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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Acerto de Contas: Divagando sobre pesquisas

Lula ainda tem fôlego para colocar Dilma um pouco mais para cima

Uma das maiores interrogações postas nas análises políticas que envolvem as eleições 2010 diz respeito à real capacidade do presidente Lula transferir votos para sua preferida, a ministra Dilma Roussef. Uma aferição fria dos número de todas as pesquisas divulgadas do ano passado para cá mostra uma subida consistente das intenções de voto na pré-candidata petista. Ela saiu do completo anonimato para uma distância mínima ou até mesmo um empate técnico com o governador José Serra (PSDB-SP), mostrando a força da liderança popular de Lula e que ele estava certo quando lançou o nome de Dilma com tanta antecedência.

Mesmo assim, muitos se perguntam a verdadeira força deste andor.

O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, tem proferido palestras a políticos e empresários por todo país afirmando categoricamente que Dilma não ganha as eleições, pois ela teria chegado ao teto da capacidade de transfência do presidente. Quem assistiu a essas palestras se diz impressionado com a convicção do presidente do maior instituto de pesquisas do Brasil.

Com todo respeito ao Ibope e seu presidente, não entendo quais os parâmetros estatísticos que o levaram a essa conclusão. Ora, segundo a última pesquisa CNT/Sensus, Dilma tem entre 27,8% e 28,5% das intenções de voto – a depender do cenário apresentado ao eleitor. Serra teria entre 33,2% a 40,7%.

De acordo com o Datafolha, ainda há 15% de eleitores dizendo que votariam no candidato de Lula, mas não sabem quem é esse candidato. O próprio Lula tem cerca de 20% em todas pesquisas espontâneas (quando não se apresenta opções ao entrevistado). Ou seja, cerca de 20% dos eleitores, provavelmente das camadas economicamente menos favorecidas e menos informadas, sequer sabem que Lula não pode mais ser candidato.

Esses eleitores estão dispersos. Provavelmente, nas pesquisas estimuladas (quando se apresenta as opções), eles se diluem entre Não sabe/Não respondeu e nas intenções de voto de todos os candidatos – inclusive, a própria Dilma. É possível supor, então, que num processo eleitoral onde a totalidade dos eleitores estejam, seja devidamente informados, a petista possa “roubar” votos dos outros candidatos.

Vejam o caso da pesquisa Vox Populi/Band, em Pernambuco. No estado em que o presidente tem sua maior aprovação, Dilma chega a 47% – contra 24% de Serra, 9% de Ciro Gomes (PSB) e 3% de Marina.
Dilma é, portanto, uma candidata altamente competitiva.

Todavia, porém, entretanto… É uma personagem sem carisma (assim como o é Serra). E a comparação dela com Lula (o rei do carisma) será imediata. Não se sabe se o eleitor vai mesmo enxergar nela a sucessora do presidente de maior aprovação da história desse país (pelo menos, desde quando isso passou a ser medido).
É uma eleição (já disse isso aqui antes) em que tudo pode acontecer, inclusive nada.

Acontecer “nada” significa manterem-se as atuais condições de temperatura e pressão: Serra ganha ou perde para Dilma. Acontecer “tudo” seria um dos candidatos na rabeira das intenções de voto, mas muito mais caristmáticos (Ciro e Marina), emplacar uma virada histórica no jogo.
No mais, pesquisa eleitoral só é boa mesmo pra gente ficar se distraindo enquanto a urna não é aberta.

Autor: Marco Bahé


FONTE: Blog Acerto de Contas

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