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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Análise do Terrorismo Midiático pré-eleições

Leio no Observatório da Imprensa artigo que trata da cobertura eleitoral pelos veículos de comunicação e as posições que até hoje estavam hipócritamente escondidas pelos donos da mídia do país. Quando Lula botou o dedo na ferida e deu nome aos bois, citando que a mídia brasileira está invariavelmente concentrada nas mãos de 08 ou 09 famílias os "Senhores da Imprensa" finalmente saíram do armário e deram a cara prá bater. Muito bom que se apresentem e tomem posição no importante papel que representam no país. Melhor ainda que percebam não serem hoje o que sempre julgaram ser: estar acima dos demais componentes de uma sociedade democrática, acima do bem e do mal, ditadores de regras e normas tão difíceis de serem seguidas por eles próprios. Afinal de contas, pimenta nos olhos dos outros é refresco.
 
Os riscos ocultos na radicalização da cobertura eleitoral da imprensa 
Carlos Castilho




    

Faltando alguns dias para o primeiro turno das eleições de 2010 já dá para perceber que há no ar uma sensação de cansaço em relação à avalancha de denúncias publicadas pelos principais jornais do país, envolvendo integrantes e ex-membros do governo Lula.

O recurso ao denuncismo é classico em periodos pré-eleitorais, mas a versão 2010 mostrou duas características marcantes:
1) Toda a imprensa entrou no jogo das denúncias ao contrário de eleições anteriores, quando geralmente havia um ou mais orgãos dissidentes;
2) Ficou também evidente que a blitzkrieg da imprensa tem como pano de fundo a preocupação de setores conservadores e tradicionais núcleos de poder político e econômico com a perda irreversível de posições estratégicas no cenário nacional.

O terrorismo midiático contra Dilma é quase idêntico ao promovido contra Lula antes de sua primeira eleição para a presidência em 2002. Ao longo dos últimos oito anos nada aconteceu no país que pudesse justificar o recurso aos velhos fantasmas. Pelo contrário, a gestão de Lula deu à classe média muito mais do que ela esperava de um governo petista.

Assim, ao que tudo indica, o ataque contra a candidatura Dilma tem mais a ver com fatores subjetivos do que com realidades concretas. A questão das denúncias de corrupção provavelmente tem um fundamento real porque o sistema político do país já incorporou o componente do mau uso do dinheiro público como uma rotina que independe do partido no poder.

As acusações e suspeitas de corrupção devem ser investigadas por uma questão de princípio e de sanidade política no país, sejam os envolvidos petistas ou não. O problema é que só uns poucos serão punidos porque esta é a tradição. Foi assim com as suspeitas de corrupção no governo FHC na privatização das teles, no mensalão do governo Lula, e por aí vai.

O problema não está nos fatos concretos, porque se eles fossem levados a sério, a imprensa seria moralmente obrigada a questionar todo o sistema político. A questão principal está na intencionalidade oculta nas denúncias. É aí que está o fato politico relevante e o que pode nos levar a entender melhor a situação e evitar a posição niilista, de duvidar de tudo e de todos.

A intenção por trás de toda a avalancha de denúncias só pode ser explicada pela tentativa de quebrar a sequência de governos petistas porque eles estão criando uma nova força política no país, formada por setores da classe média e de empresários beneficiados pelo crescimento do consumo interno.

Não se trata de um segmento social ideologicamente revolucionário. Muito pelo contrário. Ele é até conservador se formos analisar os valores que defende e que foram expressos por Lula, em várias ocasiões. O problema é que os novos emergentes sociais estão ocupando espaços que pertenceram a velhos caciques políticos e empresarios cujo poder vinha da concentração de renda no país.

Nos oito anos de Lula houve uma mínima distribuição de renda em favor das classes C e D, mas ela foi suficiente para exarcebar os temores das elites tradicionais, que ainda são muito fortes no controle do partido Democratas, por exemplo.

A avalancha de denúncias de atos de corrupção e abuso do poder no governo atual seria positiva para o país se ela gerasse uma nova postura nacional diante de um problema crônico. Mas a intencionalidade das ações oposicionistas mostra uma preocupação em gerar um clima de incerteza cujo principal desdobramento é uma radicalização de posições.

É aí que reside o grande perigo da situação atual, porque a radicalização pode criar um ambiente político onde a tendência é todos perderem. É o que o processo da Venezuela está mostrando, para citar um exemplo mais conhecido.

Lá são cada vez mais limitados os ambientes em que o diálogo é possível. Todos estão entrincheirados. A oposição antichavista não tem forças para derrotar o presidente venezuelano e este, por sua vez, não consegue o que Lula logrou, ou seja, uma mínima distribuição de renda capaz de fortalecer a musculatura econômica da classe média.

A imprensa é quase sempre uma vítima dos processos radicalizados porque, ao se envolver neles, ela acaba perdendo a credibilidade e a isenção. É o que está acontencendo na Venezuela e pode vir a se repetir no Brasil caso a obsessão antipetista de boa parte da mídia nacional continue ignorando o fato de que Lula não representa mais um partido, mas sim um novo contexto social e econômico das classes C e D, com benefícios indiretos para os segmentos B e A.

Perder a credibilidade num momento de transição para novos modelos de negócios na imprensa pode ser particularmente trágico para empresas jornalísticas que dependem de grandes audiências.

FONTE: Observatório da Imprensa

STF derruba exigência de dois documentos para votar

Laryssa Borges 
Direto de Brasília
Por oito votos a dois, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou nesta quinta-feira (30) a dupla exigência de apresentação do título de eleitor e de outro documento oficial com foto para que o eleitor possa votar no pleito de outubro. Apenas os ministros Gilmar Mendes e Cezar Peluso se manifestaram em favor da cobrança dos dois documentos de identificação por considerarem que essa obrigatoriedade não representaria afronta à Constituição.

Pelo entendimento vencedor, cada eleitor poderá votar ainda que não estiver portando o título, mas precisa apresentar um documento de identificação oficial com foto para ter direito a depositar seus votos na urna eletrônica.

Em uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI), o Partido dos Trabalhadores (PT), ao questionar a necessidade de exigir do eleitor um documento com foto além do título eleitoral, argumentou que a obrigatoriedade de dupla documentação representava "cerceamento legal ao direito político do cidadão" e "burocracia desnecessária no momento da votação", violando o princípio constitucional da universalidade do sufrágio.

A estratégia dos petistas se baseia no fato de que a candidata do partido à presidência da República, Dilma Rousseff, tem forte preferência do eleitorado de mais baixa renda, que poderia não ter os dois documentos para votar e eventualmente representariam maior índice de abstenção no pleito.

Relatora do caso, a ministra Ellen Gracie defendeu no primeiro dia de julgamento, nesta quarta-feira (29), que o eleitor não poderia ser barrado por não portar os dois documentos na hora da votação. "A apresentação do título não oferece qualquer garantia de lisura ao processo eleitoral. Estou convicta que a norma jurídica contestada (...) estabeleceu na verdade a obrigatoriedade de um documento oficial de identificação com foto. A presença do titulo eleitoral, a praxe, não é tão indispensável quanto a identificação com fotografia", afirmou a ministra, que teve a tese seguida por outros sete colegas de Plenário.

"É dentro da perspectiva da extensão da teoria do desvio de poder que o Estado não dispõe de competência para legislar ilimitadamente, de forma imoderada. O direito ao voto é mais importante do que portar o título naquele momento (do voto)", resumiu o decano do STF, Celso de Mello.

Em sentido contrário, o presidente do STF, Cezar Peluso, criticou a decisão de abolir a dupla exigência de documentação, afirmando que, com essa proposta, a Suprema Corte "acabou de decretar o fim do título eleitoral". "Não encontro ofensa a nenhuma norma constitucional. O título de eleitor é o título jurídico que prova a condição de eleitor, de alguém que está inscrito em uma determinada seção. Não é lembrete de local de votação", disse, observando que exigir os dois documentos não poderia ser considerado "desproporcional, desmedido ou irrazoável".

Também voto vencido, o ministro Gilmar Mendes admitiu que a obrigatoriedade de se portar dois documentos oficiais, sendo um com foto, poderia gerar "inconveniência" e "atrapalhos" aos eleitores, mas disse que isso não significaria violação à Constituição Federal. "Pode ser que tenhamos uma lei que apresente inconvenientes, mas não é per se inconstitucional", salientou Mendes.

FONTE: TERRA

Quem é Marina Silva? Santayana responde:

As duas faces da candidata
O súbito interesse, de alguns meios de comunicação e de setores empresariais poderosos, pela candidatura da senadora Marina Silva, recomenda aos nacionalistas brasileiros alguma prudência.

A militante ecológica é apresentada ao país como a menina pobre, da floresta profunda, que só se alfabetizou aos 16 anos e fez brilhante carreira política.

Tudo isso é verdade, mas é preciso saber o que pensa realmente a senadora do Brasil como um todo. Convém lembrar que a senhora Silva (que hoje se vale do sobrenome comum para atacar Dilma Rousseff) esteve associada a entidades internacionais, e recebeu o apoio declarado de personalidades norte-americanas, como Al Gore e o cineasta James Cameron. James Cameron, autor de um filme de forte simbolismo racista e colonialista, Avatar, intrometeu-se em assuntos nacionais e participou de encontro contra a construção da represa de Belo Monte.

A respeitável trajetória humana da senadora pelo Acre não é bastante para fazer dela presidente da República. Seu comportamento político, ao longo dos últimos anos, suscita natural e fundada desconfiança dos brasileiros. Seus admiradores estrangeiros pregam abertamente a intervenção na Amazônia, “para salvar o mundo”. Não são os ocupantes do vasto território que ameaçam o mundo. 

São as grandes potências, com os Estados Unidos de Gore em primeiro lugar, que, ao sustentar grandes e bem equipados exércitos, pretendem governar todos os povos da Terra. Al Gore, que festejou a candidatura verde, é o mesmo que pronunciou, com todas as sílabas, uma frase reproduzida pela imprensa: “Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é só deles, mas de todos nós”. Desaforo maior é difícil.

Ninguém, de bom senso, quer destruir a Natureza, e será necessário preservar a vida em todo o planeta, não só na Amazônia. A senadora Marina Silva tem sido interlocutora ativa das ONGs internacionais, tão zelosas em defender os índios da Amazônia e desdenhosamente desinteressadas em ajudar os nativos da região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, dizimados pela doença, corrompidos pelo álcool e, não raras vezes, assassinados por sicários.

Argumente-se, em favor da senadora, que o seu fervor quase apostólico na defesa dos povos da Floresta dificulta-lhe a visão política geral. Mas seu apego a uma só bandeira, a da ecologia radical, e o fundamentalismo religioso protestante que professa, reduzem as perspectivas de sua candidatura. Com todos os seus méritos e virtudes, não é provável que entenda o Brasil em toda a sua complexidade, em toda a sua inquietude intelectual, em toda a sua maravilhosa diversidade regional. 

As conveniências da campanha eleitoral já a desviaram de alguns de seus compromissos juvenis. Esse seu pragmatismo está merecendo a atenção do ex-presidente Fernando Henrique, que pretende um segundo turno com a aliança entre Serra e Marina. Como sempre ocorre com os palpites políticos do ex-presidente, essa declaração é prejudicial a Serra e, provavelmente, também a Marina. 

Ela, vista por muitos como inocente útil daqueles que nos querem roubar a Amazônia, é vista pelo ex-presidente como inocente útil da candidatura dos tucanos de São Paulo. É possível desculpar a ingenuidade na vida comum, mas jamais aceitá-la quando se trata das razões de Estado.

José Serra poderia ter tido outro desempenho eleitoral, se tivesse desouvido alguns de seus aliados, como Fernando Henrique, que lhe debitou a política de privatizações, e Cesar Maia, que lhe impôs o inconveniente e troglodita Indio da Costa como vice.

Mauro Santayana

Eduardo Guimarães: Roteiro de um filme velho




Comparem as manchetes da Folha de São Paulo de 29 com a de 30 de setembro, ambas noticiando as duas pesquisas Datafolha realizadas nesta semana. Depois, atentem para trecho do post publicado ontem no Blog da Cidadania sob o sugestivo título “Golpe da Pesquisa fracassará de novo”.

(…) já lhes adianto o resto do roteiro desse filme velho. A pesquisa Datafolha pretendeu desencadear um efeito manada. Enquanto escrevo, o instituto já começa a apurar o efeito que a “queda” exagerada da vantagem de Dilma produziu no eleitorado. Nesse momento, surgem duas possibilidades. Se tiver ocorrido queda maior, agora desencadeada pela notícia de que tal queda ocorreu, haverá nova queda exagerada no próximo Datafolha. Se o efeito tiver sido insuficiente ou nulo, a próxima pesquisa desse instituto dirá que Dilma “reagiu” – o Datafolha não pode ser desmentido dois ou três dias depois pela apuração dos votos (…).

A previsibilidade da estratégia da imprensa golpista chega a ser surpreendente. E a aposta que essa gente faz em uma burrice desumana deste povo, chega a ser esquizofrênica. Quem não sabia que o Datafolha  ajustaria os seus números na última hora?

Mas podem ter certeza de uma coisa: a vitória de Dilma não arrefecerá um grama em minha determinação de desmascarar um dos crimes eleitorais mais descarados da história recente deste país, o crime de falsificação de pesquisas.

PS: escrevi pouco porque fiz este post durante uma reunião de trabalho aqui em Curitiba. Hoje à noite tomo o avião para São Paulo. Amanhã este blog volta à normalidade.

FONTE: Blog da Cidadania

Dallari: “Decisão de Gilmar Mendes prova que ele não tinha condições de assumir o STF”

por Conceição Lemes
Ontem à tarde os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se reuniram para julgar a ação direta de inconstitucionalidade (ADI), reivindicando o fim da exigência da apresentação de dois documentos para votar nas eleições do próximo domingo.

O placar estava 7 a 0. Sete ministros já haviam votado pela exigência de apresentação de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor.  Foi quando o ministrro Gilmar Mendes pediu vistas ao processo, e o julgamento interrompido.

Mais tarde circulou a informação de que a decisão de Mendes foi após conversar com o candidato José Serra (PSDB), que lhe telefonou.

Reportagem publicada hoje pela Folha confirma a conversa, testemunhada pelos repórteres. A Folha  divulga na primeira página: “Após ligação de Serra, Mendes para julgamento de ação do PT”. Na conversa, segundo a matéria, Gilmar Mendes chamou Serra de “Meu presidente”.

Conversamos agora por telefone com o jurista Dalmo Dallari, professor emérito da Faculdade de Direito da USP, sobre os dois fatos.

Viomundo –O que o senhor achou da decisão do Gilmar Mendes?
Dalmo Dallari – Lamentável, não importa com quem ele tivesse conversado. Do ponto jurídico, é uma decisão totalmente desprovida de fundamento. Seguramente causou prejuízo imenso à instituição. Foi péssimo para a imagem do STF.

Viomundo — O pedido de vistas do processo ocorre  quando há alguma dúvida a ser dirimida. Havia alguma?
Dalmo Dallari -- Razão jurídica, nenhuma. Razão extra, não sei.

Viomundo  — O que ocorrerá agora?
Dalmo Dallari – A repercussão foi tão negativa que possivelmente ele devolverá até amanhã o processo para o STF.

Viomundo — O ministro Gilmar Mendes conversou com o candidato Serra antes de tomar a decisão. Qual a implicação jurídica disso?
Dalmo Dallari – Eu vi as reportagens, elas insinuam a conversa. Mas, eu como advogado, raciocino em cima de provas. Só depois de tê-las é que posso me manifestar.

Viomundo — Em 2002, o senhor fez um artigo, publicado originalmente na Folha de S. Paulo, criticando a indicação de Gilmar Mendes para o STF. O senhor disse que ele  “degrada o Judiciário”. E agora?
Dalmo Dallari – A decisão de ontem demonstra que eu tinha razão. Hoje estou convencido de que ele não tem a seriedade e imparciliadade indispensáveis para um juiz.

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Extraído do Viomundo antigo. Publicado em 11 de julho de 2008.
DALLARI SOBRE GILMAR MENDES: DEGRADAÇÂO O DO JUDICIÁRIO

FOLHA DE SÃO PAULO, EM 8 DE MAIO DE 2002
SUBSTITUIÇÃO NO STF

Degradação do Judiciário
DALMO DE ABREU DALLARI
Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais.

Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.

Essas considerações, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os teóricos do Estado democrático de Direito, são necessárias e oportunas em face da notícia de que o presidente da República, com afoiteza e imprudência muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicação para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica.

Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.

Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente -pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga-, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.

É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção.

É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em “inventar” soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas.

Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, “inventaram” uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.

Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais.

Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio judiciário”.

Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no “Informe”, veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado “Manicômio Judiciário” e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que “não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo”.

E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na “indústria de liminares”.

A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista “Época” (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público -do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários- para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na “reputação ilibada”, exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.

A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou “ação entre amigos”. É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática.


Dalmo de Abreu Dallari, 70, advogado, é professor da Faculdade de Direito da USP. Foi secretário de Negócios do município de São Paulo (administração Luiza Erundina).

FONTE: VIOMUNDO

"Consultor" da Folha acusa jornal de distorcer declarações


Rubnei Quícoli (dir.), o ex-presidiário que a Folha de S. Paulo adotou como "consultor"

A credibilidade da Folha de S.Paulo cada vez afunda mais. Agora até o ex-presidiário que virou "consultor" do jornal para assuntos de escândalos e eleições acusa a Folha de distorcer declarações para prejudicar a campanha da presidenciável Dilma Rousseff.

Depois do depoimento na Superintendência da Polícia Federal de São Paulo, nesta terça-feira (28), o consultor Rubnei Quícoli divulgou uma nota pública para esclarecer as diferentes versões sobre sua oitiva na mídia. "Não houve recuo de informação sobre a posição da propina pedida", informa.

Quícoli, que tem duas condenações e já esteve preso, acusou, sem provas, o filho da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, Israel, de cobrar propina para prestar consultoria num pedido de financiamento do BNDES para a construção de uma usina de energia solar no Nordeste. O empréstimo de quase R$ 4 bilhões nunca chegou a ser negociado com o BNDES, apenas foi entregue na portaria do Banco. Obviamente, foi negado.

A Folha de S. Paulo atribuiu a Quícoli a informação de que faria parte do "acerto" uma suposta propina de R$ 5 milhões para ajudar na campanha petista. Era mentira. Segundo o próprio consultor, "em momento algum em nenhuma das entrevistas eu disse que o pedido desta propina era para o Partido dos Trabalhadores", diz Quícoli. "Em momento algum eu disse que o dinheiro seria para a candidatura de Dilma", acrescenta.

Mais adiante na entrevista coletiva, quando questionado se a então ministra Erenice sabia das transações que supostamente ocorreriam na Casa Civil, Quícoli voltou a afirmar:  Tudo o que foi enviado para a imprensa foi o que foi declarado à Polícia Federal. Nada mais. Nunca posicionei uma informação dessa. A única informação que eu coloquei foi que o Marco Antonio me pediu esse valor para poder acertar alguma coisa entre eles lá. Eu nunca disse que esse dinheiro era para PT, para a campanha da Dilma. Isso daí nunca foi relacionado. Essas perguntas muitas vezes relacionadas para favorecer uma parte ou outra não tem cabimento. Os documentos foram expostos para toda a mídia", disse.

Quícoli negou até mesmo que um dia tenha conhecido os filhos de Erenice, Saulo e Israel Guerra. "Fiquei surpreso que o papel dele veio à tona agora, pela mídia agora. Não por mim. Eu não sabia quem era Israel, quem era Saulo", disse.

Material para a campanha de Serra

Apresentando sinais de pertubação mental, Quícoli garante que só voltará a Brasília "para dois eventos: a posse do presidente José Serra e a assinatura do empreendimento da usina solar". O ex-presidiário, que entre outros delitos foi preso por posse de dinheiro falso, diz que gravou depoimento para a campanha de José Serra. "Gravei para Serra como gravaria para a campanha da Dilma, vivemos em um País livre, onde há tanta liberdade que alguns jornalistas distorcem a verdade", afirmou. O publicitário Luiz Gonzalez, marqueteiro da campanha de Serra, afirmou ao jornal O Globo que "a princípio" não deverá usar o material na campanha eleitoral. Quícoli também admitiu já ter sido filiado ao PSDB.

Até agora, nenhuma das acusações feitas pelo "consultor" da Folha foram comprovadas.

FONTE: Portal Vermelho

PCC de SP é o GOLPE da Direita Reacionária Contra DILMA

A testemunha-bomba do PiG (*)
é para associar Dilma ao PCC 

Na foto, último argumento do PiG

O Conversa Afiada reproduz texto que recebeu de amigo  navegante.

Perceba a possível conexão entre o teor do texto e a notícia veiculada em Brasília:

A “bala de prata” é a maior fraude da história política do Brasil


Indivíduos do Capital e da região de Sorocaba, com diversas passagens pela polícia (roubos, receptação, assaltos à mão armada, seqüestros etc.) foram contatados por políticos ligados ao PSDB local através de um elemento intermediário com trânsito mútuo;


Foram informados de que “prestariam serviços” e levados até um shopping da cidade de São José do Rio Preto;


Lá mantiveram encontro com outras três pessoas, descritas como “muito importantes”, e receberam um adiantamento em dinheiro vivo;


Não se tratava de qualquer encomenda de morte, assalto ou ato criminoso tão comum para os marginais recrutados;


Imediatamente, tais bandidos foram levados até o Rio de Janeiro, a um bairro identificado como Jardim Botânico, onde ficaram confinados por dois dias;


Uma equipe de TV, num estúdio particular, gravou longa entrevista com os bandidos. O script era o seguinte: “somos do PCC, sempre apoiamos o governo Lula e estamos com Dilma”. Não fugiu disso, com variações e montagens em torno de uma relação PCC/Lula/PT/Dilma;


Os bandidos recrutados também foram instruídos a fazer ligações telefônicas para diversos comparsas que cumprem penas em penitenciárias do Estado de São Paulo. A ordem era clara: simular conversas que “comprovassem” a ligações entre o PCC e a campanha de Dilma;


Tudo foi gravado em áudio e vídeo;


A farsa começou a ser desmontada quando o pagamento final pelo serviço veio aquém do combinado;


Ao voltarem para São Paulo, alguns dos que gravaram a farsa decidiram, então, denunciar o esquema, relatando toda a incrível história acima com riqueza de detalhes;


As autoridades já estão no encalço da bandidagem. De toda a bandidagem;


A simulação seria veiculada por uma grande emissora de TV e por uma revista depois do término do horário eleitoral, causando imenso tumulto e comoção, sem que a candidata Dilma Rousseff, os partidos que a apóiam e o próprio governo Lula tivessem o tempo de denunciar a criminosa armação;


Essa é a “bala de prata”. Já se sabe seu conteúdo, os farsantes e o custo, além dos detalhes. Faltam duas peças: quem mandou e quem veicularia (ou ainda terá o desplante de veicular?) a maior fraude da história política brasileira;


Com a palavra, as autoridades policiais.

A propósito, o amigo navegante enviou essa “nota” extraída da imprensa de Brasilia:

29/09/2010 | 00:00 – www.claudiohumberto.com.br

Almoço global

A Rede Globo oferece em São Paulo almoço vip, nesta quinta, data do último debate presidencial, a Leandro Daiello, superintendente local da Polícia Federal – que anda atarefada com inquéritos de Erenice & cia.

Navalha
Quem manda na Polícia Federal de São Paulo ?


Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Mauro Santayana: Da inutilidade do desespero.

Não há pior conselheiro do que o desespero. Setores da classe média que haviam “engolido” o operário Luiz Inácio da Silva, e supunham que sua ascensão fosse efêmero capricho da História, desesperam-se com a hipótese de que o lulismo continue, com a vitória de sua candidata, no pleito de domingo. Mas não devemos nos desesperar com seu desespero. É natural que se esforcem para impedir a eleição de quem não desejam. A isso se chama democracia. E é também natural que os partidários da continuidade de uma filosofia de governo, a de Lula, se preparem para defender o que conquistaram. A isso também se chama democracia.

Se examinarmos a situação do país, concluiremos que, pelo menos até agora, todos os setores sociais, incluída a classe média, foram beneficiados. A muitos de nós incomoda a alegria dos banqueiros e de outros grandes empresários. Mas o povão, ou seja, os que nada ou muito pouco tinham para comer e vestir, estão também satisfeitos. Enfim, noves fora zero, a conta se fecha. Do muito que saiu de um lado, para os grandes, alguma coisa ficou para os pequenos; para aqueles que nada tinham, o pouco tem o gosto de muito.

Todos os que conhecem os países ricos, além dos circuitos enganadores do turismo organizado, sabem que a verdadeira classe média brasileira é senhora de grandes privilégios. Há que se considerar que os critérios de remuneração para identificar a classe média brasileira são incorretos. Nenhuma família que tenha, na soma de seus membros ativos, menos de 4 mil reais de renda mensal, pode ser considerada de classe média, embora esteja salva da pobreza. Nessa faixa, se viver nas cidades pequenas e médias do interior, já pode contar com empregadas domésticas, fixas ou eventuais, essas, sim, quase sempre exploradas. Nos países ricos, nenhuma família pode ser considerada de classe média, se não ganhar pelo menos o dobro, e, mesmo assim, seus membros terão que se revezar nos trabalhos domésticos, porque, no máximo, poderão contratar imigrantes ilegais para servi-las um ou dois dias por semana.

O importante é que a fome volta a desaparecer do Brasil. No passado, ela era minorada pela solidariedade entre os pobres. O hedonismo, induzido pela televisão, fez com que muitos pobres se tornassem egoístas. Hoje, o Estado está presente, em vários programas sociais, para suprir a solidariedade, e só escassa parcela da população ainda come aquém de sua fome. Enfim, conforme o velho ditado, quem tem a barriga cheia tem também o coração contente.

Podemos criticar, como fizemos nesta coluna, a forma pela qual o presidente conduziu o processo sucessório, mas esse reparo não invalida a sua natureza democrática. Enquanto não houver reforma política que restaure o pacto federativo e confira mais legitimidade ao sistema eleitoral, dele retirando a influência do poder econômico, teremos que conviver com o possível, até que consigamos o necessário. Em 1964, o tempo, nacional e internacional, era outro. A desastrada greve dos transportes coletivos nas capitais impediu a mobilização dos trabalhadores. Hoje, onde houver um terminal da internet, haverá um palanque como os que têm reunido, aqui e ali, multidões decididas.

Os que, mediante a imprensa e outros meios, quiserem contestar o resultado das urnas, que se preparem para assumir, mais uma vez, e não se sabe com que consequências, os riscos do desatino.

É bom que reflitam, renunciem a aventuras liberticidas e se preparem para exercer oposição honrada, ainda que seja firme.

FONTE: Blog de Um Sem Mídia

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Música: Emilie Simon interpreta sucesso da banda " Nirvana"

Ao piano, Emilie Simon exibe uma performance maravilhosa do grande sucesso de Curt Cobain e sua banda Nirvana "Come as you are". Vale a pena conferir.

             

Imaginem o Clima na Folha de São Paulo

Na verdade não só na Folha, mas no PIG como um todo sem dúvidas o clima é de desilusão e apatia.

Mas principalmente na maior aliada de Serra nessas eleições contando com as pesquisas de seu instituto Datafolha sempre que puderam, buscaram incrementar os números em favor do Zé.

Mas nem assim o Zé decolou. E a partir de agora cabeças vão rolar. Amigos vão engolir amigos. O patrão vai passar a chutar portas, latas de lixo e o que mais aparecer pela sua frente.

    
RUA BARÃO DE LIMEIRA

Diálogo no início do dia pós 03/10/2010:

-- Bom dia, dr. Otavinho....

-- Só se for prá você!!!
-- Já que me dirigiu a palavra, apresente-se no RH imediatamente!!!! Você está demitido!!!!!


 

Abaixo posts do Conversa Afiada sobre as pesquisas que desmentem o "DATAFALHA":

Sensus: Dilma no primeiro turno. Jogue o Datafalha no lixo

Nem o Otavinho salva o jenio

Saiu no Terra:

CNT/Sensus: Dilma tem 54,7% dos votos válidos e Serra, 29,5%

Claudia Andrade

Direto de Brasília


A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, lidera a corrida pelo Palácio do Planalto com 54,7% dos votos válidos, segundo pesquisa do instituto Sensus encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O número divulgado nesta quarta-feira (29) aponta vitória da petista no primeiro turno das eleições. O tucano José Serra aparece na segunda colocação, com 29,5% dos votos válidos, seguido da senadora Marina Silva (PV), que tem 13,3% das intenções de voto.


Os percentuais de votos válidos foram obtidos descontando-se os votos brancos e nulos, que somaram 3,6% dos entrevistados, e indecisos, que totalizaram 9,5%. Sem descontar os votos brancos/nulos e os eleitores indecisos, Dilma Rousseff lidera com 47,5%, Serra tem 25,6% e Marina, 11,6%. Nenhum dos outros candidatos chegou a 1% das intenções de voto.


A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi feito a partir de 2 mil entrevistas realizadas entre os dias 26 e 28 deste mês. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 33.103/2010.


No levantamento anterior, divulgado no dia 14 deste mês, Dilma tinha 57,8% dos votos válidos e Serra, 30,2%. O percentual de votos brancos e nulos era de 3,5% e o de eleitores indecisos, 9,1%.

Até o Globope desmoraliza o Datafalha: Dilma no primeiro turno

 
Zé Serra em busca do Otavinho
 
O Datafalha tem pernas curtas.

Saiu no G1:

Pesquisa Ibope aponta Dilma com 50% e Serra com 27%

Levantamento foi encomendado pela Confederação Nacional da Indústria.

Marina Silva aparece com 13%. Margem de erro é de 2 pontos percentuais.


Robson Bonin Do G1, em Brasília

Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (29) em Brasília mostra a candidata do PT, Dilma Rousseff, com 50% das intenções de voto e o candidato do PSDB, José Serra, com 27% na corrida eleitoral pela Presidência da República. Marina Silva (PV) tem 13%, segundo o levantamento, encomendado ao instituto pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Brancos ou nulos são 4%. Não souberam ou não responderam, 4%. Os demais candidatos juntos somaram 1% das intenções de voto. O cenário com os votos válidos da pesquisa será divulgado em instantes.


Espontânea

O cenário divulgado pelo Ibope diz respeito à resposta estimulada, quando os entrevistados são confrontados com uma lista de candidatos. Já na pesquisa espontânea, quando os entrevistados respondem sem a ajuda da relação de candidatos, Dilma tem 44%, Serra 21% e Marina, 10%. Votos brancos ou nulos somam 5% e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não disputa a eleição ainda aparece com 1% das intenções de voto.


Cenário reduzido

No cenário reduzido, quando os entrevistados são confrontados com a relação dos três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas, Dilma tem 51%, Serra aparece com 27% e Marina soma 13%. Brancos e nulos são 4% e os que não responderam ou não sabem em quem votar, 5%.


Segundo turno

Em um eventual segundo turno entre Dilma e Serra, a candidata do PT teria 55% contra 32% do tucano. Brancos e nulos somariam 7%. Já em uma disputa de segundo turno envolvendo Dilma e Marina, a petista teria 56% contra 29% da candidata do PV. Brancos e nulos seriam 8%. No cenário entre Serra e Marina, o candidato tucano teria 43% contra 35% de Marina e os votos nulos ou brancos somariam 12%.


Rejeição

O Ibope também interrogou os entrevistados sobre a probabilidade de voto no dia 3 de outubro. Os que disseram que não votariam em Dilma somaram 27%. Já os que não votariam em Serra ficaram em 34% e Marina, 28%. Os entrevistados que disseram votar “com certeza” em Dilma totalizaram 48% contra 24% de Serra e 13% de Marina. Os entrevistados que afirmaram que “poderiam” votar em Dilma somaram 19%, Serra 35% e Marina, 45%.


Conhecimento

A candidata do PT é “bem conhecida” por 22% dos entrevistados enquanto Serra aparece com grau de conhecimento de 25% e Marina, 11%. Os que disseram conhecer Dilma “mais ou menos” somam 36% contra 39% de Serra e 27% de Marina. A petista é conhecida “só de nome” por 16% e nenhum dos entrevistados respondeu não conhecer Dilma. O candidato do PSDB é conhecido só de nome por 11% e todos os entrevistados disseram conhecê-lo. Marina aparece com 29% e 3% ainda disseram não conhecer a candidata do PV.


Apoio de Lula

Somaram 47% os entrevistados que disseram votar em um candidato apoiado pelo presidente Lula contra 8% que disseram ter preferência por candidato de oposição ao presidente. Os que não irão levar em conta o apoio de Lula para decidir o voto somaram 41%. Não souberam ou não responderam totalizaram 4%.


O Ibope também perguntou aos entrevistados sobre qual candidato teria o apoio do presidente Lula. 93% apontaram Dilma com a candidata de Lula, 1% apontaram Serra e nenhum entrevistado considerou Marina a candidata do presidente. Os que não souberam ou não responderam foram 6%.


Entre os dias 25 e 27 de setembro, o Ibope entrevistou 3.010 eleitores em 191 municípios e a margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Em junho, quando a CNI divulgou o primeiro levantamento, a candidata do PT apareceu com 38% e Serra somou 32%. Marina tinha 7% das intenções de voto.


Em comparação com a última pesquisa CNI/Ibope, divulgada em junho, no começo da propaganda eleitoral na TV e no rádio, Dilma subiu 12% e Marina 6%. Serra foi o único a registrar queda 5%. Para o diretor operacional da CNI, Rafael Lucchesi, a propaganda eleitoral influenciou no resultado: “O melhor aproveitamento do tempo de TV e dos programas justifica essa queda de Serra e a subida de Dilma e Marina.”

FONTE: CONVERSA AFIADA 

Miro: A derrota da mídia e dos demotucanos

Reproduzo artigo de Marcio Cruz, publicado no sítio da Adital:

Nos processos eleitorais de 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006, em alguns casos, além de Lula, tivemos outros candidatos carismáticos. O sentido de líder carismático enunciado por Weber não ocorre nestas eleições. Com a ausência deste elemento na campanha, as incursões do debate público favorecem a estratégia do governo de comparação plebiscitária entre duas experiências de concepção de Estado e Gestão Pública.

Sem mudar a estrutura do poder (presidencialismo de coalizão [1] com suas respectivas contingências, como o fisiologismo) e sem mudar a estrutura de distribuição da renda no país (hoje, como ontem, 10% dos mais ricos consomem 75% de toda a riqueza produzida no Brasil [2]), dois elementos estruturantes da política se alteraram de FHC para Lula: a construção da cidadania de consumo e da cidadania de participação.

Vinte milhões de pessoas que viviam na linha da pobreza (mais que a população do Chile) passaram a ser público alvo de programas sociais de distribuição de renda por parte do governo; ao mesmo tempo, houve a subida na pirâmide social de mais de 30 milhões de pessoas (quase a população da Argentina) por meio da elevação dos salários, crédito e oportunidades de emprego.

A consolidação de uma cidadania com participação política se deu em espaços onde a sociedade organizada pode se manifestar - conferências e conselhos -, e possibilitou que algumas destas manifestações se transformassem em programas do governo. Em oito anos foram realizadas setenta e duas conferências nacionais. Mais de cinco milhões de pessoas participaram dos processos nos níveis municipal, estadual e nacional. Há inúmeras redes sociais vinculadas a políticas públicas atuando numa abordagem de educação popular, legitimando saberes, conhecimentos e comunidades, entre elas, quilombolas e originárias, que estiveram por décadas à margem de uma participação cidadã.

Diante da ação do Estado em quase todas as áreas, tanto a esquerda (de centro ou radical) quanto a direita (incluindo a extrema e centro-direita), ficam sem discurso próprio. Estes setores só conseguem dialogar com a sociedade civil organizada e com a opinião pública pautados pelas grandes transformações por que passa o país na era Lula, para refutar, questionar ou afirmar o que está sendo realizado pelo governo. A isso que Gramsci chamava de hegemonia.

Serra ressuscitou um discurso conservador e ideológico de direita por meio de temas como o aborto, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), política de relações internacionais do governo com a Ásia e a África, política comercial com países do eixo sul do planeta (que têm governos progressistas ou de esquerda) e de uma maneira pouco habilidosa, ficou nas mãos do principal partido de direita da política brasileira, o ex-PFL e atual DEM, quanto à escolha do vice em sua chapa.

Talvez seja esta a grande novidade nas eleições deste ano, à direita política, social e religiosa se sente à vontade para influir nos rumos da agenda pública na campanha de Serra com ampla cobertura pela mídia.

A oposição não consegue convencer o eleitorado de que o "país vai mal". Não consegue simplesmente porque isso não é fidedigno com a realidade das pessoas e das instituições públicas e privadas. Sobra a estratégia da promoção de factóides "éticos" e "morais", que têm mais apelos em uma classe média que não a emergente, porque esta parece não desejar arriscar retrocessos em sua trajetória de ascendência econômica.

Apesar de todas as pesquisas eleitorais, não há garantias de que Dilma ganhará as eleições no primeiro turno. Mas, diante das evidencias, é pouco provável que Serra saia vitorioso destas eleições. A aliança PSDB/DEM/PPS não tem discurso que dialogue com as conquistas sociais do governo Lula, conquistas estas que têm impacto sobre a realidade imediata de mais de cinqüenta milhões de brasileiros/as e conta com o apoio de um contingente ainda maior, vista a aprovação do atual governo na casa de 79%, que somados a avaliação regular, 17%, o presidente Lula tem 96% de não rejeição, ou uma avaliação negativa na casa dos 4% [3].

A grande mídia insiste numa agenda agressiva contra Dilma e o PT, eleva o tom com denuncias e tenta emplacar uma agenda de escândalo político. No entanto, como demonstrou John B. Thompson no livro publicado em 2000 e que mereceu tradução brasileira em 2002, como O escândalo político [4], em verdade, não existe escândalo político, e sim, "escândalo midiático". Ele ocorre por conta de uma agenda permanente, de enquadramento similar e integrado no sistema de comunicação de massa, mas só se realiza quando a opinião pública adere a seus apelos.

As pesquisas de intenção de voto têm demonstrado o contrário. A tentativa de promover um "escândalo político" por conta da quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas à família do candidato da oposição (filha e genro) não alcançaram os resultados desejados, tentam agora outro "escândalo" envolvendo familiares da Ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que pediu demissão no último dia 16 de setembro, este episódio, de maior gravidade que o primeiro.

Apesar de todo o esforço da mídia em ligar os "escândalos de governo" a campanha eleitoral (com fatos a serem investigados por instituições do estado democrático de direito) o candidato Serra tem oscilado na margem de erro a cada resultado dos institutos de pesquisa, enquanto a candidata Dilma tem se mantido no patamar capaz de decidir as eleições presidenciais no primeiro turno. Mesmo a elevação das intenções de voto em Marina Silva do PV não demonstra a existência da "onda verde" que ela apregoa, uma vez que a cada ponto a mais a seu favor nas intenções de voto, é deslocamento do eleitorado já decidido em não votar em Dilma, ou seja, é a troca do seis por meia dúzia na aritmética eleitoral.

Depois do processo eleitoral serão muitas as explicações para o eventual fracasso da mídia e da oposição, tanto em disputar a presidência quanto, ao que parece, em eleger uma bancada de oposição consistente para a Câmara Federal. Observando a agenda da mídia, ou seja, os assuntos que pautaram os meios de comunicação sistematicamente antes e durante o processo eleitoral encontraremos um caminho para explicar o fracasso eleitoral de Serra e dos "mass mídia".

Estudos sobre agenda-setting [McCombs e Donald Shaw - 1972(5)] elucidam a competência da mídia para definir a agenda pública (assuntos que se tornam públicos), mas, como não se comunica com um sujeito passivo, a mídia não tem como determinar o que as pessoas pensam sobre cada assunto (agenda) que construiu, portanto este caminho é insuficiente para explicar sozinho o fracasso eleitoral dos "mass mídia" nas eleições deste ano.

É o que ocorre com as tentativas de construção de "escândalo midiático". A opinião pública tem demonstrado tendência diversa daquela que a grande mídia pretende como resultado, qual seja, um deslocamento das intenções de voto em favor do candidato da oposição, ao contrário, quando há algum deslocamento significativo, tende favoravelmente a candidata do PV Marina Silva.

A legitimidade da grande mídia como espaço de construção de consensos merece ser analisada e questionada. Assim como as teorias que identificam nos partidos uma crise de representatividade, a grande mídia pode estar experimentando um esgotamento em sua capacidade de construir ambientes de consensos. Em boa medida, porque se tem distanciado da percepção de realidade que experimenta um enorme contingente da população brasileira, no que se refere à sua versão sobre o momento por que passa o país. Há também, estudos sobre à contra hegemonia a grande mídia por meio de outras formas de comunicação: redes virtuais, blogs, twitter, mailings pessoais ou corporativos, entre outros, que atuaram nestas eleições, ainda a serem confirmados.

Teremos de esperar o encerramento do calendário eleitoral. No entanto, há uma tendência de que esta eleição presidencial passará para a história como aquela que isolou um discurso do centro e da esquerda do espectro político, deu visibilidade às agendas da direita que há tempos não existia e a uma plataforma de continuidade das transformações sociais decorrentes do governo Lula. Pela primeira vez na democracia recente, tende a confirmar o terceiro mandato consecutivo de um partido à frente da Presidência da República, com a primeira mulher no cargo de Chefe de Governo e de Estado do país, a contragosto da grande mídia e de setores da elite brasileira. Essa tem sido a virtude da democracia em nosso país, apesar das nuvens golpistas que inspiram setores conservadores e reacionários e assombram a América Latina depois do episódio do golpe civil/militar em Honduras.

Notas:

1. Abranches, Sérgio Henrique. "O presidencialismo de coalizão: o dilema institucional brasileiro". In: Dados 31(1), 1988, pp. 5-33.

2. Pochmann, Marcio. O país dos desiguais. Lemond Diplomatic. http://diplomatique.uol.com.br/artigo.php?id=30&PHPSESSID=2992afb2cd65c8594faad2ff286459fc. Ultimo acesso: 17/09/10.

3. Pesquisa DataFolha encomendada pela TV Globo e pelo jornal Folha de São Paulo, entre os dias 23 e 24 de agosto. http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/08/26/datafolha-governo-lula-atinge-novo-recorde-com-79-de-aprovacao-917478223.asp. Acesso em: 23/09/10

4. Lima, Venício A. Muito Calor, Pouco Debate: Escândalos midiáticos no tempo e no espaço. Observatório da Imprensa. 10/4/2006, http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=376JDB002, acesso em: 17/09/10.

5. Porto, Mauro. Enquadramentos da Mídia e Política. In: RUBIM, A. A. C. (org). Comunicação e política: conceitos e abordagens. Salvador: EDUFBA/Unesp, 2004

FONTE: Blog do Miro

Petrobrás: Editor da Economist diz que Brasil deve evitar inchaço


Para se transformar em um país desenvolvido, o Brasil precisa cuidar bem da exploração do petróleo da camada pré-sal, melhorar a qualidade da educação pública, estabelecer regras para aumentar a atração de investimentos privados de longo prazo e acelerar a redução da pobreza e da desigualdade.
A avaliação, com quatro pontos principais, é de Michael Reid, editor da revista britânica The Economist para as Américas e ex-correspondente da publicação no Brasil.


Reid é um dos especialistas ouvidos pela BBC Brasil como parte da série ''O Que Falta ao Brasil?'', que discute os desafios do Brasil para se tornar um país desenvolvido. Para o jornalista, o próximo governo brasileiro deve administrar o desenvolvimento do petróleo do pré-sal de maneira eficiente e de uma forma que não acabe transformando a Petrobras "em uma companhia inchada e superampliada". Ele diz ainda que o governo deve "evitar que a receita do petróleo corrompa as instituições públicas".


O segundo ponto, segundo Reid, é a qualidade da educação. "O País precisa continuar e aprofundar a qualidade da educação pública". A atração de investimentos privados é a terceira questão considerada por ele importante para que o Brasil consiga se tornar um país desenvolvido. "O governo deve ser muito mais agressivo ao estabelecer regras para atrair investimentos privados de longo prazo, principalmente em infraestrutura", afirma Reid.


"O governo Lula passou oito anos nos quais fez pouco para estabelecer um marco regulatório para atrair investimentos privados", avalia. Para o editor da Economist, o programa Bolsa Família fez "um trabalho fantástico" para reduzir a pobreza e a desigualdade no País, mas isso ainda é insuficiente.

"O Brasil precisa ir além do Bolsa Família para reduzir a pobreza e a desigualdade de maneira mais agressiva", afirma. Reid cita ainda um quinto ponto que considera importante, o combate ao crime e à violência, mas faz a ressalva de que grande parte dessa responsabilidade não é do governo federal, mas dos Estados por meio de suas polícias civis e militares.

FONTE: Site Terra/BBC Brasil

O PIG precisa do 2.o Turno

O PIG - Partido da Imprensa Golpista, necessita árduamente de um segundo turno nas eleições presidenciais. Entre os vários motivos desta necessidade encontra-se uma coisinha básica e simples que se chama "credibilidade".

Como explicar, mesmo aos mais simples e humildes eleitores deste nosso Brasil, que uma imprensa - que sabemos, golpista - passou os últimos 8 anos atacando, achincalhando, desonrando, humilhando todos os dias um governo popular democraticamente eleito, demonstrando que eles sim, o PIG sempre foi, é e será o grande risco para a democracia brasileira, não consegue eleger uma opção melhor?

Como explicar que o candidato por eles escancaradamente apoiado irá levar uma lavada já no primeiro turno?

Como são golpistas eles estão com os seus cães de guarda espalhados pelos quatro cantos do país buscando algo que possa levar a "terrorista" ao segundo turno e depois assim dar um golpe de misericórdia na candidata do "analfabeto". É assim que eles tratam o atual e a futura Presidente da República.

É triste perceber que o Brasil, com sua mixagem de povos e culturas pode ser considerado hoje como um dos países mais classistas e xenófobos da América Latina, quem sabe até do mundo. 

Porque o pior desses separatistas elitistas tupiniquins é justamente o de vender a idéia de que não há preconceito, não há separatismo, não há racismo e que vivemos no paraíso. Pura hipocrisia de uma sociedade que olha para o andar de cima e os imita no que há de pior. Chega a dar nojo!

Abaixo post de Eduardo Guimarães sobre o andamento do golpe, através das pesquisas:

Golpe da pesquisa fracassará de novo


Tracking é uma modalidade de sondagem da intenção de voto da opinião pública que é largamente utilizada pelos partidos devido à sensibilidade que propicia na detecção de oscilações – ou de falta delas – de tendências durante as campanhas eleitorais.

O tracking é feito por telefone diariamente, usando os mesmos critérios estatísticos das pesquisas “de campo” – modalidade em que as entrevistas são feitas pessoalmente. Não visa tanto apurar percentuais, porque não é tão preciso, mas antecipar tendências.

Por isso os partidos utilizam tanto essas sondagens, para detectarem se os seus candidatos estão ganhando ou perdendo terreno no decorrer do tempo exíguo de uma campanha, quando um dia vale por semanas e uma semana, por meses.

O portal IG e a TV Bandeirantes inovaram nesta campanha eleitoral ao oferecerem ao público uma ferramenta de aferição da opinião do eleitorado que, até então, só estava disponível aos partidos.
Para tanto, o portal e a tevê escolheram o instituto que mais acertou nesta campanha eleitoral para presidente da República, o Vox Populi, que foi quem primeiro detectou o empate entre Serra e Dilma e, depois, a ultrapassagem de um pela outra.

O tracking do Vox Populi não mostra nada parecido ao que mostrou o Datafolha ontem. Com base nesse fato e me valendo da mais pura lógica, concluí que o Datafolha e – provavelmente – o Ibope são a última cartada da direita midiática para tentar levar a eleição presidencial ao segundo turno.

Sim, a sondagem diária do Vox Populi detectou redução das intenções de voto de Dilma, estabilidade de Serra e crescimento de Marina em proporções similares à do “campo” do Datafolha. A queda da vantagem da petista de fato ocorreu.

Contudo, não vamos nos esquecer de que a vantagem de Dilma no Datafolha sempre foi a menor entre todos os institutos – por que será, não? Sendo assim, a diminuição dessa vantagem no instituto de pesquisas da Folha deixa o segundo turno muito mais perto do que pode estar realmente.

Como Dilma abriu uma vantagem enorme sobre os adversários com o início do horário eleitoral, seria preciso muito mais adesão do eleitorado à campanha difamatória que ela sofreu da imprensa tucana para que a sua vitória já no primeiro turno não ocorresse.

Aliás, uma excelente evidência de que Serra voltou a determinar aos seus meios de comunicação que usassem pesquisas para ajudá-lo reside no fato de que tais meios passaram a ignorar que todas as recentes oscilações nas intenções de voto ocorreram dentro da margem de erro.

Não se pode negar que a campanha difamatória da mídia contra Dilma surtiu algum efeito eleitoral e que esse efeito ocorreu porque de fato alguma coisa parece ter ocorrido na Casa Civil. Mas isso é só uma suposição que só uma investigação apurada poderá confirmar.

É normal que a imprensa apure fatos como esse. O que é anormal é que apure só no governo Lula fatos que podem ocorrer em qualquer governo, e que despreze denúncias sobre o governo de São Paulo ou contra a filha de Serra e suas relações com o esquema Daniel Dantas.

A desculpa que a ombudsman da Folha deu a um leitor sobre por que o jornal escondeu as denúncias da Carta Capital, é um escândalo. Dizer que nada foi publicado porque tais denúncias ainda estão sendo apuradas é um insulto à inteligência das pessoas.

Que apuração a Folha fez para publicar a ficha falsa da Dilma na primeira página depois de recebê-la em um e-mail apócrifo?
Mais uma vez, julgo que fraudar pesquisas não surtirá o efeito pretendido. Já foi tentado durante meses e meses e não impediu que Dilma passasse sobre Serra como um trator.

Dirão que na reta final da eleição as pessoas prestam muito mais atenção a pesquisas. Aí entra em campo aquela teoria de que muitos quereriam votar em quem ensaia uma virada porque sentir-se-iam estimulados a materializá-la – talvez por ser mais emocionante?

Contudo, o bombardeio contra Dilma e as pesquisas favoráveis a Serra tendo exclusividade na grande mídia durante todo este ano, seguramente atingiram muito mais gente do que o Datafolha poderá lograr em tempo tão exíguo. Assim mesmo, não funcionou.

Dessa maneira, já lhes adianto o resto do roteiro desse filme velho. A pesquisa Datafolha pretendeu desencadear um efeito manada. Enquanto escrevo, o instituto já começa a apurar o efeito que a “queda” exagerada da vantagem de Dilma produziu no eleitorado.

Nesse momento, surgem duas possibilidades. Se tiver ocorrido queda maior, agora desencadeada pela notícia de que tal queda ocorreu, haverá nova queda exagerada no próximo Datafolha. Se o efeito tiver sido insuficiente ou nulo, a próxima pesquisa desse instituto dirá que Dilma “reagiu” – o Datafolha não pode ser desmentido dois ou três dias depois pela apuração dos votos.

A pesquisa Sensus, que deve sair hoje, provavelmente mostrará que, mesmo com queda da vantagem petista, o segundo turno está longe. A Globo esconderá isso e é bem provável que Folha e Estadão nem publiquem ou publiquem escondido nas páginas internas.

A grande questão, portanto, é se a manipulação do Datafolha de exagerar a diminuição da vantagem de Dilma terá o efeito pretendido. E se funcionará agora, por estarmos tão perto da eleição, mesmo não tendo funcionado no decorrer deste ano.

Apesar do clima de reta final na campanha, durante este ano a tática tem fracassado em desencadear o efeito manada na dimensão desejada. Haveria que ocorrer em uma semana o que não ocorreu em nove meses, pelo menos. Não creio que ocorrerá agora.

FONTE: Blog da Cidadania

Marco Aurélio Melo: Crime sem Castigo

Quando um grupo se une para maquinar, distorcer, manipular e induzir, com o propósito de modificar a realidade em curso, temos uma conspiração. 

Conspirar tem a finalidade de prejudicar uma ou mais pessoas ou instituições, seja no presente, ou no futuro, a partir de ações muitas delas sendo tramadas secretamente, à sombra e à revelia da lei. 

Não há limites quanto ao número de pessoas que podem participar das ações e, em muitos casos, não é necessário sequer comprovar a existência de um plano formal. 

Em vários países conspirar é crime, principalmente contra o governo. 

Não no Brasil. A lei brasileira não tipifica o crime de conspiração, mas há entre os legisladores uma analogia: a formação de quadrilha (prevista no artigo 288 do Código Penal Brasileiro). 

Tudo isso para dizer que atentar contra o Governo, a Democracia e o Estado Democratico de Direito de forma orquestrada e absolutamente irresponsável é crime, ainda que de dífícil enquadramento. 

Aceitar que uma conspiração seja levada a cabo por grupos de comunicação, que assumem abertamente o papel da oposição, ainda que argumentem estar no exercício da ampla liberdade de imprensa é algo perigoso. 

Ao aceitar o agente conspirador como parte do processo, abre-se um precedente: o da reciprocidade. 

Se conspirar contra determinado grupo é permitido, o revide pode se dar usando-se expediente análogo. 

A conspiração está na raiz de todo golpe de Estado, seja a serviço dos conservadores ou dos revolucionários.  

FONTE: Blog Doladodelá

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Jogo Sujo: Uma Especialidade do PSDB?

Beto Richa perde inserções de rádio e TV até o fim da campanha

Roger Pereira
Direto de Curitiba
O candidato do PSDB ao governo do Paraná, Beto Richa, perdeu por decisão do juiz Luciano Carrasco, proferida na tarde desta terça-feira (28), todas as inserções gratuitas de 30 segundos dentro da programação das emissoras de rádio e televisão até o final da campanha eleitoral, na próxima quinta-feira (30).

Beto foi condenado por ter invadido o horário dos candidatos ao Senado de sua chapa, Gustavo Fruet (PSDB) e Ricardo Barros (PP), para atacar seu principal adversário, Osmar Dias (PDT).

Nas inserções dos candidatos ao Senado de sábado (25) e domingo (26), em vez de aparecerem Fruet ou Barros fazendo sua propaganda, foi mostrado um vídeo com o ex-governador Roberto Requião (PMDB), hoje candidato ao Senado na chapa de Osmar Dias, fazendo duras críticas ao senador, seu adversário em 2006 e hoje seu aliado, para questionar a coerência da chapa adversária.

No vídeo, de 2006, usado pela campanha tucana, Requião, então governador reeleito, diz ter recebido denúncias sobre um negócio ilícito em que Osmar Dias teria adquirido sua fazenda em Tocantins. No horário eleitoral do pedetista, Requião apareceu para dizer que, na época, fez o que todos devem fazer: "recebi uma denúncia e encaminhei ao Ministério Público, que constatou que a compra foi legal. Eu sei disso, o Beto sabe disso", declara.

O ex-prefeito de Curitiba está sujeito, ainda, a uma multa de R$ 500 mil caso volte a usar o tempo dos candidatos de seu partido ao Senado ou às proporcionais.

FONTE: Redação Terra

IG/Vox não confirma Datafolha e deixa tudo como estava


O resultado do IG/Vox Populi de hoje, onde Dilma se mantém com 49%, Serra sobe para 25% e Marina cai para 12%, deixa a eleição no mesmo ponto que estava na tarde de ontem antes da divulgação do Datafolha, antecipado por aqui ainda na noite de ontem.

Não dá mais pra dizer que é um pontinho pra cá e outro pra lá. Um dos dois institutos está comendo mosca ou forçando a mão. Impossível ambos estarem certos.

"O instituto da família Frias aponta em votos válidos 51% para Dilma e 49% para os outros. O Vox dá 57% a 43%."

A diferença que em um instituto é de 2%. no outro é de 14%.
O intervalo entre um e outro é de mais de 10 milhões de votos.

Como já analisei o Datafolha, vou tratar do IG/Vox de hoje.  

1)      Dilma se mantém pelo terceiro dia consecutivo com a mesma porcentagem (49%). Isso demonstra que sua tendência de queda foi interrompida. Algo importante nesta reta final.

2)      Marina que vinha crescendo a quatro dias seguidos caiu um ponto. Foi de 13% para 12% . Isso pode significar que só um fato novo pode levá-la para além desse teto, que me parece ser em torno de 15% dos votos válidos, como já dito aqui.

3)      Serra atingiu hoje seu pico dos últimos sete dias. Foi a 25%, quando só tinha oscilado entre 23% e 24%. Isso demonstra que a artilharia contra Dilma não o beneficiava. E que agora alguns eleitores que gostam do governo Lula, mas o admiram, podem estar voltando para a sua canoa.

4)      Que sem um fato novo dificilmente esses números devem mudar. E as possibilidades de “fatos novos” até a eleição parecem ser: o debate de quinta na Globo; muita chuva no domingo em algumas regiões do país e o tal dos dois documentos. Ninguém sabe qual o impacto que o uso de dois documentos pode ter no aumento da abstenção.

Outras pesquisas virão e muita gente vai dormir mal nos próximos dias. Faz parte da ansiedade natural em momentos importantes. E eleição presidencial é um momento importante para o país.
Que bom que isso ainda mobilize tantos sentimentos no Brasil.

FONTE: Blog do Rovai

Heloisa Helena e a vingança de Lula

Por Altamiro Borges

A vingança é maligna. Eleita senadora pelo PT, em 2002, a alagoana Heloisa Helena se tornou uma das vozes mais estridentes contra o governo Lula. Já no processo traumático da contra-reforma da previdência, ela e mais três deputados deixaram a legenda petista para fundar o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), em junho de 2004. Logo depois, na chamada crise do “mensalão”, ela passou a ter destaque nas telinhas da televisão com duros ataques ao presidente – muitas vezes acompanhada de senadores demos e tucanos.

Esta forte exposição a projetou nacionalmente e garantiu uma expressiva votação nas eleições presidenciais de 2006. A exemplo que faz hoje com Marina Silva, o grosso da mídia vitaminou sua campanha como forma de barrar a reeleição de Lula. Heloisa teve 6,5 milhões de votos (6,85% do total), o que inclusive ajudou a manter a bancada do PSOL com três deputados. Na sequência, porém, a ex-senadora deixou mais explicita sua visão limitada da política, quase que udenista, e caiu num certo ostracismo.

Cenas fatais de um vídeo

Para as eleições deste ano, Heloisa Helena voltou a tentar vôos maiores. Lançou-se ao Senado e, no início, era tida como imbatível. Hoje, porém, o jornalista Ilimar Franco, do jornal O Globo, noticia que sua candidatura “está afundando em Alagoas”. E, por ironia da história, o maior motivo, segundo o colunista, é o próprio Lula. “São fatais os vídeos, exibidos no horário eleitoral, onde ela xinga o presidente Lula quando era senadora”.

Ela já havia perdido a corrida pelas duas vagas ao Senado para o ex-presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB). Agora, disputa a segunda com o usineiro Benedito Lira (PP), velho conhecido da ex-senadora. Caso se confirme esta mudança abrupta, Heloisa Helena estará pagando por seus próprios erros, pela visão política udenista e messiânica. Enquanto serviu à tática diversionista das elites, ela foi insuflada. Hoje, ela é descartada.

Qual será a reação do PSOL?

É difícil imaginar qual será a reação de centenas de lutadores sociais que confiaram na ex-senadora e investiram as suas melhores energias na construção do PSOL. Há tempos que Heloisa Helena já causava desconfiança no próprio partido, que ainda preside. Na convenção do início deste ano, ela adotou um comportamento arrivista, retirando-se do evento por discordar do lançamento da candidatura de Plínio de Arruda Sampaio. Ela já havia sinalizado o seu apoio a verde Marina Silva.

Em vários momentos da campanha, ela fez comentários agressivos contra o candidato da própria legenda, mostrando total desprezo pelo coletivo. “Quem entrou no partido depois dele ser fundado não tem o direito de rasgar a militância que o criou”, fustigou a ex-senadora, num ataque explícito a Plínio de Arruda. Até o colunista Lauro Jardim, da revista Veja, registrou sua trairagem numa nota no final de agosto:

“Heloísa Helena vem gravando pequenas participações em programas de candidatos do PSOL Brasil afora. Até Jefferson Moura, inexpressivo candidato do partido ao governo do Rio de Janeiro, foi contemplado com um rápido vídeo. Enquanto isso, Plínio Arruda Sampaio segue sem qualquer manifestação de apoio daquela que ainda é a principal liderança do PSOL no país”. O desespero da ex-senadora nesta reta final de campanha talvez sirva como penitência pelos erros políticos cometidos no período recente.

FONTE: Blog do Miro

Economia: capitalização da Petrobras vai gerar superávit recorde



Luciana Cobucci
Direto de Brasília
A operação de capitalização da Petrobras fará com que o governo registre um superávit primário recorde já em setembro. 
 
A afirmação é do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, que comentou, nesta terça-feira, o resultado primário - a economia feita pelo governo para pagar juros da dívida pública - de agosto. 
 
No mês passado, as contas do governo foram positivas em R$ 4 bilhões. Segundo Augustin, o resultado de setembro será o maior da história do Tesouro, superando o recorde atual, medido em abril de 2008, que foi de R$ 16,7 bilhões, mas não divulgou números. 
 
"Temos um momento difícil, em que só temos o diálogo de uma parte. Mas assim que houver a liquidação (prevista para esta quarta-feira), poderemos falar sobre a capitalização da Petrobras", afirmou.
 
O superávit primário registrado pelo governo central - que leva em consideração as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central - representou, entre janeiro e agosto deste ano, 1,29% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. 
 
Apesar de ser maior do que o medido em 2009 (1,16%), o montante ainda é menor que a meta estipulada pelo governo brasileiro, que é de 3,3% do PIB.
 
FONTE: Portal Terra/Economia

ELEIÇÕES - Quando os tucanos pedem censura.

Paulo Moreira Leite – Revista Época.

Menos de uma semana depois que o PSDB promoveu um ato de protesto em defesa da liberdade de imprensa, no Largo São Francisco, em São Paulo, Mauro Paulino, diretor do DataFolha, escreve no jornal:

“Enquanto o PT vociferava contra os excessos da imprensa, o PSDB opunha-se concretamente ao direito constitucional de livre acesso à informação, censurando divulgações de pesquisas no Paraná. A pedido do candidato tucano Beto Richa, os juízes do TRE local proibiram os institutos de divulgar seus resultados. A decisão transforma o Paraná em um sombrio laboratório da classe política em seu anseio de reservar essas informações apenas para consumo próprio. Aos eleitores, cobaias da desinformação, oferecem em troca a boataria das porcentagens.”

Trata-se de um caso didático para quem levou a sério as denuncias de ameaça à liberdade de imprensa levantadas nos últimos dias. Eu sempre disse que eram acusações de fundo eleitoral. O vexame paranaense demonstra isso.

Até agora, Lula pode ter xingado e esbravejado. Acho que o presidente tem o direito de manifestar sua opinião, mas que precisa ser cometido e manter a prudência, pois se trata de uma autoridade com poder de perseguir, pressionar — e até de assinar cheques.

Mas é preciso reconhecer que Lula não foi à Justiça para impedir a publicação de notícias desagradáveis contra seu governo. Imagine se tivesse feito isso quando surgiram as denúncias sobre Erenice Guerra. Ou se resolvesse impedir a divulgação das pesquisas que mostram que a vantagem de Dilma Rousseff diminuiu.

Este é o aspecto curioso deste episódio. Os tucanos acusam os petistas de pressionar a imprensa para não publicar notícias desagradáveis. Mas, na hora da dificuldade, é o PSDB quem parte para a truculência.

Isso ensina alguma coisa?

Acho que sim — e lembra, em escala miniatura, aquilo que aconteceu em 1964. Me perdoem a comparação, mas ela é inevitável.

Depois de acusar um governo constitucional de preparar a instauração de uma republica sindicalista e abrir o terreno para um regime comunista, seus adversários deram um golpe de Estado, suspenderam as liberdades e as eleições democráticas por 25 anos.

Ao promover a censura, uma semana depois de acusar o governo Lula de pretender fazê-lo, os tucanos do Paraná deram uma demonstração da fraqueza de seus anunciados compromissos com a liberdade, não é mesmo?

FONTE: Blog de Um Sem Mídia

A intoxicação midiática da eleição

Reproduzo artigo do professor João Quartim de Moraes, publicado no sítio Vermelho:

De caso pensado (porque bobos não são), os donos dos jornais e os plumitivos a seu serviço confundem o poder de imprimir com a liberdade de expressão. Nos jornais em que eles mandam, só se escreve o que eles deixam, só se expressa o que eles permitem. As “notícias” que divulgam são tão manipuladas quanto a escolha de seus articulistas e colunistas. A maioria destes defende compactamente, alguns agressivamente, o ponto de vista e os interesses da direita liberal/pró-imperialista.

Como porém a importância de um jornal está diretamente relacionada com o número de seus leitores, os magnatas da mediática“abrem espaço”para opiniões diferentes, persuadindo os ingênuos de que são“pluralistas. Entre os colaboradores mais ou menos (em geral mais para menos do que para mais)“alternativos figuram dois políticos defensores do verde: F. Gabeira e Marina Silva, articulistas da Folha dita branda.

Mas o apoio unânime que Marina tem recebido por parte do cartel mediático não há de ser principalmente motivado pelo desejo de proteger os micos-leões dourados, lobos-guará e outras espécies em extinção. Mesmo porque ela é, como dizem os gringos, "only the second best" da direita bicéfala (PSDEMB). O problema é que o candidato desta, "the first best", continua sem fôlego para subir a serra de um eventual 2º turno; a última esperança da direita é que a candidata da "onda verde" arranque uns pontinhos suficientes para deixar Dilma aquém de 50,01% dos votos válidos, impedindo-a de ser eleita logo no primeiro turno.

Explica-se assim o caráter crescentemente provocador, em alguns casos no limite da histeria, assumido pela campanha do bloco neoliberal. O senador ultra-reacionário Borrausen (ou coisa parecida), que há alguns anos atrás queria "acabar com a raça do PT", agora mandou Lula "lavar a boca", num ato evidente de projeção psicopatológica, já que é ele o especialista em vomitar impropérios. Mas o ataque mais compacto vem da tropa de choque mediática. Criptofascistas, democratas” tartufos, bonecos de mola da direita cavernícola, às ordens dos donos da Veja, da Folha, do Estadão, da Rede Globo et caterva, aceleram a escalada das baixarias e intensificam o fustigamento da candidata apoiada por Lula.

Na campanha presidencial de 2002, Serra apelou sem sucesso para o argumento do medo: se Lula vencesse, voltaria a hiperinflação e com ela o caos econômico e as convulsões sociais. Lula venceu, sem que nenhuma das previsões catastróficas dos urubus da direita tenha se verificado. Em 2010, o candidato da reação neoliberal começou a campanha evitando recorrer ao mesmo método. Mas diante da derrota iminente, ele e sua tropa, com forte apoio dos profissionais da intoxicação mediática, partiram para o ataque histérico. Dez dias antes das eleições de 3 de outubro, esses ventríloquos do medo promoveram duas iniciativas, uma no Rio de Janeiro, outra em São Paulo, com objetivos sombriamente convergentes.

No Rio, o Clube Militar, "preocupado com o panorama político brasileiro", deu um rosnado de alerta, promovendo um Painel com tema sugestivo: "A democracia ameaçada: restrições à liberdade de expressão". Em geral esse Clube se manifesta para defender a impunidade aos torturadores e elogiar o golpe de 1964. Teria mudado de atitude? Infelizmente, não. O ele que pretende é atribuir ao "Foro de São Paulo" a “intenção” de restringir a liberdade de expressão nos países latino-americanos, inclusive no nosso. Os“processos de intenção têm atrás de si uma longa e tenebrosa história, boa parte da qual nos porões da ditadura. Quanto ao fundo, não surpreende que os militares reacionários chamem liberdade de expressão o monopólio exercido sobre os grandes meios de comunicação pelos magnatas da desinformação. Afinal, não são ingratos: não esqueceram do decisivo apoio que esses magnatas prestaram ao golpe de 1964.

Em São Paulo, um pelotão composto, segundo o Estadão (que lhes esposou a causa, se é que não a estimulou) de "juristas, acadêmicos e artistas, além de políticos tucanos", mas integrado também por jornalistas e outros intelectuais da direita, lançou um Manifesto em Defesa da Democracia, que se abre em tom grandiloquente: "Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo".

A primeira frase chafurda no óbvio. A segunda apenas exibe a mesquinharia liberal do Manifesto. Contrariamente ao que pretende a direita (tanto a pós-moderna quanto a cavernícola), é o povo que é corpo e“alma da Constituição. Ele é a fonte de todos os poderes, inclusive o poder constituinte originário, o mais fundamental de todos, que é anterior a toda e qualquer instituição. Consta que um dos manifestantes, o jurista Miguel Reale Júnior, chegou a afirmar que "Lula age como um fascista". Que ironia! Nos anos 1930, Miguel Reale Sênior foi um dos principais teóricos do integralismo, versão brasileira do fascismo. Foi nomeado em 1941, em pleno Estado Novo, sob protesto dos estudantes anti-fascistas, catedrático de Filosofia do Direito da mesma Faculdade em que se reuniram os "democratas" do medo.

É exatamente no momento em que o povo se prepara para exercer pelo sufrágio universal a autoridade suprema que lhe cabe sobre a coisa pública que o bloco militar/mediático/liberal faz ressoar as trombetas do Apocalipse. Comprova-se que a única ameaça à democracia provém dos que se consideram ameaçados pelo veredicto das urnas.

FONTE: Lido no Blog do Miro