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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Descrédito


A estabilidade das pesquisas de intenção de voto representa uma desmoralização inédita dos veículos de comunicação tradicionais. Nem mesmo seu público fiel, muito mais numeroso do que pensam os oposicionistas, se deixa enganar pela campanha difamatória contra Dilma Rousseff. Mas isso não acontece (apenas) por desinformação ou tolerância com a ilegalidade. O fato é que cidadão deixou de acreditar na imprensa.

Também pudera. Inventaram os dólares cubanos, o governo assassino, o grampo no STF, a ficha policial de Dilma, o Lula sodomita e o partido ligado ao narcotráfico, e agora querem que alguém leve a sério suas denúncias envolvendo lobbies e nepotismo em plena capital federal, surgidas milagrosamente a semanas do pleito. Não bastasse tamanha cara-de-pau, sempre que o PT e o governo apontam incoerências nos ataques, é acusado de planejar um dossiê ou uma cartilha stalinista.

Os poucos patriotas que de fato querem investigar alguma coisa exigem que “blogueiros progressistas” façam penitências públicas diante dos escândalos. Pois inverto o ônus da moralidade exemplar. Vamos realmente apurar lobbies e nepotismo no Congresso? E na Assembléia de São Paulo? Olha, para não encarecer a viagem podemos ficar na prefeitura paulistana mesmo. Agora que adquirimos uma nova noção de “fonte confiável”, que tal voltarmos aos irmãos Vedoin e ouvir o que têm a dizer sobre as ligações de José Serra com a máfia das ambulâncias?

Essa onda moralizante é hipócrita e oportunista, movida pelo único objetivo de empurrar a definição presidencial para o segundo turno. Ainda que as denúncias fossem verdadeiras, a imprensa corporativa não possui o menor resquício de credibilidade para atuar como porta-voz dos interesses republicanos. O desespero dos analistas perante a indiferença generalizada ilustra suficientemente suas verdadeiras intenções.
 
FONTE: Blog Gilherme Scalzilli

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