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domingo, 26 de setembro de 2010

Conversa Afiada: Salieri (FHC) corta os pulsos também em inglês


    Na foto, o Fernando Henrique que deu certo
    O Farol de Alexandria, conhecido como o Salieri brasileiro, almoçou com o correspondente do Financial Times.

    Trata-se de um perfil/entrevista que, aqui, no Brasil, Paulo Totti faz com maestria no jornal Valor.

    O noticiário brasileiro se impressionou com a punhalada que o FHC  deu no Serra, pelas costas.

    (Eles se amam.)

    FHC admitiu que a Dilma vá ganhar.                                           

    Isso já é o conhecimento do mundo mineral, diria o Mino Carta.

    (A menos que o Ali Kamel use da prerrogativa de “ter o Brasil em suas mãos”)

    O fascinante é que, em inglês, a inveja e o ressentimento do Farol se manifestam em estado bruto, natural, espontâneo.

    Ele diz que Lula anestesiou o Brasil.

    “Esquecemos que o Brasil precisa continuar avançando” (sic).

    Quem se esqueceu ?

    Provavelmente ele, que governou o Brasil sem crescimento econômico.

    “Mas, parou. Simplesmente parou”.

    Parou o quê ?

    O crescimento econômico ?

    Do poder aquisitivo dos pobres ?

    Da renda ?

    Do emprego com carteira assinada ?

    O que parou de crescer ?

    O Serra ?

    Quando o Salieri admite que o Serra já perdeu, prevê: a Dilma vai fazer o Brasil andar mais devagar.

    Mais devagar, como ?

    Como no governo Serra/FHC ?

    O Salieri, ao se esvair em sangue, diz corroído pela inveja: “Eu fiz as reformas. Lula surfou na onda”.

    Eu fiz o Don Giovanni.

    Mozart surfou na onda.

    Lá vai o Salieri: a oposição se enganou e permitiu a “mitificação do Lula”.

    Esse é o problema dele.

    É assim que a inveja o corrói por dentro.

    Porque Lula é um mito.

    E não foi a oposição quem deixou o Lula se tornar um mito.

    Lula se tornou um mito por ele próprio, com as próprias mãos, onde falta um dedo – e sem falar inglês.

    O Salieri, do alto de sua ilimitada arrogância, acha que ele e o Serra, juntos, num convescote em Higienópolis, seriam capazes de desmitificar e mitificar o Lula.

    Erraram a mão (*) e mitificaram o Lula.

    A oposição não tem nada com isso.

    O Lula passou com um trator por cima do Salieri.

    E da Oposição.

    O Salieri termina por dizer que o Lula é o Lech Walessa que deu certo.

    Poderia ter dito que ele, o Salieri, é o Fujimori que deu errado.

    Paulo Henrique Amorim

    (*) A maior “errada de mão” do Salieri foi, no auge do mensalão, ter impedido o Agripino Maia e o Arthur Visa Virgilio de entrarem com o pedido de impeachment. Quando o Duda Mendonça disse que recebia numa conta secreta no exterior, e o Governo Lula estava por um fio, o Salieri defendeu a tese do “sangramento”. Não ir para o impeachment. Deixar o Lula “sangrar” até a eleição, quando ele, o Salieri, sairia de Les Deux Eglises para assumir o poder nos braços do povo. Ele,  finalmente, teria o terceiro mandato com que sonhou. Fujimori, seu parceiro neoliberal teve o terceiro mandato. Outra “errada de mão” foi insistir para o Serra se candidatar a presidente em 2010. Mas, aí, o Farol não poderia aceitar que o Aécio tomasse o partido dele. No dia 4 de outubro, o Salieri terá tanta ascendência sobre o PSDB (fora de São Paulo) quanto sobre o Governo de Kim Jong-il.

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