Muito se tem lido (na velha imprensa) e dito (por e-mails de simpatizantes da direitona) sobre o aparelhamento do estado por parte do PT no governo Lula.
É uma conversa meio doida, pois quem pode imaginar colocar em cargos de confiança o inimigo? Ou como se fala popularmente: botar a raposa prá tomar conta das galinhas?
Será que alguém imagina o Obama tendo como auxiliares de seu governo, mesmo que no terceiro escalão, alguns simpatizantes xiitas?
Abaixo um post interessante sobre a realidade confrontada com a ficção alardeada país afora sobre aparelhamento da maquina que lí no Blog DoLaDoDeLa do Marco Aurélio Mello:
O Aparelhamento da Máquina
Recebi este fim de semana em casa um casal de amigos que vive em Brasília. Ele já fez parte do alto escalão do Governo e agora ocupa cargo na representação de um organismo internacional. Ela continua até hoje vinculada a um importante ministério. O relato do que viveram, desde que assumiram seus cargos, me fez depreender o seguinte:
1. Ao contrário do que muita gente imagina, não há aparelhamento do Estado, como querem crer os opositores do Governo;
2. Como em toda atividade, lá também são seres humanos com suas contradições. Há os que gostam de mandar, os que gostam de encostar o corpo e os que gostam de trabalhar, sejam concursados ou comissionados;
3. Pessoas que têm cargo de chefia mas que põem a mão na massa motivam o funcionalismo a fazer a máquina funcionar, mesmo quando a engrenagem parece estar enferrujada. Quer um exemplo: os Programas Sociais e de Aceleração do Crescimento, cujo êxito é inquestionável;
4. A gestão pública só é boa se há técnicos competentes. A coordenação do orçamento, com o cumprimento de metas pelos ministérios funciona hoje com eficiência e quer queiram, quer não, devemos isso ao presidente da República (e seus assessores diretos) e à ex-ministra-chefe da Casa Civil, que é a responsável em última instância por essa coordenação;
5. Há muitas pessoas que deixarão seus cargos no fim do ano, ou porque são postos de confiança e o Governo irá mudar, ou porque já estão satisfeitos, ou ainda porque se desiludiram com as carreiras, ou mesmo com a Capital Federal. Mas é clara a sensação de dever cumprido, muitas vezes em desgastantes jornadas de até 14 horas diárias;
6. Mais uma vez a luta desvairada pelo poder, a cobiça e a vaidade são os maiores obstáculos do homem, na busca do bem comum.
Foram relatos sinceros de quem já vê a administração pública com o distanciamento necessário, longe das paixões políticas e dos interesses pessoais. Afinal, em breve eles já estarão em outra.
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