Jabor, cineasta que faz as vezes de cérebro das Organizações (?) Globo: 

    O SR. FERNANDO MARRONI (PT-RS. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos os que nos assistem, quero fazer um pronunciamento que leva o seguinte título: A triste opinião dos pensadores virtuais.
    Ontem tive o desprazer de assistir e ouvir no Jornal Nacional, da TV Globo, ao jornalista Arnaldo Jabor, que, em seu editorial, deixou nítida e clara a estratégia, já falida, da oposição capitaneada pelo príncipe Fernando Henrique Cardoso para atacar o Presidente Lula.

    Em sua crônica, o jornalista ataca ferozmente a INFRAERO. Diz que a classe média está andando de avião e que os aeroportos estão insuportáveis. Mas, ele, na verdade, se referia à classe média formada por brasileiros que ascenderam das camadas mais baixas da população. E que, de pobres, passaram a ter poder aquisitivo para andar de avião através do nosso querido Brasil. Jabor, do alto de sua intelectualidade esnobe, faz piadas irônicas com os brasileiros que a custo do trabalho duro conseguiram mudar de vida graças à estabilidade econômica do Governo do Presidente Lula. O cronista, do alto de seu palanque eletrônico, tripudia sobre esta população e a critica, porque a população acha chique, bom e barato poder circular pelo Brasil de avião. Ele tripudia dizendo que os nossos aeroportos são insuportáveis.

    Filho da alta classe média carioca, Jabor talvez nunca tenha passado horas em uma rodoviária dessas de interior, suja, malcuidada, à espera de um ônibus que demora a chegar ou sair. Então, espanta-se de como a classe média de hoje não vê os problemas que ele enxerga nos aeroportos brasileiros.

    Mas, a série de besteiras ditas pelo jornalista não terminam por aí.

    Segundo ele, o serviço da INFRAERO é o fim do mundo, pois se trata de uma estatal. E, por isso, estaria mergulhada em corrupção. O cronista da Rede Globo não esconde sua revolta com o fato de a Ministra Dilma dizer que não privatizará a INFRAERO. E ainda pergunta se a Ministra está inspirada em Lênin, Trotsky ou Fidel.

    Bem se percebe que esse cidadão, ex-cineasta e hoje cronista eletrônico, parou no tempo, que gravita em um mundo irreal de políticas governantais ultrapassados.

    Em suas críticas ásperas e confusas, o advogado que virou jornalista volta às suas origens e faz uma defesa apaixonada do neoliberalismo e seu estado mínimo, incapaz de atender às necessidades mais básicas da população.

    Até que beira as raias do absurdo — ou seria do desespero pré-eleitoral,frente ao crescimento impressionante da Ministra Dilma — , e declara, categórico, que o Governo Lula não passa de uma continuidade do Governo Fernando Henrique Cardoso.

    Como diria o gaúcho velho, que a esta hora mateia na sombra ou sob o sol na campanha: Que barbaridade!

    Para atingir o seu objetivo a qualquer custo, dar força ao projeto neoliberal com o qual Fernando Henrique e Serra irão disputar as eleições deste ano, o cronista apela para tons dramáticos em sua encenação televisiva, tenta fechar os olhos da população para os grandes investimentos e para os esforços feitos pelo Governo para acelerar o crescimento do Brasil e levar este País a ser a quinta maior economia do mundo.

    Ao final de tudo, quando cai o pano e se estalam as moedas que anunciam os blocos comerciais, creio acreditar que tamanhas sandices foram ditas no horário nobre para milhões e milhões de pessoas. Talvez o pensador virtual global tenha sido influenciado — e mal influenciado, diga-se de passagem — por seu colega norte-americano James Cameron, que, depois de faturar muitos milhões de dólares com seu Avatar, veio de bem longe ao Brasil para dar palpite sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Metendo o bico onde não foi chamado!

    Talvez, a convite de Cameron, Jabour tenha entrado em uma daquelas máquinas futuristas e mergulhado em um mundo de fantasia, distante da realidade nua e crua do Brasil. E, se fizeram isso, espero que fiquem por lá!
    Muito obrigado, Sr. Presidente.

    FONTE: Conversa Afiada

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