Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Doze associações de classe, que representam a área de energia, entregam amanhã (29) ao ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, e aos candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) a Carta Energia para o Futuro.
O documento será entregue durante o 7º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase 2010), que será realizado amanhã e depois (30) no Rio. O Enase é considerado o principal evento da área de energia do Brasil, incluindo os segmentos de geração, transmissão, distribuição e comercialização.
A carta traz os anseios do setor elétrico para o futuro da política energética no país, disse o secretário-geral do Enase, Rodrigo Ferreira. Ele explicou que o documento não trata de particularidades de um determinado segmento.
“É um documento que aborda preocupações comuns a todos, como a sustentabilidade, a progressão de crescimento do mercado. O objetivo da carta é deixar claro para a sociedade, para todos os partidos e pessoas envolvidas com o processo eleitoral, quais são as demandas do setor para o futuro da política energética”, afirmou Ferreira.
Na carta, as associações dão prioridade a temas como a transparência e estabilidade regulatória para o mercado, a participação e integração entre os agentes setoriais, o equilíbrio e hegemonia entre empresas públicas, estatais, privadas, estrangeiras e nacionais e a eficiência e competitividade.
“Ou seja, precisamos ter no Brasil uma energia eficiente para que a indústria possa competir no mercado mundial. Precisamos ter uma energia que ofereça crescimento e sustentabilidade. Não podemos ignorar questões ambientais, a preocupação do mundo com o meio ambiente. Essa precisa ser também uma preocupação do Brasil”.
Para o secretário-geral do Enase, a energia precisa respeitar o meio ambiente e ser renovável, porque “essa é a vocação do Brasil”, a partir de recursos naturais como o sol, os ventos, rios, a biomassa. Essa energia precisa também ter segurança, acrescentou. Para isso, ele ressaltou a necessidade de outras fontes de geração que possam proteger o país de situações de escassez de água. “Estou falando de geração térmica, que também é fundamental para oferecer estabilidade ao mercado”.
Segundo Rodrigo, não se pode falar em sustentabilidade olhando apenas para uma parte da sociedade. “É preciso olhar também para a questão da segurança do sistema. E não vai ser sustentável enxergando apenas um lado da moeda, que é o lado exclusivamente de fontes renováveis, por exemplo”.
Ele advertiu que as fontes renováveis deverão ser a base do crescimento, mas que outras possibilidades não podem ser desconsideradas para assegurar ao país um crescimento sustentável, sem sobressaltos ou obstáculos, como os enfrentados atualmente com o período de seca - reservatórios em baixa, preços em alta e falta de chuvas. “Precisamos ter uma blindagem contra isso. É sustentabilidade para o setor elétrico também”.
FONTE: Agencia Brasil
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